Ao Despertar escrita por httpsdiamandis


Capítulo 14
Capítulo 14 - Novos Estranhos


Notas iniciais do capítulo

HAHA dessa vez nao demorou tanto, obrigada á todos que acompanham a fic, recomendem ela pfvr hehe,
boa leitura



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Senti meu corpo gelar. Meus amigos me olharam confusos. Virei para trás de encarei o delegado Marx.

–Claro – eu disse.

Seguida por 5 policiais(incluindo o pai de David) nós voltamos para a escola e entramos na primeira sala que vimos. O delegado fez menção para que eu me sentasse. Ele ficou de frente para mim, e com os outros 4 policiais em volta(dois ao lado dele, e mais dois na porta).

–Então...Sta. Colleman...Com quem a Sta. Estava durante a festa? – delegado Marx perguntou, provavelmente se sentindo dentro dos filmes policiais. Reprimi o impulso de revirar os olhos.

–Eu passei a maior parte do tempo com David Adams – olhei de lado para o pai de David, que estava na porta – E o resto com meu amigo, Liam Underworld, e seus irmãos: Anne e Matthew. Por que?

O delegado pegou algo do bolso. Dentro de um plástico havia um colar. Gelei. Aquele era o mesmo crucifixo que eu usei na noite da festa. Tentei ficar calma.

–Achamos esse colar junto com o corpo de uma das vitimas, e também tem isso – ele pegou o celular do outro bolso, mexeu nele por alguns segundos e me mostrou uma foto: Minha e de David na festa, e eu usava exatamente o mesmo colar.

–Eu não tenho ideia de como o colar foi parar junto com esse corpo, eu acho que devo ter deixado cair quando estava tentando sair do incêndio. Pergunte á David e á Liam, eu não fiquei sozinha durante nem um segundo na festa – menti, usando o abracadabra de hipnotizar humanos.

O delegado me analisou durante alguns segundos. Ele então olhou para o policial gordo que estava do lado dele. O reconheci como o policial que estava na entrada de Richlands na noite passada.

–Mande ir buscar Liam Underworld e David Adams. Está dispensada sta. Colleman – ele disse, então o policial gordo saiu me acompanhando.

Ele ficou me olhando pelo canto do olho durante todo o trajeto. Na frente da escola ainda restava metade dos alunos, apesar de já estarmos todos dispensados. David, Tess, Hilary, Tom e Riley estavam encostados perto de uma árvore não muito longe dali. Perto de um carro preto, pude ver Liam me observando com seus olhos negros.

–Sr. David Adams, poderia me acompanhar? – o policial perguntou. David parecia surpreso. Liam observava a cena. Tentei fazer um sinal para que ele se aproximasse, e ele o fez. Assim que o policial o viu, me perguntou se era Liam, eu assenti. Então o policial levou os dois caras da minha vida(okay, vou parar com exageros) para dentro da escola.

–O que eles queriam com você? – Riley perguntou.

–Eles acharam meu colar junto com uma pessoa morta e foram me interrogar – dei de ombros, tensa.

Percebi que Tessa me encarava, boquiaberta. Ela havia descoberto que eu era a serial-killers.

–Ah, meu Deus! Acho que esqueci meu celular na quadra... Sarah, vamos lá comigo pegar –Tessa disse, desesperada, e me puxou pelo braço antes que eu falasse alguma coisa.

–Tess, eu... – comecei a falar enquanto nos afastávamos dos nossos amigos, mas ela me interrompeu:

–Nós conversamos depois, aqui as pessoas podem ouvir – ela disse, tensa. Tess largou meu braço e se manteve quase um metro longe de mim.

Senti meu estômago revirar. Estava acontecendo o que eu mais temia. Chegamos na quadra, e ela me arrastou até um canto escondido,

–Por que você fez isso Sarah? Todas aquelas pessoas...Eu não consigo acreditar! – ela balançou a cabeça, com lágrimas nos olhos.

–Tess...Foi um acidente, eu juro! Eu não aguento mais esse remorso, eu estava fora de mim! – eu disse, tomando cuidado para não falar alto.

–Eu não consigo entender...Você...É um monstro! –ela disse, então colocou a mão na boca, talvez arrependida de ter falado.

