Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 3
Ops, Coffee


Notas iniciais do capítulo

Oie, primeiro agradecendo á linda da Candace por ter publicado sobre a minha hist, após eu chorar falando sobre que ninguém havia lido minha fic.Obrigada amg!
Agora, agradeço por quem leu e deixou comentário, isso me deu uma motivação e ânimo de continuar escrevendo, e você nao sabem o quanto!
Esperem que continuem gostando hahah vou deixar voces lerem
Boa leitura



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Acordei no dia seguinte com todas as partes do meu corpo doendo. Principalmente minha cabeça e eu não tinha nem bebido. Estava deitada na cama improvisada no chão do quarto da Emma, ao lado de sua cama, onde ela dormia feito um anjo, e roncava feito uma porca.

Levantei esticando-me inteira. Ainda estava com as roupas do show, e com um cheiro forte e desconhecido na roupa. Cheiro de terra molhada e menta. Fui até o banheiro e observei meu reflexo no espelho. Olhos borrados com maquiagem derretida, pele ainda pálida e meus lábios inchados. Os toquei e na mesma hora lembrei do beijo daquele babaca. Como pude deixar ele me agarrar daquela forma? Mas será que eu teria força para empurrá-lo? O beijo tinha sido muito bom, mas no fundo sei que tinha ficado chateada pela a forma como ele fez, me agarrou e se mandou, no fundo eu queria repetir a dose. Me belisquei para sumir com aquele pensamento e liguei a torneira, jogando minha cara na pia.

Aproveitei e tomei um banho, já eram 11:38, decidi acordar Emma para não tomar café da manhã sozinha.Tive que empurrá-la da cama.

"AI!" gritou.

"Vamos tomar café, já está tarde." falei.

Ela se levantou do chão verificando os cotovelos e me olhou mal humorada.

"E isso é motivo pra me jogar da cama?"

"Te chamei, te sacudi, cuspi até na sua orelha e..."

"Você fez o que?"

Eu ri pela cara de nojo que ela fez.

"Brincadeirinha." ri "Vamos tomar café por favor, tenho uma comunidade de solitária aqui na minha barriga!"

Emma e eu tomamos café relembrando os fatos da noite passada, ela ficou falando horas sobre seu ruivo Gayle, tinham trocado números e se veriam novamente.

"Mas e aquele menino que te agarrou?" perguntou ela mordendo uma torrada.

"Ah não sei.Ele me agarrou, me encarou e foi embora." grunhi

"Gostou?"

"Do que?"

"Do beijo."

"Ah... sim, mas não quero pensar nisso. Me senti uma garrafinha d’água."

"Hãn?" ela riu.

"Ele saciou a sede dele e depois me jogou de lado... Lerda."

"Ah... Mas Katherine!" ela exaltou meu nome "Gayle é um amor..."

E assim o assunto voltou à Gayle, e como Gayle beijava bem, e como ela estava louca para ver o Gayle de novo. Gayle e mais Gayle. À tarde fomos ao Starbucks, o tempo havia amanhecido frio, o que nos deu muita vontade de comer Muffins e tomar chocolate quente.

Vesti um jeans, uma blusa básica, uma jaqueta Jens de Emma, coloquei um cachecol no pescoço e uma bota de Emma, mas eu ainda sentia frio no meu nariz, que estava muito vermelho, me deixando parecida com aquela rena do papai Noel.

Durante o percurso até a cafeteria, a uns quatro quarteirões da casa de Emma, conversamos sobre assuntos aleatórios. Chegamos na cafeteria e entramos rindo de uma piada escrota de Emma, quer dizer "entramos". Meu cachecol, que eu tinha desenrolado, prendeu na porta, ela não queria abrir e nem o cachecol sair. Fiquei ali uns dois minutos, me virei para pedir ajuda de Emma, que ria de mim, e deparei-me com um par de olhos verdes cintilantes e bem humorados por cima da borda de uma xícara de café.

Ele vestia uma blusa preta de mangas compridas e uma touca também preta, seu olhar me avaliava divertido, o que fizera meu corpo e rosto esquentarem, e minha raiva e nervosismo crescerem, e assim arranquei meu cachecol da porta.

