Wanted You More escrita por Rocker


Capítulo 13
Capítulo 13 - Missing You


Notas iniciais do capítulo

Está cada vez mais difícil escrever essa fanfic, mas não irei abandoná-la. Vou simplificar muita coisa e tudo vai acontecer muito rápido, mas é necessário.



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I heard that you've been
Self-medicating in the quiet of your room
A sweet suburban tomb
An if you need a friend
I'll help you stitch up your wounds

Capítulo 13 - Missing You

Envolvendo seus braços na cintura de Edmundo, Lena decidiu que ele a guiaria. Ela não tinha a menor ideia de para onde ele a levava, então de nada adiantaria um cavalo apenas para si. Suspirou, pensando no quanto gostaria de ter toda a sua memória recomposta. Estar nos braços dele era maravilhoso, mas ela se sentia muito desconfortável ao pensar que nem todos os momentos vividos pelos dois estava guardado em sua mente. Lena faria de tudo para poder recuperá-los.

Sentiu a mão de Edmundo sobre as suas e percebeu que havia estreitado seus braços ao redor dele sem se dar conta disso. Tentou afrouxá-los, mas a mão de Edmundo impediu.

– Está tudo bem, Lena? – Edmundo virou o rosto e gritou por sobre o ombro para que a garota escutasse.

– Mais ou menos. – ela admitiu. – Eu só queria ter todas as lembranças de volta, e não apenas alguns fragmentos.

Edmundo suspirou. Sabia que mais cedo ou mais tarde ela pensaria em algo assim. Ele estava fazendo o possível para ajudar, mas talvez houvesse apenas um jeito de recuperar tudo e esse pensamento o assombrava. E se para recuperar todas as memórias fosse necessário matar a mãe de Lena?

– Quer tentar recuperar mais algumas agora? – ele perguntou, e esperou uma resposta da garota.

Lena pensou durante alguns segundos, mas já sabia a resposta antes mesmo de ter ouvido tal pergunta.

– Quero sim.

Edmundo virou-se novamente para a frente e puxou a correia do cavalo, que parou depois de mais alguns metros.

– Está tudo bem, Majestade? – o cavalo perguntou com a voz grossa, virando a cabeça levemente.

– Está sim, Felipe. Vamos fazer uma pausa para comer. – respondeu Edmundo, enquanto pulava da sela e ajudava Lena a descer.

Lena tirou a mochila de suas costas e se sentou escorada em uma árvore. Abriu a mochila e tirou dali uma maça.

– Hey, Felipe! – chamou a atenção do cavalo, que deixou de procurar por algo para comer entre as folhas do chão para olhar Sua Majestade. – Isso é pra você. – e jogou a maça em direção ao cavalo, que engoliu-a com destreza.

Edmundo sentou-se ao lado de Lena e pegou outras duas maças na mochila, oferecendo uma delas à garota.

– Não estou com fome. – ela afirmou.

– Mas precisa comer, Lena. – ele insistiu, e a garota finalmente cedeu.

Comeram em silêncio durante alguns minutos, cada um perdido em seus próprios pensamentos, até que Lena se pronunciou.

– Como recuperar mais uma memória?

Edmundo abriu um sorriso enigmático.

– Eu me lembro desse lugar. Houve um baile em Cair Paravel, que havia sido organizado por Lúcia, mas no meio do baile vários lobos invadiram o castelo. – ele começou a contar, parecendo perdido em pensamentos. Lena ouvia tudo atentamente, tentando absorver o máximo possível de detalhes. – No dia não sabíamos porque invadiram, pensávamos que era para tomar o lugar, mas depois descobrimos que estavam atrás de mim e você.

– Por quê? – ela interrompeu antes que se desse conta.

– Ao que parece, nós dois participávamos da profecia que a destruiria de vez. Depois do ataque, resolvemos ir para o refúgio da Mesa de Pedra. Bem aqui, nesse exato lugar, você havia discutido comigo.

Lena franziu o cenho. – E por quê eu fiz isso?

Edmundo riu baixinho, lembrando-se de como ela havia sido fria com ele. E com razão.

– Eu estava te irritando bastante, até que você estourou e quase gritou comigo. E foi aqui também que você literalmente caiu em meus braços.

Lena corou fortemente e evitou olhar diretamente nos olhos do garoto.

– Como assim eu caí em seus braços?!

Edmundo abraçou os ombros de Lena, aconchegando-a contra si e apontou para um galho de uma árvore não muito longe.

– Você tinha ido com Ripchip checar um barulho que ouvimos. – ele contou. – Quando voltavam, ele estava falando alguma coisa que a desconcentrou e você pisou em falso quando foi pousar naquele galho. Eu consegui te segurar antes que caísse no chão. E, no mesmo dia, à noite, eu me lembro bem que você havia sumido e nos deixado aqui. Eu tinha ficado muito preocupado quando eu te vi indo, até que no dia seguinte você apareceu no refúgio com Caspian.

Ficaram alguns segundos em silêncio, até que Edmundo se virou para Lena e perguntou. – Acha que consegue se lembrar?

– Posso tentar. – ela disse, fechando os olhos para se concentrar.

Edmundo puxou-a contra seu ombro e esperou que o corpo dela relaxasse. Tentou não se assustar quando ela pareceu estar fora de órbita. Lena sentiu um turbilhão de fragmentos invadi-la. Talvez até mais do que espera pela pequena narrativa de Edmundo.

.

Edmundo percebeu que passara do limite quando ela parou num solavanco. Ele mordeu o lábio inferior, esperando o que vinha a seguir. Lena virou-se para ele de repente com tanta brutalidade e rapidez que seu capuz caiu sobre os ombros, revelando sua careta furiosa.

