The Day War Ended escrita por Liran Rabbit


Capítulo 19
Capítulo XIX — My fault




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Jack

 

Não era possível que Rapunzel tinha esquematizado tudo aquilo, e ainda ela tinha mais risco de ser suspensa ou coisa pior. E tudo isso por minha culpa! Eu sou o ser mais idiota e imbecil do mundo.

Mas eu também não estava aguentando aquele pálido do Pitch, simplesmente não o aguento! Tentando dar uma de tirano e ainda por cima vai querer me humilhar na frente de toda a escola com aquele bate boca inútil. Há, vai nessa.

Se bem que alguns professores tentaram falar com aquele cara, mas como sempre o humor negro e azedo dele sempre vence no final.

— Frost? Chegamos à sua casa, pensei que ia para a casa da Rapunzel... – Alice olhava para casa e em seguida para o meu rosto.

— Não vou para a casa de Punzie agora... Talvez fim de semana eu a chame para sair, longe dos ouvidos da mãe dela... – Suspirei cansado.

— Está bem então. – Ela sorriu gentilmente e seu olhar se fixou na janela.

— O que foi? – Segui o olhar dela.

— Duas garotas. Uma dos cabelos escuros e outra com o cabelo loiro claro. – Falou friamente e arqueei a sobrancelha. Ela não costumava falar assim.

— Minhas primas queridas... – Suspirei e me despedi de Alice, andando em direção até a porta, abrindo-a.

— Finalmente! Pensei que nem iria entrar. – Elsa cruzou os braços, dando um sorriso irônico.

— Virou minha mãe é? – Arqueei a sobrancelha, provocando-a.

Ignorei o xingamento dela fui à cozinha, vendo minha mãe cozinhando algo ao lado de Anna. Aquela garota sabia ser bem enxerida quando podia, mas era uma graça e uma boa prima, doida e besta, mas uma menina inteligente.

— Não queimaram a cozinha, isso é bom, não é? – Anunciei e chamei a atenção de ambas.

— Não seja tão piadista Jack, a vida tem seu lado bom... – Minha mãe riu e colocou um prato com waffles na mesa.

— Pra mim? Não precisava! – Peguei o garfo mordi com aquele pedaço crocante. – Cadê o mel? Fica melhor com mel.

— O mel senhor Frost, é meu. – Elsa entrou na cozinha pegando o waffle do prato.

— Ei! Sua ladra! – Falei de boca cheia, levando um olhar de advertência de Anna.

— Há! Perdeu playboy. – E saiu correndo dali, rindo que nem uma louca e alias quem eu quero enganar? Ela é louca e ponto.

— Elsa não corra pela casa! Jack querido, eu preciso conversar com você... – Os fios de cabelo da minha mãe caiam sobre a testa dela, o rosto um pouco sujo com molho de tomate e aquele sorriso da qual eu tinha puxado.

Apenas acenei concordando e sai da cozinha, com ela logo atrás. Quando eu entrei no meu quarto mal iluminado, me joguei na cama pude ver que meu quarto estava perfeitamente arrumado, mas o que diabos tinham acontecido ali? Aquilo nem era meu quarto, parecia o quarto da Emma...! Tinha cheiro de lavando, lavanda!

— Não me olhe assim, faz duas semanas que eu pedi para que você colocar ordem nesse circo...

— Mãe, me diz que você não mexeu nas minhas revistas em quadrinhos... – Olhei assustado para ela.

— Eu nem toquei nelas. Quero é distancia! – Ergueu as mãos, em sinal de rendição e com uma risada marota.

— Ainda bem... O que você queria falar comigo mesmo? – Sentei-me e apontei para que ela se sentasse na cadeira giratória e assim o fez.

— Jackson Overland Frost, você está muito estranho nesses três ou quatro dias... Pode me falar o que está acontecendo de errado?

O bom na minha mãe é que ela sabe ao certo quando deve se intrometer e quando deve ficar quieta, apenas vendo o que pode acontecer. Ela tem o dom de ver como eu estou e quando pode inicia a palavra.

— Mãe é serio, eu to bem... – Minha voz saiu fraca. Pronto já entreguei os pontos.

