Sombra Do Beijo escrita por Hello Sweet


Capítulo 12
Capítulo 12 - Passeio


Notas iniciais do capítulo

Hello Sweet ^^
Sorry pelo atraso....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/372848/chapter/12

Rose sentia uma leve claridade em seu rosto, ela havia tido um sonho confuso. Primeiro sonhara que estava na Tardis, sendo abraçada pelo Senhor do Tempo, com seu terno risca giz e seu sobretudo marrom esplêndido. Ele parecia completamente confortável ali com ela, abraçando-a enquanto lhe contava historias de suas aventuras passadas. Ela estava certa de que era um sonho, pois ele nunca havia estado tão próximo a ela quanto estava agora. Ele estava afagando-lhe gentilmente as costas com uma mão, enquanto a outra percorria levemente por seu braço direito, fazendo-a esquecer a tudo e a todos, presa apenas nesse momento fantástico com ele. “Doutor...” ela murmurou para ele, desesperadamente querendo ter certeza de que ele estava verdadeiramente lá com ela. Mas então o sonho havia se modificado e o Doutor estava com outra roupa, uma calça jeans e camiseta azul agora, e não estavam definitivamente na Tardis, mas em seu quarto na casa de Pete, ela podia sentir os delicados lençóis em tons de lilás da sua cama e o travesseiro macio abaixo de sua cabeça. Ele lhe contava historias para dormir, assim como antes, e lhe acariciava os cabelos, com pequenos beijos em sua testa entre uma fala e outra. Parecia perfeito. Então de repente ela se lembrou, “Johnnn” pronunciou o nome de forma triste, temendo a confirmação que seu amado Doutor tivesse ido realmente embora agora. Ela tinha certeza que estava caindo em desespero, quando o ouviu falar para si “eu disse que um dia encontraria meu caminho de volta ate você, Rose Tyler”. “Johnnnny” murmurou novamente e finalmente relaxou caindo em sono profundo, com a certeza de ter John ali ao seu lado.

Era sábado de manhã e a luz tremeluzia forte em sua direção. Virando-se na cama, Rose depositou a cabeça levemente em algo que parecia meio duro e desnivelado em contraste com o colchão, mas ainda sim, confortável. Ela percebeu como sua cabeça parecia subir e descer em um ritmo constante e seus ouvidos capturavam um pequeno som, como um ronronar baixo.

Ela levantou a cabeça encarando com espanto e encantamento o rosto adormecido de John. Ela havia pedido a ele para ficar com ela a noite, e ele o fez, a noite toda. Ela inclinou-se e o beijou na ponte do nariz antes de abaixar novamente a cabeça, se aninhando mais contra seu peito, quando sua mãe abriu a porta de seu quarto com Tony nos braços falando sem parar.

— Pete disse que vamos para a casa na praia de Brighton hoje – Jackie entrou no quarto sem olhar para a filha, indo em direção a janela e puxando a cortina ainda sem olhar para ela, fazendo John se mexer e começar a acordar lentamente, incomodado com os raios de sol que transpassavam o vidro da janela – pensamos que talvez devêssemos ir ate lá e relaxar, John também vai amar esse final de semana na praia, será que ele já foi a uma? – Ela estava no guarda roupas agora, sem olhar para a filha ela tirou uma pequena mala lilás para fora e passou a mão em algumas roupas– você deveria fazer logo as malas e acordar aquele preguiçoso magricela também – ela finalmente se virou encontrando a filha apoiada em um dos cotovelos a encarando, enquanto John simplesmente piscava e bocejava acordando de um sono tranquilo – ou talvez não precise ham? – disse ela muito seria, mas depois acrescentou brincalhona – ora espertalhão, se estiver nu, pelo menos me deixe sair primeiro, tem criança aqui – e saiu do quarto rindo, deixando Rose corada de vergonha e John muito vermelho, completamente acordado agora.

— Bom dia a proposito – disse John para Rose com os olhos brilhantes.

— Muito bom dia - disse ela e ele deu um sorriso de canto lindo pra ela. Ela levantou-se esticando os braços e pegou a mala que sua mãe havia posto na cama e começou a abri-la.

— Você ouviu o que minha mãe disse sobre a praia ou ainda estava dormindo? – Pergunta ela sem olhar pra traz.

— Brighton não é? – perguntou ele meio confuso a respeito desse lugar, ele particularmente nunca foi à praia com intenção de relaxar, ele nunca foi realmente um fã de água salgada e areia que entra nos lugares mais difíceis de tirar, sem falar do sol que o tostaria feito camarão, mas se Rose estaria lá, e talvez... não, com certeza, usaria um biquíni... rosa? Amarelo, talvez azul... ele gostava de azul, azul Tardis, mas talvez um marrom com riscas ficasse legal...