O menino de cabelos, aparentemente, naturalmente platinados pousou a xícara na mesa então pude ver no canto de sua boca uma curva. Filho da mãe!

"Kate, agora que já se resolveu com seu cachecol, que tal fazermos nossos pedidos?" perguntou Emma tomando fôlego.

Fui até ela em passos largos e pesados e depois diretamente pra fila, sabia que minha cara estava amarrada, o que a fez perguntar o porquê.

"Sabe o garoto que me agarrou ontem?" sussurrei para Emma. "Então, ele está bem ali, sentado, se divertindo as minhas custas e você nem pra me ajudar."

"Ah, desculpa." ela riu e já ia se virando para encará-lo.

"Não." a virei para o caixa de novo

"OK." então ela se virou á 180º e encarou o babaca. "Kate, ele é muito lindo. Vamos nos sentar com ele!"

"O quê? Não!"

"Sim."

Fizemos nossos pedidos, que saíram rapidamente, então Emma me puxou para falar com o babaca.

"Oi" ela se aproximou e sorriu "Incomodamos?"

Ele elevou o olhar com arrogância e avaliou Emma por inteiro, e depois á mim, encarando-me. Aproveitei para avaliá-lo também.

Rosto de perfil fino, olhos verdes cintilantes, cílios volumosos, os cabelos pareciam muito naturais. Só conheci uma pessoa com cabelos naturalmente brancos uma vez... Era criança, tínhamos oito anos, na época eu morava na Romênia, havia um vizinho meu de cabelos brancos naturais, todo branquinho, olhos verdes, era uma criança séria e distante, lembro de quando ás vezes ele sorria, e a pintinha em cima do seu lábio inferior quase sumia.

Meus olhos correram aos lábios do babaca, lábios perfeitamente desenhados, o inferior era carnudo, o superior desenhado e fino, no meio canto direito á cima havia uma pintinha...

Não era possível.

"Na verdade, estão sim." respondeu.

Emma arfou ofendida,mas meu sangue queimou e meus pulsos.

"Você é um idiota!" falei.

Ele me avaliou ainda divertido.

"Te conheço?" perguntou esnobe.

"Você me agarrou ontem no show e depois me largou... e você não me é estranho."

"Queria que eu te beijasse e casasse com você?" segurou um riso petulante "Então, querida, quantos filhos vamos ter?"

"Não me chame assim!"

"Não me importune." falou rispidamente. "Agora se me dão licença, gostaria de tomar meu café em paz."

Dei uma risada irônica, e sem pensar, peguei sua xícara de café e o joguei nele.

Ele me olhou incrédulo e se levantou da cadeira sacudindo as mãos respingando o café quente. Rápida e rudemente, empurrou Emma para lado e encarando-me com um olhar de pura raiva segurou-me brutamente pelos braços, praticamente me erguendo do chão.

"Está maluca garota?!"

"Me solta!" tentei socá-lo.

Ele riu petulante, mas logo ficou sério. Aquele rosto... Ah! Jared!

"Você vai me pagar outro café!" vociferou para mim.

"Jared?" perguntei.

"O quê?" suas mãos se afrouxaram.

"Seu nome. É Jared não é?"

"Como você sabe o meu nome?" indagou secamente.

"Não se lembra de mim?"

"Parece que não."

Empurrei-o e ele me soltou.

"Romênia, você era meu vizinho, tínhamos oito anos e..."

"Olha, não sei quem você é." interrompeu-me. "Nunca morei na Romênia, agora me faz um favor e me deixa em paz. Sua maluca." ele voltou a limpar sua camisa e saiu porta afora com passos firmes.

"Nossa." falou Emma "Mas que merda aconteceu aqui? Romênia? Me conta essa história."

Contei a Emma da época em que morei na Romênia e havia um menininho com quem ninguém falava. O achavam estranho, pois não era muito de falar, não se enturmava com ninguém. Pelo menos até eu conhecê-lo.

Jared realmente era uma criança muito distante e difícil, mas eu lembro que gostava de brincar com ele pois ele me ouvia e fazia as coisas. Eu não fazia muita questão de que ele falasse, na verdade. E assim nos divertíamos. As outras crianças passaram a me ignorar também, depois que comecei a andar com ele, mas não me importei. Nós éramos muito amigos, fazíamos de tudo e ele sempre me olhava com seus olhinhos intensos e me ouvia atentamente. Para uma pessoa que muito fala, alguém que muito ouve é uma companhia perfeita.

