Aluga-se Um Namorado escrita por Fleur dHiver


Capítulo 18
A Noite que Não tem Fim


Notas iniciais do capítulo

E a Temporada da Fleur começou! Soltem fogos. Espero que esse capítulo compense a espera. Uma boa leitura a todos;*



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A recepção não aconteceria no Hotel do desfile, mas na casa de festa em frente. Alguns modelos, assim como eles, foram levados até lá de carro, mesmo a distância sendo tão curta. Saíram pelos fundos do Hotel e em menos de dois minutos já estavam estacionando e sendo bombardeados por flashes e perguntas de todos os lados. O circo armado em frente ao salão lembrou a Sasuke a saída do elevador no Ano Novo, a agitação o deixando zonzo.

Antes de sair do carro Shizune sussurrou no ouvido de Sasuke que ele deveria sorrir. E ele se esforçou ao máximo para não parecer irritado, afinal, interpretar fazia parte do acordo e ele deveria estar feliz, contente com o sucesso e o namoro. No entanto em meio aquele caos havia um acalento. Uma doçura naquele mar de luzes ofuscantes e gritos: a mão de Sakura entrelaçada a dele; quente e macia.

Sakura se encontrava ao seu lado esquerdo, sorria para as câmeras com confiança, o surpreendendo mais uma vez, o modo Sakura-capa-de-revista totalmente ativado. Jogava os cabelos de um lado para o outro, um ar sedutor moldava todos os seus gestos, até mesmo na forma como respondia às perguntas. Às vezes sorria para ele, porém Sasuke não correspondia. Ainda estava irritado com ela, não estava?

Piscou umas três vezes ao ter outro flash direcionado a ele. Droga. O pior era que nem podia sair dali, Orochimaru estava com o braço entrelaçado ao dele. Volta e meia o puxava para uma foto, um comentário, ou -para o seu pesadelo -, apenas para tê-lo por perto. Kabuto também estava ali, as costas de Oro mantinha-se atento ao Uchiha e a Sakura, pronto para intervir caso algo saísse dos trilhos.

— Então seu sobrenome é apenas uma incrível consciência ou você é um dos donos do patrimônio Uchiha? — Demorou para que Sasuke percebesse que falavam diretamente com ele.

A maior parte do tempo ele tentava não demonstrar sua chateação e na outra buscava focar sua visão em meio ao turbilhão de luzes. A conversa ao redor estava mais do que em terceiro plano para ele, era quase inexistente. Sakura precisou cutucá-lo de leve na lateral do corpo para que notasse que era com ele que falavam e mesmo assim não fez diferença. Não lembrava direito a pergunta, só de ter ouvido o seu sobrenome. Com certeza tinha algo a ver com Itachi. Já estava pronto para pedir que o jornalista repetisse o que tinha dito, mas por sorte seu dia foi salvo mais uma vez pelo grisalho.

— Ele não vai responder a nenhuma pergunta relacionada ao seu sobrenome ou o império Uchiha. — ele colocou a mão sobre o ombro de Sasuke que estava tenso como uma pedra. Não tinha reparado na presença dele, nem de Shizune, mas os dois estavam ali. — Acredito que eles já tiraram muitas fotos. Qualquer pergunta a mais que queiram fazer, reportem-se a mim e eu verificarei se haverá possibilidade para uma entrevista. Obrigado, pela compreensão.

Ainda não conseguia entender porque aquele homem estava a seu favor. O rosto dele não lhe era familiar. Nunca o tinha visto entre os assistentes de Orochimaru ou uma das pessoas em torno de Sakura. E o mais estranho é que desde a sua aparição com Shizune nos camarins do desfile ele só tinha ficado perto de Sasuke. O que isso significava? Será que tinha sido mandado pelo seu irmão? Era só o que faltava.

Com ajuda de Shizune e do estranho um espaço foi aberto para que eles passassem. Sasuke e Sakura seguiram juntos, com ela na frente, ainda de mãos dadas. Orochimaru continuou onde estava com seu assistente sociopata, falando sobre como tinha planejado cada detalhe de sua nova coleção.

