James ainda estava com raiva por ter perdido o jogo. Ficava pensando como conseguira perder aquele pomo. Agora tudo estava perdido, mais metade da casa Grifinória estava aborrecida com o capitão do time.

–Vamos, Pontas! Você não vai conseguir se esconder para sempre. –pediu Sirius pela milésima vez, pois não conseguia tirar James da cama. – Não me obrigue a te azarar para você se levantar.

–É, Pontas! Nós não estamos bravos com você, por que os outros estariam? –incentivou Remo do outro lado do quarto.

Mas o moreno apenas se remexeu na cama e revirou os olhos. Apenas lembrando-se de como o pomo havia ficado tão perto dele e ele, simplesmente, deixou escapar. Porém para James não havia sido “simplesmente”, a perca do pomo o fez pensar que ele não pode viver apenas por Lílian, ou ele não irá viver. Isso não quer dizer que ele desistira da ruiva, muito pelo contrário, a conquistaria de novo, mas o que James deseja é que a própria Lílian se toque o quanto ele ama ela. Já para Sirius isso era tudo baboseira.

–Se bem que se você poderia ter pegado aquele pomo se me escutasse. –disse Almofadinhas a fim de animar um pouco, mas o que recebeu em troca foi James lhe chamando de idiota enquanto se levantava da cama, um objetivo, pelo menos, Sirius conseguiu.

Depois de uns dez minutos, James finalmente sai do banheiro e desceu com Remo e Sirius, já que Peter resolveu esperar eles no Salão Principal. Pontas estava um pouco receoso enquanto descia as escadas, pois sabia que a última partida fora uma decepção e não esperava outra reação dos grifinórios a não ser raiva. Quando por fim chegaram à sala comunal, a maioria olhou para os marotos, mas depois simplesmente os ignoraram e voltaram com suas conversas paralelas. James não sabia se sentia-se aliviado ou frustrado.

–Parabéns, Pontas. Agora todos irão nos ignorar. –brincou Sirius, quando saíram dali, com um sorriso sarcástico, deixando claro que para ele pouco importava com o assunto.

–Tudo culpa do amor, né, Pontas? –falou Remo, de uma forma marota, quando chegaram no Salão Principal.

–Sim, já pensei em desistir. –respondeu James e olhou para a ruiva sentada perto a Peter enquanto Sirius revirava os olhos por causa da enjoativa conversa, mas isso não passou despercebido por Pontas, que riu e disse: - Não faça isso Almofadinhas. Um dia Sirius Black também irá se apaixonar.

Sirius semicerrou os olhos e já ia contra argumentar quando Daphne, a lufana, chegou e “roubou” Remo dos amigos, fazendo Sirius se esquecer de contradizer James. Então, eles foram em direção a Peter, deixando Remo e Daphne conversando. Se sentaram e Sirius logo atacou a torta que estava na frente. Mas James ainda se sentia mal, mesmo não tendo um grifinório olhando torto para ele. Já Lílian estava inquieta, queria que James falasse com ela, queria ter um motivo para conversar com ele e pedir desculpas, porém o orgulho a impediu de abrir a boca para falar com o moreno.

–Oi, James. –chamou alguém atrás do maroto. Era Emmeline, ela estava bem mais calma do que o dia anterior, depois do jogo. –Então, James, desculpa por ter gritado com você ontem. Nós vamos ganhar o próximo jogo. Ninguém, eu acho, está bravo com você. – ela completou um pouco mais, olhou de relance para Lílian e continuou: - Basta cooperar.

–Ahn, obrigada, Emmeline. –agradeceu James sem jeito depois de tomar um gole de suco. Emmeline sorriu com os olhos brilhando e depois saiu em direção aos seus amigos. James deu de ombros voltou a se concentrar em seu café da manhã. As corujas que traziam cartas e jornas entraram no castelo no momento em que Remo se sentou ao lado dos amigos. Então, os marotos começaram a conversar em sussurros, deixando as meninas um pouco irritadas e fazendo com que elas fossem embora.

–E ai, Aluado, como vão as coisas com a querida lufana? –perguntou Sirius sorrindo maroto.

–Pois é, vocês não se desgrudam. –falou Rabicho de boca cheia.

