Catherine acordou aquela manhã com o barulho estridente do despertador de Lina, havia dormido em cima do livro que lia, e sua mão ainda segurava a pena que usara para fazer anotações.

Passara a última semana se dedicando à descobrir mais sobre a tal Pedra Azul e acabou de descobrir que o que estava no livro era a mais pura verdade.

Levantou-se e foi para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, depois vestiu seu uniforme e colocou todos os livros dentro do malão, bem em baixo das roupas para ninguém sentir nem o cheiro dos livros. Pegou o seu material e saiu do quarto acompanhada por Lina, Audrey e Juliane.

“Reunião na hora do almoço” a morena murmurou enquanto fingia amarrar o cadarço.

As aulas daquela manhã passaram numa demora impressionante e tediosa, eram as últimas aulas antes dos NIEMS e os professores não falavam de outra coisa. Em breve as famosas provas começariam e os professores cuidavam para dar toda e qualquer dica que julgassem útil.

Catherine porem passou as aulas com o pensamento bem longe da escola, apenas tentando encaixar todas as novidades que apareceram em seus planos.

No almoço Catherine pegou os livros que havia escondido em sua mala e foi para a sala de Dumbledore, depois de checar se ninguém a seguia.

Sentados em cadeiras na frente da mesa do diretor estavam Sam, Lina, Audrey, Juliane e Draco.  Cath primeiro foi até a biblioteca do diretor e devolveu os livros a seus devidos lugares, depois se sentou na cadeira que Dumbledore costumava usar.

“Sam, lance um feitiço para que os quadros não nos ouçam e dê um jeito para que eles não vejam nada também” Cath ordenou enquanto colocava os pés em cima da mesa de Dumbledore.

Sam acenou em concordância e começou a andar pela sala murmurando algumas palavras bem baixo e a cada quadro pelo qual ela passava uma cortina e era conjurada e cobria toda a visibilidade do ex-diretor que o ocupava.

“Tudo certo” ela anunciou se sentando novamente “nós podemos gritar que eles não vão ouvir”.

“Perfeito” a morena comentou “estão todos cientes das suas posições no próximo ano?”.

“Sim, já estou com tudo pronto, e meu pai até me arranjou ótimos contatos por lá” Audrey se gabou.

“Eu vou ficar na casa do senador da magia de lá, sabe como é ele deve alguns favores pro meu pai” Lina gabou-se mais arrogante do que nunca.

“Eu já sou fluente em chinês e arranho nas outras línguas” Juliane  garantiu sorrindo “e John me disse que sua parte da missão é mais que um sucesso”.

“John sempre conseguiu resolver as coisas rápido” Cath comentou com um sorriso “Samanta e quanto a você?”.

“Ficarei hospedada convenientemente na casa ao lado do assessor do Ministro” Sam garantiu cheia de pompa.

“Ótimo, Malfoy como vão as aulas de Oclumência?”.

“Vão tão completamente bem que nem eu mesmo conseguiria ver através da minha mente” ele contou estufando o peito.

“Cath, o Draco não iria precisar de uma máscara também?” Sam indagou curiosa lembrando-se que apenas elas tinham máscaras.

“É mesmo, porém receio que ele não irá precisar dela por hora, talvez quando o plano base estiver mais adiantado vocês poderão cuidar desse detalhe” Cath falou pensativa.

“Realmente, seria difícil de explicar para o meu pai se ele visse a máscara” Draco concordou com sensatez.

“Também precisaremos de mais pessoal, apenas nós não será o suficiente, não acha que deveríamos recrutar mais alguns do sétimo ano?” Lina opinou pensativa.

“Não, aqui tem muita gente fiel ao Lorde das Trevas ou ao Dumbledore, não seria seguro” Audrey ponderou.

“Precisaremos sim de mais pessoal, mas isso é parte de sua missão consigam seguidores por onde forem” Cath anunciou sorrindo “garantam a lealdade deles, atraiam pelo ego, ganância, o que for alimentem seus pontos fracos que qualquer um irá obedecer-nos”.

“Nossa missão será constituída basicamente de fazer isso não é mesmo?” Sam perguntou retoricamente “a primeira fase pelo menos é isso” concluiu logicamente “não se preocupe Cath, nós vamos conseguir”.

