Fazia mais ou menos uma semana desde que os alunos voltaram das férias de Natal. O tempo ainda era frio e o vento gelado.

Lílian, Dorcas, Marlene e os Marotos andavam pelos corredores do castelo no tempo livre de aulas, discutiam sobre a loucura que Lene cometera no Natal.

-Eu ainda não acredito que vocês fez isso, que dizer, é Voldemort, o maior bruxo das trevas atualmente.  –indignou Remo olhando sério para Lene. –Ainda não sei como vocês escaparam.

-Acredite, é muito difícil lutar com ele, mesmo que ele não tenha um nariz. Eu pensei que as pessoas brincavam ao falar que ele não tem um nariz. –e, como sempre, Sirius e James acham a graça em tudo.

-Agora vamos falar do jogo contra a Corvinal, ele está chegando e... - falou James num tom sonhador.

-Ah, Pontas, você só fala de quadribol, quadribol e quadribol. – reclamou Lílian dando risadas junto com os outros e se deitando no braço de James.

Antes que alguém pudesse concordar com a ruiva, Alice passou trombando em todo mundo deixando suas coisas caírem, mas mesmo assim não deixou o livro que lia ir parar no chão.

-Alice você está bem? –perguntou Lene ajudando a menina a pegar os livros.

Alice a estupora com o olhar e vociferou:

-COMO VOCÊ PERGUNTA SE EU ESTOU BEM? –jogando os braços para cima. –NÃO SEI SE VOCÊS PERCEBERAM, MAS FALTAM APENAS QUATRO MESES PARA OS N.I.E.M’s. –e termina colocando um pergaminho na mochila, depois sussurra para si mesma: -Merlin, apenas quatro meses.

E depois saiu correndo.

-Nunca vi a Alice não calma –murmura Dorcas.

-Mas ela tem razão. –arfa Lílian pegando um livro na bolsa. –Eu não estudei quase nada. –ela termina de checar umas coisas no livro, pega na mão de James e sai o arrastando até a biblioteca. –EU NÃO ESTUDEI QUASE NADA.

-Mas Lílian –tentou James tarde demais, eles já tinham virado o corredor.

-Ahá, como se eles fossem estudar – debochou Lene balançando a cabeça negativamente.

Sirius olha para o lado e franzi a testa.

-Ué, cadê o Remo?

-Ele teve ter pegado essa febre de N.I.E.M’s. –brinca Dorcas rindo.

-Engraçado você está rindo. –responde Lene com um sorriso malicioso. –Porque toda noite você o manda ir se ferrar.

Sirius exagera na gargalhada até uma menina passar e ele ir atrás dela. Quando ele se perdeu de vista, Dorcas sussurrou para amiga:

-Acho melhor você se jogar de uma vez. –Lene olhou mortalmente para a loira, que recuou, mas mesmo assim Lene bateu em seu braço. –Ai! Calma, nervosinha! Vamos encontrar James e Lílian.

***

Era hora do jantar e Peter vinha correndo pelo Salão Principal.

-MENINOS, MENINOS - ofegou quando chegou perto dos amigos. –Vocês viram o Aluado? Eu preciso que ele me empreste algumas anotações...

-Ahn, não, Rabicho, eu não vi ele – respondeu Lílian olhando ao redor esperando que Remo desse as caras. –Eu te emprestaria as minhas anotações, mas eu já emprestei para o Pontas e para o Almofadinhas. –e apontou para James e Sirius que disputavam quem pegava o pergaminho primeiro.

Peter se sentou ao lado de Sirius e começou a devorar a comida.

-Ih, olha o Aluado ali. –apontou Sirius, com um sorriso malicioso, para o amigo. E Remo realmente estava entrando no salão, mas não sozinho. Ele estava acompanhado de Daphne, que ria de alguma coisa que o maroto acabara de falar, depois deu um beijo na bochecha de Remo se despedindo, voltando para a mesa da Lufa-lufa.

-Acho que não foi a febre dos N.I.E.M’s que o Remo pegou. –sussurrou Lene para os amigos, arrancando risadas deles enquanto Remo se aproximava, sorrindo.

Ele ocupou o lugar ao lado de Lílian e mesmo sem Peter pedir, emprestou a Rabicho suas anotações das aulas de História da Magia e Transfiguração. Depois começos a se servir de seu jantar.

-DESEMBUCHA, ALUADO! –falou Sirius um pouco alto de mais.

-Mantenha a calma, cachorro! –retrucou Remo rindo.

-Tá, tá. É aquela menina da cafeteria né?

O resto olha para ele, franzindo a testa e confusos.

-Quê! Não é minha culpa se vocês vão dormir cedo e não ouvem a fofoca.

