Duas semanas depois.

Jane estava caminhando pelos corredores do palácio ao lado de Frigga e Sif, a jovem havia se acostumado ao novo “corpo”, e estava também começando a sentir que seu apetite havia dobrado. A astrofísica vestia um elegante vestido dourado, os cabelos estavam soltos e pareciam mais lisos do que aparentavam antes. Frigga usava um vestido num tom verde esmeralda, adornado com detalhes em dourado e seus cabelos estava presos em elaborado coque, sempre impecável, já jovem Sif trajava um traje elegante num tom azulado, estava usando calças desta vez, pois havia acabado de cavalgar logo pela manhã.

– Senhora... – Jane ainda se sentia encabulada com a rainha de Asgard.

– Não querida! Frigga, me chame de Frigga! Embora eu esteja muito contente com o fato de ser avó daqui um tempo.... – e deu uma olhadela para Sif – e Sif isso também lhe serve de indireta!

Lady Sif soltou um pigarro, constrangida.

– Ok! – disse Jane rindo – Frigga, bem... o pai do Thor, eh... seu marido – a Frigga a olhava com um riso divertido nos lábios – ele vai demorar muito para acordar?

– Acho que não – a rainha suspirou – afinal esse sono foi resultado de um belo ataque de pelanca que ele mesmo provocou em si.

– Imagino que ele não irá fica feliz quando souber da minha gravidez...

– Deixe Odin comigo, Jane – disse Frigga – eu já aturo aquele velho há mais de mil anos, não se preocupe, mamãe Frigga cuida de tudo! Agora que tal darmos uma volta no centro da cidade, podíamos ver alguns tecidos para as roupinhas do bebê!

– Eu adoraria! – disse Jane.

– Sif? Não quer ir conosco?

– Agradeço o convite minha rainha mas tenho alguns assuntos a tratar – a jovem vez uma mesura exagerada e saiu em direção oposta a das duas.

– Que menina engraçada, mesmo eu a conhecendo desde pequena sempre se dirigi a mim com tanta formalidade...

– Ela realmente não gosta de mim – disse Jane com um riso triste.

– Não minha cara – a rainha de Asgard lhe acariciou o rosto – talvez Sif não gostasse de você no inicio, mas agora as coisas mudaram... é que Sif tem o gênio forte, ela pode parecer um pouco casca grossa mas é tão frágil quanto uma flor. Ela é igual a Loki, ambos tem o gênio dominador.

– Me impressiona ver os dois juntos – disse Jane.

– Hum, eu sei que muitos não gostam do meu filho, mas Loki gosta de parecer assim, eu sei mais do que ninguém que há dentro daquela camada gélida, um coração sensível e amável. Se você o conhecesse quando pequeno iria se encantar com ele...

– Thor me disse que ele era mais amável, mas também muito sapeca – nisso Frigga riu.

– Odin ficava louco quando Loki pregava peças por aí, bons tempos - suspirou a rainha.

–

Sif caminhava pelo jardim do castelo, com sua mente tentava procurar por algum rastro de Loki até que o avista sentado, lendo. Ela chega de mansinho para não assustá-lo, embora Loki já tivesse notado sua presença. Sif lhe deu um beijo na bochecha.

– Bom dia.

– Bom dia – responde o jovem.

– O que está lendo?- perguntando a jovem.

– Um conto – disse Loki.

– Não é nada de feitiços e porções? – perguntou a jovem enquanto escorava sua cabeça no peito dele tentando ler o que ele lia.

– E sobre o que é o conto?

– É sobre dois jovens apaixonados que fogem do castelo e se casam em segredo.

– Não sabia que você lia esse tipo de coisa – Sif falou querendo rir.

– Eu gosto de ler sobre todo tipo de coisas – disse Loki, orgulhoso de tal capacidade.

Fez-se um breve silencio, até que Sif reinicia a conversa.

– Loki...

– Hum... diga?

– Você pensa em um dia ter filhos? – a jovem corou instantaneamente.

– É um pouco cedo pra isso – ele falou coçando a nuca – Por que? Você quer ter um?

– Não! Não! Eu só queria saber o que você achava a respeito...

Loki deu um meio sorriso.

– Se fosse um menino teria que ser parecido comigo, se fosse menina... ela seria tão linda e destemida assim como você, e todos os dois devem puxar da sua beleza!

Sif riu descrente.

– Não se menospreze – disse ele lhe acariciando o rosto – você e Frigga são as mulheres mais bonitas dos nove reinos que conheço. E eu simplesmente adoro essa pinta que você tem na bochecha – ele deu beijinho em cima do sinal da jovem que riu.

Os dois riram e depois já estavam se beijando. Era um beijo calmo e suave que foi se intensificando. O casal foi aos poucos se deitando na grama, parecia que não havia mais nada ali, apenas beijos e amasso.

– Bem que vocês podiam fazer isso dentro de um quarto!

A voz potente do loiro assustou os dois que lhe encararam corados e ofegantes. Thor exibia o seu sorriso mais sacana.

– Olá Thor! – disse Loki irônico.

Sif queria esconder o rosto em algum lugar.

– Irmão precisava falar contigo, mas vejo que está bem ocupado...

– Diga logo o que quer irmão – disse Loki seco.

– Sabe que nosso pai pode acordar a qualquer momento...

– Sei sim – disse – depois da loucura que eu fiz de salvar a sua midgardiana...

– O que eu agradeço – disse Thor.

– É foi lindo – disse Loki debochado – mas vai nos custar o exilio!

Thor e Sif soltaram um suspiro.

– Por isso, acho tem algo que temos que fazer antes disso – disse Thor – eu havia falado com Jane ontem e ela concordou de nos casarmos. Vocês podiam fazer o mesmo!

– Eu queria fazer uma festa no Valhala – disse Loki descrente – mas ideia de casar escondido me parece tão tentadora tão clandestina – nisso ele alargou o sorriso – O que acha Sif?

A jovem riu.

– Eu quero ficar contigo...

Os se fitaram debilmente. Thor tinha que admitir, os dois juntos eram estranhos mas ao mesmo tempo fascinantes. Loki então disse.

– Há um pequeno templo em Vanaheim que faz casamentos secretos, ele se chama o Templo dos dois amantes, poderíamos fazer o casório lá, e se porventura o velho acordar e mesmo que ele resolva nos banir – nisso ele segurou fortemente a mão de Sif – ainda sim, ele não terá como nos separar.

– É uma boa ideia – disse Thor.

– Ótimo então partiremos amanhã pela manhã – respondeu o trapaceiro com seu brilho no olhar tão característico.