“Já que é assim, podemos dar por encerrada a reunião” logo depois de dizer isso todos saíram da sala cautelosamente enquanto Cath desfazia os feitiços que Sam colocou nos quadros.

Saiu com mais cautela que nunca ignorando as reclamações dos antigos diretores. Assim que pisou no corredor Draco apareceu.

“Catherine tem certeza que isso dará certo?” ele indagou receoso.

“Diga-me quando Catherine Black Riddle esteve errada?” Catherine retrucou com uma risada debochada “só utilize a Oclumência e atue como nunca atuou na vida”.

“Catherine Black Riddle?” uma voz foi ouvida atrás da garota “Cath, seu sobrenome não era Bibble?”

“Weasley, você achou mesmo que alguém que foi criada por trouxas ser agente dupla? Você achou mesmo que entrar para o time de Voldemort era tão fácil a ponte de uma garotinha de dezessete anos entrar facilmente?” Catherine ironizou virando-se para encarar o garoto “não me diga que você é tão ingênuo”.

“Você é inteligente e poderosa, dá para deduzir que para você seria fácil fazer isso” ele murmurou.

Catherine soltou uma risada cheia de escárnio “só vocês grifinórios sempre acreditando no lado bom das pessoas, pois vai um esclarecimento: Black, de Belatriz Black, mais conhecida atualmente como Belatriz Lestrange. E Riddle, de Tom Servolo Riddle, mais conhecido atualmente como Lord Voldemort” ela explicou com um sorriso maldoso.

“Quer dizer que você é filha DELE?” Fred gritou irritado “Justamente de Você-Sabe-Quem?” perguntava para conferir se era mesmo verdade.

“Exato, eu sou filha do maior bruxo das trevas da história e estou na Ordem da Fênix, irônico, não?”

“Ou você está na Ordem e vendendo informações para o seu papai” ele descontou visivelmente consternado “por que você escondeu isso todos esses anos?”.

“Porque se todos descobrissem de quem eu sou filha eu teria problemas, então seria muito gentil de sua parte não contar para ninguém” ela respondeu  dando um sorriso enviesado.

“E o que te garante que eu não vá contar para ninguém?” Fred tentava manter um tom desafiador tanto na voz quanto no olhar.

Catherine se aproximou um pouco mais dele e colocou o dedo no emblema da grifinória “porque você acredita que beeeeem lá no fundo eu sou uma pessoa boa” ela escorregou o dedo até o pescoço dele “porque você verdadeiramente acredita que eu sou sua amiga” ela inclinou o rosto até seus lábios estarem próximos à orelha dele “porque você, assim como aquele velho acredita que eu sou capaz de... Amar” ela sussurrou e se afastou alguns passos dele “é por isso que eu sei que você não contará para ninguém, porque você sabe que trará problemas para a Ordem se você contar”.

“Moody estava certo, você é mesmo má e sem coração” ele começou e a encarou “concordo com ele sobre tudo, principalmente a parte de não se poder confiar em você” ele deu meia volta e saiu.

“Você acha que ele vai abrir a boca?” Draco perguntou por fim.

“Não, ele é bom demais para isso, o coração mole não lhe permite” ela respondeu dando uma risada sarcástica.

“E porque você chegou tão perto dele?”.

“Malfoy, aprenda uma coisa, a maior e mais poderosa arma que uma mulher pode usar é a sedução”.

“Mas para que seduzir justo um traidor do sangue?”

“Não é óbvio? Enquanto ele sentir algo por mim ele não abrirá o bico” Cath se virou para ele “Draco, aprenda que sedução, manipulação, chantagem e enganação” conforme ela ia dizendo 4 cartas de baralho apareceram na sua mão “são todas cartas do mesmo jogo, que juntas” ela colocou as quatro cartas uma atrás da outra e fechou a mão nelas “lhe garantem a vitória” e dizendo isso ela abriu a mão e na sua palma estava uma ficha usada para apostas altas no poker.

Catherine jogou a ficha para cima e Draco a pegou no ar, observando o pequeno objeto de plástico verde em que se lia em letras douradas ‘vitória’.

“Lembre-se bem disso quando estiver com a Sam” ela comentou rindo sadicamente.

“Catherine, depois que o plano começar, quando eu poderei ver a Sam?”.

“Tudo à seu tempo, garoto” ela falou calma e eles começaram a andar em direção à Sala Comunal.