— John... – ele parou seus devaneios, ela estava acenando freneticamente as mãos a sua frente, tentando lhe chamar a atenção.

— O que? – Perguntou ele confuso. Droga, pensou, sempre que ele estava com Rose ele acabava divagando, isso estava virando habito, ele precisava fazer algo a respeito, e a maneira de fazer isso era tornando seus desejos reais... não, ele não podia, ahhh, mas como queria... Ele estava perdido novamente, de repente ele piscou assustado, Rose estava parada bem perto dele, tão perto que ele sentia sua respiração em seu rosto.

— O que você tanto pensa? – Disse ela o analisando.

— Nada – disse ele. Mas estava olhando seu rosto atentamente. Lembranças de beijos e caricias trocadas entre eles percorrendo em sua mente, acelerando seu coração. Ela não tinha ideia, do quanto ele ansiava por ela, o quanto a desejava. Ela virou-se novamente ocupada em organizar as roupas em sua pequena mala.

— Talvez você devesse ir pegar algumas coisas para levar também - disse Rose, dando a John um sorriso enquanto ela passava por ele para a cômoda a fim de pegar mais coisas. John observou, quando seus olhos pousaram em Rose, admirando-a enquanto ela se movia no pequeno quarto, catando coisas aqui e ali. Ele ainda estava se acostumando com a facilidade com que seus pensamentos vagueavam quando se tratava de Rose Tyler, ou talvez fosse simplesmente que ele tivesse perdido a sua capacidade de raciocinar com clareza, agora que ele era humano.

Ele resolveu por fim, ir ao quarto e acabou recolhendo algumas peças de roupas em uma mala preta que Rose lhe dera. Ele colocou blusas, shorts, cuecas e alguns livros que havia conseguido para se distrair durante a viagem de trem ate a praia. Ele colocou a chave sônica no bolso da calça e desceu as escadas para encontrar o resto da família Tyler a sua espera.

O motorista os aguardava para leva-los a estação de trem, John estava no banco de traz na janela da esquerda, Tony estava com Rose no meio e Jackie na outra janela, Pete ia à frente conversando absorto com o motorista chamado George sobre futebol, John não gostava desse esporte, na verdade ele apreciava basquete, vôlei e outros, mas não futebol. O caminho ate a estação foi bastante animado, Tony estava bem esperto e não parava de rir e agitar os bracinhos, vez ou outra agarrando fortemente no cabelo Spike de John, ao qual parecia ter tido um apego especial a esse gesto, pois ele ria ainda mais com as caras e berros que John soltava sempre que era surpreendido pelo pequeno. Rose ria cada vez mais sempre que Tony lhe puxava os cabelos, dizendo apenas “não Tony” ou “não pode fazer isso” mas sempre estava sorrindo, o que, na opinião de John, não causava uma advertência severa o suficiente para parar a brincadeira recém descoberta do garoto.

— Você tem as passagens Pete? – pergunta Jackie andando atrás dele.

— Sim, vocês podem ir à frente para a plataforma de embarque, eu vou apenas dar um telefonema antes de embarcar também – dito isso ele saiu já falando com alguém em seu Galaxy S4. Pete sempre trabalhava demais, raramente descansava. Ele estava sempre resolvendo problemas relacionados à Torchwood. Assim como Rose ia sempre a missões e era solicitada para resolver casos relacionados ou havia suspeita de envolvimento Aliens.

Rose puxou John pela mão para entrarem no vagão do trem que partiria as 09h40min daquela manhã. Ela segurava firmemente em sua mão, não que ele estivesse reclamando, longe disso, mas Rose parecia estar bastante acessível a ele agora, apesar de que às vezes, John podia jurar que ela olhava para ele com uma expressão no olhar que era quase “saudade” no rosto, e sempre que ele a pegava o olhando dessa maneira, ela desviava o olhar rapidamente, ruborizada.

A viagem de trem durou apenas uma hora, a qual foi preenchida com historias de Jackie e Rose sobre a casa na praia e a visão magnifica que se estendia ao longo da propriedade Tyler. Quando finalmente chegaram, John parecia exausto, mas não da viagem, e sim de ouvir tanto a voz de Jackie, ele estava temendo acabar sonhando com sua voz aguda em seu ouvido, tagarelando sem parar hoje à noite, seria um pesadelo. Logo desceram ao encontro de um homem que aparentava ter seus quase 50 anos que os aguardava ao lado de um Toyota Hilux SW4 preto. Ele usava calça e camisa de botões azul, mas o chapéu de palha na cabeça foi o que chamou a atenção de John. Rose apenas riu de sua reação.

— Olá senhor e senhora Tyler – disse olhando para Jackie e Pete com Tony nos braços.

