Esperando Por Você! escrita por Bia Alves


Capítulo 2
Uma "ótima" noticia...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Eu vi que quase todas as leitoras mandaram reviews, obrigada flores *-*
Trouxe mais um capítulo, agora vão conhecer mais dois personagens... O Taylor...
Boa leitura



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Hoje eu tenho 16 anos, falta só mais algumas semanas para eu poder fazer 17 e depois dezoito e LIVRE desse orfanato, depois da tragédia com os meus pais eu fui muito infeliz, era perturbada por todos e todas, até apanhava, mas tudo isso mudou muito depois dos meus 15 eu me tornei fria e não idiota, nenhuma menina encostava mais em mim e se encostavam sem dó nem piedade eu simplesmente fazia ficar sem cabelo.

Todos os casais que estavam afim de adotar algum adolescente nunca me escolheram... Era triste e legal ao mesmo tempo, não queria me apegar a ninguém mais nesse mundo... Cheio de pessoas falsas e que só pensam nelas mesmas.

Eu ficava o dia todo enfiada dentro do quarto, saia apenas para fazer as refeições, e quando eu ficava com o Taylor em qualquer lugar do orfanato, mas logo depois voltava e ficava lá, por sorte eu ainda tinha um pequeno rádio que a Neide (A mulher que cuida do orfanato) Me deu, então escutava algumas músicas.

(***)

O sinal para todas nós acordarmos tocou, eu demorei mais um pouco e por fim, já que não tinha outra escolha... Claro! Eu levantei, depois que as outras meninas saíram do banheiro eu entrei, tomei meu delicioso banho e me vesti, já que orfanato eles insistiam para que a gente tenha aula o jeito foi eu ir para essa aula

– Olha a Leslie, não cansa de viver e ninguém se preocupar com você não? Por que não aproveita que se corta e se mata logo hein?- Uma menina que passou do meu lado disse.

Sim, eu me cortava e daí? Eu não tinha amigos e muitas outras coisas e o único jeito de tirar essa dor de mim era isso mesmo, me cortando... Um alivio, apesar de que depois o corte dói um pouco, mas nada do que eu não possa aguentar, eu me virei para a menina e falei:

– E você? Se não sabe nem pode tirar essa onda toda porque estamos em um orfanato, você nem devia ta falando isso comigo por que além de mim e de todas outras que estão aqui, somos coitadas abandonadas.

– Eu não fui abandonada- Ela retrucou.

– Claro que não, sua mãe só era uma drogada que não queria filha ao seu lado e trouxe para cá né isso?

– E VOCÊ TAMBÉM! - Ela grita, ela sempre se sentia abalada quando tocávamos nesse assunto, e não há nada melhor do que fazer isso com quem você odeia.

– SE NÃO SABE MEUS PAIS MORRERAM. - Eu digo gritando também, aquilo também me abalava, mas eu tentava ser forte na frente dos outros.

– NÃO INTERESSA E NUNCA MAIS FALE DA MINHA MÃE- Ela saiu pisando duro

– Morre que passa! - Disse e continuei andando para a aula, mas antes que eu pudesse chegar ao meu destino, a mulher que tomava conta do orfanato, mas conhecida como Neide me chamou, eu fui em sua sala.

– Oi Leslie, entre!- Eu entrei e me sentei de frente para ela

– O que quer? - Perguntei sem qualquer emoção.

– A Carla veio reclamar de você hoje... De novo. - Ela disse um pouco triste, ela não gostava quando eu fazia "barbaridades" com as outras garotas.

– Eu não fiz nada com ela. - Digo cruzando os braços e revirando os olhos.

– Como não Leslie? Ela tava quase chorando - Ela estava um pouco indignada.

– Neide você sabe que ela é uma mimada que só pensa nela e não para pra pensar que está em um ORFANATO. - Digo batendo os pés no chão e gritando.

– Isso eu sei, mas ela veio para cá recentemente, ela vivia com a mãe e viu que a mãe não queria mais ela, você sabe a dor que é isso? - Ela aumenta o tom de voz e levanta da cadeira.

– SEI, eu sei... Se não lembra, quando eu era criança também fui abandonada quando tinha apenas 4 anos e ainda perdi os outros pais que me deram tanto amor em um acidente! - Digo e já sentia algumas lágrimas querendo sair, mas eu fazia de tudo para segurar.

– Mas ela tem... - A interrompo.