Já dentro do estabelecimento eles desceram uma escadaria que lembrava muito uma escada de incêndio que ficava na parte externa dos prédios. O local estava com uma iluminação precária, no entanto dava para perceber que a redução de luz fazia parte da decoração e não do ambiente em si, os detalhes no ambiente eram em tons de preto e roxo.

Sofás de couro preto pelos cantos, as mesas bem-dispostas e com jarros de água no centro que eram iluminados com luzes coloridas; ao fundo tinha uma pista de dança que deveria ser renomeada de pista de poses, ninguém estava dançando só sendo fotografado. No local tinha uma outra escada, na parede oposta à de entrada, que os levava para a área VIP.

Garçons passavam de um lado para o outro servindo bebidas e canapés. Tentou ver se reconhecia alguém ali, imaginava que o buffet era o de Kushina, afinal eles tinham servido no desfile. Porém não teve tempo para ir em busca de um conhecido, pois Sakura continuava a guia-lo. Não sabia qual era o seu destino, mas queria chegar logo nele. A cada passo dado, uma cabeça virava na direção deles, todos os observavam e cochichavam sobre. Não demorou para que as pessoas não só os observarem como também pararem para falar com eles, bajular, elogiar e o pior de tudo: tocar Sasuke odiava ser tocado por estranhos.

Repentinamente Gaara jogou os braços em volta do pescoço do casal, mas direcionou sua fala apenas a Sakura, prendendo entre os dedos algumas mechas do cabelo claro e longo.

— Sakura vai ter uma festa depois daqui, vamos? Vai ser divertido — ele deu um pequeno toque no ombro de Sasuke e sorriu. — Arranje um jeito de levar o senhor resmungão. — Fingiu estar sussurrando essa parte, mas sabia que ele podia ouvir perfeitamente. — Até agora não consegui entender como ele ganhou a plateia com essa cara azeda. — Sakura deu uma e Sasuke revirou os olhos, tirando o braço de Gaara de seus ombros, ao menos ele não estava surtando por um rímel naquele momento.

— Prometo fazer o possível para tentar arrasta-lo — Sakura piscou e ele lhe deu um selinho, afastando-se logo em seguida. Sasuke ficou estupefato, quase parou de andar de tão surpreso. Porém Sakura não permitiu isso e continuou a puxa-lo, mesmo com aquela expressão contrariada.

— Sakura você estava deslumbrante.

— Nossa, como você é gostoso, quero para mim.

— Adorei o seu desfile, você parecia uma leoa.

— Que sorte você tem, Sakura.

— Você está tão magra. Amei!

Por onde passavam ouvir esse tipo de coisa era mais do que comum. As pessoas chegavam, mexiam com eles, davam alguns beijinhos – alguns selinhos – nela e saiam de perto para fazer a mesma coisa com outras pessoas. Tudo tão artificial quanto o sorriso que ela dava a essas mesmas pessoas, esse não era o capa de revista, o entusiasmado, o passarela, esse era outro. O sorriso não chegava aos olhos, morria nos lábios, esse era o imperatriz. Cordial e vazio.

— Deveria sorrir um pouquinho também — foi a dica dela, mas ele não a seguiu. Não tinha um sorriso imperatriz. Ela não lhe ensinou isso.

— Sakura uma foto. — A Haruno se desvencilhou dele para atender o pedido.

Afastou-se para dar espaço a eles e por um momento imaginou como seria bom estar fora dali. Na sua moto, sem destino certo, para uma praia quem sabe, um camping, passar a noite ao relento, fazia tanto tempo que ele não saia por aí a esmo. Sorriu para pose que Sakura fazia, se pegasse na mão dela e a chamasse para fugir, será que ela iria?

