Sedução Da Noite escrita por Leelan Schaffer


Capítulo 29
Er... Pai?


Notas iniciais do capítulo

When I said "I want more"
I got no more
You were stealing me away, oh
It's not enough
It's not enough
To give me
What it is I want
It's not enough
It's not enough
To get me
Everything I need
— Avril Lavigne



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– Eu não posso acreditar que você está sendo tão mesquinho! É só a merda de um pouco de sangue. Elas nem sequer terão um laço de sangue com você! – Alexya gritou.

– Eu já te falei que não. Supere isso. – Lucian disse, enquanto olhava para a tela da Tv. Estava passando algum jogo de futebol e Alexya não pôde ignorar o fato de que até ele que tinha trezentos anos de idade era viciado em futebol. Para um vampiro, ele parecia muito com um típico humano de meia idade.

– Qual parte do isso é muito importante pra mim você não entende? – Alexya cerrou suas mãos em punhos. – Se não fosse tão importante eu nem pediria! Por favor, Lucian.

– Não. – Ele respondeu sem nem olhar pra ela.

A raiva de Alexya se inflamava cada vez mais como uma fogueira quando adicionado toras de lenha. Seu rosto esquentava com o sangue correndo loucamente e ela tinha vontade de arrancar os cabelos de frustração.

– Argh! Por que você tem que ser tão malditamente teimoso? – Alexya perguntou.

Lucian moveu os olhos da televisão até onde Alexya batia o pé a poucos passos de onde ele estava sentado.

– Eu não sou teimoso. – Ele parecia confuso enquanto considerava o rosto irado de Alexya. – Eu apenas não vejo o por quê disso ser tão importante pra você. É só uma maldita competição, Alexya.

– Você não tem que entender! É só me dar o que eu to pedindo. – Ela resmungou.

Lucian sacudiu a cabeça e voltou seus olhos para o jogo que passava na Tv.

– Já disse que não. Se você desistir agora talvez acabe não fazendo um buraco no chão com o seu pé.

Alexya olhou para seu pé que batia furiosamente contra o chão. Deus, ela parecia sua mãe quando ficava irritada com seu pai porque ele não havia feito algo que ela pediu.

– É melhor eu abrir um buraco no chão do que eu abrir um buraco na tua cara. E dá pra prestar atenção no que eu to te falando? – Ela perguntou enquanto se movia e ficava entre Lucian e a televisão.

Lucian apenas inclinou a cabeça para o lado tentando ver a Tv pelas laterais do corpo de Alexya.

– Você pode fazer o favor? Eu estou tentando assistir o jogo. – Ele movia sua cabeça para os lados tentando pegar alguns lances de imagem.

– E eu estou tentando falar com você. Um pouco de atenção é o mínimo que você poderia me dar! – Alexya cruzou os braços.

– Não pode ser depois? É a final... – Lucian parecia atordoado.

– Não! Tem que ser agora, Lucian. – Alexya bufou.

– Como quiser. – Lucian pegou o controle remoto e desligou a Tv. – Pronto. Toda minha atenção está em você.

– Por favor, Lucian. É só uma bolsa de sangue. – Alexya fez bico. – Não é como se eu tivesse te pedido pra cortar fora uma perna.

– Se você me pedisse pra cortar a perna eu faria. A perna ao menos vai crescer de novo. – Lucian deu de ombros.

– Fala sério! Você tem resposta pra tudo? – Alexya se indignou.

– Você quer mesmo que eu responda...? – Ele ergueu uma sobrancelha.

Alexya não disse nada, apenas cruzou os braços e fechou a cara em resposta.

– Vem cá. – Lucian pegou Alexya pelo pulso e puxou ela para seu colo. – Eu não quero que você fique com essa cara emburrada.

Alexya se aninhou próximo ao pescoço dele e suspirou.

– Você é um bastardo inútil, sabia? Desde que você entrou na minha vida você só fez merda, sério. E agora eu tô te dando a chance de acertar uma, e você não está dando à mínima!

– O que você ta pedindo é mais do que eu posso dar a você. Vai ter que se conformar. – Lucian murmurou enquanto beijava a cabeça dela.

– Então isso é definitivo? Você não vai me ajudar? – Alexya se sentou ereta no colo de Lucian e o encarou seriamente.

– Não nisso. – Ele assentiu.

– Se fosse o Josh, eu teria umas dez bolsas de sangue na minha mochila a essa altura. – Alexya incitou.

– Se fosse o sangue do Josh, não iria fazer diferença nenhuma para o seu problema, então você poderia deixá-lo seco e mesmo assim você ainda não teria uma solução. – Ele declarou o óbvio.

– Por que você não pode ser só um pouco como ele e tentar me fazer feliz? – Ela fez bico.

