Wanted You More escrita por Rocker


Capítulo 1
Capítulo 1 - Far Away


Notas iniciais do capítulo

Continuação de Rainha do Futuro, então para entender o contexto, deve necessariamente lê-la:http://fanfiction.com.br/historia/321993/As_Cronicas_De_Narniaa_Rainha_Do_Futuro/Não esqueçam de deixar reviews, só assim eu posto o próx!



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Even though she doesn't believe in love
He's determined to call her bluff
Who could deny these butterflies?
They're filling his gut

Capítulo 1 - Remembering Sunday

Lena sentia-se realizada. Estava, finalmente, nos braços daquele ama. Os lábios de Edmundo eram macios e urgentes contra os seus, como se a cada segundo desse beijo abrasador não fosse o suficiente. Mas era apenas a sensação que permanecia no coração de ambos. Lena permanecia com os dedos na nuca de Edmundo, bagunçando-lhe os fios negros, enquanto ele puxava-a pela cintura para mais perto de si. Edmundo sentia um calor irradiando dentro de si, sabendo que o ar estava prestes a se acabar.

Mas não queria quebrar o beijo. Não agora que era real depois das décadas que tivera que esperar.

Desceu uma das mãos até a coxa da menina e apertou-lhe sobre o vestido, fazendo-a gemer sobre seus lábios. Lena jamais se sentira tão viva. Sem conseguir se controlar, passou suas pernas pela cintura dele. Edmundo a prensou contra uma arvore e a segurou pelas pernas, sabendo que o vestido da menina não facilitaria.

O oxigênio, por fim, tornou-se mais que necessário.

Edmundo afastou-se dos lábios já vermelhos e inchados da menina. Inspirou o ar gélido da noite e, ainda sentindo o álcool escorrendo por seu sangue, investiu beijos, mordidas e chupões contra o pescoço da menina, fazendo-a arquear por ser uma área jamais explorada antes por qualquer um. Lena permaneceu de olhos fechados, aproveitando a sensação de ter os lábios quentes de Edmundo sobre sua pele nua. Segurou-se firmemente na camisa dele com uma das mãos, enquanto arranhava levemente sua nuca cada vez que ele mordia sua pele clara.

– Vão procurar um quarto, droga! – gritou Pedro, de uma sacada do segundo andar. Estava claro que ele, Lúcia e Caspian não perderiam por nada o reencontro do casal.

Edmundo assustou-se e se soltou de Lena em um pulo. Ela foi escorregando pela arvore e, antes que caísse no chão, sentiu as mãos firmes de Edmundo segurando-a pela cintura. Ele olhou rapidamente para o irmão e, bufando, enterrou a testa na arvore, prensando Lena contra a mesma.

– Mas que droga! – reclamou o moreno.

Lena riu, apoiando a cabeça no ombro dele e depositando um beijo em sua orelha. Edmundo arrepiou-se sobre o toque puro e inocente. Quase se esquecera de que tinha plateia. Quase.

– Dá pra se acertarem logo? – cobrou Pedro.

Lena riu novamente, sentindo toda a tensão de seu corpo se esvair. Edmundo tencionou os músculos, apertando os olhos bem fechados e se controlando para não machucar os quadris da menina sobre seu aperto de ferro.

– Cale a boca, Pedro! – ralhou Caspian.

– Obrigado! – gritou o outro moreno, desencostando a testa do tronco.

– Você tem que perguntar quando eles vão se divertir na cama! – gritou Caspian, deixando Lena rindo nervosamente e Edmundo enrubescido de ódio e vergonha.

– Tenha vergonha na cara, Caspian! – ralhou Lúcia, dando-lhe um tapa no braço. – Tenha mais consideração!

Edmundo suspirou aliviado. Sabia que a pequena Pevensie sempre tivera mais tato em relação a tudo.

– Já disse que adoro sua irmã? – brincou Lena, um pouco desconfortável com toda aquela situação.

– Edmundo! – gritou Pedro e o moreno teve que juntar toda a força de vontade para desviar sua atenção da menina à sua frente. Quando ele gritou um “que é?”, o loiro continuou: – Pergunte logo a ela, ou eu pergunto em seu nome!