— Agora uma foto com o Sasuke — ela o fitou em busca de permissão, ele deu de ombros e se aproximou. Tomou-a pela cintura e a Sakura ronronou segurando os braços dele, inclinou parte do corpo para trás e ele a acompanhou. Estava pronto para virar o rosto para a câmera, mas Sakura foi mais rápida e tomou seus lábios em um beijo rápido. — Ótimo! Alguém já disse que vocês juntos tem uma química e tanto? Fotografam muito bem.

— O tempo todo. — foi a resposta dela, mas Sasuke nunca tinha ouvido tal coisa.

O fotógrafo sorriu e se afastou. Sasuke observou que ao redor tinha outros como ele, rodavam a sala sem perturbar ninguém, muito diferentes dos que estavam na porta do estabelecimento. Perguntavam e conversavam de forma tranquila, batiam algumas fotos, algumas pessoas até pediam para que eles as fotografassem. Não eram abutres prontos para desmembrar suas presas.

— Você também pode me beijar quando quiser — a fala inesperada o desconcertou, não esperava por aquilo. Não mesmo. — Mas de você eu quero mais que um selinho.

— Sakura, venha comigo. — Shizune surgiu no meio do caminho com Kabuto as suas costas. Sasuke já sabia que aquela era uma péssima combinação, na mesma hora ficou em alerta. Preparado para qualquer eventualidade.

Levaram-na para um canto isolado. A impressão que passavam era de estarem em uma conversa civilizada. Kabuto era quem falava e parecia questionar a Haruno sobre alguma coisa, e ela não lhe respondia, parecia refletir sobre o que iria dizer. Ela virou o rosto e por um momento fugaz seus olhares se encontraram, mas ela logo desviou, falando alguma coisa ao Yakuchi que concordou e se virou para Shizune que retirou um pequeno frasco de dentro da sua bolsa. O potinho foi oferecido a Haruno que o analisou e em seguida pegou um pequeno palitinho prata e o enfiou dentro do pote, levando-o ao nariz.

Pronto.

Não precisava continuar vendo aquela cena para entender o significado dela, estavam drogando-a outra vez, porém muito pior, pois não era forçado. Seu sangue ferveu na mesma hora, não podia permitir que esse circo continuasse. Levou as mãos aos cabelos, os bagunçando em exasperação, começou sua caminhada em direção aos três, no entanto uma mão o impediu de continuar. Ao se virar pode ver o homem que o ajudou e vinha ajudando o dia inteiro. Sasuke estava se sentindo em uma estranha relação de gratidão e ódio por aquele cara.

— Você acha isso certo? Compactua com esse tipo de estratagema? — o homem o soltou, levou as mãos ao bolso retirando um maço de cigarro. Não tinha a menor paciência para os politicamente corretos, era preciso uma tragada para lidar com essas pessoas.

— Não é o mais ortodoxo, mas funciona e em situações drásticas como as de hoje — ele deu de ombros, acendendo o cigarro e dando uma tragada rápida — E de forma controlada não apresenta danos a pessoa. Todo mundo ali sabe o que está fazendo, incluindo Sakura.

— Será mesmo? Eu sei como Sakura estava quando a levaram — esbravejou, tentando conter o seu tom para não chamar a atenção de terceiros. — Ela não tinha condições físicas e mentais para tomar esse tipo decisão, para saber o que era melhor para ela. Foram eles que decidiram fazer isso.

— Pode ser uma novidade para você, mas não é para todo o resto. Sakura já está acostumada, já conhece o procedimento.

Sasuke mordeu a ponta da língua segurando a vontade de gritar com ele, soca-lo e depois socar Kabuto, socar a todos que tinham participado desse teatro. Nunca em toda sua vida tinha se sentido tão impotente, a frustração de Sasuke não tinha antecedentes.

— Sem bebidas para você — ouviu a voz de Shizune e quando se virou Sakura estava voltando para perto dele.

Shizune retirava com um pouco de custo uma taça de champanhe das mãos da Haruno. Kabuto não estava mais com elas, em seu lugar tinha uma das garçonetes do buffet, ouvindo com atenção as recomendações:

— Yuki, certifique-se de que nenhum garçom sirva bebidas alcoólicas a Sakura. Avise na cozinha que para ela é só água, suco e guaraná — Sakura fez uma careta de desagrado, mas não protestou, ela se jogou nos braços fortes de Sasuke, que a enlaçou pela cintura, mantendo seus corpos colados.