– Porque – Ele disse e olhou firmemente para ela. – eu não sou um maldito tonto. Veja onde fazer todas as suas vontades o levou. Você não quer um cachorro pra mandar, Alexya. Você pode até pensar que quer um, pela conveniência de conseguir tudo o que quer de forma rápida e sem esforço, mas no final acaba sendo entediante e nós dois sabemos que isso nunca foi o que você procura.

– E o que supostamente eu procuro? – Ela ergueu uma sobrancelha enquanto esperava a resposta de Lucian.

– Você quer alguém que faça seu sangue ferver, que permaneça sob a sua pele. Alguém que te faça arder de desejo com um toque. – Lucian correu os nós dos dedos pelo braço de Alexya e a pele dela se arrepiou imediatamente. – Que faça seu coração bater mais forte com apenas um olhar. – Os olhos de Lucian se fixaram nos dela de forma sedutora e ela sentiu seu coração pular uma batida. – Que te faça esquecer de respirar com um roçar de lábios. – Os lábios de Lucian roçaram pela pele do ombro de Alexya em direção ao pescoço e ela soltou um suspiro. – Que faça você esquecer o mundo além dessas paredes. – Lucian virou Alexya de frente para ele e colocou as pernas dela ao seu redor enquanto ela enlaçava seus braços ao redor do pescoço dele.

– E você supostamente é esse alguém? – Alexya provocou.

– Me diga você. – Lucian tomou os lábios de Alexya com os seus e naquele momento todo o problema dá competição era uma memória velha e desbotada que não merecia a menor atenção.

A língua dele encontrou seu caminho para dentro dos lábios de Alexya e enquanto suas línguas se movimentavam juntas em um ritmo lento e sensual, Lucian percorria o caminho da coluna de Alexya com a ponta dos dedos, fazendo sua pele se arrepiar e sua pélvis latejar com desejo.

Alexya enredou a mão nos cabelos de Lucian e se pressionou mais forte contra o corpo musculoso dele, enquanto intensificava o beijo. Lucian a puxou para mais perto enquanto pressionava seu quadril junto ao dela e Alexya aproveitou a chance para rebolar contra a ereção de Lucian.

O suspiro que ele deixou escapar foi malditamente satisfatório.

Antes que ela pudesse ver isso chegando, Lucian virou-se com ela em seu colo, deitando com Alexya embaixo do seu corpo no sofá e sua mão foi para a sua coxa.

Lucian beijava com fome e paixão, enquanto Alexya sentia as mãos dele percorrerem todos os lugares certos e ela estava cada vez mais se perdendo dentro dos braços de seu mestre.

– Eu detesto interromper esse momento, visto que vocês estão finalmente se acertando e tudo mais... Mas você tem visita, Lucian. – A voz de Sabina foi como um balde de água fria na excitação de Alexya.

Lucian afastou os lábios dos dela com um beijo breve e terno e em seguida olhou para Sabina que estava encostada na marquise da porta com os braços e pernas cruzados. Em seu rosto havia uma expressão preocupada.

– Seja quem for, mande esperar. Eu estou meio que ocupado nesse momento. – Lucian desviou os olhos para Alexya novamente e lhe deu um sorriso manhoso. O coração de Alexya pulou mais uma batida.

– Acredite em mim, eu faria exatamente isso se houvesse como. Mas esse não é o caso, então... – Sabina deu de ombros.

– E eu que achava que havia lhe ensinado mais do que ficar se esfregando com suas Escravas de Sangue no sofá. Francamente, Lucian. – Uma voz com um inconfundível sotaque francês preencheu o ar ao redor deles e em seguida um belo vampiro moreno parou ao lado de Sabina com uma expressão de desapontamento.

Lucian se ergueu do sofá e estendeu a mão para Alexya, ficando propositalmente de costas para o novo visitante. Alexya aceitou a mão que Lucian lhe oferecia, mas seus olhos nunca deixaram os olhos castanhos brilhantes do vampiro recém chegado que parecia conhecer Lucian bem o suficiente para repreendê-lo.

– Acho que você deveria se atualizar para o século 21 Johan, o que você julga ser algo extremamente vergonhoso é completamente normal para os humanos de hoje em dia. – Lucian respondeu, ainda sem olhar para o vampiro, Johan.

– Humph. Humanos. – Ele desdenhou. – Você ainda tem a capacidade de se comparar a escoria? Você emburreceu no último século em que me mantive afastado?

– Não considero emburrecer o fato de deixar para trás idéias arcaicas e racistas. Muito pelo contrario. Eu acho que você também deveria tentar. – Lucian virou-se para encarar Johan.