–É isso o que eu sou agora, Tess! O que você esperava de uma vampira? Que eu saísse por ai cantando na floresta? Minha vida é essa, e vai ser assim por toda a eternidade.Eu não sou mas a mesma Sarah de antes. Agora mesmo, eu tenho vontade de abrir seu pescoço se beber cada gota de sangue do seu corpo – eu grunhi, em cólera, e me arrependi logo depois.

Tessa ainda estava na minha frente, em choque. Naquele momento decidi hipnotizá-la, por que eu não confiava mas nela, não depois disso. Doeu, mas eu tive que fazer.

–Tessa, esqueça tudo o que você sabia sobre eu ser uma vampira. Eu sou humana, como você. – eu disse, tocando no braço dela.

Fiquei me sentindo culpada ao ver Tess esquecer cada detalhe que eu já havia contado sobre quem eu realmente era. Ela ficou parada na minha frente, olhando para o chão sem se mexer. Então, depois de alguns minutos, ela pareceu levar um choque, e então olhou para mim, confusa:

–Sarah? O que nós estamos fazendo aqui? – ela perguntou com um sorriso confuso, olhando em volta.

–Hm...Nós, só viemos procurar minha...pulseira, mas já achamos, vem – eu a puxei para onde estavam os humanos.

Tessa parecia um pouco distante, e comecei a pensar que a havia feito com que ela esquecesse mais do que o necessário.

–Tessa. Escuta. Você está bem? Qual a última coisa que você se lembra? – eu parei na frente dela, segurando seus ombros.

–Lembro de estar na frente da escola com o pessoal, e você estava sendo interrogada, ai do nada, eu fui parar lá perto da quadra – ela franziu a testa.

Suspirei.

–Ok – então continuamos á andar, procurando nossos amigos.

Eles continuavam no mesmo lugar, e David já havia voltado.

–Achou seu celular? – Hilary perguntou.

Tessa olhou para ela com cara de interrogação.

–Já – eu disse antes que Tessa abrisse a boca. Olhei para David – O que eles queriam?

–Só queriam saber até que horas eu estava com você. Por causa daquele colar pensam que você é a assassina. Dá pra imaginar? Que viagem – ele balançou a cabeça, rindo.

Eu fiz uma careta, tentando não parecer culpada.

–Liam ainda está lá? –perguntei.

David bufou.

–Sim. Aquele cara é esquisito. Ele fala feio meu vô – ele ergueu uma sobrancelha.

Eu e meus amigos explodimos em risadas. Tom olhou no seu relógio.

–Ainda é cedo, vamos no Gerald’s? – ele perguntou. –A sobremesa é por minha conta. Contanto que seja sorvete...

Todos nós concordamos e fomos no meu carro(á não ser por Riley que foi de moto com Tess) até a lanchonete.

Gerald’s era o mais próximo que nós tínhamos de um Mc Donald’s.Era a única lanchonete em que não haviam caras velhos fedendo á bebida e nem músicas horríveis.

Quando chegamos encontramos algumas pessoas da escola lá. O Gerald’s era pequeno, de modo que já estava lotado. Nós nos sentamos em uma mesa no meio da lanchonete. Nós ficamos lá até não sei que hora, conversando e disputando quem bebia mais coca. Eu estava no meu 3º sorvete(á fim de estorquir Tom), quando eu senti um cheiro, que me fez franzir o nariz. Parecia ser o mesmo cheiro de Mitchell, só que ‘mais concentrado’. Cheirava á floresta e á bichos, não é que fedesse, mas sei lá. Era esquisito e errado.

Olhei em volta da lanchonete, e os vi em um canto perto da janela. Eram duas garotas e três caras.

Os caras eram enormes, maiores do que Mitchell e os guarda-costas dos Underworld. Um tinha o cabelo castanho-claro curto e olhos claros. No olho esquerdo havia uma cicatriz enorme que quase ia até sua boca. Ele comia feito um animal, e todos na mesa riam. O outro parecia ter minha idade, e tinhas feições indígenas e olhos negros feito os de Liam. O ultimo cara era assustador. Ele tinha a pele cor de oliva, cabelos negros e encaracolados, e seus olhos pareciam cinzentos. Ele era o maior dos três, e não sorriu um momento sequer.

As duas garotas também era grandes. Quer dizer, elas não eram musculosas, mas eram altas feito modelos. Uma tinha cabelos até a cintura, negros e encaracolados, seu rosto tinha o formato de um coração. Um cacho pequeno ficava em seu rosto. Ela também tinha olhos negros, e seus olhos varriam o lugar. O nariz dela parecia farejar alguma coisa. A outra garota era branca, e tinha cabelos castanhos na altura dos ombros. Ela brincava com uma batata frita, mas não a comia de fato.