— Eu quero ficar com você. — Um arrepio percorreu sua espinha ao ter a Haruno sussurrando tal frase em seu ouvido.

Não queria soltá-la. Na verdade, tê-la em seus braços o fazia querer levar seu plano de fuga a sério e era exatamente isso que estava cogitando, fitou a escadaria de saída e em seguida o rosto delicado de Sakura, deslizou uma das mãos pela maçã do rosto dela, em uma caricia suave.

— Vem comigo?

Os olhos verdes faiscaram de surpresa e divertimento, sua expressão suavizou e por um momento ele achou que conseguiria sair daquele inferno junto com Sakura, até Shizune surgir a frente deles pigarreando e puxando-a para longe dele.

— Sasuke, esse é Kakashi Hatake. — Puxou o homem pelo braço, que apenas deu um aceno com a mão livre. — Ele será seu assistente pessoal/assessor. É da mesma agência que eu, então não precisa se preocupar que todos os tramites dessa negociação continuam sendo sigilosos — Shizune puxou sua agenda eletrônica — Estou passando alguma das suas informações para ele, incluindo as pessoas que querem contrata-lo para campanhas.

— Eu achava que isso era coisa de agência de modelos. — Kakashi concordou com um aceno e deu uma última tragada, apagando o cigarro na palma da mão.

— Para um iniciante é o melhor. Eles conhecem as pessoas certas e a agência vai ofertar os seus serviços — fez um breve movimento com as mãos, chamando um garçom que passava servindo uísque. — Mas é muito comum que os modelos se desvinculem de suas agências depois de um certo nível, ou sejam orientados a isso. Seu caso é diferente, você já entrou no mundo da moda com dois nomes de peso. — sorriu de canto erguendo o copo em direção a Sasuke, como se brindasse a sua sorte. — Seu rosto já está vinculado a uma marca, eles já viram você, já o conhecem. Não precisa de uma agência.

— Não precisa ficar se preocupando com essas questões, ou com a sua imagem, Sasuke. Kakashi está aqui para facilitar sua vida — O Hatake fez uma mesura desnecessária e Sakura o aplaudiu, empolgando-se demais para o gosto do Uchiha.

— Kakashi é ótimo! Faz muito tempo que não nos encontramos, não é mesmo? — Sorriu, desvencilhando-se de Sasuke e abraçando o outro. Kakashi circundou a cintura fina de Sakura, dando um beijo em cada bochecha.

— Festa na suíte em Berlim? — Uma risada cúmplice surgiu e ela meneou com a cabeça e Sasuke não gostou do olhar que ele a lançou. — Bons tempos.

Não estava ali para aturar esse tipo de coisa, Sakura que ficasse com seus amigos, seu pessoal e suas histórias. Afastou-se, pegando um drink alaranjado que um garçom servia, sinceramente ainda queria sumir, mas agora faria sozinho. Ignorou completamente o chamado dela.

Quais as chances de encontrar Naruto?

(...)

Há quase meia hora girava a mesma taça de vinho branco que seu pai tinha lhe entregue. Não conseguia comer nada, muito menos beber, apenas se torturar. O olhar de desapontamento de Naruto continuava a martelar em sua cabeça, acompanhado daquele sorriso tão triste. Mal o conhecia, mas já sabia que aquele tipo de expressão não combinava em nada com o rosto solar dele.

Uma das coisas que tinha aprendido com sua mãe era sempre ser educada e simpática com todos, sem descriminação. Educação não depende de status e posição social, era o que ela dizia. No entanto seu pai pensava de uma maneira completamente diferente e se a visse cumprimentando um garçom acabaria com a sua vida e quem sabe com a de Naruto também.

