Destiny escrita por LillyJonas


Capítulo 1
Alma gêmea




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E foi lá que eu o vi pela primeira vez. Ele estava sentado no banco triste, solitário, sem ninguém para ajudá-lo, e eu resolvi intervir.


            -Olá. - eu disse, esperando alguma resposta em vão.


            Eu realmente não sabia o que fazer, seus olhos estavam vermelhos, seu rosto estava inchado, sua expressão era triste e me dava vontade de chorar ali junto com ele.


            Eu me sentei do lado dele, mesmo que eu não o ajudasse, eu tentaria.


            Eu, Alice Greene, não era daquelas pessoas de se dizer numa hora dessas: você está bem? E receber uma resposta: Claro que não né, não tá vendo que eu estou chorando?!


            Mas ele olhou pra mim sem ao menos eu falar nada, e me deu um sorriso forçado.


            -Eu sou Alice. - eu disse, sorrindo.


            -Joe. - ele disse e continuou me olhando.


            Será que eu poderia perguntar o que houve com ele? Enquanto ele estava ali, chorando,  eu estava feliz, tentando consolá-lo de todas as maneiras possíveis.


            -O que houve? - depois de alguns minutos, eu finalmente consegui dar uma resposta coerente.


            Nessa hora eu fiquei realmente com medo. Eu não queria sair dali, por mais que eu devesse, eu não queria. Eu sentia os nossos corpos juntos, passando uma energia, ele me fazia bem, eu podia sentir isso. Mas e se ele estivesse chorando por algo que eu não pudesse conformá-lo, como; Eu perdi toda minha família num acidente, ou, eu descobri que a Lindsay Lohan é lésbica! - ou coisas pequenas que me deixariam inconformada; meu cachorro morreu! Tirei nota 9,25 em Matemática! Minha namorada me deu um fora! Eu namorei com uma menina e descobri que ela é um homem!


            Eu realmente não sabia o que fazer. Se ele não me ajudasse, eu iria embora dali – por mais que não quisesse.


            -Meu irmão tem diabetes e corre risco de vida, minha mãe está tão triste que está internada no hospital, grávida e por causa da depressão, ela corre risco de perder seu filho também, meu pai não sai de casa, e eu não posso fazer nada pra melhorar a situação, eu só tenho que levantar todos os dias, ouvir todas as angústias da família e seguir minha vida sabendo que eu sou só um peso pra eles. - ele disse enquanto minha expressão caia.


            O que eu poderia falar? Eu estava em dúvidas entre; tenha fé, ou, aguente firme; vai melhorar...? Eu não sabia, realmente.


            -Nem sempre... na vida, as coisas são como a gente quer, você tem que aguentar firme e ter fé que isso melhore, mas saiba que independente das coisas que aconteçam eu estou aqui para te ouvir e te ajudar no que for preciso. - eu disse. Sim, eu realmente estava emocionada. Mas, pra mim, isso não foi o bastante.


            -Obrigada, Alice. Mas por que você está me ajudando? Nós nem ao menos nos conhecemos... - ele disse.


            -Porque mesmo que você não saiba, as outras pessoas também sofrem com a dor dos outros, e quando eu te vi ali eu não aguentei, tive que fazer alguma coisa, mesmo que eu não tenha ajudado pelo menos me conforta saber que eu tentei. - eu estava desabafando ou ajudando ele? Eu acho que meu estado emo.cional subiu demais.


            -Você ajudou... muito. - ele disse sorrindo fraco.


            -Mas você tem que voltar pra casa, são mais de nove horas da noite, e... se você quiser você pode dormir na minha casa. - Para tudo! O que eu acabei de falar? Eu estou doida? Eu acabei de convidar um estranho pra dormir na minha casa? Uau, eu estou alterada hoje. Mas, se ele aceitar, aí sim eu ficarei chocada.


            -Se você não se importar... eu não aguento ser um peso pior do que eu já sou na minha casa. - ele disse com os olhos encharcados de água novamente. É, ele aceitou, mas vamos pensar que isso é bom, eu ainda tenho 3 irmãos, a Ashley, a Michelle e o Luke... Não vai ser tão ruim... Eu espero.


            -Não, está tudo bem... Meus pais tão viajando, só tem meus irmãos lá, mas não se preocupe, você vai ficar bem... - eu disse. Hoje eu não tinha a mínima noção do que eu estava dizendo, mas pouco me importava também.


            Ele se levantou e nós fomos andando pra minha casa, eu gostava de ir á praça em que estávamos pra pensar na vida.


            -Quantos anos você tem? - eu perguntei meio tímida, confesso.


            -16, e você? - ele perguntou.


            -Eu também, eu faço aniversário dia 15 de agosto. - eu disse.


            -Você está brincando? Eu também! Que legal! - ele disse animado.


            Eu gostava de pensar que isso fosse o destino.


            -Quais são os nomes dos seus irmãos? - ele perguntou.


            -Luke, Ashley e Michelle. - eu disse.


            -Uau, isso é estranho, nós temos tanta coisa em comum! Eu também tenho mais três irmãos, Nick, Kevin e Franky. - ele realmente estava mais feliz.


            Era bom saber que eu pelo menos fiz alguma coisa certa dessa vez.


            Nós fomos caminhando até a minha casa, quando ele ficou estático no meio da rua.


            -O que foi, Joe?


            -Você mora aqui? - ele perguntou apontando pra minha casa.


            -Siim, eu não me lembro de ter mudado de casa... - eu levantei os ombros. - Por que?


            -Eu moro do lado da sua casa. - ele apontou pra dele agora e eu o olhei chocada.


            Siim, esse era o destino, nada é por acaso, mas como eu não conhecia ele sendo que ele é meu vizinho? Ahh, simples, eu quase nunca saio de casa e quando eu saio não vejo ninguém.


            -Vamos entrar? - eu perguntei depois do choque ter passado.


            Uau, tem tantas coisas ocorrendo agora! Eu não sei porquê, nem tenho certeza, mas acho que estou apaixonada pelo Joe, sem ao menos saber muita coisa dele.


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