As coisas estavam definitivamente fora de controle.

Não fazia 24 horas que Alexya havia estado nos braços de Josh, seus corpos nus entrelaçados enquanto ela descansava a cabeça em seu peito e agora aqui estava ela.

Mas dessa vez não são os braços do Josh. Alexya pensou.

Nossa, ela sentia tanta vergonha de si mesma nesse momento.

Gostaria de poder culpar seu laço de sangue com Lucian pelo que aconteceu, mas ela não era tão ingênua.

Seu corpo havia respondido ao toque de Lucian novamente. Isso estava se tornando convenientemente constante agora.

Mas algo havia mudado.

Oh, Alexya. Eu quero você para sempre. As palavras de Lucian ecoaram em sua mente, e seu coração deu um salto.

Uma gostosa sensação tomou conta de Alexya.

Merda, garota. Você está se apaixonando por um maldito sanguessuga. Sua consciência gritou pra ela.

Alexya deixou esse pensamento ecoar em sua mente, sentindo seu peso e forma.

Será que ela estava?

Seria Lucian capaz de se apaixonar por ela também?

Quais seriam as conseqüências de se apaixonar por Lucian?

Eu quero você para sempre.

Para sempre era um longo tempo.

Ela poderia abandonar sua vida pra ficar ao lado dele?

Ela teria essa coragem?

Ela queria isso?

Alexya suspirou audivelmente. Eram tantas perguntas, algumas das quais ela tinha medo das respostas.

Seu corpo esfriou repentinamente e ela se aconchegou mais perto de Lucian, buscando calor.

Mas era Lucian, e não Josh. Sua pele era macia como seda, mas tão fria quanto.

A terrível verdade sobre o que ela havia feito começou a pulsar em sua cabeça.

Merda.

Ela precisava pensar.

Alexya levantou-se da cama em um rápido movimento e começou a procurar suas roupas pelo chão.

Onde é que foi parar meu vestido...?

Ah, ali estava.

– Onde você vai? – A voz de Lucian fez com que Alexya desse um pulo. Seu coração começou a pulsar forte em seus ouvidos.

Pega. Pega. Pega.

– Eu não sei, eu só não posso ficar aqui. Preciso pensar. – Alexya passou o vestido pela cabeça apressada.

Estava completamente ciente que a situação era ridiculamente cômica.

Parecia um daqueles filmes americanos em que o cara, depois de transar com a garota, tenta sair pé por pé antes de ela acordar porque não queria assumir um compromisso.

Bem, isso não fugia muito da realidade, não é mesmo? Sua consciência a acusou.

– Alexya, para com isso. Volta pra cama. – Alexya parou e olhou naqueles olhos azuis. Novamente, sua íris era somente um contorno de azul.

Ele estava lindo, como sempre. Seus cabelos negros despenteados. Seu corpo nu apenas visível da cintura pra cima, o resto escondido em um emaranhado de lençóis.

De repente, a cama parecia muito atrativa.

– Eu... Eu não posso. Preciso pensar. – Ela disse, aflita.

Alexya começou a procurar pelas suas sapatilhas. Não lembrava se as tinha perdido no quarto de Lucian, na sala ou no caminho entre os dois.

– Você pode pensar aqui, deitada comigo. Não precisa ir. – Ele parecia genuinamente preocupado com ela.

Mas não era assim tão simples.

Alexya sacudiu sua cabeça violentamente. – Não, você não entende. Eu realmente preciso ir.

– Por que?

– Não é certo. Não posso ficar. – Ela respondeu, procurando por suas sapatilhas em todos os cantos do quarto.

– Então eu sou bom o suficiente pra fazer sexo com você, mas não tão bom ao ponto de você querer ficar ao meu lado depois disso? – Ele parecia ofendido.

– É só... Eu não posso. Não agora. – Sua voz parecia um sussurro.

Mas que diabo. Onde...? Ah, te achei! Alexya pegou suas sapatilhas no canto do quarto, rapidamente.

– Claro, por que eu não sou o Josh. – Alexya pensou ter visto um olhar de mágoa cruzar pelo rosto do vampiro, mas ele se foi tão rápido que ela não tinha certeza se realmente viu aquilo.

– Desculpa – Alexya disse, se sentindo o pior ser humano do mundo.

– Poupe-me do seu sentimentalismo. – Lucian respondeu, seus olhos poderiam congelar ela ali mesmo, de tão frios que eram. – E encoste a porta, quando você sair.

Alexya queria jogar as sapatilhas na cabeça dele.

Ta certo, então ela tinha tentado fugir a alguns momentos e tinha dito que precisava pensar, mas não é como se ele precisasse ser to frio com ela.

Você o machucou.

– Lucian, eu... – Ela começou, mas não sabia o que dizer.

Eu... o que?

Eu sinto muito? Não era o suficiente.

Eu não deveria ter deixado as coisas chegarem a esse ponto? Provavelmente ele mandaria Sabina lhe atirar na rua.

Ele sacudiu a cabeça. – Você não precisa dizer mais nada. Apenas peça para Camilla subir quando você estiver indo embora. Eu tenho certeza que ao contrario de você, ela irá apreciar a minha companhia e a minha cama.

As palavras de Lucian atingiram seu peito, mas foi como um soco no estomago.

De repente, Alexya tinha dificuldade pra respirar.

Ela sabia que não deveria se importar com isso. As palavras dele não deveriam tê-la machucado.

Mas machucou. E não foi pouco.

Ah garota, você está completamente ferrada.

Alexya colocou um sorriso de 220 voltz no rosto e assentiu. – Claro. Eu sei que ela não se importa em pegar as minhas migalhas, quando se trata de você.

Ela saiu do quarto, mas não antes de ver um Lucian boquiaberto encarando-a de voltar.

Vampiro ou não, ele também sofre de orgulho ferido. Alexya pensou.

E de repente, ela se sentiu muito melhor.