Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oi galera.
Inicialmente eu quero me desculpar pelos meses que eu fiquei sem postar, mas eu estive em uma fase bem agitada da minha vida. Estive muito ocupada com estudos, cursinho pré-vestibular, inglês, aula de dança, projeto de formatura, jogos estudantis, Dia V e trezentos para casas, que mal tive tempo de entrar no computador. (nem de namorar, e isso é muito triste)
Agora que meus para casas de férias acabaram, que eu saí da comissão de formatura, o jogos estudantis passaram, e o próximo Dia V ainda não foi marcado, eu consegui um tempo para escrever.
Esse ano tá sendo bem agitado, mas eu espero que voces continuem curtindo as minhas histórias. Muito obrigada a todos aqueles que continuarem a ler minha fic.
Com amor,
Ana



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Uma semana. Fazia uma semana que eu estava presa naquele quarto. Acabei tendo que usar um daqueles vestidos no closet quando o meu ficou muito sujo. A comida era simplesmente deixada no quarto, provavelmente por um elfo doméstico, que eu nunca vira. Tentei me entreter com os livros da estante, mas eram todos de magia negra. E a cada dia que se passava eu sentia mais medo, medo de nunca mais ver Harry ou meus amigos, medo do que queriam comigo e até mesmo medo do que estava acontecendo.

Desde que cheguei, meu corpo parecia estar enfraquecendo novamente. Como se faltasse alguma coisa para alimentá-lo. Em meus sonhos a bela loira de asas aparecia, cada vez mais impaciente. Ela me dizia para que eu me libertasse antes que minhas forças fossem exauridas. Ela gritava comigo, dizendo-me que se eu não conseguisse fazê-lo antes disso, todos morreriam por minha culpa. Eu não entendia o que ela queria dizer, e me sentia culpada por isso.

Enquanto eu estava em frente ao espelho ouvi passos no corredor. Me levantei quando ouvi a tranca do quarto ser aberta e olhei para trás. Pela porta entrou uma mulher alta e esguia, de cabelos castanhos e pele parda que usava um vestido negro e longo, ao estilo french maid, e em cada braço havia um bracelete que mostrava bem que ela estava ali contra a sua vontade. Seus olhos igualmente castanhos, estavam vidrados e não possuíam vivacidade alguma, era quase como uma boneca o que me fez perceber que ela estava sob um imperius. Ela fez uma reverencia.

– Srt, seu pai virá em alguns instantes para vê-la!

– Meu pai? Do que infernos você está falando? – Perguntei a ela, mas ela já tinha saído e trancado a porta. Droga!

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Quando perguntamos a Dumbledore sobre o desaparecimento de Hermione ele disse que tudo estava bem, mas eu sabia que não estava. Tinha algo acontecendo em relação a Hermione. Dumbledore tentara me distrair, me levando a caça das Horcruxes de Voldemort, que fora apenas uma falsificação criada por Voldemort para ganhar tempo.

Fazia uma semana que Hermione desaparecera. Dante disse que conhecia um feitiço para encontrá-la, mas antes precisava estudá-lo um pouco mais e preparar algo. Nós usávamos a sala precisa para encontros noturnos. Gina, Simas e Luna haviam bolado uma estratégia incrível, eu me concentrava em ensiná-los alguns feitiços de DCAT ainda mais avançados que aprendi com Sirius nas férias, daqueles que não nos ensinavam na escola. Parvati e Lilá ajudavam Dante no que ele precisava e Neville e Ron se concentravam em esgrima, que precisavam melhorar. Enfim, montamos um grupo de guerra.

Todos já sabiam do desaparecimento de Hermione, incluindo a tia dela, Helena, que atualmente estava instalada no Largo Grimmauld, 12. Meu padrinho oferecera a casa assim que soube que ela era tia de Hermione. Bem, isso não importa agora... Sei apenas que Srta La Vecchia estava furiosa, mas ainda não falara nada para os pais de Hermione, sabendo que se o fizesse aconteceria um escândalo.