Talvez assim tenha sido melhor, mesmo doendo, mesmo o magoando estava protegendo-o da irá de seu louco pai. Respirou fundo e repetiu em sua mente que tinha feito tudo para o melhor dele, talvez com esse mantra sua culpa diminuísse um pouco.

Precisava arranjar um jeito de vê-lo. E afinal onde estava Sakura? Tinha visto a chegada dela, junto com aquele rapaz de tirar o fôlego, mas seu pai a tinha impedido de se aproximar. Além dos jornalistas que os cercavam. Depois que eles entraram não os viu mais. O que era estranho, Sakura era sempre o centro da festa. Droga! Nada estava saindo como o esperado àquela noite.

— Hinata!

Hiashi se aproximava acompanhado de Itachi Uchiha. Rapidamente largou a taça de vinho em cima da mesa, levantando-se. Levou as mãos para trás do corpo, torcendo para que sua maquiagem ainda estivesse impecável e sua expressão não demonstrasse toda a angustia que sentia naquele momento.

— Minha filha, gostaria de apresenta-lo a um estimado amigo. Eu e o Sr. Uchiha temos alguns negócios em comum há um tempo — Hiashi passou um dos braços sobre os ombros de sua filha, a garota sorriu e estendeu uma das mãos, forçando um de seus melhores sorrisos.

— É um prazer conhecê-lo, Sr. Uchiha. — Itachi inclinou a cabeça minimamente, aceitando o comprimento da jovem.

— O prazer é meu, senhorita e pode me chamar de Itachi — não tinha como negar que ele era belo e o sorriso mesmo curto era gentil. Diferente da maioria dos homens com quem seu pai negociava, todos pareciam olha-la com superioridade, era exaustivo encontrar com um deles.

— Hinata está se formando em moda — Hiashi fez um leve movimento com as mãos, desmerecendo a formação e a garota precisou se segurar para não revirar os olhos. —, por insistência de minha finada esposa. Tem conhecimento geral em administração também. — Desejou não ter largado sua taça de vinho para poder desviar sua atenção ao copo quando não queria ligar para nenhum dos dois.

— Imagino que deva ser um curso bem interessante — tanto ela quanto Hiashi ficaram surpresos com a resposta cortês do Senhor Uchiha. 

— É, claro, claro... porém Hinata tem outros predicados...

Hinata fitou a entrada, desejando que Sakura aparecesse com um sorriso enorme e empolgante, pronta para tira-la dali e joga-la em uma nova aventura. Arrasta-la para conhecer os modelos mais maravilhosos. Poderia arrasta-la para qualquer lugar, suportaria qualquer coisa, menos seu pai a vendendo como uma ótima mercadoria.

— Se não for incomodar, aceitaria dançar comigo, senhorita Hyuuga? — ela ficou surpresa com o pedido, já que tinha se desligado completamente da conversa que ocorria a sua frente.

Itachi mantinha a mão estendida e mesmo sem fita-lo, Hinata sabia que seu pai deveria estar fazendo caras e bocas para que ela aceitasse e caso não o fizesse a terceira guerra mundial seria iniciada.

— Claro e pode me chamar só de Hinata — ela pegou na mão dele e caminharam juntos até a pista de dança vazia.

Em festas como aquela as pessoas só dançavam para serem fotografadas e vistas. Não sabia quais das opções Itachi queria, mas dançaria com ele para que seu pai largar-se de seu pé por um minuto. Quem sabe isso não lhe desse a suprema permissão para rodar um pouco sozinha.

— Você não parece tão interessada em conversar comigo quanto seu pai imagina — corou ao ouvir aquelas palavras, não sabia que estava deixando sua falta de interesse tão óbvia. Isso lhe pareceu cruel e ela não era uma pessoa cruel.

— Desculpe-me, não é proposital — ele de uma leve risada e ela não soube o que aquilo poderia significar. — Bem, é que... 

— Não se preocupe. Espero que você não entenda isso da forma errada, mas eu também não estou tão interessado assim — Acompanhou a risada dele e se sentiu aliviada em ouvir aquilo. Ficar feliz pela falta de interesse de um cara era uma novidade e tanto. — Seu pai fala muito de você, acredito que ele tenha muitas expectativas com relação a esse encontro.