Edmundo deu um passo atrás, arrependendo-se profundamente por ter irritado-a.

– Olha aqui, reizinho. – disse Lena, apontando para o peito dele. Edmundo sempre ouvia esse apelido sair dos lábios dela com carinho, ironia, sarcasmo. Até gostava. Mas assustou-se quando desta vez saiu com uma nota forte de raiva. – Se quiser volta, que volte! Mas eu preciso vir por aqui. Se quiser levar os outros por outro caminho, leve. Mas eu continuo por aqui.

Ela virou-se de volta, sem se dar trabalho de levantar o capuz de volta. Respirou fundo, tentando se acalmar. Não vai adiantar nada gritar com ele, repreendeu-se mentalmente.

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– Com todo o respeito, mas penso que o Rei Edmundo pode... – começou Rip, mas não continuou receoso da reação da rainha.

– Ele o que, Rip?! – perguntou Lena, desesperada pela resposta. – Pelo amor à juba de Aslan, diga!

Ripchip suspirou, derrotado. Já podiam ver os outros, então se falasse teria que ser rápido.

– Acho que o rei pode estar apaixonado pela senhorita. – respondeu.

Lena arregalou os olhos, empalidecendo, e, no susto, escorregou do galho alto de onde saíra para checar a origem do barulho. Estava em queda, com Rip gritando ao seu ouvido e sua concentração em modelar o ar de nada adiantando.

Fechou os olhos bem apertados, esperando o impacto em suas costas deixá-la sem movimentos.

Edmundo, que observava ansioso pela volta de Lena, viu quando ela estava quase pousando no galho e acabou escorregando, assustada com algo que Rip lhe falara. Seu coração se apertou ao perceber que ela estava caindo direto para o chão. Por que ela simplesmente não voa?!, perguntou-se. Correu até ela e a segurou nos braços, tomando cuidado para que não caísse também. Edmundo percebeu que a menina permanecia de olhos fechados.

Lena abriu os olhos devagar quando não sentiu seu corpo se chocar contra o chão. Quando os abriu por completo, eles foram presos por um par de orbes escuros que a encaravam preocupado e desesperado.

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Sentiu o calor do fogo aquecer-lhe a pele dos braços exposta e sorriu. Não se permitia utilizar suas habilidades facilmente, mas quando se é noite e o frio está quase congelando o cérebro, ela poderia fazer esse simples favorzinho aos outros.

– Lena. – a menina ouviu a voz de Edmundo chamar-lhe.

Virou a cabeça levemente para a esquerda e encontrou Edmundo dormindo profundamente ao seu lado. Ele falou meu nome enquanto dorme!, alegrou-se internamente.

Decidiu, por fim, que já estava na hora.

Levantou-se calmamente para não acordar ninguém. Retirou a bainha da adaga do cinto e a depositou perto de Edmundo – perto o suficiente para que ele não deixasse de vê-la.

Era adaga que ele usara para salvá-la de um guerreiro de argila que atacava. No dia em que ele a chamava para ser sua acompanhante no baile.

Lena se inclinou levemente e pressionou delicadamente seus lábios no dele – coisa que sabia não ter coragem caso ele estivesse acordado.

Sorrindo, pegou a capa cinza, levantou o capuz e levantou voo.

O que Lena não sabia, porém, era que quando se levantara, remexera o ar forte o suficiente para que Edmundo acordasse, sentisse o beijo doce que recebera e vira-a alçar voo em direção a Telmar.

.

Lena abriu os olhos, ofegante. Não conseguia respirar, e puxava fortemente o ar pela boca. Edmundo estava a chacoalhando, extremamente preocupado. Todas as vezes que a mente dela viajava pelas lembranças, ela parecia apenas fora de órbita. No momento, porém, ela estava inquieta, com os olhos revirando.

– Lena, Lena, fala comigo! Lena! – ele tentava acordá-la, mas parecia impossível. Ela parecia cada vez mais inquieta. – Felipe! – ele voltou-se para o cavalo, pegando uma tigela na mochila e colocando entre os dentes de seu cavalo. – Busque água, por favor! – Lena se remexeu novamente em seus braços. – Depressa!

De repente Lena perdeu a consciência novamente e se aquietou. Edmundo ainda permanecia preocupado, mas percebeu que a situação havia se amenizado ao menos um pouco. Se recostou no tronco da árvore e ajeitou Lena deitada com a cabeça em seu colo. O clima começava a esfriar à medida que o céu escurecia. Eles haviam passado muito tempo na cavalgada até ali, e com certeza não poderiam prosseguir naquele dia. Teriam que esperar o dia seguinte. Edmundo tirou a blusa mais grossa que vestia, ficando apenas com uma fina camisa branca, e cobriu Lena para que ela não sentisse frio. Permaneceu acordado até mesmo quando o cavalo chegou e molhou um pouco a boca de Lena com a água.

– Não está com frio, senhor? – perguntou Felipe.

– Estou bem. – respondeu o moreno, mesmo quando um vento gelado cercou-os e ele se arrepiou. – Minha maior preocupação é Lena.

O cavalo observou a menina inconsciente e viu a paixão nos olhos de seu senhor toda vez que ele a olhava.

– Ela vai ficar bem, Majestade. – o cavalo garantiu. – Ela é forte e quando ela acordar farei o possível para levá-los ao refúgio.

Edmundo levantou a cabeça, admirado e surpreso. Lembrava-se de seu cavalo durante o reinado em Cair Paravel. Nunca falava muito e nunca, em hipótese alguma, havia se tornado amigo o suficiente dele para lhe dar concelhos.

– Obrigado, Felipe. Mesmo. – o moreno agradeceu e voltou a observar sua garota.

Esperava que ela estivesse realmente bem.


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