Catherine abriu a porta e adentrou o corredor mal iluminado da sede da Ordem, trancou a porta a suas costas e foi na direção da cozinha.

Encontrou a Senhora Weasley saindo do cômodo carregando muitas roupas lavadas.

“Bom Dia Senhora Weasley” a garota cumprimentou cordialmente “gostaria de uma ajuda?” perguntou.

“O que seria de mim sem você Catherine?” a mulher comentou com um sorriso amável “você poderia levar essas roupas para o quarto do Harry  e do Rony? Se não for um incômodo?”.

“Claro que posso” Catherine respondeu fazendo as roupas levitarem ao seu lado “mas alguma coisa em que posso ser útil?” indagou com um sorriso amável forçado, que sempre convencia a Senhora Weasley.

“Avise Rony para vim escolher as cores do pijama dele, e para trazerem as listas de materiais, você já comprou os seus Cath?” ela indagou enquanto subiam as escadas juntas.

“Oh! Sim... Eu já cuidei disso” ela contou sorrindo “imagino que tenho de virar para este lado não?” completou apontado para onde levava para o quarto dos garotos.

A garota caminhou até chegar à porta do quarto, ouviu vozes conhecidas e abriu a porta. No quarto estavam Fred e Jorge que a encaravam sorridentes e Hermione, Rony e Harry que a encaravam surpresos.

“Catherine! O que faz aqui?” Harry foi o primeiro a tomar a palavra.

“Sua mãe me pediu para deixar isso aqui” ela respondeu dando de ombros enquanto deixava as pilhas de roupas na cama mais próxima “E ela também disse para vocês darem suas listas de matérias e alguma coisa sobre o Ronald ir escolher a cor do pijama”.

“Eu não quis dizer isso! Quero dizer o que você faz aqui! Na sede da Ordem” Harry explicou estressado.

“Você não sabia, Harry? A Cathzinha aqui é membro da ordem” Fred contou apoiando um braço nos ombros da garota.

“Chame-me de Cathzinha novamente e você não sobreviverá para rever Hogwarts” ela ameaçou séria.

“Desculpa” o garoto pediu se afastando um pouco dela enquanto retirava o braço dos seus ombros.

“Você sabe que perdão não existe no meu vocabulário” ela respondeu ríspida.

“Você sabia, Cath? Rony e Hermione são os novos monitores de Hogwarts” Jorge anunciou para mudar de assunto.

“Hm... então vocês serão meus escravos este ano...” ela comentou com um sorriso maligno.

“Como assim escravos?” Hermione indagou sem entender.

“Você está olhando para a Monitora-Chefe deste ano” Catherine contou arrogante.

“Harry, quer trocar de lugar comigo?” Rony perguntou com medo da garota.

“Como assim é da Ordem?” Harry perguntou do nada ignorando o amigo.

“Eu participo das reuniões, tenho missões e sei de tudo o que está acontecendo, ao  contrário de você” ela falou dando de ombros.

“Cath precisamos da sua ajuda para o Kit Mata Aula” Fred e Jorge interromperam e cada um segurou num braço da garota e aparataram.

Apareceram em um quarto muito parecido com o de Harry e Rony, duas camas e um armário, para os padrões dos gêmeos o quarto estava em ordem... Em ordem até demais.

“Eu falei se queria ou não vir com vocês?” Cath prenunciou assim que chegou levemente irritada.

“Mas nós precisamos de ajuda com a Nuga Sangra Nariz” Jorge contou.

“Você sabe que nós não pediríamos a tua ajuda se a coisa não estivesse preta” Fred completou, mas ao ver que ela ia sair “ Espere! Cath! Precisamos de você!” exclamou segurando o braço dela.

“Tudo bem, eu ajudo vocês, mas vou querer 30% dos lucros” ela concordou e se virou para os gêmeos.

Jorge abriu o guarda-roupa e tirou um fundo falso, onde um pequeno depósito estava, e pegou uma pequena caixinha e jogou para a garota.

Ela soltou o seu braço da mão de Fred, abriu a caixa e viu os doces, pegou um, o analisou, cheirou, fatiou, queimou...

“O que vocês pensam que estão fazendo? Quem comer isso aqui terá uma hemorragia grave!” ela exclamou “É o seguinte: vocês têm de separar o sangue de dragão em três compostos, pegar o mais amarelado, colocar 2 gotas na fórmula, isso vai fazer o nariz sangrar o necessário para se sair da sala e conseguir comer o antídoto sem adquirir uma anemia” explicou “mas lembrem-se, 2 gotas para cada 30 balas”.

“Só isso?” eles perguntaram batendo com a palma da mão em suas testas inconformados.

“Posso sair agora?” ela indagou entediada.

“Não!” eles negaram “você vai ficar quietinha aí nos ajudando a dar os retoques finais no Kit!”.

“Tanto faz...”

Na manhã seguinte, Catherine acordou com extraordinário bom humor, tomou um café da manhã rápido, colocou uma camiseta, uma calça jeans e um tennis, pegou o malão e aparatou.

Apareceu num beco vazio e começou a andar, o malão fazia barulho ao passar pelas pedras da rua, enquanto a garota percorria as duas quadras restantes até à Estação King Kross.

A garota olhou para os lados e logo após encarou a parede à sua frente, era a parede que divisava e indicava as plataformas 9 e 10. Respirou fundo e foi de encontro a parede, porém ao bater na superfície dura, ela a atravessou como se fosse uma fina cortina.

Ela observou as famílias se despedindo... Com beijos, abraços, algumas mãe até choravam... Tantas coisas afetivas e... Inúteis.