— Não, você esta péssimo. É sobre algum dos seus amigos? – Ela andou até mim, quase tropeçou em algo, mas logo estava sentada ao meu lado na cama, massageando minha cabeça, fazendo um cafune que só ela sabe.

— É...

— Merida ou Rapunzel?

— Rapunzel. – Respondi quase de imediato quando ela terminou de falar o nome da loira.

— Se você esta assim é porque de alguma forma algo a ela ou com você sobre ela lhe atingiu... - Ela parecia pensativa, arrumando um jeito de continuar.

— Mãe, eu sou o culpado. Se eu não tivesse pedido aquela latinha de spray para a Rapunzel, se eu tivesse desistido quando tive a chance. Mas não, o trouxa aqui tinha que colocar a ruiva no meio também. – Joguei minhas mãos para o ar, irritado e com a voz um pouco alterada.

— Você é um mar de confusões em Jack. – Ela riu com minha raiva. – Mas o que tem a ver uma latinha de spray? Não tem nada relacionado com a confusão da escola, ou tem? – Arqueou a sobrancelha.

— É uma historia complicada mamãe. – Olhei para a porta, mesmo no escuro dava para ver dois rostinhos escondidos. – Anna e Elsa! Podem sair dai já!

O ruim de ter suas duas primas morando temporariamente é que elas sempre ouvem tudo pela casa, parecia que as paredes eram de papel ou tinham escutas em todos os cantos.

As duas recuaram assustadas por terem sido descobertas, a luz foi acesa e eu cobri meu rosto, argh claridade!

— Você pragueja demais Frost! – Elsa cruzou os braços, com um sorriso de deboche no rosto.

— Há Elsa, seu sorriso de recalque pega em mim e volta como um tapa nessa sua cara pálida. – Falei rindo ironicamente.

— Meninas, vocês deviam estar com Emma. Aconteceu algo? – Minha olhou desconfiada para as duas, que trocaram olhares. Aquilo parecia que estavam trocando uma desculpa mentalmente para dar a ela

— Tia, é bem... É que a Emma caiu no sono lá na sala e então não queríamos atrapalhar e tal. Então viemos encher a paciência do Jack. – Anna se sentou na cama e Elsa se sentou a minha frente, me fitando.

— Mas então tem alguma coisa com a loira. Podemos ajudar, mas não se a ruiva estiver no caminho. – Elsa começou a falar, bufando de impaciência. – Alias o que diabos deu em tu albino? Você deveria estar gritando comigo ou tacando livros em mim.

Ela não muda nunca. E pensando que Elsa só cuidava do próprio nariz...

— Saiam daqui. As duas. Eu quase nunca converso com minha mãe e quando eu consigo vem alguém e atrapalha. – Me levantei e ajudei a Elsa e a Anna a se levantarem. – Agora as duas podem fazer o favor de...

Um barulho da porta batendo me interrompeu e Elsa riu da minha cara, sai do quarto e desci as escadas, as batidas ficavam mais fortes a cada momento. Credo parece que a pessoa vai morrer.

— Vá tomar um banho Jack, vou ver quem é. – Minha mãe segurou meu ombro, olhando com um sorriso forçado e saindo do quarto.

Não demorei muito e me arrumei, saindo do quarto e indo em direção à sala, onde provavelmente a pessoa que tinha batido na porta estaria agora.

— Cheguei. O que eu perdi? – Encostei-me à porta E vi que estavam todas as quatro mulheres da casa ali, e me olhavam serias, mas havia um rosto a mais ali. – Rapunzel...

— Precisamos conversar. – Levantou-se do sofá, com o rosto inchado pelo que se parecia de choro, ela chorou? Será que ela tinha sido descoberta por causa daquilo? – Acho que eu te devo desculpas...

— Não pesa desculpas porque sou eu que devo fazer isso e... Por quê? O que aconteceu? –Sentamos no sofá e eu a abracei.

Rapunzel desmoronou e começou a chorar mais e mais, a cada palavra que ela tentava falar, gaguejava e tudo saia num tom inaudível. Minha mãe, Elsa e Anna, que estavam com ela antes de eu entrar na sala, olhavam para nós, só não sabia ao certo o que o olhar delas poderia significa.