Eles não pareciam conversar, só ficavam encarando os outros. Foi ai que a garota de cabelos cacheados olhos para mim. Ela ficou tensa e franziu a testa. Trocou um rápido olhar com o cara enorme de olhos cinzentos, e então os cinco olharam para mim.

Gelei, e tentei olhar para bem longe deles.

–Sarah, tem alguma coisa errada? – David me perguntou, olhando nos meus olhos.

–Nada... Er, vamos lá fora comigo? – eu pedi, incapaz de conseguir continuar lá, com aqueles cinco pares de olhos me fulminando.

–Claro – ele pegou minha mão e se levantou. – A gente já volta.

–Podem ir ficar de amasso lá fora, só que vocês vão perder meu relato de como quase quebrei o baço de Aaron Simons – Riley disse sorrindo.

Eu e David balançamos a cabeça, e então saímos da lanchonete. Já estava escuro, e o estacionamento, lotado. Nós fomos até meu carro e David me abraçou.

–O que você tem? – ele perguntou.

–Nada... – eu respondi, sorrindo para aqueles olhos castanhos.

–Eu te conheço Sarah...Você pode me contar qualquer coisa. Confie em mim – David acariciou meu rosto.

Eu quase senti que realmente poderia contar, mas uma intuição me fez ficar de boca calada.

–É só...Tia Juliet no hospital – menti, olhando para qualquer lugar que não fossem seus olhos.

–Sarah...Posso te perguntar uma coisa?

–Claro.

–Aquele cara... Liam. Você sabe que ele é a fim de você, não é? Ele já... Sei lá, tentou alguma coisa com você? Ah, merda, eu pareço tão possessivo assim, me desculpe... – David disse, gaguejando e me soltando.

Eu ri e peguei sua mão. Durante alguns segundos vieram imagens minhas e de Liam, mas eu as ignorei, e tentei falar o máximo da verdade para David.

–Não precisa ficar inseguro – eu sorri, ficando na ponta dos pés, e o beijando.

Ele pôs uma de suas mãos em minha cintura e a outra foi para meu rosto. Passei uma das mãos para sua nuca e a outra para seus ombros. David passou a língua, por meu lábio inferior, indeciso. Com um suspiro, entreabri os lábios, para que ele passasse a língua. David desceu a mão que estava na minha cintura indo até minha coxa, onde ela a colocou em sua cintura. Ele fez isso com as duas pernas, me sentando no capô do carro.

O beijo dele é indescritível, QUASE tão bom quanto Liam. Quando precisávamos respirar, ele passava seus lábios para o meu pescoço, dando chupões em minha clavícula e indo ao lóbulo da minha orelha. Eu beijei seu pescoço, e parei quando comecei a ouvir o sangue correr por suas veias.Será que não poderíamos nos beijar como pessoas normais sem que acabasse virando uma loucura de vampirismo?

David me deu outro beijo, que me tirou o fôlego, me fazendo esquecer da história de querer sugar seu sangue. Interrompi o beijo com uma sensação estranha, sentindo aquele cheiro estranho que não era humano outra vez. Foi ai que olhei para o lado e vi os cinco estranhos saindo da lanchonete. Eles ficaram me encarando, o que me fez(infelizmente) parar de agarração com David.

A garota de olhos escuros não desviou o olhar de David nem por um segundo. Os cinco foram até uma caminhonete vermelha gigantesca. O homem da cicatriz entrou na cabine junto com a garota de cabelos curtos, e o restante se sentou na caçamba da caminhonete. A garota ficou de pé, ainda nos encarando.

Eu grunhi e abracei David, parecendo totalmente o tipo de namorada possessiva. Nós ficamos em silêncio até que eles se distanciassem. Então David olhou para mim e deu uma risadinha.

–Só eu percebi essa tensão entre você a aquela garota? Você a conhece?-ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.

–Você não viu o jeito como ela te olhou? Argh...Não, nunca vi nenhum deles antes – dei de ombros, e afrouxei os braços ao redor de David.

–Ciúmes? – ele começou a rir quando eu fiz bico.

Nós dois rimos e então é claro que a agarração começou outra vez.