Naquela manha em especial Neville recebera seu exemplar do Pergaminho de Notícias. E havia uma manchete que me chamara à atenção.

O Departamento de Defesa foi oficialmente ativado!

O Departamento de Defesa é um recurso dificilmente utilizado pelo nosso governo, não por ser caro ou inútil, mas por não ser necessário. Há poucas guerras no mundo bruxo desde a morte de Merlin, e os casos de crimes menores poderiam muito bem ser controlados pelo Departamento de Execução das Leis da Magia junto ao Quartel General de Aurores.

Em pouquíssimos casos o Departamento de Defesa foi ativado. Sua ultima vez, por exemplo, foi durante a Revolta de Dorcia, em 1830, guerra em que os bruxos espanhóis se infiltraram no Ministério no intuito de matar o Ministro Unctuous Osbert. Depois do Juan De Barchanes, Rei bruxo da Espanha, assinar um tratado de paz juntamente ao Ministro Osbert o Departamento fora prontamente desativado.

E assim permanecera. Nem durante a guerra contra Grindelwald, ou na I Guerra de Voldemort foi reativado. Nem mesmo sob os protestos de uma população bruxa revoltada e amedrontada com a possibilidade de qualquer um dos dois bruxos ameaçarem suas famílias. Sinceramente, não sei dizer o Ministério fez bem em não abrir o Departamento, muitas mortes poderiam de fato ter sido evitadas, mas sabe-se lá a custo de quantas outras.

E finalmente, depois de dois séculos e meio o Departamento de Defesa fora reaberto. O motivo que impulsionou o nosso ministro a reabri-lo ainda nos é um mistério, mas há especulações que atribuem o ato ao desaparecimento da jovem Hermione Granger que desde o início do ano fora atormentada por muitos males. Hermione Granger, melhor amiga de Harry Potter, esteve enferma durante semanas no ultimo mês, assim que recebeu alta fora atacada por dois Comensais da Morte no vilarejo de Hogsmead, sendo prontamente salva por sua professora de DCAT, Clair Fontaine, e o professor de Duelos, Leônidas Termopolis e desde a noite de Halloween está desaparecida. O Diretor Dumbledore garantiu a todos com calma e tranquilidade que já estava montando um grupo de busca e resgate a menina, mas o medo e a insegurança se instalou no país.

Outro provável motivo são os desaparecimentos de jovens trouxas, em sua maioria mulheres. Sempre que uma jovem trouxa é dada como desaparecida se encontra traços de magia no local onde morava. Acredita-se que essas jovens estejam sendo escravizadas e abusadas pelos bruxos de Voldemort. Também há as constantes manifestações publicas de famílias bruxas que estão com medo do que pode acontecer com Voldemort e seus comensais a solta.

No entanto tudo não passa de especulações. A única coisa que está confirmada no momento é que o Secretário do Departamento de Mistérios, Demétrius Winterhart, passou seu cargo para Gus Thordes provisoriamente, para assumir a chefia do Departamento de Defesa. O Departamento de Defesa terá uma sede secreta com todos os aurores que adentrarem no exercito do Departamento sob as ordens de Winterhart. E juntamente aos Defensores, que depois de séculos receberam créditos por seus esforços e sacrifícios. Agora esperamos que Winterhart tenha a capacidade necessária para derrotar Voldemort.

Kimberly Dangers

Fiquei intrigado, e percebi que Ron, Gina e Simas ficaram muito sérios, mas inicialmente não dei importância. E resolvi sair do refeitório. Ainda tinha que me arrumar para uma aula de Esportes. Quando saí senti que alguém segurou o meu braço, e me virei para trás imediatamente.

– Luna, aconteceu alguma coisa? – Perguntei a ela.

–Harry a gente tem que reunir o grupo hoje!

– O que houve? Dante conseguiu fazer o feitiço?