Os outros riem e Lene debocha:

-Sirius, você parece uma velha.

Almofadinhas mostra a língua para Lene e volta encara Remo.

-Então, Aluado, como ela é?

-Ela beija bem? –perguntou James na cara de pau.

-POTTER! –advertiu Lílian, gritando e batendo com força no braço do namorado.

-Desculpe, amor. –e deu um selinho nela.

Ouve-se um estalo e olhando para o lado percebem que Dorcas quebrou sua pena, tamanha a sua fúria. Ela ficou vermelha e seus olhos mostravam que ela poderia fazer uma coisa muito ruim. Com um último olhar ameaçador para Remo, Dorcas pegou suas coisas e saiu do Salão Principal batendo os pés.

-Nunca conheci pessoas mais idiotas que vocês. –falou Remo com um ar divertido, mas olhando preocupado para onde Dorcas acabara de sair.

-Ah, mas você gostou da lufana né? –questionaram James, Sirius e Peter em sincronia perfeita.

- James, eu ainda estou aqui! - Lílian arfou pegando um copo com suco de abóbora e despejando em James, atraindo a atenção de metade dos presentes no salão. Depois a ruiva fez o mesmo caminho de Dorcas para fora do salão.

-Ah lírio, volta aqui! –pediu James correndo atrás de Lílian.

Logo a conversa voltou a reinar no lugar.

-E é por isso que eu não namoro. –murmurou Sirius. –Bem, vamos para a sala comunal?

-Ah sim! –concordaram Lene e Remo.

-Você vem, Rabicho? –perguntou remo franzindo o cenho vendo que Peter devorava seu sexto, sétimo prato de comida.

Peter murmurou algo de “podem indo” e voltou sua atenção à refeição. Os outros deram de ombros e seguiram para a torre da Grifinória. Passando pelo retrato da mulher gorda, eles viram que o resto do grupo estava lá. Quer dizer, Dorcas, assim que viu Remo chegando, foi para o dormitório. Aluado vacilou ao entrar.

Almofadinhas viu que James e Lílian estavam se beijando e jogou uma almofada neles.

-Ai! –gritou James quando foi acertado no rosto. –Você tá maluco? Me deixa, caramba.

E antes que ele pudesse voltar a beijar a ruiva, Sirius sentou no meio deles. Pontas bateu na cabeça dele e ficou emburrado. Eles começaram a falar e estudar para os N.I.E.M’s. Até que Lílian falou que tinha que fazer seu turno como monitora.

-Ah, Lílian. –lamentou-se Lene se levantando e ficando do lado da amiga. – Você tem que me explicar essa coisa de Runas Antigas.

-Depois eu explico, Lene –resmungou Lílian se espreguiçando.

-Por favor! Eu vou com você no seu turno.

Depois de muita insistência, Lílian cedeu aos pedidos de Lene. A ruiva se despediu do resto – principalmente de James, com uma forma calorosa – e partiu com Lene aos seus calcanhares.

Elas foram para o primeiro andar, Lílian explicava a matéria para Lene que anotava tudo, enquanto patrulhava os corredores. Antes que desse dez horas, Lene resolveu ir para o dormitório, pois já havia estudado demais.

Andando por um andar, ouviu alguns, ahn, gemidos. Chegou mais perto da porta, Lene viu que havia alguns alunos fora da cama e aproveitando isso. Abriu a porta com tudo e viu Sirius e uma garota loira quase nus. Lene arregalou seus olhos castanhos e falou, com a voz cheia de tristeza e constrangimento:

-Me desculpem. –fechou a porta e saiu andando sem rumo. Já não queria mais ir para o dormitório, lágrimas escorriam e ela se sentia triste. Mas por quê? Aliás, Lene sabe muito bem que Sirius é um cafajeste, só que ela não consegue parar de gostar dele e isso complica muito a vida dela.

Lene sente mãos passarem sobre seu corpo e a abraçarem. Ela olha para o lado e vê ninguém mais ninguém menos do que... Sirius.

-Onde você pensa que vai? –pergunta Almofadinhas, malicioso.

-Não chateia, Black. –retrucou Lene apesar de que os Blacks sempre chateiam ela.

E sem ao menos fazer encenações, Sirius a puxou e começou a beijá-la. Lene pensou em parar, mas já que começou... Por que não?

Sirius a beijava ardentemente, Lene só percebeu onde estavam quando suas costas bateram na parede. Estavam na torre de Astronomia, a lua crescente pairava no céu. Sirius começou a distribuir beijos pelo pescoço de Lene e a partir daquele momento, eles já não respondiam mais por si mesmos.