–Ei, vocês dois, vão procurar um quarto! –ouvi Tom gritando.

Eu e David nos viramos para olhar. Nossos amigos vinham até onde estávamos, rindo e fazendo corações.

–Parece que hoje nós não teremos sossego – ele me ajudou a descer do capo do carro, enquanto eu corava como um pimentão.

Tom e Hilary foram no meu carro junto com David, enquanto Riley nos acompanhavam na sua moto com Tess.

Tudo parecia normal, eu olhava para trás onde Tess estava constantemente, mas ela realmente havia esquecido de todas essas coisas sobre vampiros. Eu fiquei tensa, me lembrando de que agora teria que tomar cuidado do que falava perto dela, já que antes, Tess era a única(á não ser pelos Underworld) pra quem eu contava meus ‘problemas vampirescos’.

Tentei parecer normal e humana, e acompanhar meus amigos que estavam cantando como se não houvesse amanhã. Teve uma pequena briga pela disputa na estação de rádio, e David e Tom fingiram vomitar enquanto eu e Hilary(e Tessa na moto), cantávamos Demi Lovato.

É claro que a cantoria acabou quando um policial me parou para mandar desligar o rádio, já que segundo ele estávamos ‘pertubando a paz’. Foi bom aquilo(sem a parte do policial), me sentir normal, mesmo que por alguns segundos.

Olhei para meus amigos, e aquilo me fez pensar em dali alguns anos, quando nós terminássemos a escola. Como eu iria dizer adeus? Dizer á eles e á tia Juliet que não os poderia ver mais porque eu nunca envelheceria. Engoli em seco, e tentei fingir que não estava chorando.

************

Quando cheguei em casa, me senti sendo observada. Quer dizer, ou eu estava ficando louca, ou senti olhares em minhas costas durante o pequeno percursso até a porta.

Antes de pegar a chave debaixo do vaso de flor, olhei em volta, captando cada pequeno detalhe na rua escura e silenciosa. Respirei fundo, peguei a chave e fiz o maior barulho do mundo ao fechar a porta. Droga.

Tentei pensar em alguma coisa para afastar aquela sensação. Ah, é claro, uma bela macumba da Aislin poderia ajudar agora!

Respirei fundo e fechei os olhos, imaginando que a casa era uma fortaleza, e que nada entraria ali sem que eu quisesse. Alguns segundos se passaram. E eu tive certeza de que aquilo não tinha funcionado. Ótimo.

Eu não sabia de onde havia tirado aquilo, mas uma voz em minha cabeça disse que algumas coisas requeriam feitiços.

Vá para o sótão, a voz sussurrou em minha cabeça. Eu sabia que era Aislin.

–Porque você não me deixa em paz? – eu disse em voz alta. Okay, agora eu realmente estava ficando louca.

Grunhi e subi as escadas. Fui até uma porta que ficava no teto, puxei-a e subi pela escada suspensa. O sótão estava a maior bagunça como sempre, cheio de teias de aranha. Procurei pelo interruptor. Quando a luz iluminou o lugar, eu me senti uma idiota. Por que diabos eu estava ali mesmo?

Fui até a janela, e me sentei na beira, olhando para a noite sem lua. Queria que minha mãe estivesse aqui. Eu com certeza contaria tudo oque estava acontecendo para ela, e sabia que não seria julgada.

Em um canto do sótão, uma caixa de papelão me chamou a atenção. Estava escrito ‘Rebecca’ com a letra de tia Juliet. Sem pensar duas vezes fui até lá, e, sentada no chão empoeirado abri a caixa. As lembranças que vieram quando abri a caixa me fizeram ofegar. Fotos e mais fotos minhas, do meu pai e da minha mãe. Eu me lembrava de cada lugar em que aquelas fotos haviam sido tiradas. Ah, aquela caixa...Quando eu era mais nova passava o dia inteiro revirando-a, procurando por momentos que não voltariam mais.

Ergui uma blusa que estava na caixa. Uma blusa branca com renda. Era dela, a da minha mãe. As lágrimas caiam sem parar. Porque mesmo eu estava revirando aquilo?Já não bastava de sofrimento? Encostei a cabeça na parede e fiquei ali, com a blusa da minha mãe nas mãos, procurando por seu cheiro mais uma vez. Eu acabei deitando no chão, sem me importar se acabaria suja de poeira.