Pela primeira vez desde que o vampiro entrou na sala, Alexya pode dar uma boa olhada nele. Tinha olhos castanhos brilhantes, cabelos pretos com ondas que tentavam virar cachos sem sucesso e arrumados em um estilo que dizia que ele havia acabado de sair da cama e tinha apenas passado os dedos pelos cabelos curtos. Suas sobrancelhas eram grossas e davam uma seriedade ao seu olhar que não deveria pertencer a um rosto que aparentava ter vinte e poucos anos. No rosto uma barba estilo falhada deixava seu rosto malditamente Sexy. Sua pele morena bronzeada era uma afronta, considerando que vampiros não podem sair ao sol, mas parecia deliciosa como um gostoso café gelado. Ombros largos e peitoril definido eram visíveis sob a jaqueta de couro estilo motoqueiro que ele vestia, e aquele Jeans preto incrivelmente justo não deixava muito para imaginação. O cara era uma delícia.

– Você também não é uma afronta aos olhos, má petit. – Johan piscou para ela enquanto um sorriso presunçoso crescia no canto dos seus lábios.

Alexya se chutou mentalmente enquanto ela via os ombros de Lucian enrijecerem de forma quase imperceptível. Merda, mais um que pode ler mentes!

– O que você veio fazer aqui, Johan? – Lucian perguntou de forma dura e resoluta.

– Agora, isso não é jeito de se falar com seu pai, não é mesmo? – Johan perguntou docemente.

Alexya sentiu seu cenho franzir enquanto ela considerava o que havia sido dito. Pai? Mas que porra...

– Até hoje você não me deu motivos para que eu lhe tratasse diferente. Mas vamos cortar o papo furado, Johan. Você não é o tipo que aparece para visitas sociais. O que você quer dessa vez? – A voz de Lucian poderia cortar aço.

– Pra começar, que você se lembre quem é o criador de quem aqui. – A atmosfera na sala mudou e o ar se tornou denso com o poder que Johan liberava. – Eu te aguardo no escritório.

Johan virou-se e deixou a sala sem uma segunda olhada e Alexya olhava confusa entre Sabina – que estava estranhamente apática. – e Lucian que parecia querer jogar o sofá contra a parede só pra poder liberar um pouco da sua frustração.

– Pai? – Alexya perguntou debilmente.

Os ombros de Lucian que estavam retesados e tensos relaxaram visivelmente ao ouvir a voz dela e ele respondeu calmamente:

– Foi ele quem me transformou em vampiro. É meu criador, e um bastardo arrogante e maldoso. – Lucian balançou a cabeça.

– Eu estou ouvindo isso. – Johan gritou do escritório em tom bem humorado. – E vê se não demora que eu estou com pressa.

– Bom, acho que você tem uma longa reunião pela frente. Eu vou pra casa. – Alexya pegou sua mochila que estava jogada aos pés do sofá em que Alexya e Lucian tinham dado uns amaços.

– Eu não acho que sairei daquele escritório antes do amanhecer, então nos veremos amanhã. Vou chamar Kyle para te levar até em casa. – Lucia afastou os cabelos do rosto de Alexya com uma mão enquanto roçava seus dedos no rosto dela de forma carinhosa.

– Não precisa. Eu sei me cuidar. – Alexya o tranqüilizou, mas Lucian negou com a cabeça.

– Não. Se Johan está na cidade, também estão os meus irmãos. E eles não são o tipo que seguem as Regras do Sangue. Não vou arriscar. – Ele pegou o telefone e ligou para Kyle.

Lucian beijou os lábios de Alexya de forma lenta e sensual e levou Sabina com ele em direção ao escritório, deixando Alexya sozinha com seus pensamentos enquanto Kyle vinha para buscá-la. Mas logo Kyle estava ali com seu sorriso fácil enquanto entrava no banco do passageiro no Focus de Alexya e eles dirigiam rumo a casa dela.

– Kyle, o que são as Regras do Sangue? – Alexya perguntou enquanto eles paravam em um semáforo.

– São as leis que regem o mundo dos vampiros, por que? – Ele olhava distraidamente pela janela.

– Lucian comentou algo sobre seus irmãos não seguirem as Regras do Sangue essa noite. – Ela deu de ombros.

– Ah, eles são má noticia. O mais longe possível deles ainda é muito perto. Eles não temem ninguém a não ser Johan, e o pior é que Johan muitas vezes deixa eles fazerem o que querem. – Kyle resmungou.

– Suponho que a coisa de doar sangue é proibido então? – Ela quis saber.

– Acho que sim. Eu não conheço todas as regras. Mas por que você quer saber?

– Nada. – Alexya disse docemente. – Apenas curiosidade.

Kyle deu de ombros e voltou a olhar pela janela, mas na mente de Alexya um plano para salvar as Wolf’s se formava. E ela usaria os irmãos de Lucian e a sua recusa em seguir as regras a seu favor. Agora ela só precisava arrumar uma forma de se livrar de Kyle e visitar o lugar onde tudo começou.

O clube Metamorphose.


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Notas finais do capítulo

O que será que a Alexya está planejando? E o que vocês acharam do momento entre ela e Lucian? Só eu que achei o Johan uma coisa deliciosa? Me contem!