— Ele tem as mais altas. — Itachi aquiesceu, já imaginava isso. Hinata observou o pai que fingia estar interessado nos canapés que lhe era servido, mas não tirava os olhos deles.  — Você já está interessado em outra pessoa, veio por alguém... se quiser pode ir...

— Não! Eu não estou interessado em ninguém e nem procurando, muito menos vim a esse evento em busca de uma garota — Hinata concordou com um leve aceno e manteve sua atenção entre os convidados, que Naruto não a visse dançando com Itachi. — Você parece ter outras razões também, que vão além do conhecimento de seu pai.

— Bem, eu vim por uma amiga, mas a perdi de vista. O que é estranho já que ela é uma das modelos principais do desfile que ocorreu — deu de ombros, Sakura sempre teve dons peculiares, desaparecer talvez estivesse entre eles.  — E quando eu cheguei aqui acabei encontrando outra pessoa, um... rapaz, que conheci em outra festa... — Suas bochechas queimaram, mas Itachi não se irritou em ouvir aquilo, apenas sorriu outra vez de forma serena e gentil.

— Entendo. Ele não ficará feliz em vê-la dançando comigo.

— Acho que a essa altura ele não vai se importar. Eu o ignorei por causa do meu pai e eu sei que isso o feriu. Qualquer um ficaria magoado com o que eu fiz — não era tão solicita com estranhos, muito menos França como estava sendo, mas havia algo no tom ameno dele e em seu gingado calmo que a acalmava também e a fazia enxerga-lo como um conhecido de velha data. Um pouco assustadora essa sensação, porém precisava tanto de um amigo que não se importou com esses detalhes.

— E você adoraria poder se explicar para ele.

— Seria perfeito se eu conseguisse — Um sorriso triste surgiu no rosto alvo —, mas sei que não tem como.

— Talvez eu possa ajuda-la. — Hinata o fitou, alarmada. A esperança crescendo em seu peito quase a fez abraça-lo com força, mas então seus olhos caíram em seu pai sentado em uma mesa, fitando-os com disfarçado interesse. Ao notar o olhar da filha, ele sorriu, fazendo sinal de positivo com as mãos.

— Meu pai... ele...

— Está adorando vê-la comigo. O que acha que ele faria caso eu escapasse com você? — Itachi parou de embala-los e segurou-a pelos braços. Hinata mordeu o lábio inferior, sentindo seu coração bater forte contra o peito.

O Uchiha inclinou o corpo para frente, aproximando seus lábios da orelha dela, o arrepiou que seguiu foi inevitável, assim como a coloração que tingiu as maçãs do rosto dela. 

— Ele vai me ver sussurrando e logo pensara que estou te convidando para algo, então sorria e incline a cabeça. Seu pai é um bom homem, mas eu também tenho outros planos para essa noite e não quero ser incomodado por ele. — Hinata aquiesceu, ainda surpresa sempre acreditar. Mas fez como ele tinha sugerido. Ele a puxou para junto de si, sem se importar com os comentários que isso poderia gerar. De uma certa forma seria até positivo, já que era esse o interesse afinal, que todos falassem deles juntos, mas não soubessem o que fazem separados. 

(...)

Por um breve momento sentiu-se só.

Após a saída desenfreada de Sasuke ela tentou segui-lo, mas foi impedida por Shizune e Kakashi, alegando que um tempo sozinho faria bem a ele e agora não conseguia mais encontra-lo em parte alguma. Ele tinha dado um jeito de se camuflar entres os convidados. Sakura enrolou o tecido de sua saia entre os dedos. Não queria ficar só e Sasuke é tão legal com ela. Tinha até mesmo pensado em passar a noite toda com ele, quando a recepção acabasse ou a presença deles não fosse mais precisa poderiam escapar para algum lugar divertido, a suíte, a festa que Gaara sugeriu, ou algum outro lugar. Depois de tudo tinha certeza que ele era a pessoa que poderia contar para qualquer coisa. 

