A manhã asgardiana começava a dar sinais, ela se virava preguiçosamente na cama, até ser acordada por batidas fortes na porta. Começava a se questionar quem lhe acordaria àquela hora do dia, se levantou e foi em direção à porta.

- Bom dia, Sif, meu pai está a nossa– Thor ia falando quando pôs os olhos no corpo da moça, que estava apenas de camisola branca que ia até o meio das coxas dela, e parou subitamente. Sif apenas sorriu e lhe lançou um olhar sugestivo, porém não verbalizou nada e apenas completou:

- Tudo bem, apenas vou trocar de roupa e já os encontro no café da manhã. – Disse e não esperou resposta para fechar a porta. Se encostou na mesma e se deu a pensar, Thor já não lhe atraia como antes, talvez estivesse mesmo feliz pela humana dele. Tempos atrás ela seria capaz de morrer pelo Deus do trovão, mas sentia que todo esse amor ficara nos tempos de adolescência. Desencostou da porta sorrindo e pôs-se a trocar de roupa pois Odin estava a sua espera, mas o que queria ele tão cedo? O café normalmente seria servido mais tarde, e provavelmente poucos do reino estariam acordados àquela hora da manhã. Vestiu sua armadura vermelha e prata como sempre e trançou seus cabelos.

Na enorme sala do café se encontravam apenas Odin sentado na ponta da mesa, no seu lugar de costume e Thor sentado ao seu lado, falando algo sobre midgard que Sif ainda não conseguia entender.

- Pai-de-Todos, Thor – Anunciou ela, enquanto fazia uma reverencia e se sentava no seu lugar, pulando a cadeira de Frigga.

- Lady Sif. – Odin disse e foi seguido por um movimento com a cabeça de Thor à garota.

- Porque chamastes eu e Thor aqui tão cedo? Aconteceu algo? – Perguntou curiosa.

- Más notícias de Midgard, recebi mensagens da SHIELD e existe uma nova ameaça sobre o mesmo portal que Loki abrira uma vez, captaram uma certa energia estranha e o portal pode estar se abrindo novamente. Existe mais alguém que possa estar controlando os chitauri, eles souberam que libertei-o do exilio e querem interroga-lo o mais rápido possível.

- Odin, receio que Loki não tenha algo com essa energia, ele está sem os poderes e chegou aqui ontem, está sob minha supervisão e eu não notei nenhuma atividade estranha.

                - Concordo com Sif – Thor entrou no diálogo – Mas pode ser que ele esteja se comunicando com alguém, talvez seja melhor leva-lo para Fury interroga-lo. – Fez uma pausa – Loki é mais esperto que se pensa

                - Eles têm esse direito, temo eu. Mas quero que você, Lady Sif, cumpra seu papel de vigiá-lo mesmo em Midgard. Ele é meu filho e eles podem toma-lo como culpado de algo que possa ser injusto. Ele já cumpriu seu castigo por anos exilado e parece ter se redimido. Sif, quero que, não só o vigie-o, mas o proteja se for o caso. Temo pelo ódio que os midgardianos possam ainda sustentar. – Odin disse, olhando para a garota.

                - Sim, Pai-de-Todos, cumprirei com o que designas a mim com honra. – Sif disse e fez uma reverencia, acompanhado por um aceno com a cabeça do mais velho. Lady Sif se sentou à mesa acompanhada de Thor, e decidiam então quando partiriam para Midgard e como dariam a notícia à Loki. A medida que as pessoas chegavam, o assunto acabava.

O desjejum foi normal, todos conversavam entre si e brincavam. Loki estava sentado à mesa no lugar de sempre, ao lado da deusa da guerra. Quando por fim sobrara apenas ele, Sif e seu irmão mais velho, o deus ia se levantando quando Lady Sif segurou seu braço.

                -Loki, eu e seu irmão temos algo a tratar com você. – Ele ergueu uma sobrancelha em incitando-a a continuar.

                - Irmão, amanhã ao amanhecer partiremos para Midgard, Fury detectou energias suspeitas e quer interroga-lo. Diga-me agora, você tem algo a ver com isso, Loki? – Thor disse e ele e Sif encaravam o deus da trapaça.