— Ei! Rapunzel... Tá tudo bem okay? Ninguém vai machucar você, você me tem e a Merida e o Soluço, como se não bastasse tem a Astrid que é a sua protetora também lembra? – Apertei-a mais um pouco e ela se afastou um pouco, secando o rosto.

— Ela te falou sobre ser minha protetora? – Ela deu um sorriso e fungou um pouco, a voz fraca e os lábios trêmulos.

— Sim ela me falou. – Dei uma risada e olhei para Anna, ela sabia o que fazer nessas horas, mas a única coisa que pude receber dela foi o olhar de incentivo de continuar falando com a Rapunzel.

— Elsa e Anna, porque não me ajudam a arrumar um lanche? – A loira olhou agradecida para minha mãe.

Quando as três saíram da sala, Punzie não desgrudou do abraço e eu nem fiz questão de lembra-la para que se afastasse.

— A Alice me ligou, pedi para que ela me ligasse caso você soubesse do que eu fiz... – Olhei para ela, que desviava seu olhar envergonhado.

— Podia ter me falado...

— Se eu tivesse feito isso você não teria feito o plano...

— E você não estaria assim e aquele mala do Pitch estaria fazendo o terror na cabeça da diretora... – Não sei por que isso soou engraçado, ruivas são bravas e teimosas, e Liran e Merida tinham isso e em dobro.

— Meu Deus eu acabei ferrando com a sua vida e com a dos outros...! – Senti a sua voz ficar rouca nas ultimas palavras e o pesar vir delas.

Comecei a ficar sem jeito, quando tem uma pessoa com as pilhas estourando eu não sei ao certo o que fazer, o que eu faço?

— Jack? Querido você poderia fazer um chocolate quente para a pequena moça? Eu quero conversar com ela se me permitir. – Minha mãe entrou na sala, já estava sentada no braço do sofá. Eu nunca fui tão grato a alguém por me ajudar assim, só pelo pensamento.

Levantei-me sem contestar e fui para a cozinha, de verdade que quero saber como ajudar, mas parece que eu já sei o que é, e é tudo minha culpa.

Elsa resolveu me ajudar com tudo, só que ao invés de ajudar, ela bagunçou tudo, pó de chocolate para todo o canto e fazer piadinhas cheias de malicia não colaborava.

Entrei na sala e lá estava ela, abraçada a minha mãe e chorando como uma criança. Eu sentia um enorme aperto no coração, não era para aquilo estar acontecendo. Era minha culpa. Minha! Quando voltamos a sal, Anna não estava lá, apenas minha mãe que se mantinha como eu estava anteriormente, abraçada com a Rapunzel.

— Calma princesa, ele não vira pega-la. É apenas um grande e enorme bicho-papão. – Minha mãe sussurrou para ela, acariciando seus finos cabelos loiros.

— Eu só causo problemas por onde passo, e eu sou muito criança. Mas eu queria ajudar... Não é justo com ninguém daquela escola. – Ela se acalmara. Eu me aproximei mais até ela notar minha presença.

— Mas por que aqui? Sabe que eu sou a ultima pessoa que deve pedir ajuda... Sou irresponsável, lembra? – Entreguei o copo com o chocolate quente a ela.

— Ninguém tem que lembrar, está estampado na sua cara que você é delinquente. – Elsa se apoia na parede.

— Você é muito especial para mim Jack. A mãe da Merida é advogada e não aprovaria eu ter ficado lá, o pai do Soluço não fica em casa e a Astrid não pode porque a tia dela iria enlouquecer. Mas você veio em meu primeiro pensamento.

Dei um sorriso fraco como resposta, ela poderia estar falando uma coisa que me deixaria preocupado, mas não, eu estava sorrindo.

— Sabe o que fazer? – Virei em direção a quem falou, era Elsa.

— Eu não sei, Pitch tomou não só a escola, mas da minha casa também. É terrível e minha mãe nem vê nada... – Rapunzel falou rouca.

— O que ele fez a você Punzie? Se você não falar não vai ter como ajuda-la... – Ajoelhei-me em frente a ela, segurando sua mão firmemente.