— Gaara falou com você sobre a festa — Temari surgiu apoiando-se no ombro de Sakura, carregava consigo um pequeno potinho do que parecia ser gelatina, mas a garota sentia um forte cheiro de álcool.

— Ele falou sim, mas o que é isso? — Temari analisou sua guloseima e gargalhou.

— Acredito que sejam pequenos drinks de gelatina. Deveria ser alguma piada que eu não entendo, mas é gostoso. Quer provar? — Shizune tinha dito não. Mas que mal teria em provar um? Nenhum.

Pegou a colher das mãos da Sabaku e provou um pouco da gelatina alcoolizada e realmente estava muito gostoso, deu outra colherada sentindo-a se dissipar em sua boca. Temari deu uma risadinha ao vê-la acabar com um potinho

— Vou chamar o garçom. — Temari ergueu uma das mãos para chamar o rapaz que estava servindo as gelatinas, mas Sakura a impediu.

— Não! Por ordem da minha assessora os garçons não vão me servir nada alcoólico — A garota revirou os olhos e Sakura deu de ombros.

— Seus assessores parecem babás às vezes. Fiquei aqui que vou pegar mais para gente.

Largou o potinho que estava segurando ao lado de um vaso de flores e jogou-se em um dos pufes branco que estavam por todos os cantos. Tinha ido até a área VIP para procurar Sasuke, mas ele não estava por lá. A sua frente se estendia um extenso corredor com diversas cabines que continham mais desses pufes, separadas por cortinas. Não tinha como saber quem estava dentro, mas podia ver o sombreado de corpos se entrelaçando dentro de uma ou outra. Orochimaru pensava em tudo, não é mesmo? 

Alguns modelos do desfile passeavam por ali, ou se pegavam por ali, a maioria tinha um potinho de gelatina e outros uns tubinhos coloridos. Deveria pedir para Temari um daqueles também, parecia ser algo gostoso. Ou melhor, deveria ir atrás de Sasuke e arrasta-lo até ali, não seria uma má ideia dar uns pegas em uma dessas mini cabines. Além do que reforçaria toda a história do namoro. Ergueu-se em um pulo, pronta para ir atrás do Uchiha, mas ao se virar esbarrou em alguém que com toda certeza não queria ver nem tão cedo.

Por que sua sorte era tão ruim?

Pagina: Fleur D'Hiver

 


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam do capítulo? Espero que todo mundo tenha curtido. Deu para matar a saudade, ele ficou grandinho, eu tinha dito que o encontro ItaSasu ia ocorrer nesse, mas ele acabou ficando maior do que o esperado, então deixamos isso para o próximo e teve um momento fofo entre o Itachi e a Hinata (eu meio que shippei e me senti estranha por isso), mas eu devo ter embolado muitas cabeças porque o Itachi é legal. Hehehehe. Sou maléfica! Enfim notaram que a Sakura tá meio que se ligando dos sentimentos dela e o Neji, eu sou fã desse cabeludo, mas ele tá entrando na minha lista negra nessa história. Eu vi gente falando do Hiashi nos comentários, mas eu AMO o meu Hiashi. Ele é nojentinho, fica empurrando a Hina para o Itachi, ms ele me faz rir, ele me completa. FIM! u.ú
Não deixem de curtir a minha página, lá eu costumo aparecer bastante e informar sobre possíveis atrasos, dar spoiler, falar de planos futuros. Não deixem de aparecer, ok? ;x
Com relação aos comentários eu vou respondê-los assim que a semana das postagens passarem, porque eu to livre do trabalho, da faculdade, vou tirar o dia só para fazer isso. Não vou deixar ninguém de fora. ;D
E se não me engano ou domingo, ou sábado sai o outro cap de Aluga-se um Namorado (tem um calendário na minha pagina)
É só isso pessoal, agradeço a quem acompanha, comenta e favorita a história.
Espero vocês nos comentários e no próximo cap. Bjos;*