– NÃO ME INTERESSA... Eu não quero saber tá? Se preocupa com ela somente, não é? Então porque não adota ela... Seria muito bom, não acha? - Deixo as lágrimas saírem e dou as costas. Saio daquela sala pequena e abafada batendo rigorosamente a porta, escuto Neide gritar alguma coisa, mas não dei ouvidos e continuei andando.

Eu fui para o quarto, abri a gaveta onde guardava minhas roupas, joguei tudo no chão até achar o pedaço de espelho quebrado no fundo, peguei, olhei para os lados e não tinha ninguém vendo, andei até o banheiro que tinha no quarto, todos os quartos desse orfanato tem banheiro... Ainda bem!

Andei até o banheiro, bati e tranquei a porta, me joguei sentada no chão e encarei o pedaço de espelho que já me fez uns grandes e dolorosos favores, aproximei ele de meu pulso e encarei ele entrando devagar na minha pele e rasgando, fiz um corte, não me senti o bastante, fiz mais um, um pouco maior dessa vez... O sangue começou a descer pelo meu braço fazendo cada gota cair no chão. Já sangrava demais, como tinha medo de que alguém veja, mesmo quase a maioria sabendo o que eu faço, limpei o chão e lavei o braço, enrolei um pouco até estancar o sangue e sai do banheiro.

– Até que enfim- Taylor, o meu único e fiel amigo do orfanato disse quando eu sai do banheiro.

– Como sabia que eu estava aqui e... Está no quarto das meninas! - Digo escondendo o braço e fechando a porta.

– Eu sei, não tem ninguém aqui, estão todos almoçando... - Ele diz olhando em volta.

– Não respondeu minha outra pergunta! - Volto ao assunto.

– Ah sim... Aqui é o único lugar em que você vem quando passa algum problema e... - Ele pegou meu braço- Até quando vai fazer isso Leslie?

– Até o dia em que eu sair desse orfanato... - Puxo meu braço de volta.

– Leslie, se cortar não vai adiantar nada... Me diz o que vai adiantar fazer mais um motivo para doer aqui- Ele apontou para meu braço- Se a verdadeira dor está aqui- Referiu-se ao meu coração.

– Tá insinuando que eu devo me matar? Não é que é uma boa ideia!- Ele balançou a cabeça negativamente.

– Nem pense NUNCA em fazer isso... - Disse com um pouco de raiva.

– Por quê? Ninguém nunca vai sentir minha falta mesmo! - Digo me afastando um pouco dele.

– Eu vou sentir - Ele se aproximou um pouco- E você sabe disso!- Ele me abraçou.

Taylor... Ouvir aquele nome me fazia bem, porque ele era o único que me fazia bem. Ele tinha 17 anos, veio parar aqui no orfanato porque seus pais se envolveram com gente de má fé e acabaram sendo presos, mas logo depois que saíram da cadeia foram mortos, ele não tinha avós nem tias, os que tinham eram tudo da mesma laia do que os pais, então a justiça resolveu deixar ele aqui, já tinha cinco anos que éramos amigos, e ele estava prestes a fazer 18 e assim como eu... Ia finalmente se ver livre disso aqui chamado infe... Ops! Orfanato.

– Eu não sei Taylor, eu sou tão insignificante para todos... - Digo e sento em uma das camas.

– Mas isso não significa que deve fazer isso... E nem querer morrer. - Ele senta ao meu lado e passa a mão por meu rosto.

– Eu sei. - O abracei de novo- Mas ninguém se importa comigo, não quer saber se estou bem, se estou mal, se estou quase morrendo...

– Calma Leslie, logo vai encontrar alguém que vai te dar carinho e amor. - Ele passa a mão por meus cabelos.

– Você sabe que eu não quero isso!

– Eu sei... Mas é melhor do que ter que ficar quase mais dois anos presa aqui. - Ele tinha razão, mas ainda não queria exatamente alguém para me adotar.

– Tem razão, mas mesmo assim eu não quero ninguém para me criar, ninguém NUNCA vai substituir a Patrícia e o Luciano! - Ele sabia daquilo, eu não queria ninguém, ninguém substituiria eles, e eu não quero chegar perto de alguém que possa fazer isso.

– Não estou falando que isso vai acontecer... Estou falando para você apenas se dar uma chance. - Me afasto dele e olho em seus olhos.

– Eu não mereço isso! - Reviro os olhos.

– Merece sim... E você sabe, você é doce, apesar de não demonstrar isso. - Ele abre um pequeno sorriso.

– Sou muita coisa que poucos sabem. - Solto uma risada abafada.

– É por isso que gosto de você... Sempre... Misteriosa!- Sorri e mais uma vez nos abraçamos.

