The Pirate And The Prince escrita por Bruna Catarina


Capítulo 33
Capítulo 33 - O Perdão




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“Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é que lado escolher agir.". Harry Potter

33
O Perdão

Lucy e Natsu não perderam tempo com besteiras. Não havia nem tempo nem paciência pra ficar enrolando, de qualquer maneira. Atacaram os guardas e em pouco tempo Natsu conseguiu abrir caminho para que Lucy prosseguisse sua luta com Lisanna enquanto ele se mantinha ocupado com os guardas. Natsu não ousaria interromper a luta das duas. Aquilo não era nem de longe uma batalha física. Era muito mais do que issso. Aquela batalha representava nada mais nada menos do que duas rainhas, lutando por um reino, uma coroa, um homem. Era uma batalha pra ver quem ficava com a vida que ambas desejavam, mas somente uma poderia possuir.

Lisanna e Lucy sabiam que eram meio-irmãs. Seus pais contaram a elas o grande segredo dos meio-irmãos de Lucy Heartphilia antes de morrerem pelas mãos um do outro. E era pelo desfecho de tal batalha que Lisanna se recusava a deixar aquilo terminar de uma maneira que não fosse a morte de uma delas. Lucy desejava fazer as pazes com Lisanna. Ela sempre desejou. Mas o que ela podia fazer além de lutar com a irmã se ela se recusava a perdoar e ser perdoada?
As espadas das princesas se encontraram com força, o som do impacto ressoando pelo salão, assim como os outros que se seguiriam soariam. Lucy olhou profundamente nos olhos de Lisanna, vendo o ódio ardente encobrir a tristeza dolorosa escondida no fundo da alma da albina. Ver aquela imagem fazia o coração da loira arder. Ela se lembrava do rosto alegre de uma Lisanna criança que sorria pra Lucy, os olhos brilhando e a inocência em todo o seu ser, completamente diferente daquela mulher cheia de cicatrizes emocionais que a incentivavam a continuar fazendo aquelas coisas, como tentar matar a própria irmã, que alguns anos antes ela teria abraçado com tanto amor e carinho.

–Lisanna. Desculpe, mas eu não posso fazer isso. Eu não posso manter essa luta sem saber o motivo de você querer tanto me matar. - dizia Lucy. - Por favor, me diga. Por que você me odeia?

–Você sabe o que você fez! - gritou Lisanna. - Eu me lembro bem. Você e seu pai foram confrontar o meu pai. Eu fiquei sabendo dessa luta bastante tempo depois, quando eu perguntei pra minha mãe onde o papai estava e ela me disse... Ela me disse "A Lucy o matou".

–Mas... O quê?!

–Não minta pra mim! Eu sei exatamente o que aconteceu naquela noite. - dizia Lisanna, atacando Lucy mais ferozmente. - Meu pai matou o seu pai e você quis vingá-lo, entao matou o papai! Eu nunca, nunca vou te perdoar pelo que você fez, Lucy. Não importa se somos irmãs, não importa se é você quem o Natsu ama, a vida que você costumava ter é minha agora!

–Você não pode tomar a vida de alguém desse jeito, Lisanna!

–Sim, eu posso, aliás eu já tomei! Você acha que alguém sentiu a sua falta? Você acha que seus "amigos" realmente se importaram? Natsu nem saberia que você existe se você não tivesse ousado retornar! - gritava Lisanna. - Se você não tivesse voltado, todos teriam seguido em frente sem nem perceber que você havia sumido.

–Você está mentindo. - respondeu Lucy. - Se você continuar no governo desse reino, ele vai afundar. Você, o Scarlet e o resto dos Strauss afundaram os dois reinos por egoísmo. Por medo de serem uma família de "ninguém"s outra vez.

–Você não sabe de nada, Heartphilia!

–Como se você soubesse, Strauss!

Natsu mantinha-se alerta a batalha de Lucy e Lisanna mesmo enquanto continha aqueles guardas. Um a um eles caíam e logo Natsu teria terminado sua parte da batalha. As espadas de Lucy e Lisanna se chocavam num confronto que podia ser visto de duas maneiras. Por fora era uma batalha feroz, puramente tomada pelo ódio de ambas; Mas por dentro, havia uma hesitação, mesmo que pequena, mas uma hesitação. A hesitação dos sentimentos antigos de ambas. Como aquelas duas meninas que se amavam tanto no passado podiam estar querendo matar uma a outra no presente? Era somente mais uma prova de como o destino podia ser cruel.

Lucy já nem sabia mais o que sentia. Era tudo tão confuso. Por um momento ela queria encravar uma espada no peito de Lisanna e vê-la morrer pagando pelos erros que cometera. Mas no momento seguinte ela queria que tudo se explodisse, queria poder largar as espadas e abraçar a antiga amiga e implorar pelo perdão que ela sempre desejara conseguir, não só de Lisanna. De Natsu, por tê-lo deixado. De seu pai, por não ser forte o suficiente pra protegê-lo. De sua mãe, por ter permitido que as coisas chegassem áquele ponto. De Erza, por ter dado ela ainda mais motivos pra odiar o próprio pai. De Gray, por ter dado mais motivos para afastarem sua amada dele. De Jellal, por ter contribuído na condenação que o afastara de Erza por tanto tempo. De Igneel, por ter colocado em risco o único filho daquele solitário rei. Entre outros.

