"Never mind, I'll find someone like you"

Quando chegamos no nosso prédio, eu senti uma dor muito forte. Mais forte até do que quando eu quebrei.

- Vamos Annabeth, rápido! 

- Espere...Muita...Dor - eu disse

- VAMOS ANNABETH! AMANHA TEMOS AULA, CARAMBA! 

- PERCY, VOCÊ NÃO TÁ VENDO QUE EU QUEBREI MEU PÉ? CARAMBA! SEU IDIOTA EGOÍSTA! NÃO PRECISO DA SUA AJUDA!

- Ah, é? Então tá - Ele disse, e se foi, dando passos pesados pela escada

Agora eu estava ali. Com dor. E Percy não me ajudaria. Senti algum idiota pisar no meu pé, que aumentou a minha dor 100x, e eu vi tudo ficar preto. Desmaiei.

Acordei, num lugar escuro, fedido e com muito barulho.

- Uuh, a bela adormecida finalmente acordou - Disse uma voz desconhecida.

- Quem é...você?

- Quem sou eu? A pessoa que você humilhou e jogou fora a uns 8 meses atrás.

Olhei para trás. Aquele era Mitchel, um garoto da pesada que eu dera o fora, ano passado. Não pensei que ele se vingaria.

- O que você - gemi, de dor no meu pé - Quer?

- O que eu quero? Eu quero você.

- Mitchel, por favor. Me deixe ir. 

Ele riu.

- Não Anniezinha, eu tenho tudo o que eu quero. Aprenda isso, amor.

Senti lágrimas rolarem por minha face. E tudo aquilo, era culpa de Percy.

- Não Mitchel, por favor - implorei - eu, eu faço qualquer coisa.

Ele deu uma gargalhada assustadora.

- É bom ver você implorar assim.

Eu me levantei. Vi que no fundo daquele beco tinham vários corpos, eu me assustei, mas não me deixei levar pelo medo. O beco tinha grades, que eram de frente para a rua. Eu reconhecia, era o caminho que eu tomava todos os dias para ir para a escola. Talvez eu tivesse chances. Talvez alguém conhecido me escutaria, se eu gritasse. Resolvi entreter ele, enquanto não via ninguém.

- Certo. O que você quer que eu faça?

- Eu? - Ele riu - Só quero que você seja minha namorada.

Ele foi se aproximando cautelosamente de mim. Quando estávamos a uns 5 cm, eu disse:

- Mas isso você não pode ter. - Eu gritei, tentando chamar atenção de alguém, qualquer um, e o dei um soco. Como eu peguei ele de surpresa, ele caiu. E eu continuei a dar tapas na cara dele, o impedindo de que acordasse. - SOCORRO! ME AJUDEM! - Eu gritei

E corri, trepei nas grades e tentei escalar, mas foi aí que tudo deu errado. Eu caí, tentei escalar de novo, mas ele puxou meu pé, meu pé quebrado. Eu gritei de dor. Ele me deu um tapa, dois, três. Ele pisava com muita força no meu pé. Alguém pegou ele de surpresa, e saíram rolando com ele. Eu me levantei, mancando muito, e fui até lá, dei um soco em Mitchel. O cara que estava me ajudando era um moreno, de olhos negros. Era pálido. O reconheci como Nico. Eu não aguentava mais a dor, e desmaiei. De novo. 

Acordei, num lugar azul, uma cama confortável. Rolei para o lado, e caí, minha cabeça doía. Tudo em mim doía.

- Ei - Disse Percy, tentando segurar um riso - Não faça isso. Deixe que eu te ajudo, afinal foi tudo culpa minha.

Eu não reclamei. Ele me pegou, e me colocou de volta na cama. Depois sumiu. Voltou algum tempo depois, segurando uma bandeja com um copo, um remédio em cima e algumas frutas.

- Vamos, Annabeth. Tome isso. 

Ele pingou o remédio na minha boca. Eu estremeci, porque era bem ruim. Depois tomei o suco, e comi.

- Minha visão está embaçada. Eu não lembro de nada. O que aconteceu?

- Talvez devessemos falar sobre isso depois.

- Não, devemos falar o que agora.

Ele me falou tudo o que aconteceu, resumidamente. Fiquei atordoada.

- Então, Nico me "salvou" - Disse, fazendo aspas com as mãos - e me trouxe aqui. Você lembrou do que tinha feito, e culpada, me aceitou na sua casa?

- Em poucas palavras deprimentes, é isso sim.

- Alguém sabe...Além de eu, você e Nico?

- Não. Achamos que era mais seguro não contar.

- Ah. E que dia é hoje?

- Hm...Quinta-feira.

- Nossa. Eu dormi todo esse tempo?

- Ah, não. Você acordava, comia, mas então dormia de novo.

- Hum. Hã...Pode me ajudar a levantar?

Ele me ajudou, então eu levantei. 

- Ah, uma enfermeira veio cuidar aqui de você. Ela disse que você já pode pisar, mas com cuidado. Afinal, você nem tinha quebrado o pé, só fraturado. Mas quebrou os dedos, porém você se recupera bem rápido, por sinal. Você já está bem. Mas deixe que eu te ajudo, mesmo assim. 

Nós fomos até a sala, e nos sentamos no sofá. Começamos a assistir Disney.

- Isso tá bem chato - eu disse depois de um tempo

- Ah, não tá não - ele rebateu

- Tá sim! Vamos no shopping? - eu disse, entusiasmada

- Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm - ele disse

- Então?

- Não.

- AAAAAAAAAAAAAAH - Fiz bico - Por favor

Ele suspirou.

- Tá, mas só um pouquinho...

Comecei a comemorar.

- Ah, Annie...

- Sim?

- Me desculpe. Tudo o que aconteceu foi culpa minha, não foi - gaguejei - não foi minha intenção.

Ele me deu uma abraço. Por um momento, senti que nada poderia me atingir naquele momento, eu encara seus olhos verdes-mar, e hoje, especialmente, eles pareciam mais bonitos do que nunca.