– Aqui estão vocês, sabem que meninos não podem ficar no quarto das meninas não é? Vamos os dois, vão almoçar! - Somos impedidos de continuar abraçados por Neide que chega ao quarto.

A gente sempre se encrencava com isso, ele e eu sempre ficávamos juntos, o que era pouco proibido, já que ficávamos mais no quarto.

– Já vamos! - Digo.

– Eu quero os dois agora aqui- Eu e ele nos olhamos, saímos do quarto acompanhado Neide e fomos para o refeitório, depois de nós seguirmos a Neide, comemos... Ficamos lá respondendo algumas perguntas que ela insistia em fazer. Até que deu o horário em que todos podiam ficar onde bem quisessem então eu e Taylor fomos para o lugar mesmo habitado dali.

– Olha aquela estrela que linda- Ele disse, já era noite. Costumávamos ficar em um jardim no fundo do orfanato, às vezes ficávamos até tarde aqui, e sempre recebíamos reclamações.

– Linda mesmo! - Concordo observando uma entre várias estrelas que iluminavam o céu, ela era a maior que estava ali.

– Parece com você- Ele disse

– O que? Eu, uma estrela?

– Sim, são tão lindas e tem brilho próprio!

– Não Taylor, essa "cantada" não ficou legal como você queria... - Digo e rimos em seguida.

– Não foi uma cantada apenas um elogio! - Ele diz colocando o braço em volta de mim.

– Compreendo! - Coloco minha cabeça em seu ombro.

– Bom assim... - Ficamos em silêncio observando o céu, mas logo depois eu quebro falando uma das coisas que estavam em minha mente.

– Você é tão sortudo... Daqui a poucas semanas faz dezoito e eu ainda tenho que aguentar mais alguns anos. - Digo e solto um risada nasal em seguida.

– Você consegue... É forte e vai conseguir- Ele começou a rir descontroladamente.

– Por que tá rindo? - Perguntei me afastando e olhando confusa para ele.

– Pela louca ideia que veio em minha mente- Ele riu mais e eu não estava entendo nada daquela estranha situação.

– Já pensou... - Ele dá uma pausa e ri de novo - Quando eu completar dezoito já que vou ser maior de idade eu poderia te adotar- Ele riu e dessa vez eu também

– Nossa, que ideia hein? - Revirei os olhos rindo.

– Realmente muito louca! - Ele suspira e sorri de novo.

– Mas não seria tão mau te chamar de papai- Disse me inclinando em sua direção e piscando os olhos freneticamente.

– Gostaria mesmo de te chamar de alguma coisa que fosse minha... Mas não filha- Ele também se inclinou.

– Ah é? E de que então? - Arqueei uma sobrancelha e sorri.

– Que tal... Na... - Ouvi a voz de Neide.

– Leslie... Faltava eu subir no teto para te procurar... DE NOVO- Sim, eu já tentei fugir pelo telhado... Não me pergunte como, eu também não sei- E o que eu já disse sobre namoro aqui hein? - Ela se aproxima nos separando com raiva.

– A gente não estava namorando! - Reviro os olhos e levanto.

– Sei... Venha até a minha sala, eu preciso urgentemente conversar com você! - Ela diz e dá as costas.

– Eu juro que não fiz nada!- Levantei as mãos como se me rendesse, ela olha de novo para mim e revira os olhos.

– Não é nada disso, só venha. - Ela continua a caminhada.

– Ok - Eu olho para Taylor que só observava a cena- Eu vou indo!

– Vai antes que ela... - Ele é cortado por Neide.

– VAMOS LESLIE! - Ela gritou alto, muito alto.

– Faça isso- Ele riu e eu também, corri indo logo atrás de Neide, chegamos á sala dela ela sentou e eu logo em seguida.

– O que de tão IMPORTANTE assim. - A observo se consertando na cadeira, ela coloca os cotovelos na mesa e cruza as mãos me encarando.

– Uma noticia ótima Leslie, você vai amar! - Ela sorri.

– Para eu amar tem que ser muito boa mesmo! - Abro um pequeno, mínimo sorriso.

– Não é boa... É ótima. - Ela tira os braços da mesa e bate as mãos lá animada.

– Então desembucha Neide! - Digo pouco ansiosa.

– Você vai ser adotada!- Ela sorriu.

– O QUE?- Levantei ficando de frente para ela e assustada.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Eu sei que ainda teve um pouco de drama, mas vai acabar, no próximo mesmo nem se ver mais drama ok? Juro 0:)
E logo, logo vão conhecer uma pessoa bem legal... hehe
Beijos! :*
Reviews?