– Oh baby, você é tão gostosa. – Josh disse em seu ouvido.

Okay. Então eles estavam transando.

E, ta. Talvez não fosse tão bom quanto era antes, mas... Era sexo! E sexo é sempre bom, não é?

Com certeza, Alexya adorava quando o corpo musculoso dele se movia contra o dela em estocadas rápidas e fortes, fazendo com que ela gemesse alto.

Ou quando ele enlaçava seu corpo junto ao dele, enquanto suas mãos percorriam seu corpo de forma carinhosa e excitante.

Ela podia sentir sua pele arder de desejo enquanto ele deixava trilhas de beijos pelo seu pescoço e ombros.

Adorava a sensação quando Josh tomava um de seus mamilos em sua boca, brincando com a língua e deixando eles completamente rijos, enquanto massageava o outro seio.

Ou as preliminares, enquanto Josh descia até sua pélvis que já ardia de desejo e depositava ali beijos carinhosos, depois abria seu caminho com a língua fazendo com que o corpo de Alexya se contorcesse de prazer, seus dedos fazendo movimentos circulares em seu clitóris e ela sentia que a qualquer momento ela poderia chegar ao clímax e... Gozar.

Mas é claro, isso nunca acontecia.

Claro, a culpa não era de Josh, assim como não foi de nenhum de seus ex-namorados.

Incontáveis vezes, seus parceiros perderam horas, tentaram posições - um deles inclusive se dedicou a estudar o corpo feminino até descobrir o ‘tal’ ponto G – mas no final era sempre a mesma coisa.

Nada.

Ela sabia que não era frigida. Ao menos, sua médica disse que ela não era nem de longe.

Só... Faltava algo.

Alexya costumava brincar com Melanie, dizendo que o dia em que um cara conseguisse lhe dar o prazer de ter um orgasmo ela se casaria com ele sem pensar duas vezes, de tão difícil que era conseguir isso.

Claro, fazia apenas três anos que ela tentava e você provavelmente deve pensar: “Ah, tem tempo ainda... Uma hora, com a pessoa certa, vai acontecer”.

Só que... Era muito, muito frustrante.

Tanto pra ela, quanto para seus parceiros.

Então, Alexya decidiu não lhes dizer mais, e quando Josh – deitado ao seu lado, suado e com a respiração irregular – lhe perguntou se foi bom pra ela, ela sorriu um dos seus sorrisos de 220 volts e disse que foi maravilhoso, como sempre.

A mentira deslizava fácil por seus lábios, mas se você olhasse fundo em seus olhos, veria que ela estava indiferente.

Sério. Ela não queria algo como orgasmos múltiplos, – embora se acontecesse, ela não reclamaria nem de longe. – mas se ela pudesse ter apenas um doce, eletrizante, quente orgasmo, ela já se sentiria totalmente feliz.

Mas não. Nada era fácil, não pra ela.

Ao menos ela tinha Josh, certo?

Mas, por mais incrível que estar com Josh fosse, faltava algo.

E ela não estava falando apenas do orgasmo.

Ela só não sentia aquela paixão arrebatadora que a deixava sem ar ao vê-lo.

Claro, quando Alexya disse isso a Melanie, a garota apenas virou seus olhos e disse: “Se te falta o ar, você esta é com asma, baby”

Alexya não sabia por que insistia em falar sobre isso com a amiga. Melanie sempre tinha uma resposta afiada pra tudo. Ela conhecia bem o jogo da amiga. Às vezes era mais fácil apenas fingir que não se importava com nada.

Ela podia até ouvir as palavras da mãe na sua cabeça. Conhecimento é poder, Alexya. Não deixe que as pessoas conheçam seus medos. Não demonstre o quanto você se importa. Se elas souberem o que te machuca, vão usar contra você. E você pode até não ser forte todo o tempo, mas elas não tem que saber.

Depois do dia no lago, Melanie havia aprendido a ser como sua mãe.

Mas Alexya ainda conhecia sua melhor amiga. Sempre saberia seus medos e nunca, nunca, usaria-os contra ela. Não enquanto fosse viva.

Josh beijou o topo da cabeça de Alexya, afastando os pensamentos inoportunos.

Ele parecia sempre saber quando ela precisaria disso.

Ela apoiou o queixo no peito de Josh e fitou seus olhos.

Lindos.

Enquanto Alexya olhava dentro dos olhos azuis claros de Josh, podia sentir um sorriso se formando em seu rosto, mesmo que sem um porque especifico.

Apenas, Josh era esse tipo de pessoa. Ele sorria com os olhos, e fazia você ter vontade de sorrir também.

Ele é tão lindo. Alexya pensou.

Seu rosto tinha um formato quadrado, seu queixo forte, aquela covinha fofa no meio do queixo, o nariz reto e aquilino. Suas sobrancelhas bem desenhadas fazendo seus olhos azuis mais penetrantes.

Seu corpo era musculoso, seus bíceps eram visíveis mesmo através dos suéteres que usava no inverno. E, claro. Como todo atleta, Josh tinha um tanquinho de dar inveja.

Seu cabelo loiro escuro, como sempre, arrepiado. Melanie uma vez tinha o acusado de ter colocado o dedo na tomada, ao que ele lhe respondeu com um olhar completamente ofendido. Alexya sabia que ele levava algum tempo pra deixá-lo assim, e realmente, achava o cabelo de Josh legal.

E por mais que ele sempre usasse esse olhar “eu sou legal de mais”, quando ele acabava tendo que usar seus óculos ele ficava de tirar o fôlego.

Apenas, você olhava pra ele e pensava “sério, dá pra levar pra casa?” de tão fofo que ele ficava.

Até Melanie tinha assumido – do jeito torto dela, é claro. – que Josh ficava atraente de óculos. Mas ele não gostava, é claro. Eles nunca gostam.

Alexya estava deitada contra o corpo de Josh, sua cabeça repousando em seu peito, enquanto os braços dele a rodeavam.

Havia um certo tipo de tranqüilidade gostosa na sensação de estar nos braços de Josh, algo que acalmava os medos e inseguranças de Alexya.

Apenas... Parecia certo. Como se ela pertencesse ali, pra sempre.

E, embora Josh não havia encontrado um modo de dar um orgasmo para ela, ainda, ela poderia se imaginar ficando com ele por um bom tempo.

Ele fazia bem a ela, e por agora isso bastava.

Deitada nos braços de Josh, Alexya olhava pela janela o céu escuro lá fora.

O sol havia se posto há três horas agora, e o pulsar insistente em sua cabeça estava fazendo-a louca. Precisava de cada grama de força de vontade dela para não abandonar Josh – que fazia carinho em suas costas nuas – e dirigir até onde Lucian estava.

Mas ela não deixaria o vampiro e todo aquele drama acabar com a sua noite.

Foda-se. Ela pensou. Eu não pedi pra ser arrastada pra isso, e certamente uma noite de folga não vai me enlouquecer. E se ele me quiser por perto, ele que venha até mim.

Alexya se aconchegou mais perto de Josh. Era bom se sentir normal novamente, ao menos por uma noite.

Seus olhos se moveram para a janela novamente, e ao invés de ver a escuridão da noite, seus olhos se prenderam com outros olhos dourados. Mas não era um reflexo dos seus olhos, oh, não.

Os olhos que a encaravam através do vidro eram felinos, mas dotados de inteligência.

Eram os olhos de um lobo.

E ele olhava diretamente pra ela.

Oh, merda.