— Olá Gales, como esta? – perguntou Pete inclinando-se para entregar uma malinha preta a ele.

— Muito bem senhor – sorriu o homem, mostrando seus minúsculos dentes incrivelmente enfileirados em uma linha reta formosa – senhorita Tyler, como vai? – disse o homem pegando a mala das mãos dela para por no porta malas junto com as demais.

— Muito bem Gales – disse ela e acrescentou –esse é John, ele passará o final de semana conosco – disse ela olhando para John com um sorriso que tirou o fôlego dele, se eles estivessem sozinhos... pensou John maliciosamente antes de estender a mão para o senhor de chapéu de palha sorridente.

— Olá sou John Smith – disse sorrindo torto.

— Muito prazer senhor Smith – cumprimentou Gales lhe dando um aperto de mão firme – o senhor conquistou o coração da jovem Tyler então – disse piscando para John enquanto todos entravam no carro, ninguém estava ouvindo a conversa, o qual deixou John extremamente aliviado – eu pensei que ela nunca fosse deixar aquela expressão deprimida, mesmo quando ela sorria seus olhos eram tristes, espero que você seja a causa dela parecer mais feliz agora – disse ele sinceramente para John. Apesar de conhecer a família de Rose a pouco tempo, ele já sentia um carinho de filha por ela, uma filha que jamais teve.

— Não se preocupe, eu vou cuidar bem dela – ofereceu John simpaticamente.

— Pois bem – disse indo para o lado do motorista – vamos indo, Matilde e Nate estão aguardando ansiosos nossa chegada.

O tempo ate a casa era curto, e John não sabia explicar, mas sentia algo ruim em si, como um sexto sentido que os humanos tanto falavam e se gabavam de ter. ele olhou pela janela, observando como as casas passavam rápido por eles, o carro caíra em um silencio confortável, Tony, cansado de brincar, dormia tranquilamente com Jackie que estava milagremente calada. John ouvia parcialmente Rose, Gales e Pete falarem algo da casa e a mulher e filho de Gales, Matilde e Nate.

Eles entraram em uma rua de areia, afastada da cidade pequena, mudando o cenário de casas antigas para uma vastidão de montanhas e terra. Era bonito o lugar. Eles pararam de repente e John percebeu que haviam chegado. Saindo do carro ele notou o mar que se estendia do outro lado da enorme casa branca. Ele observou a imensidão do mar com admiração e espanto. Tinha memorias de viagens de vários planetas fantásticos e incríveis em sua mente, mas nenhuma tão viva quanto essa a sua frente. Ele estava emocionado, era simplesmente lindo, as ondas se desfazendo na areia branca, a agua azul vivida e brilhante refletindo os raios solares ao longo de toda praia. Era a paisagem mais linda que havia visto, exceto pela pessoa parada ao seu lado. Rose olhava o mar como ele, admirada. Ela olhou para ele, mostrando seu sorriso com a língua nos dentes, ele sorriu abertamente e pegou sua mão, para entrarem na casa.

— Matilde – disse Rose alegremente para a mulher de cabelos meio castanhos, meio grisalhos, de vestido comprido azul claro e avental.

— Oh, olá querida – disse ela abraçando Rose – esse é seu namorado então?

— Eu ahh... – John gaguejou vendo os olhares sobre ele como a velha havia feito essa pergunta inapropriada.

— Esse é o John – disse Rose interrompendo, salvando-o dos olhares curiosos de sua família.

— Seja bem vindo meu rapaz – disse a mulher lhe dando um aperto rápido.

— Onde esta Nate? – Rose disse curiosa olhando em volta da casa. Era um lugar modesto, mas espaçoso, os moveis eram comuns, uma mesa de madeira na sala de estar com algumas cadeiras, uma TV e um sofá. Havia uma escada robusta que levava ao andar de cima e uma porta na lateral esquerda da escada que provavelmente seria a cozinha.

— Oh, você sabe como ele é – sorriu a Matilde – deve estar lá no barco.

— Eu vou guardar as coisas no quarto – disse Rose subindo as escadas.

— Oh, vocês vão ficar no mesmo quarto eu suponho – disse a Matilde se adiantando atrás de Rose.

— Oh, isso vai ser interessante – disse Jackie olhando seria para Rose.

— Vamos lá John? – Rose o chamou para acompanha-la.

O andar de cima não era muito diferente do de baixo, um corredor estreito com três portas brancas de madeir. Matilde abriu a primeira da direita e adentrou, dando passagem a eles logo em seguida. John colocou a mala em cima da cama de casal e olhou em volta. Era um quarto simples, mas aconchegante, havia uma janela aberta com vista para o mar, as cortinas azul claro balançando com a brisa leve, uma cômoda rústica com um pequeno abajur de porcelana perto da cama e um guarda roupa grande e vinho, também rústica.