Hesitante, ela olhou para todos que prestavam a atenção nela naquele momento. E depois de um longo suspiro, afastou minha mão da dela e ergue a manga do casaco. Uma marca de mão estava bem visível.

Senti um acesso de fúria subindo e apertei minha mão, não é apenas um tirano aquele Pitchner e sim um covarde!

— Ele tentou chamar minha atenção quando eu ia para meu quarto. Ele e minha mãe Gothel são amigos há bastante tempo, mas não sei o que ela viu nele. – Ela sussurrou.

— Já o conheci uma vez. Esse tal Pitch... Ele era colega de faculdade do seu pai Jack... Só me lembro de passagem que ele era do tipo que não mexia com ninguém... Ele tem dentes como de tubarão não é? – Rapunzel concordou e eu olhei curioso para minha mãe, curioso.

— Não mexia com ninguém? – Elsa elevou o tom. – Mas os dois pombinhos acabaram de falar que ele é o próprio capeta!

— Pessoas mudam, aconteceu alguma coisa com ele... – Falou pensativa.

— Tem alguma ideia do que pode ter sido? – Rapunzel perguntou, soltando minha mão e tomando mais um gole do chocolate quente.

— Acho que todos têm seus motivos para serem amargurados que nem ele. Mas eu poderia descobrir, seu pai vai vir aqui no feriado prolongado para levar você e Emma para a casa do campo, aproveite e pergunte a ele.

— Você vai passar o resto dos quatro dias fora? – Punzie olhou para mim um pouco assustada, como se eu ir embora por um curto período era uma péssima ideia.

— Desculpe, mas sim... Vou. – Falei envergonhado.

— Você poderia ir com eles, mas como você acabou de falar da sua mãe... Acho que fica um pouco difícil... – Minha mãe olhou preocupada para nós dois.

— Por que não a Merida? Ou mesmo a Astrid? Pensa comigo, a mãe da ruiva é advogada e se a sua mãe desse um troço na frente dela... Não iria ser legal. Se fosse com a Astrid, a tia dela iria descabelar a sua mãe todinha, e se o Pitch estiver junto... Não quero ver o estrago... A tia dela quase se moía de raiva por ter que falar dele, lembra?

Gesticulava as mãos rapidamente, aquilo parecia tão estupido, mas não custava tentar. A loira sabia se defender e isso eu posso comprovar por causa da frigideira... Aquilo doeu, e muito. Merida tinha um gancho de direita perfeito e sabia desarmar alguém em menos de cinco segundos, e a Astrid... Soluço me disse que era tinha uma rasteira que deixava a pessoa tonta. É a loira vai estar em boas mãos, melhores do que as minhas até.

— Mas... Se minha mãe se meter em alguma coisa que dê na justiça... Ela pode perder minha guarda, e eu vou ficar sem ninguém... – Sua voz falhou e vi ela me olhar assustada com a ideia.

— Você vai ter a mim loira! – Elsa falou seria, erguendo o queixo em superioridade. – Não te conheço bem, mas ninguém merece ficar sozinho e muito menos você que pensa que o Jack é a ultima escolha.

— Obrigada Elsa...

— Você vai ter que voltar para casa? – Minha mãe perguntou, mudando o rumo da conversa.

— Sim... Infelizmente... – Murmurou.

Eu ia me oferecer para acompanhar Punzie até em casa, mas Elsa se ofereceu antes que eu colocasse as palavras para fora.

Emma tinha acordado bem na hora em que Punzie estava saindo de casa e insistiu muito para que fosse com as duas. Eu sabia que ela tinha um apego à loira, parecia que ela era a irmã mais velha e não eu.

Eu via as três sumirem no final da rua, quando me virei para ligar o computador vi que o celular tinha uma mensagem, era da Merida... Mas ela não tinha chegado a casa? O que aconteceu? Quando eu já estava no meio da mensagem comecei a rir, só porque o pai dela e o do Soluço quase se matavam com o olhar. O que ela queria que eu fizesse? Eu não iria mover um dedo, mas ia exigir que ela me explicasse o que aconteceu.

Queria que a loira estivesse aqui para rir disso, iria melhorar o humor dela.


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