Catherine rolou os olhos e embarcou no trem, ela deveria ir para a cabine dos monitores assim que desse onze horas, mas ainda era dez e vinte, ela tinha tempo.

 Abriu a porta da cabine que sempre viajara desde o primeiro dia de aula e viu os cabelos pratas com as pontas rosa escuros de Samanta.

“Chegou cedo” Cath comentou enquanto colocava o malão no bagageiro.

“Meus pais estavam loucos para se verem livres de mim” a outra contou encarando a janela.

“Então, cuidou DAQUELE assunto?” Catherine indagou enquanto se sentava na frente dela.

Neste momento a porta da cabine se abriu e Juliane, Audrey e Lina entraram.

“Dia” Lina cumprimentou prendendo seus cabelos castanhos claros num rabo de cavalo alto.

“Dia” as demais responderam.

Juliane se sentou do lado de Cath, já Lina se sentou do lado de Sam, e Audrey, com seus cabelos pretos com mechas verdes, do lado da castanha.

“Cath, John me pediu para contar-lhe que ele já está no Japão e já começou a sua missão” Juliane informou.

“E quanto a vocês?” Catherine indagou as demais.

“Minha mãe deu a autorização, nas férias de natal irei inclusive para lá procurar uma casa” Sam contou arrogante.

“Meus pais são contra, mas tenho dinheiro suficiente para ir para lá e alugar uma casa enquanto cumpro a missão” Audrey falou entediada.

“Eu já tenho uma casa lá, posso ir quando quiser, então já pude começar a missão estas férias” Lina explicou alegremente.

“Meus pais adoraram a idéia, e estão vendo um lugar para mim ficar” Juliane foi a última a contar.

“Hey! Cath, se Você-Sabe-Quem voltou, não deveríamos nos juntar a ele?” Samanta indagou.

“Sam... Para que juntar-se a um líder que já perdeu a guerra uma vez? Não seria mais lógico nos fortificarmos e apenas assistir a guerra que virá?” Cath questionou.

Todas ficaram quietas... Como se diz, quem cala, consente,  Catherine e Samanta se levantaram e saíram da cabine, tinha dado onze horas, e as monitoras deveriam ir ao vagão dos monitores.

Samanta abriu a porta da cabine dos monitores, que ocupava metade do primeiro vagão, e deixou Catherine passar.

Todos os monitores novos estavam lá, e alguns dos monitores dos sextos e sétimos anos.

“Bom dia a todos” Catherine cumprimentou “todos sentados, por favor” pediu com um sorriso simpático, regra número um de um bom chefe: Passe uma boa primeira impressão.

Todos obedeceram, embora ela estivesse sendo simpática, desobedecer à Catherine, não era uma coisa muito saudável de se fazer.

“Iremos todos esperar os demais monitores chegarem para que eu possa passar as instruções do ano”.

Não demorou muito para todos chegassem à cabine, os monitores do sétimo ano estavam mais ao fundo, os do sexto mais no centro e os do quinto mais a frente.

“Gostaria de começar dizendo bem vindos à vida de monitores” Cath começou com um sorriso educado “Eu, como vocês devem ter percebido sou a Monitora-chefe deste ano e por isto vou deixar bem claro uma coisa”.

Ela deu uma pousa para encarar cada um dos presentes “Não admito negligencias, não quero saber de quebra das regras por parte de qualquer um de vocês, tratamento especial para amigos é proibido, vocês são os monitores e tem o DEVER de zelar pela ordem”.

“Olha quem fala, a amiga dos Weasley” Pansy Parkison, a monitora do quinto ano da sonserina, ironizou.

“Pansy... Eles não são meus amigos, que isto fique bem claro, eu não hesitaria em deixá-los de detenção e eles sabem muito bem disto” Cath retrucou gélida “Vou deixar uma coisa clara a todos vocês: Este ano quem manda sou EU”.

“Isso não é abuso de poder?” Hermione reclamou.

“Isto, se chama colocar ordem, monitores estiveram apenas esbanjando de seu poder por todos os anos da escola, a ordem precisa ser reinstalada em Hogwarts” Cath parou ao reparar na cara de incompreensão de muitos “Este ano muita coisa irá mudar”.

“O que você quer dizer com isso?” Draco, o outro monitor do quinto ano da sonserina, indagou preocupado.

Catherine soltou uma risada sarcástica antes de anunciar séria “isso significa que haverá mais patrulhas, mais detenções e mais ordem”.

Catherine começou a falar os direitos e deveres dos monitores, o que podiam e o que não podiam fazer.

“E por fim” ela começou e respirou fundo “no final de cada patrulha deverão me contar qualquer coisa suspeita que virem ou ouvirem” ela finalizou solenemente.

Samanta deu uma risadinha discreta antes de se perguntar “podemos voltar às nossas cabines agora?”.

“Os monitores do sétimo e sexto ano podem retornar, os do quinto terão de fazer a patrulha nos corredores por duas horas” a morena anunciou e esperou todos saírem da cabine.

Todos saíram com exceção de Draco Malfoy.

“Quer falar algo?” Catherine indagou encarando o loiro, observando o misto de receio e dúvida em seus olhos azul-acinzentados.

“O que você pretende?” ele indagou com um surto de coragem.

“Draco... Draco... Draco... Eu não lhe devo satisfações” ela respondeu gélida e saiu, deixando o garoto sozinho.

A viajem seguiu sem grandes imprevistos, apenas Cath discutindo os planos para este ano com seus ‘amigos’. O trem finalmente parou e desembarcaram na estação, o grande castelo se via a poucos quilômetros.

Mais um ano começaria, e com ele, aventuras, segredos e, talvez, mortes.