— Você não perde tempo me arrastando pro quarto não é? – disse John para Rose quando notou que Matilde os havia deixado a sós. Rose riu alto, mas estava vermelha com a ousadia da declaração.

— Nem em seu sonho mais selvagem – disse ela olhando pela janela. Ela avistou um garoto com um pequeno barco a motor na praia e levou John para irem ate lá ao encontro de do garoto.

— Nate – exclamou Rose saltando a frente e abraçando o garoto loiro de olhos castanhos alto e magro.

— Rô – disse o menino que parecia ter seus 15 anos sorrindo ainda no abraço.

— Esse é John – disse apresentando-os – podemos dar uma volta?

Eles saíram no pequeno barco, Rose sempre sorrindo e conversando com Nate sobre o tempo que passou desde que tinham se visto, ela achava ele um ótimo garoto, engraçado e sincero, algo como um irmão pra ela. John por outro lado olhava atentamente para a agua, suas duas mãos agarradas a borda onde se sentava firmemente. Rose percebeu seu olhar angustiado.

— Medo de se molhar? – disse ela tentando não rir.

— Não sou muito fã disso na verdade – disse tentando aliviar a tensão que ele exalava, mas o barco deu um leve solavanco e ele se agarrou ainda mais forte. Rose riu de sua expressão.

— Mas nós estamos sobre a agua, você não vai se molhar... – mas sua frase foi interrompida quando avistaram outro pequeno barco afundando e um homem acenando os braços pedindo socorro. Eles o ajudaram a subir, e o homem tremendo falou que havia algo na água, que puxou seu companheiro para o fundo. Rose e John trocaram um olhar preocupado e levaram o homem confuso para a praia novamente. John sentiu que precisava investigar, mas não queria se esgueirar numa aventura no mar ainda. Apesar de que ele estava louco para saber o que sua chave de fenda sônica faria embaixo d’água...

Eles legaram para a policia, afinal era o logico a se fazer. Jackie chamou Rose para levar Tony para a agua, ela estava com uma terrível dor de cabeça e Pete estava enfurnado com o notebook em trabalho Torchwood.

John vestiu um short de tactel azul escuro a contragosto. E esperou Rose na praia com Tony nos braços. Ele quase deixou a criança cair no chão quando avistou a humana vestindo um lindo biquíni rosa com detalhes pretos. Ela estava ainda mais linda que nunca. Ele sentiu seu coração errar uma batida quando ele a segui com os olhos enquanto ela se aproximava dele e pegava Tony. Ele era tinha muita sorte só de ter Rose Tyler ao seu lado.

— Você esta linda – falou para ela que corou rapidamente, as mãos afrente do corpo com vergonha.

— Ann, obrigada – disse ela meio sorrindo de lado e dando uma avaliação em John também, ela perdeu um pouco o folego enquanto olhava seus braços e peito nus a sua frente. Era realmente uma visão de tirar o fôlego.

John observava rose brincar com Tony na água. Ele ria e agitava as perninhas espirrando água para todos os lados enquanto Rose sorria e o erguia só para baixa-lo novamente rindo de seu gesto. Ate que ele se cansou e ela o entregou a John para mergulhar na água. Ele observou sorrindo, mas logo seu sorriso se desfez quando achou o jeito que ela se mexia estranho. Ela estava se afogando. Ele soltou Tony na areia com cuidado e correu para o mar. Esquecendo totalmente sua aversão a água.

Ele a baixou rapidamente na areia da pequena enseada inconsciente. Ele colou o ouvido em seu peito tentando ouvir tanto sua respiração quanto seu batimento cardíaco e ele decidiu partir para o RCP (ressuscitação cárdia pulmonar), estava prestes a lhe soprar uma lufada de ar pela boca quando ela engasgou, cuspindo água e piscando freneticamente os olhos úmidos, tentando voltar a respirar. Ele a ajudou a sentar e limpou um pouco da área de seu rosto. Seus olhos estavam imensamente vermelhos. John podia não ter perdido Rose de verdade, eram apenas memorias, muito distantes e turvas, que nem se quer eram dele de verdade. Mas a dor da perca de sua linda humana rosa e amarela era real e muito dolorida. Sua? De onde ele havia tirado que Rose Tyler lhe pertencia? Ele não achava que a merecia, se quer pensava na possibilidade de ela lhe aceitar completamente algum dia, seria algo inalcançável para ele. Ela era jovem, linda e cheia de vida, podia, não, merecia, algo muito melhor do que uma copia criada por acidente em uma batalha.

— Algo puxou meu pé... – disse ainda tossindo. Agora sim ele necessitava investigar isso mais a fundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

mereço algum comentario??