Lembro-me de ter chorado muito de saudades quando tive que ir embora. Lembro-me de muitas coisas as quais eu e Jared tínhamos feito. Com o tempo, aprendi a lidar com isso. Afinal, era isso o que eu e minha mãe fazíamos. 

"E como você sabe que esse garoto é o Jared que você conheceu na infância?" perguntou Emma.

"Não sei." balancei a cabeça. "Alguma coisa no rosto dele, as características ainda são as mesmas. Lembro dos olhos, da pintinha no canto da boca. O cabelo também é uma boa pista." sorri. "Como ele pode não lembrar de mim?"

"Talvez não seja ele, afinal. Olha, esse moleque é um babaca, esquece ele."

"Eu me lembro de tudo, agora." sorri com a lembrança.

"Ok, agora tome o seu café e vamos para casa." o telefone de Emma tocou, anunciando uma mensagem. Ela pegou o aparelho e leu "Hmm."

"O quê?" perguntei

"Amanhã, show dos Jurassics no Radioactive."

Jurassics era uma banda de uns amigos nossos da escola, eles tocavam bem até, e claro que compareceríamos no show.

"Os meninos falaram que vão nos colocar pra dentro de graça." falou.

"Perfeito." sorri ao me lembrar de Connor. Nós éramos 'amigos'.

Não nos víamos há algum tempo, e depois de todo aquele estresse, eu estava realmente precisando de um 'ombro amigo'.

Despertei num salto, ou pelo menos pretendia. Olhava para o teto escuro, tentei fechá-los para dormir novamente,mas não consegui. Tentei me mover para o lado e dormir na minha posição, mas meus membros não se moveram. Tentei mexer meus dedos, pernas, mas nada se movia. Eu estava tetraplégica? Como? Por quê? Tentei gritar para que Emma me socorresse mas minha boca não se abriu, olhei para o lado na esperança de ver a cama de Emma lá, mas não havia nada. Só conseguia movimentar meus olhos. O quarto estava um breu, os móveis, tudo havia sumido. Continuei tentando me mover desesperadamente, mas não consegui. Senti uma, duas, três e um choro rolar por minhas bochechas.

De repente senti algo estranho. Havia alguém ali. Eu estava sendo observada. Tentei inutilmente chamar por Emma, mas ainda continuava sem me mover. Então vi algo, uma sombra, mais negra que o breu, senti um desconforto no peito e uma leve falta de ar. Uma pontada gélida tomou minha espinha em dor,mas a senti inerte. Agora a falta de ar tinha se tornado maior, e a sombra estava mais perto.

Era uma figura encapuzada, esguia, não conseguia ver seu rosto, havia uma escuridão em baixo do capuz, o breu.

Continuei tentando me mover, fechar meus olhos, não queria ver o que era aquilo e o que iria fazer comigo.Faltava ar nos meus pulmões, senti uma dor no peito e meu rosto ficando gelado.

Senti um toque em meu braço, um dedo muito gelado deslizava em minha pele, por todo meu braço, ombro, até meu pescoço, onde agarrou forte e começou a me estrangular.

Comecei a ser balançada e a imagem começou a ficar turva, aos poucos, desvanecer-se.

"Kate!" gritou Emma "Acorde! Pelo amor de Deus Katherine, acorde!"

Abri meus olhos e abri minha boca resgatando todo o ar que meu pulmão precisava. Sentei-me na cama improvisada e continuei ofegante.

"Kate, o que houve?" perguntou Emma preocupada.

"Um...um pesadelo." falei sem ar.

"Está melhor? Precisa de alguma coisa?"

Olhei para minha amiga, os cabelos loiros desgrenhados, os olhos ainda que preocupados, cansados.

"Sim, estou." forcei um sorriso "Não foi nada. Volta a dormir."

"Tudo bem, boa noite."

"Boa."

Deitei-me novamente e senti uma dor em meu pescoço. Tentei voltar a dormir, mas meu medo de fechar os olhos foi maior que meu cansaço.


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Notas finais do capítulo

Eai? Gostaram?
Se sim ou se não, deixem comentários
bjs