Edmundo sentiu suas bochechas queimarem, pois sabia sobre o que o irmão falava. Mas ele realmente teria coragem de pedir, com todas as letras, que Lena namorasse seriamente com ele? Afinal, já se entregara a ela. Mas o moreno sabia que por mais que a menina fosse uma réplica mais durona de qualquer valentão que conhecera, ela também sabia ser meiga e romântica.

– Ai, Aslam! – exclamou Lúcia. – O Ed entrou em estado de choque!

– Eddie... – chamou Lena calmamente, repousando sua mão delicada sobre a bochecha esquerda dele, esperando por alguma reação. Quando viu que os olhos negros do menino ganhou foco em seu rosto, disse. – A única pergunta que me perturba realmente é qual será a data oficial do nosso aniversario. – disse, um pouco receosa, mas querendo aliviar a tensão dele.

Já sentia sua mente a mil. Não seria tão clichê a ponto de pensar que não conseguiria sobreviver sem Edmundo. Sobreviver, ao pé da letra, sobreviveria (como sempre fizera todos esses anos). Mas seria uma vida moribunda e cheia de autopiedade. Edmundo era algo bom em sua vida que Lena não sabia que procurava.

Um fantasma de sorriso atravessou a expressão de Edmundo, mas ela sabia que o moreno forçava para se manter sério.

– Você... – ele franziu a testa, pensando em uma pergunta tão boa quanto a dela. – Você acha que a data de hoje é boa suficiente?

– Por favor, me diz que é o que eu estou pensando que é! – implorou Pedro, fazendo Caspian rir.

– Eu acho que é... – murmurou Lúcia.

Lena, sem pensar muitos, se aproximou de Edmundo e quando falou, seus lábios roçaram leve e tentadoramente nos dele.

– Cálculos indicam ser o dia propício.

Edmundo, sem poder se controlar, diminuiu a distância entre eles e tocou seus lábios fortemente. Segundos depois, assim que sentiu que ele sorria sobre seus lábios, Lena envolveu a cintura dele com suas pernas, enquanto Edmundo segurava-a pela cintura e a girava no ar.

– Tradução, por favor! – pediu Caspian.

– Oh, seu idiota! Ela aceitou! – disse Lúcia, dando-lhe um tapa leve na cabeça.

– Agora eles podem ir pro quarto! – gritou Pedro.

– Arg! – lastimou Lúcia, tapando o rosto com as mãos, indignada. – Ah, vamos embora!

Edmundo olhava atentamente para o rosto de Lena, esperando gravar cada centímetro de suas feições. Quando percebeu que os olhos dela ficavam cada vez mais baixos, sentiu leveza nos quadris, com a ausência das pernas dela. Lena se afastou levemente dele, mas sentiu que sua cintura foi levemente puxada para frente.

Sorriu maliciosamente para Edmundo e, assim que soltou as mãos dele de seu quadril, saiu correndo para dentro do castelo, sabendo que assim que o moreno se recuperasse do choque, a seguiria.

Edmundo, enquanto a perseguia em direção às escadas, pode ouvir sua risada suave e contagiante se propagar pelo eco do salão vazio e, instintivamente sentiu os cantos de sua boca se erguer em um sorriso genuíno e vitorioso. Finalmente, depois de quase cinquenta nãos de espera, reencontrara a menina que invadira seus sonhos desde a despedida.

Sentira seu coração despedaçar ao retornar à Inglaterra e saber que estava ao lado de Lúcia no trem, e sem Lena à vista. Sentira um imenso impulso de ir ao Brasil. Mas após semanas de discussão com sua irmã mais nova, finalmente admitira a sim mesmo que não a encontraria lá – pois ela ainda não havia nascido.

Sentia que não era justo, mas não havia nenhuma máquina do tempo que pudesse mudar sua situação deprimente. Recebera noticias de Aslam de que havia deixado uma filha e uma neta na Terra, mas sabia que estavam em boas mãos. Toda a culpa que sentira por ter formado outra família se evaporara de seu coração no momento que Lena dissera que o amava.

Durante décadas ele se autotorturou; estava quase perdendo as esperançar de reencontrá-la quando ela chegou – ou melhor, foi avisado de que ela chegaria.