– Não Harry! O Departamento de Defesa! Temos que conversar sobre ele! Imediatamente!

– Certo, hoje a noite, as 22h, no mesmo lugar de sempre! Vou avisar aos outros.

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Não demorou muito e a porta fora destrancada mais uma vez. Eu não sabia o que esperar, porque para mim aquela mulher era uma louca. O único pai que eu tenho é William Granger, seja ele adotivo ou não! Quando um homem entrou eu tive certeza de que estava em um pesadelo: na minha frente estava ninguém mais do que o Comensal da Morte que me atacara a menos de um mês. Johan Avery.

Minha primeira reação fora recuar. No entanto ele entrou no quarto e trancou a porta, com um sorriso no rosto. Por algum motivo o sorriso não me parecia cruel ou sádico, chegava a parecer feliz. Ele avançou em minha direção e eu me afastei, novamente, com medo.

– O que houve querida, não vai cumprimentar a seu pai? – Me perguntou, despreocupado. Como se falasse do tempo.

– Do que infernos você está falando?

Ao perceber minha confusão, Avery sorriu, despreocupado, caminhando em direção as poltronas ele se sentou no braço de uma delas. Eu continuei distante, desconfiada – e embora deteste admitir, amedrontada. –.

– Deixe-me lhe contar uma historia, querida Hermione. Há alguns anos, quando eu ainda estudava em Hogwarts, havia uma linda garota, Lanora Gemmell. Cabelos com cachos castanhos e indomáveis, os olhos eram um castanho esverdeado e a pele vivia queimada pelo sol. Ela era perfeita, e o sonho de muitos homens, mas fazia parte da minha realidade. – Seus olhos brilhavam enquanto falava daquela mulher, com calor e vontade, mas logo o brilho tornara-se opaco e frio e sua face amarga. – Até que apareceu aquele cara, Scott Stewart, um sangue ruim. Stewart a enfeitiçou e a roubou de mim. E ela me traiu, se aliou aos traidores de sangue se transformando em uma. Tempos mais tarde ela não resistiu a paixão que ainda sentia por mim e nos deitamos, foi quando você foi concebida.

– O que te garante que sou sua filha?

– Os Grangers a adotaram, na mesma época em que Lanora terminava os nove meses de gestação, nove meses depois de se deitar comigo há 16 anos. Você é idêntica a Lanora.

A notícia me deixou abalada, e eu quase caí, se não tivesse me apoiado na cama. Aquilo não podia ser verdade. Nunca seria verdade! E se fosse eu não a aceitaria. E eu sabia que era impossível. Meu sangue me gritava me dizendo que era impossível. Que eu não era, e nunca seria a filha de um comensal da morte tão desprezível quanto ele. Era mentira, pois o único pai que eu conheço é William Rogers Granger assim como minha única mãe é Haydée La Vecchia Granger. E qualquer um que dissesse o contrário seria considerado louco.

– Há alguns meses, você me chamou de Hermione Stewart, o sobrenome de Scott Stewart, o que te fez mudar de ideia?

– Me chegou uma informação bem valiosa nesse meio tempo, Scott Stewart é estéril!

– Isso é impossível! – Ele se aproximou de mim, enquanto eu ainda tentava me afastar daquele louco.

Quando me encostei à parede seus braços me alcançaram e ele me abraçou. E eu fiquei imóvel. Porque mesmo que aquilo tudo fizesse sentido eu ainda sabia que ele estava errado. Não sei porque, mas eu sentia que ele não era meu pai, mas eu também não conseguia afastá-lo. Talvez porque ele murmurava algumas palavras paternais para a filha que ele não tinha.

Algo em mim se apiedou dele. E mesmo ele não merecendo, eu senti pena dele. Deixei aquele homem fantasiar-se de que sua filha era eu, mas no fundo eu sabia, e creio que ele também sabia que ele estava errado. Porque eu não sou uma Avery. E ele não é o meu pai. Mesmo que todos os fatos apontem para isso.