Foi ai que eu percebi uma coisa. A parede em que eu estava encostada. Bati a mão nela, e percebi que era oca. Fiquei de joelhos e por impulso comecei a tirar as vigas de madeira na parede, que dava para um fundo falso. A curiosidade me fez continuar estragando a parede. Então eu vi. Um baú enorme e que parecia ser velho, bem ali na minha frente.

Sem o menor esforço o tirei do fundo falso na parede. Se eu fosse humana talvez levasse a noite inteira tentando movê-lo. Tentei abrir, mas era impossível sem a chave.

–Muito obrigado Aislin, isso foi muito útil – eu disse sarcasticamente, olhando em volta do sótão, talvez esperando que ela estivesse ali.

Um flash veio em minha mente. Uma chave enorme de bronze. Aislin queria que eu a achasse.

–Okay, chega dessa loucura. – eu disse, levantando e indo embora.

Eu fui para o meu quarto, com a intenção de tomar um banho e me livrar daquela roupa cheia de poeira, quando outro impulso me fez ir até a cômoda. Abri uma das gavetas, onde eu guardava bijuterias(que na verdade eram de tia Juliet quando ela era mais nova, mas eu pegara para mim no dia em que voltara para casa, já vampira).

Droga. A maldita chave de bronze estava ali, feito pingente. Eu usara ela um milhão de vezes sem reparar na lua tríplice pequena gravada no bronze.

–Tudo bem, você quer que eu abra o baú?É melhor que compense – murmurei para o nada, e voltei ao sótão.

Abri o baú é claro, e lá estavam as coisas mais esquisitas e de aspecto antigo que eu já vira. Haviam vários livros de capa de couro, que eu prometi á mim mesma ler mais tarde. Também tinham muitas velas e um colares esquisitos. Tinha uma caixa de madeira no fundo, cheia de papéis. Eram cartas. Em meio á elas havia uma foto. Tia Juliet e minha mãe, pareciam ter minha idade, e sorriam para a câmera.A foto parecia um caos com os cabelos vermelhos feito fogo das duas. Eu sorri, lembrando do quanto elas eram unidas. Peguei as cartas e percebi em choque que eram todas da minha mãe. Li todas, mas uma delas me chamou a atenção:

Juliet.

Eu não me sinto segura em casa. Tenho certeza que eles estão atrás de minha Sarah. Mas não vou deixar que á peguem. Daniel e eu vamos fugir, mas sabemos que é uma questão de tempo até que outras Wiccas nos achem. Eles ficam me dizendo que querem Sarah porque ela pode libertar Aislin, mas ela é só uma criança! Talvez essa seja a última vez que eu te escreva, porque não posso correr o risco de ser encontrada. Perdão, irmã, mas não consigo mais viver essa vida cheia de monstros. Não quero que Sarah acabe como Emily. Vou protegê-la até o fim ,para que eles não a encontrem. Se eu e Daniel morrermos, fique com ela, e por favor Juliet, eu te suplico. Nunca conte nada á ela sobre bruxas.Ela merece ser humana enquanto ainda pode, porque quando os poderes aparecerem, saiba que Sarah nunca mais vai conseguir viver normalmente.

Desculpe escrever essa carta cheia de avisos, mas eu realmente quero protegê-la, e nessa cidade nós não somos mais bem-vindos.

Vou sentir saudades, te amo irmã

Rebecca.

Senti falta de ar, e fiquei sem saber o que pensar. De quem minha mãe estava tentando me esconder? E porque, a data da carta era de três dias antes do acidente?

Liguei as peças em pânico:No acidente de carro(que eu estava junto), durante toda a viagem, meus pais ficavam conversando coisas estranhas, e sempre que parávamos em algum lugar para comer, eles se comportavam como criminosos.

Me lembro que estava escuro e que chovia forte. Eu disse para pararmos para dormir ali no carro mesmo, mas ninguém dava ouvidos á uma criança, é claro.

Á certa altura, percebi que um carro preto nos seguia, e então minha mãe ficou murmurando que estava tudo acabado. Foi ai que meu pai ficou muito estranho, como se estivesse tendo uma convulsão, e o nosso carro caiu em um desfiladeiro, dando várias voltas. Me lembro de desmaiar, e acordar já no hospital.

Ah, meu Deus, então era isso. Aquilo não fora um acidente. Meus pais estavam fugindo, mas a pergunta era: De quem?


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