"Sempre achei que existiam duas maneiras de se conseguir o que queremos na vida. Forçar as pessoas a darem aquilo para você, ou fazê-las quererem dar aquilo para você. Parece que a segunda opção é geralmente melhor.". (Os Diários de Carrie)

6

Ataque a Hargeon - Parte 1

Depois da conversa com Wendy, Natsu pensou que talvez a tripulação do Princess Elizabeth não fosse tão ruim. Ele sinceramente pensou que Lucy pudesse ser justa, boa e leal. Isso foi até ele saber que iriam atacar uma cidade e roubá-la até os guardas aparecessem, aí teriam que se virar para fugir. Ele devia ter imaginado aquilo. Confiar em pirata dá nisso. Quando Natsu voltou ao convés com Wendy, ele viu um enorme alvoroço entre os tripulantes.

–Lucy! - ele chamou-a. Ela estava caminhando pelo convés, gritando ordens para os piratas. Seus cabelos loiros voavam ao vento e seu chapéu inseparável estava em sua cabeça. - Ei, Lucy!

–Hã? O que foi, Natsu? - ela respondeu, virando-se e indo até ele.

–O que está acontecendo? - ele perguntou, completamente perdido.

–Ah, nada demais. Vamos só fazer uma visita a Hargeon e roubar tudo que encontrarmos. - ela disse, numa naturalidade estranha. Como ela podia falar em roubar uma cidade com uma naturalidade daquelas?! Natsu arregalou os olhos e disse:

–O quê?! Vamos roubar uma cidade?! E ainda uma das cidades mais importantes do reino Strauss?!

–Sim. Vamos lá, irritar a Lisanna é divertido, tenho certeza que você vai gostar! - disse Lucy, animada. Ele estranhou o fato de ela achar que irritar a futura rainha de um exército monumental era divertido. Natsu dissera que tentaria entendê-la, mas assim ficava difícil! Ele resolveu ir atrás de Wendy e arrumar informações, mas perdeu a chance ao ver Hargeon, já próxima do navio.

Natsu nunca saíra de seu reino, afinal, muita gente queria matá-lo pra tomar o trono dos Dragneel. Ele estava nervoso por estar na compania de diversos piratas e ir em direção a Hargeon só pra roubar tudo que visse pela frente, mas ela uma cidade linda. O porto era enorme, e haviam várias pessoas, de todos os tipos, andando por lá. Ele avistou uma mulher toda vestida de rosa, com um chapéu rosa extravagante, que mandava dois homens pegarem suas bagagens. Ela parecia exatamente o tipo de pessoa que ele veria no seu reino, mais precisamente em seu castelo, mas que ele não daria a mínima. Então ele sentiu uma mão em seu ombro. Era Lucy, que o olhava com um sorriso.

–Você vai me ajudar nisso. Iremos eu, você e a Wendy. Os outros vão ficar em outros grupos, mas vamos levar tudo que pudermos. Você está bem? - ela dizia.

–Sim, vou tentar ajudar a saquear. Não sou bom com espadas, mas... Sou bom em luta corpo-a-corpo. - disse Natsu. Lucy deu uma risada debochada e lhe deu um empurrão de leve, respondendo:

–Eu sei, seu idiota. - disse Lucy. Como ela sabia tanto sobre ele era um mistério pra Natsu, mas ele achou mais fácil aceitar o fato do que talvez fazer a pergunta errada. Apesar de tudo ela ainda era uma capitã pirata, e ela parecia saber o que estava fazendo. Ele não podia arriscar fazer algo errado perto dela. - Vamos, idiota. Não temos tempo a perder.

Natsu seguiu Lucy até um bote. Vários grupos de piratas desembarcavam em outros barquinhos, e, junto de Lucy, Natsu e Wendy, íam Gray, Erza, Jellal e Juvia. Natsu observava o mar, maravilhado, que brilhava com o sol de fim de tarde. Estar em um barco sem enjoar era tão bom! Eles navegavam em silêncio, esperando não serem notados, então finalmente chegaram. Gray, Juvia, Jellal e Erza tomaram um caminho, enquanto todos os outros grupos íam pra outras direções. Um grupo maior ficou ali, dizendo que iriam mandar o saque pro navio antes de eles chegarem.

Lucy guiou Natsu e Wendy até uma ruela que dava em outras. Era uma enorme rede de ruelas que davam nos cantinhos mais impossíveis, onde os guardas não os pegariam e os camponeses saberiam que eles não eram gente com quem se pudesse mexer.

–Qual é o nosso objetivo? - perguntou Natsu.

–Bom, como você deveria saber, é nesse cidade que fica o castelo dos Strauss. Nesse exato momento sua querida noiva... - dizia Lucy, quando Natsu a interrompeu:

–Na verdade, não tão querida assim...

–Que seja, o que importa é que Lisanna deve estar chorando que nem uma idiota no quartinho todo rosa dela, e nossa missão é roubar do castelo tudo que der pra carregar. O resto do pessoal vai se encarregar de buscar água, comida, roupas e coisas do tipo, enquanto nós vamos roubar ouro. - explicou Lucy.

Logo o castelo imenso dos Strauss apareceu a frente deles. E ele era completamente diferente do castelo Dragneel. O castelo Dragneel era vermelho com detalhes em branco, prata e dourado, enquanto o castelo Strauss era um rosa bem claro, quase branco, com detalhes em prata e preto. O castelo dos Dragneel era bem maior, com enormes campos de treinamento militar próximos ao castelo, enquanto o que circundava o castelo Strauss era uma cidade e, ao longe, campos de plantação preenchidos principalmente por morangos. Wendy notou o nervosismo de Natsu, então pegou a mão dele e disse:

–Tudo bem. Já fizemos isso várias vezes, não será tão difícil. - Natsu olhou pro chão e Lucy disse, encorajando-o:

–Escute a Wendy, ela está certa. Vamos lá!