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Eu estava irada. Meu dever era proteger Harmonie. E agora ela fora levada por algum retardado metido a comensal. Eu não sabia o que isso significava. Mentira, eu sabia! Isso poderia significar uma catástrofe. Se algo acontecer a Harmonie, o que será de Morgana, Diana e Ulisses e o que será de nosso povo? Infernos. Todos seriam eternamente esquecidos.

Harmonie era a nossa ultima esperança. Joguei meus cabelos pro lado, irritada. Estava a espera de Amorin naquele bar grotesco que chamavam de Caldeirão Furado. Sinceramente eu poderia fazer um local mais aconchegante do que aquele. Tomei mais uma dose de firewhiskey. Fazer o que, não importa o quanto eu bebesse eu não poderia ficar bêbada.

– Desculpe a demora, querida! – Disse o loiro filho de uma puta sentando-se na minha frente no bar.

– Me chame de querida mais uma vez e garantirei que jamais se reproduza! – Eu disse irritada.

– Desculpe-me, mas em 30 anos que nos conhecemos a senhorita jamais revelou seu nome! – Falou com sarcasmo tomando um gole de minha bebida. – Eu só fico intrigado como que você jamais envelheceu. Afinal eu tinha uns 12 anos quando te vi pela primeira vez.

– Segredos a parte, senhor Amorin! – Eu disse com um sorriso enquanto tomava mais um gole de minha bebida. – Ainda não me disse por que me chamou!

– Meu povo está preocupado! A portadora da primeira Gêmea foi selada em uma caverna que se perdeu no espaço e no tempo! E a segunda fora levada por Comensais! – Disse ele com um tom preocupado. – Poucos sabem da existência de elfos, muitos pensam que estamos extintos, graças a você!

– Me agradeceram por isso varias vezes!

– E ainda agradecemos! Caso contrário a Ordem de Mabel já teria nos eliminado, tal como fez com boa parte dos druidas. – Ele recuperou o fôlego. – Você também prometeu que um dia elas retornariam e trariam seu povo de volta. E disse que a primeira gêmea foi apenas um sinal.

– E não errei. A primeira gêmea foi um sinal. Sua portadora, Morgana, ainda está viva, selada, mas viva. E a segunda gêmea foi o pré-marco. Harmonie está viva. E vai cumprir a profecia. Ela tem que cumprir a profecia.

Ele abaixou o olhar e pegou um pedaço de pergaminho de suas vestes. Entregando-o a mim.

– Quem a sequestrou, Johan Avery acredita que Hermione seja a filha de sua antiga amante, Lanora Gemmell. – Ao arquear uma sobrancelha ele entendeu. O que isso poderia me ajudar a encontrar ela. – E também acredita que Hermione seja sua própria filha.

– Ta de brincadeira, certo?

– Não! – Abaixei minha cabeça para o papel que ele me dera.

Estava escrito os fatos que ele ligara para concluir que Harmonie era sua filha. A esterilidade do namorado e o fato de que o ultimo homem não estéril a se deitar com Gemmell fora ele, a semelhança física entre Harmonie e Gemmell fora a maior evidência que ele encontrara para tal conclusão. Talvez no momento seja melhor com que ele acredite que Harmonie seja sua filha, assim ela estará ao menos segura à seu lado.

– Tem mais uma coisa! – Chamou minha atenção.

– O que?

– Avery não aceita que sua única herdeira seja uma mulher e pretende casá-la!

– Como?

– É uma prática comum na alta sociedade bruxa da Inglaterra. Quando seu único herdeiro é uma mulher, você a casa com outro herdeiro, assim se junta duas fortunas e garante a prosperidade. – Suspirei enquanto revirava os olhos. E eu pensando que já haviam superado a Idade Média. – Avery até mesmo encontrou dois noivos para ela.

– Quem?

– Theodore Nott e Draco Malfoy!


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