Sedução Da Noite escrita por Leelan Schaffer


Capítulo 35
Um acordo nem tão bom assim


Notas iniciais do capítulo

don’t want to have to but I will
If that’s what I am supposed to do
We don’t wanna set up for the kill
But that’s what I am about to do
— (Hey) Red Hot Chili Peppers



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–É... – Melanie murmurou enquanto olhava o para o papel em sua frente. – Não é fácil.

– Mas também não é difícil. – Alexya retrucou. – Você consegue.

Melanie sacudiu a cabeça enquanto continuava olhando para a folha.

– Isso é loucura, Alexya. Eu não tenho força o suficiente para dar um mortal triplo pra trás! Na verdade, acho que ninguém real tem. Isso só se vê em filmes do Jackie Chan!

Alexya virou os olhos.

– Você nem tentou ainda. E eu sei que você consegue sim. Se eu consigo, por que você não conseguiria?

– Er... Por que eu sou uma pessoa normal? Com limitações? Quero dizer, não que você não seja também, mas é que ultimamente parece que você toma estrogênio ou algo do tipo. – Melanie deu de ombros.

– Olha. Só para de resmungar e vai lá treinar. Eu aposto que você consegue. Confia em mim. – Alexya incitou.

– Ta bom, mas eu não te garanto nada. – Melanie murmurou enquanto sacudia a cabeça, mas felizmente se moveu para longe de Alexya para treinar.

Alexya soltou um suspiro de alivio. Aquilo tudo estava sendo mais difícil do que ela havia esperado.

Depois de chegar ao treino, que havia sido marcado para a manhã seguinte ao ritual, Alexya foi rodeada por 29 lideres de torcida extremamente confusas que não paravam de resmungar que coisas “esquisitas” estavam acontecendo com o corpo delas, e infelizmente não se tratava da puberdade. Alexya quase enlouqueceu.

Depois de tentar – e falhar repetidamente – conversar com as garotas e tentar convencê-las de que aquilo era o efeito do ritual no corpo delas, Alexya se irritou com a insistência das garotas e levou aos lábios o dedo indicador e o polegar. O assovio que se seguiu reverberou por todo o campo de futebol americano.

As garotas calaram a boca, felizmente.

– Quer vocês acreditem ou não, o ritual de ontem funcionou. Agora vocês tem a força, a agilidade, a destreza necessária para ganhar a competição. Eu ouvi de algumas, que vocês supõem ter alguma droga no vinho que vocês beberam. As que assim acreditarem, podem fazer um exame toxicológico, mas eu garanto que não vai aparecer nada, além das porcarias que vocês costumam usar. – Alexya olhou furiosa para cada uma delas. – E agora, se as menininhas puderem fazer o favor de parar de reclamar... Nós temos um treino muito importante para fazer, e uma competição para ganhar. Fui clara? – Ela berrou.

Coros de “sim” e “ta bem”, foram ouvidos e em seguida as meninas se dispersaram indo treinar e se acostumar com sua nova força.

– Melanie, vem cá. – Alexya havia chamado sua amiga para um canto, enquanto mostrava a ela o novo movimento que ela tinha criado.

O ato em si era arriscado, mas Alexya havia feito ele milhões de vezes desde que o sangue de Lucian começou a correr por suas veias, e sabia que para uma escrava de sangue era algo fácil de ser feito. Certamente não seria difícil para Melanie, não depois dela ter bebido do sangue de Terri.

Agora, Alexya olhava Melanie a distancia, enquanto ela tentava fazer o movimento. Insegurança parecia estar estampada no rosto da garota, e Alexya não poderia culpá-la. Havia um tempo em que ela também pensaria que aquilo era loucura.

– Sangue de Vampiro. – A voz de Kyle soou no ouvido esquerdo de Alexya e ela se virou com um pulo.

– Cachorro pulguento, sua mãe não ensinou que é feio assustar as pessoas? – Alexya ladrou para ele.

– Ah, ela deve ter dito algo sobre isso. E sua mãe, não te ensinou que é feio mentir para a melhor amiga? – Kyle quis saber.

– Não sei do que você ta falando. – Alexya mentiu.

Kyle se moveu até parar ao lado de Alexya, e os dois fitavam as lideres de torcida treinando.

– Sangue de vampiro, - Ele repetiu, - Você deu a elas sangue de um vampiro. E um poderoso, pelo visto. A questão é, qual vampiro?

Alexya amaldiçoou mentalmente. É claro que Kyle notaria. Pior ainda, ele era irmão da Brittany. Provavelmente a pobre garota deveria estar confusa e acabou comentando com o irmão suas novas habilidades.

– Eu sinceramente não sei do que você ta falando, Kyle. – Alexya teimou em mentir.

Ele pode até saber de toda a verdade, Ela pensou. Mas não serei eu que irei confirmar isso a ele.

– Claro que você sabe. Mas isso não vem ao caso. Você acha que isso será o suficiente para fazê-las ganhar? – Ele parecia realmente preocupado. Alexya não podia imaginar o porquê.

– Eu espero que sim. É a nossa única chance. – Alexya murmurou.

Kyle assentiu como se entendesse. Novamente, Alexya se perguntou por que isso seria tão importante para ele. Pelo que ela sabia, Brittany não era uma bolsista.

– Boa idéia, a do mortal triplo para trás. Os juízes irão gostar. – Ele elogiou.

Alexya apenas balançou a cabeça em concordância enquanto seus olhos pousavam sobre Melanie.

Agora, a garota já havia conseguido dar o mortal triplo. Mas seus gestos estavam carregados de tensão, seus pés estavam finalizando sem estabilidade, e em seu rosto insegurança havia dado lugar à incredulidade. Agora era só uma questão de tempo até ela aceitar que poderia fazer aquilo e então seus gestos teriam a graça habitual.

– Como eu disse antes, o sangue que você conseguiu é de um vampiro poderoso. – Kyle murmurou enquanto assistia a Melanie atentamente. – Eu só espero que você tenha feito uma troca inteligente. Vampiros poderosos como esse não costumam relevar promessas, e adoram cobrar favores.

– O que você quer dizer com isso? – Alexya perguntou, agora abandonando todo o ar de “não sei nada sobre sangue de vampiros.”

– Que antigamente a palavra de um homem valia mais do que a assinatura de alguém hoje em dia. Você fez uma troca, o vampiro lhe deu o que você pediu. E logo logo, ele virá cobrar a sua parte do acordo.

– Um litro de sangue humano é um preço barato a se pagar por um litro de sangue vampirico sem vinculo. – Alexya deu de ombros.

– Um litro por um litro é realmente um preço bom. – Kyle concordou. – Eu só me preocuparia se você não tivesse estipulado a quantidade.

– Por quê? – Alexya perguntou.

Kyle deu de ombros.

– Por que ai, ele poderia tomar em troca quanto ele quisesse. E geralmente, um litro não é nem a entrada antes do prato principal.

Alexya não respondeu ao comentário de Kyle, apenas assentiu com a cabeça. Estava muito chocada para sequer dizer alguma coisa.

Meu bom Deus. Ela pensou para si. No que eu fui me meter?


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Notas finais do capítulo

Ops .-.