Mas mesmo que conseguisse o perdão de todas essas pessoas, as cicatrizes em seu coração seriam um lembrete eterno de tudo que ela fizera. O grito entalado na sua garganta a faria arder toda vez que ela pensasse sobre o assunto, quase consumindo-a de dentro pra fora, e por mais que ela tentasse, aquele grito sempre estaria lá, queimando. E ela nunca se sentiria confiante o suficiente pra contar a alguém sobre aquilo. Era simplesmente doloroso demais.

–Lisanna, eu... E-Eu... Eu não matei o seu pai... - murmurava Lucy, segurando as lágrimas. - Seu pai realmente matou o meu pai, mas isso foi depois do meu pai ter dado o golpe que tirou a vida do seu pai. Resumindo... Meu pai matou o seu pai e vice-versa. Eu só observei o que aconteceu... Eu só... Chorei pelo que eu não consegui evitar que acontecesse.

–Você... Está mentindo.

–Não, eu não estou. E mesmo que estivesse, que diferença faria? Mesmo que eu pudesse, será que eu conseguiria te matar, Lisanna? Será que eu conseguiria matar a minha irmãzinha? Será que eu conseguiria matar a pequena Lisa-chan?

–Não ouse se referir a mim por esse apelido, Lucy. Eu não... Eu não sou mais aquela menina de antes.

–Eu sei que você não é. E isso é em parte culpa minha, não é? Bom, só o que eu posso fazer é... Pedir o seu perdão. - disse Lucy. As lágrimas escorreram por suas bochechas enquanto ela soltava suas espadas e logo depois deixava-se cair de joelhos no chão, em prantos. - Me perdoe... Lisa-chan... Me perdoe...

–Lucy... - murmurou Lisanna, observando o estado destruído da garota a sua frente. Ela não era nada mais do que uma garota lutando pelos seus ideais. Ela não parecia ser a assassina cruel que Lisanna sempre julgou que ela era. Antes que ela pudesse perceber, ela própria começou a chorar também. - N-Não... Eu não vou relutar. Eu vou te matar, Lucy...! - Lisanna soltou uma das espadas e então ergueu a outra, com ambas as mãos, pronta pra dar o golpe da morte. Lucy levantou o olhar, seus olhos molhados encarando os de Lisanna, toda a dor e culpa que a loira sentia invadindo o coração da albina. E pouco a pouco, seus dedos afrouxaram e a espada caiu, assim como ela, que também caiu de joelhos no chão, chorando. - Por quê eu não... Eu não...

–Lisanna. Não precisa ser assim. - disse Lucy, indo até a irmã e a ajudando a se levantar. - Você e eu podemos nos perdoar e seguir em frente juntas. Você terá um lugar na corte ao meu lado e ter uma vida feliz no castelo comigo. Eu nunca achei que só uma poderia sobreviver. Por favor, aceite minha oferta. Me perdoe, Lisa-chan... Por favor...

–E-Eu... Eu... - murmurava Lisanna, confusa. Ela amava Lucy, não podia negar. Talvez... Talvez ela pudesse esquecer as mágoas do passado e tentar uma vida nova. Talvez... Talvez ela pudesse ter uma segunda chance. Ela viu a expressão carinhosa no rosto de Lucy e só isso foi suficiente pra que ela despencasse. Chorando ainda mais, Lisanna se jogou nos braços da irmã, abraçando-a com força. - Nee-chan...!

–Vai ser um novo começo, Lisa-chan. Pra nós duas. - disse Lucy, alguns segundos depois, se separando da albina. E então a mais nova olhou por cima do ombro da loira, vendo Natsu parado ali, observando a cena, surpreso. Só isso bastou pra que ela pudesse finalmente enchergar o que realmente precisava fazer.

–Eu passei todo esse tempo querendo ter a sua vida, Lucy... Isso nunca foi certo. Eu sempre tomei as decisões erradas porquê eu queria algo que não pertencia. Eu queria um futuro além do que eu podia obter. - dizia Lisanna, pesarosa. - Por isso eu lhe peço perdão... Pelo que fiz antes... E pelo que farei agora. - e então Lisanna tirou uma adaga de uma parte oculta da armadura. Com um último sorriso em meio as lágrimas, Lisanna murmurou: - Obrigada por tudo, Lucy. Mas só uma de nós pode ter essa vida. Só uma de nós pode sobreviver e seguir em frente. Por favor, me perdoe... - e ela encravou a adaga no corpo cansado. Lucy arregalou os olhos enquanto observava o sangue jorrar pela ferida. Não havia como sobreviver áquele golpe. Simplesmente não havia como. Natsu arregalou os olhos e sentiu os joelhos vacilarem, o corpo tremendo diante da imagem que via. Lisanna havia acabado de encravar a adaga no próprio coração. Ela havia acabado de cometer suicídio. Só pra que a sua irmã pudesse seguir em frente sem nenhum empecilho. Por mais idiota que fosse essa decisão, não havia como voltar atrás. Lisanna Strauss estava finalmente morta.


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Notas finais do capítulo

Hey peoples. Bom, a fic termina no próximo capítulo, infelizmente. Eu espero que tenham gostado desse capítulo. Ele é realmente muito significativo pra mim, esse e o próximo capítulo têm muito dos meus sentimentos neles e eu me empenhei muito pra conseguir deixá-los do jeito que eu queria. Enfins, vejo vocês no próximo cap!



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