Depois que eu disse isso, Sarah pareceu notar no que havia se metido, viajar de volta a Hatterland. Seria mesmo a única forma? E o que são “as trevas” que estavam por invadir o reino pouco antes de nós nascermos, e que nos trouxe para cá, mesmo que indiretamente. Elas ainda estariam lá? Meus pensamentos estavam a mil quando Sarah me trouxe de volta a realidade.

- Então..hm.. é.. voltar? Quer dizer, ir a Hatterland? Não tem outra forma de..ahn.. fazermos.. isso? – disse Sarah

- Bom – começou Jack – receio que não. Queremos ir atrás de Iris certo? Para encontra-lá é preciso saber quem ela foi. O passado de Iris pode nos dar pistas de seu paradeiro. –

- Não podemos apenas perguntar? – indagou Sarah

- Olha Sarah, eu não vou te obrigar a nada, se você não quiser ir conosco ou... Eu sei que pode ser um tanto..

- Assustador – disse Sarah – não podemos ir a Hatterland! Nós saímos de lá porque.. vocês sabem. Seja lá o que o Óraculo tenha visto... Eu não gostaria de ver. O que seria essa força, de tamanho poder, que sequestraria a Rainha? –

- Eu não acho que Iris tenha se sacrificado por nada. Ela sabia que alguém iria procurar por ela. E eu acho que a visão do Óraculo foi muito mais do que essa “força”. Não faz sentido. Por que Iris protegeria apenas a você – Jack se voltou para mim -, deixando seu pai e todo o reino em perigo? Talvez, o Óraculo tenha mostrado anos a frente. –

- Minha mãe teria como saber que eu buscaria por ela? –

- Sim. Magia é algo imprevisível, assim como o futuro, quando Andrew virá? – perguntou Jack

- Amanhã à tarde eu acho. –

- Então, antes de tudo, você precisa descobrir mais sobre o quê aconteceu para que tivéssemos que sair de Hatterland. Essas “trevas”, ninguém nunca nos disse nada sobre isso, então, amanhã à tarde iremos falar com Andrew e exigir que ele esclareça tudo isso. – disse Sarah. Esse sim é um típico comportamento da Sarah.

- Exigir? – disse Jack tentando segurar a risada. Cara mas esse garoto não ajuda hein. Então eu teria que ajudar.

- Sim, exigir. Eu estou com Sarah. – Jack apenas me olhou de rabo de olho como quem diz “Você está escutando o que está dizendo? Ou as últimas descobertas afetaram seus neurônios?”

- Não se pode exigir nada de quem é mais poderoso do que você, Andrew é legal, mas caso você o irrite ele provavelmente te mandará para uma ilhazinha esquecida no fim do mundo. – disse Jack

- Andrew não faria isso. –  disse

- E como pode ter tanta certeza? –

- Primeiro, porque ele tem respeito por meu pai, segundo porque ele se sente culpado por tudo aquilo com a profecia, e por último, ele me dissera que sou sua última esperança. Por isso, eu tenho certeza, não só de que ele não irá me mandar para  um outro mundo, como também irá nos ajudar. –

- Tudo bem então, Srta. Confiança-é-meu-sobrenome-agora-que-eu-descobri-que-sou-poderosa. – disse Jack

- Jack não é nada disso – disse revirando os olhos.

- Eu concordo com a Alex, está decidido, amanhã iremos falar com Andrew e descobrir mais sobre essas trevas. –

     Após o fim de nossa conversa, Sarah e Jack foram embora e já se passavam das 20hs, bom, acho que agora eu teria que voltar aonde tudo começou e teria que envolver Andy. Eu não gostaria de envolver ninguém nisso, mas parece ser o único jeito. Estou bem disposta já que acordei às 16hs, então acho que irei ler um livro ou...

    Não sei direito o que aconteceu, eu não vi, apenas ouvi um estrondo, uma barulho ensurdecedor e senti meu corpo sendo lançado brutalmente até a parede, uma força incomum que me fazia sentir o corpo em chamas. A última coisa que senti foi uma dor horrível na cabeça e no corpo e um sussurro dizendo “Ora, ora, quem é viva sempre aparece...ou então é encontrada. Mas quanto tempo. Veja como você cresceu! Até breve querida.”. Depois disso fui consumida pela dor e apaguei.