Clichê. Mas Nunca Igual. escrita por Biscoita Bis


Capítulo 7
Decepção




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Ele pressionou os lábios contra o meu. Passou-se alguns segundos e não houve nenhum movimento. Senti os lábios dele se afastarem e disse irritada:

— Tu tá louco Matt? Ta achando que eu sou o q…

Ele me calou novamente. Esse cara tava me irritando a cada momento que passava. Dessa vez ele sentou em cima do meu corpo e segurou meus dois braços. No começo resisti. Cerei meus lábio o máximo que pude. Naquele momento eu sentia nojo de Matt. Não é só porque eu fui legal que ele tinha o direito de fazer isso. Ele percebeu minha relutância e afastou os lábios. Fechei meus olhos ao máximo. Não queria ver a cara dele. Mas ficamos ali, por alguns minutos e ele segurava meu braços com toda força. Depois de alguns instantes, ele soltou meus punhos mas ainda segurava meus corpo com as suas pernas. Abri meus olhos e ele me olhava diferente.

— Sai de cima de mim aborto mal sucedido! -disse me debatendo.

Ele saiu de cima de mim e e eu me levantei. Mil coisas passaram pela minha mente. E então eu disse:

— Idiota.

Cheguei em casa e ainda não tinha ninguém. Meu pai devia estar por ai procurando um emprego e minha mãe ainda não saíra do serviço. Joguei minha mochila em cima da cama, tirei os tênis e liguei meu computador. Enfim eu me sentia em casa. Encontrei um pacote de bolacha em uma das minhas gavetas e ia comendo enquanto jogava.

Fazia tempo que não era feliz assim. Fiquei ali por cerca de 5 horas, quando enfim meu celular começou a tocar. Olhei no visor e era Meg:

— Oi Meg.

— Oi Mel. E ai, conseguiu tirar Matt do depósito?

E agora. Apenas afirmava ou contava todos os detalhes pra Meg? Não que eu não confiasse nela. Eu só tinha um certo receio de relatar algumas coisas.

— Sim, inventei uma historia para o zelador, e tirei ele de lá.

— Que bom que deu certo. Me desculpa por não te ajudar Mel, é que não dava pra eu me atrasar. Espero que entenda.

— Tudo bem Meg, eu entendo.

— Então está bem, amanha nos falamos, tchau.

— Tchau. - desliguei o celular e olhei pela janela. O sol já se punha e eu podia ver as primeiras estrelas à brilhar.

Me levantei e fui tomar banho. Quando saí, meu pai já estava em casa, deitado no sofá e a televisão em um canal de filmes antigos. Ele admirava esse tipo de filme. Quando mais velho, mais ele se interessava.

Apesar de meu pai ser um cara violento, ele era inteligente. Quando era pequena, qualquer duvida que eu tivesse ele sabia me explicar, tudo com os mínimos detalhes. Mas, depois de um tempo, ele começou a beber e não se fixava em nenhum emprego. E isso ia exigindo cada vez mais da minha mãe pra manter a casa.

Saí no quintal e olhei para o céu. O tempo estava limpo, e eu podia ver uma lua cheia brilhante. Deitei no gramado do jardim e fiquei um tempo olhando as estrelas. Quando percebi, estava me lembrando do que acontecera no depósito com Matt. Eu sentia raiva. Não queria que meu primeiro beijo fosse forçado. E muito menos com Matt. Nesse momento eu limpava meus lábios com a manga da blusa e as lágrimas escorriam pelo meu rosto sem nenhum esforço.

Escutei o barulho do portão. Era minha mãe chegando. Enxuguei as lágrimas e fui recebe-la com um abraço. Ela tinha uma feição cansada e triste, e graças a isso, ela não percebeu meu rosto de choro.

— Seu pai já chegou?- perguntou ela, acariciando meus cabelos.

— Sim, quando saí do do banho ele roncava no sofá. - ela riu um pouco e isso me deixou feliz.

Entramos em casa e ela foi direto fazer a comida. Fiquei sentada à mesa da cozinha e seguia cada movimento dela com meus olhos. Apesar de todo cansaço, eu podia ver o prazer nos olhos dela ao estar cozinhando. Ela picava cebola sem derramar nenhuma lágrima. Apesar de ser algo bobo, eu admirava isso.

Em poucos minutos tínhamos um delicioso risoto de frango em cima da mesa. Jantei como um leão, me despedi dela e fui pro quarto. Liguei o computador e voltei pro meu mundo.

Assisti 5 episódios do meu seriado favorito quando fui interrompida por uma discussão. Tirei os fones e escutei meus pais brigando. Era a primeira vez que isso acontecia? Eu não sabia o que fazer. Fui correndo pra sala e minha mãe estava sentada no sofá chorando e meu pai passou por mim esbarrando seu ombro no meu e me derrubando no chão.

Fui em direção a minha mãe e apenas abracei-a. Pude ver meu pai sair do quarto com uma mala (onde provavelmente estariam suas roupas) e ele saiu de casa batendo a porta.

Tudo estava muito confuso, não sabia o que fazer. Será que isso já tinha acontecido mais vezes? Será que eu nunca percebi porque vivia ocupada demais no meu mundinho virtual?

O choro da minha mãe cessou, e ela me levou até meu quarto, me explicou a situação dizendo que aquilo já acontecia há algum tempo e que até agressão à ela meu pai já havia cometido.

Ela foi pro quarto dela e eu fiquei ali no meu. Abracei meus joelhos sentada num canto e despenquei a chorar.



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Notas finais do capítulo

Eu realmente não gostei desse capitulo. Desculpem.



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