James apenas sorria maroto para o amigo. Remo franziu o cenho e depois deu de ombros, falando:

–Eu e Daphne somos apenas amigos, idiotas.

–Hmm, sei. –falaram os outros em uníssono.

–É sério. Além disso, ela tem um, vamos dizer, pretendente. E vocês sabem que eu ainda gosto da Dorcas. –retrucou o lupino, dizendo a última em um tom quase inaudível.

Os outros reviraram os olhos e terminaram de café. Então rumaram para os jardins, aproveitar a manhã de domingo.

***

Os marotos andavam apressados pelos corredores da escola até que finalmente acharam uma sala vazia e que sabiam que ninguém iria para lá naquela hora num domingo. Entraram na sala e deixaram os papeis que carregavam caírem no chão para depois se largaram em cadeiras. Olharam por um tempo para o material no chão e depois suspiram quando pegaram os livros que estavam no lado. A maioria dos que Remo pegara na biblioteca era para os N.I.E.M’s, mas a outra parte era para os ajudarem no próximo plano. Sirius e James deslizaram para o chão e começaram a mexer nos papéis e nos livros enquanto Remo tentava ajudar Peter nas matérias e também auxiliar os outros dois marotos. Passar os minutos, ou talvez horas, o silêncio era total na sala em que se encontravam, os únicos barulhos eram as penas deslizando sobre os pergaminhos e Peter mastigando bolachas. Sirius olhou para o relógio no pulso e viu que estavam ali há umas três horas, então se espreguiçou e suspirou, limpando um pouco de suor na testa.

–Vamos, Almofadinhas. Não estamos nem perto de conseguir isso. –falou James sem ânimo.

Voltaram ao trabalho, tentando conseguir realizar o feito, mas nada dava sucesso. Parecia que tinham perdido a habilidade, mas para eles não, era apenas um bloqueio e por que tinham feito aquilo há anos e por causa de descuidos não tinham mais a prática. Eles foram interrompidos quando a porta da sala foi aberta.

–Olá meninos! –disse Lene se escorando na porta enquanto eles se recuperavam do susto, apenas Sirius continuou a fazer rabiscos nos papéis, Lene suspirou e tentou não parecer chateada, se sentou ao lado deles e perguntou: –E então, o que vocês estão fazendo?

Os Marotos se entreolharam.

–Coisas... –limitou-se Peter recebendo um revirar de olhos da Lene.

–Não faz assim, Lene. Você sabe que nós gostamos de você, mas isso daqui é assunto de, ahn, marotos. –explicou James dando um sorriso torto para a morena.

–Hm, não está mais aqui. –retrucou Lene olhando para Sirius que ainda não levantara o olhar para elas. –Concordo que Hogwarts precisa de uma agitada.

Os outros, menos Sirius, riram. Depois de um silêncio, Remo, com pressa pra continuar o trabalho com os amigos, perguntou:

–E você, Lene, o que faz aqui sendo que faz um domingo lindo lá fora?

Lene olhou para ele arqueando a sobrancelha, se levantou e saiu em direção à porta.

–Apenas querendo fugir de mais um ataque de Lílian. –então se virou e encarou James. –Por favor, se resolvam logo, não aguento mais essa agonia. –voltou-se para seu rumo, fechando a porta com força.

Remo e Sirius olharam para James tentando segurar o riso, já Pontas apenas encarava um ponto fixo no papel. Então Sirius não se segurou e começou a rir descontroladamente.

–Ah, pare, Almofadinhas. Temos coisas mais importantes para fazer.

Isso fez com que Remo e Sirius parassem com as brincadeiras e voltassem a se concentrar no trabalho. Rabiscando aqui, desenhando acolá. Ora olhando nos livros, ora recitando feitiços. Mas nada que desse certo, nada que finalizasse o trabalho.

–Por que a gente não está conseguindo? –perguntou Remo zangado.

–Foi bem mais fácil na primeira vez. –reclamou Peter colocando alguns pergaminhos na mesa.

–Talvez aquele Mapa do Maroto tenha que ser único. –falou James indiferente.

Eles encararam Pontas por um momento, com desanimo. Começaram a recolher os papéis do chão. Sirius foi quem irrompeu o silêncio:

–Mas se bem que Marlene tem razão. Hogwarts precisa ficar mais agitada.