                - Ora, Thor, depois desse exílio você acha que seria eu capaz de algo que me fizesse retornar às masmorras daquele horrível, repugnante e sufocante lugar? – Loki jogava mentalmente com Thor e, Sif, que percebia tais jogos, mandou-lhe um olhar carregado.

                - Foi o que pensei, irmão. – Thor disse abriu um sorriso ao irmão mais novo. Loki retribuiu o sorriso e se levantou da mesa, sendo seguido por Sif, que lançou apenas um sorriso para Thor e se retirou junto com o deus da trapaça.

                Já nos corredores sendo ambos seguidos pelo silencio, Sif lançou à ele:

                -Sabe que não me convenceu, não é? Você tem ou não algo com a tal energia em Midgard?

                - Estou desprovido de poderes, você sabe bem disso. Mesmo que eu quisesse, não conseguiria. – Ele disse sério e ela notou a sinceridade em suas palavras, sendo pega desprevenida. Por um momento parou subitamente, sendo acompanhada em seguida por Loki.

                - Se não foi você, então quem foi? – Lançou-lhe um olhar profundo de dúvida. Ele apenas retribuiu a pergunta com um sorriso carregado de ironia.

                - Porque tanto interesse em assuntos midgardianos, Lady Sif? – Ela por um momento vacilou, não sabia. Não entendia todo seu interesse em Midgard, sempre desprezara tal mundo. Preferiu se manter em silencio e continuou sua caminhadasem rumo pelo castelo, com o deus da trapaça ao seu lado.

                Caminhavam silenciosamente quando ouviram um barulho suspeito, quase uma explosão. Se entreolharam e correram rumo ao barulho, fora do castelo. Alguns frost giants tratavam dos guardas, enquanto Laufey e mais dois andavam rumo ao castelo, os guardas que tentavam interferir eram brutalmente congelados.

                - Por favor me diga que você não tem nada a ver com isso também. – Sif disse entre dentes numa irônia palpável.

                - Eu matei Laufey, no dia em que caí na bifrost. Impossível ele estar aqui a não ser que – Fez uma pausa e continuou, quase aos gritos – Laufey não morreu. – disse com os olhos arregalados e confusos.

                - GÊNIO – Sif soltou em um grito e viu Heimdall vindo em sua direção. O Guardião lhe jogou uma espada, e disse:

                -Achei que precisaria. Não sei como eles conseguiram entrar aqui, talvez com a destruição da bifrost as passagens tenham ficado vulneráveis.

                - É provável – Sif respondeu. – E obrigada pela espada. – Heimdall apenas acenou com a cabeça. Os três estavam ali parados, passos antes da entrada do castelo, ainda não sabiam quais as intenções do gigante de gelo, mas temiam, principalmente Loki que vira Laufey morrer na sua frente, e estava sem seus poderes no momento. Os frost giants se aproximaram.

                - VOCÊ – Loki disparou, cheio de raiva.

                - Os frost giants não morrem assim tão facilmente, filho – Laufey disse olhando para Loki, frisando a ultima palavra.

                - Eu não sou seu filho – Loki gritou. Laufey apenas o ignorou.

                - Não vim para guerrear, apenas gostaria de trocar algumas palavras com Odin.

                - Percebi – Sif disse irônica olhando para os guardas congelados. – Como você entrou aqui? – Ela dizia impassível.

                - Ora, um bom mágico não revela seus truques.

                - Laufey. – Odin disse aparecendo atrás, interrompendo-os.

                - Odin, quando tempo. – Ele disse sarcasticamente e emendou: - Precisamos acertar algumas coisas, - Laufey disse encarando-o – A sós.

                - Me acompanhe. – Odin e Laufey entraram no castelo, sendo seguidos por Heimdall e os guardas de gelo de Laufey, deixando Sif e Loki sozinhos.

                - Não é possível que Laufey tenha vindo só por diplomacia. – Olhou para Loki e ele estava pensativo.

                - Lady Sif – Ela o olhou e ele fez uma pausa – Laufey não está sozinho nessa.

                - Como assim? Quer dizer que-

                - A mesma pessoa responsável pelas energias registradas em Midgard, trouxe Laufey para Asgard. – Disse e ambos se entreolharam. Fazia sentido para os dois.

                - Temos que partir para Midgard o mais rápido possível. – Disse Sif fazendo Loki acenar com a cabeça, saindo os dois em direção ao castelo em busca de Thor.