Flashback on

Edmundo encontrava-se sentado em sua cama, mais cedo naquele dia. Os cotovelos apoiados nos joelhos e, com a cabeça abaixada, observava o desenho que fizera de Lena. Era apenas um esboço, mas era tudo o que tinha. Com traços serenos, o canto esquerdo da boca levantado levemente em um indicio de sorriso. Cachos sobre a testa, tapando os olhos semicerrados, como se olhasse para baixo.

Estava concentrado, imaginando porque o desenho não se transformava na lente por onde acompanhava-a na Terra. Era o que fazia há dezessete anos.

Viu-a nascer, dar os primeiros passos, falar pela primeira vez, seu primeiro dia na escola, quando perdeu a mãe aos dez anos, o primeiro beijo – não gostou nem um pouco disso, mas ficou satisfeito ao ver que ela não se sentiu confortável ao trocar saliva com um ruivo sardento. Não deixou de acompanhar as aventuras dela em Nárnia e ficar envergonhado ao ver como parecia bobo perto dela.

Mas agora, quando tentava conectar o feitiço que aprendera com Aslam, simplesmente não conseguia. Tentava a dois dias, mas a conexão caíra no momento que revia a despedida. Ouviu o vento sussurrar estranhamente ao seu ouvido e virou-se, deparando-se com a janela fechada.

Ouviu mais uma vez e pôde identificar uma voz rouca e familiar sussurrar “É a hora”. Soube então que esse era o sinal que Aslam lhe prometera.

Levantou-se num pulo, deixando o esboço sobre sua cama. Correu escada abaixo, preparando-se psicologicamente e emocionalmente para finalmente tê-la em seus braços.

Flashback off

Lena apoiou a mão no corrimão para ganhar impulso na escada e segurou a barra do vestido. Parou no meio da escadaria e olhou para trás, vendo Edmundo parado no meio do salão, perdido em pensamentos. De repente, uma ideia iluminou sua mente e, usando uma adaga que ela sabia que estava escondido atrás de uma luminária, rasgou a bainha do vestido um pouco acima dos joelhos.

Voltou a adaga para o lugar e correu para o segundo andar, com o tecido rasgado em mãos. Virou à esquerda, em direção ao seu quarto e parou ao lado de um vaso de plantas. Jogou o tecido no meio do corredor e, impulsionada pelo vaso, subiu na viga mais alta e se empoleirou ali, esperando o momento certo.

Edmundo desviou os pensamentos assim que ouviu passos ainda mais apressados pela escada. Balançou a cabeça para retornar à realidade e correu escada acima. Não a viu em lugar nenhum. Havia apenas uma forma escura e desconhecida jogada no centro do corredor.

Lena viu-o aproximar do tecido que deixara no chão, três metros abaixo. Esperou que ele o pegasse e pulou da viga, caindo em suas costas e derribando-o.

Edmundo já esperava por alguma artimanha da menina, mas mesmo assim se surpreendeu ao se ver jogado no chão, com ela em suas costas.

– Lena! – repreendeu o moreno, rindo.

– Desculpe, Eddie, mas eu ganhei! – disse ela, saindo de suas costas e ajudando-o a se levantar.

Assim que ela se endireitou, sentiu os braços dele a envolverem novamente. Sentiu lábios macios roçarem sua orelha direita e, logo depois uma mordida leve em seu lóbulo, fazendo-a gemer. Umedeceu os lábios rapidamente antes de segurar sua face e puxá-lo para um beijo feroz.

– Meu anjo. – murmurou Edmundo, acariciando levemente sua maça do rosto. – Anjo. Posso finalmente chamá-la de minha.

Lena sorriu, verdadeiramente emocionada, e puxou-o pela mão em direção ao seu quarto – coisa que jamais fizera com qualquer menino antes. Estava feliz e resplandecente, com ele segurando-lhe a cintura com a outra mão.

Até entrar pela porta de seu quarto e ver uma mulher alta e morena, com cachos curtos, olhos verdes e pouquíssimas rugas que impedia a todos de confundi-las como irmãs, olhando-os mortalmente enraivecida e com um sorriso sádico e maquiavélico no rosto.

Lena assustou-se e olhou rapidamente para Edmundo, que tinha um olhar confuso, antes de voltar-se para a mulher que conhecia tão bem até seus dez anos.

– Mãe?!


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