Welcome To The New Age escrita por Yui Snow


Capítulo 1
LIVRO 1- O DESPERTAR: O mundo, eu e o pacto


Notas iniciais do capítulo

Não ficou um bom primeiro capitulo, não teve muita ação, mas, enfim... Como eu disse antes a um amigo meu, se eu soubesse escrever essa poderia ser uma história perfeita.



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Existem 3 tipos de pessoas nesse mundo. As boas, de coração puro, as que amam (afinal, o mundo foi feito para isso não é? Sem amor, sem felicidade). As más, de mau coração. As escorias da terra (que não conseguem encontrar o amor, e por isso se apegam ao ódio). E as como eu. Que não conseguem alcançar o amor, mas também não tem coragem para se agarrar ao ódio. Os inúteis, por assim dizer.

Eu nunca pensei que as pessoas poderiam mudar seu coração, até conhece-lo. Ele abriu os meus olhos, abriu para mim as portas de um mundo bem maior do que eu imaginei. Como ele fez isso? Um pacto. Sim, isso mesmo, um pacto. Mas não vamos nos precipitar, certo? Vamos voltar ao começo, a mim, e as pessoas.

Eu me chamo Elizabeth Esperanza. Tenho a pele clara, olhos castanhos, sou alta e magra. Nunca gostei muito de minha estatura. Sou uma pessoa teimosa e tenho um senso de justiça incorrigível. Também não sou egoísta, acho até que sou um pouco altruísta, gosto de animais, amo minha família, nunca namorei a sério. Minha mãe dizia que pôs esse nome em mim pois assim que viu meu rosto quando eu era um bebê, ela achou que eu seria a esperança do mundo. No começo, sempre achei que ela estava errada, mas, talvez ela não esteja. Tenho 17 anos, estou no ultimo ano da escola e não sei o que farei na faculdade. Dizem que tenho uma inteligencia acima do normal (não, não sou um gênio, nem nada do tipo, é só o que dizem), um grande senso de inferioridade e sou uma pessoa meio negativista. Quanto a essa opinião das pessoas sobre mim, bem... Não tenho muito o que contestar. Tirar notas boas na escola nunca foi difícil para mim, sempre corrijo professores, e sou, de certa maneira, multi-habilidosa, mas nunca vejo os lados bons em mim.

Eu sei, já falei demais sobre mim, mas, talvez seja importante saber isso, e talvez um pouco mais sobre mim, para entender a minha história. Eu tive uma infância difícil, e isso me tornou uma pessoa inexpressiva, sem emoções e quase (sim, infelizmente quase) sem sentimentos, mas, como era difícil conviver com as pessoa me perguntando o que eu tenho, se eu estou bem, se preciso de algo, sempre fui uma boa atriz. Pelo fato de quando eu era pequena eu ter sido considerada muitas vezes inútil e sem valor (a não ser para se colar alguma prova), aprendi em meados da pre-adolescência a desenhar, escrever, atuar, cantar, praticar esportes, a mexer facilmente em computadores, e claro, a manipular pessoas. Nada disso é difícil para mim.

Agora, deixando um pouco "eu'' de lado, e pensando no mundo... As pessoas não conseguem ser felizes de verdade no mundo, em sua maioria. Acho que porque elas acham que estão vivendo em um mundo podre, preconceituoso, nojento e vil, e simplesmente desistem de viver, achando que o mesmo não tem mais esperanças. Mas, eu não penso assim. Devo ser uma exceção. Eu não acho que o mundo seja podre, nojento, preconceituoso e nem vil. As pessoas quem são. As pessoas de mau coração. São elas que tornam o mundo o que ele é hoje. Claro que essas pessoas não são a maioria, ou algo assim. O único problema é que as pessoas de bom coração e as pessoas como eu simplesmente não fazem nada diante dessas pessoas. Eu também não fazia. Nunca fiz. Mas isso mudou.

Eu estava sentada no banco daquela praça, era madrugada. Eu não deveria estar na rua a essa hora, pois poderia acontecer alguma coisa, mas naquele momento eu não me importava. Eu sempre fui uma pessoa muito ligada ao passado, e isso nunca foi bom para mim. Eu chorava, muito, me lembrando de tudo o que aconteceu. As vezes, as memorias vem como um turbilhão, flash backs, de tudo o que já aconteceu. E as minhas memorias não eram as melhores do mundo. Eu não conseguia parar de chorar, sentindo como se meu coração fosse explodir. Então ele chegou. Do nada, apenas apareceu.

–Precisa de um lenço?

Ao ouvir essa voz, olhei para cima. Ele era lindo. Alto, com a pele branca como giz, o rosto perfeito, cabelos tão negros que quase se confundiam com o céu, e olhos que pareciam o infinito, de tão pretos e profundos. Pareciam não ter fim. Ele sorria, como um cavalheiro, mas seu sorriso era enigmático, medonho até. Aceitei o lenço, por falta de opção. Ele vestia uma jaqueta preta e jeans cinzas, e não parecia um ladrão, estuprador ou algo assim.

–Eu devo parecer suspeito, aparecendo assim a essa hora aqui, mas... Posso saber o seu nome? – ele indagou, olhando para o céu nublado e escuro que pairava sobre nós.

–Elizabeth – me senti em débito de responder.

–Você parece meio triste, Elizabeth Sem Sobrenome. O que aflige esse belo e inocente rostinho? – ele falava de um jeito formal, muito diferente do jeito de falar de hoje em dia.

–Lembranças, caro senhor Sem Nome. Apenas lembranças. – respondi-lhe no mesmo tom e forma de falar, e ele sorriu.

–Que tipos de lembranças, minha cara? – ele disse, praticamente me hipnotizando a falar com seus olhos.

–O tipo do qual eu desejaria nunca ter vivido. – meu rosto fica obscuro contra a minha vontade – Coisa que aconteceram, coisas que foram provocadas a mim e a outras pessoas. Escorias que eu gostaria de nunca ter conhecido. Pessoas que nunca deveriam ter nascido – fiquei surpresa com o ódio que me arrebatou enquanto eu dizia aquelas palavras, e com a sinceridade com que eu disse tudo aquilo. Aquelas ultimas palavras não pareciam ter saído de minha boca. Aquele, era um lado de mim que nem mesmo eu conhecia. O garoto sorriu.

–Você parece interessante. Posso lhe fazer uma pergunta? – assinto, concordando – se tivesse poderes, o que faria?

–Que tipo de poderes?

–Poderes que você nunca imaginou que poderia ter, você seria praticamente invencível - ele disse, sorrindo de canto como se estivesse me contando um segredo.

–Eu... Eu não sei. – eu disse, franzindo o cenho, assustada com a pergunta repentina e a resposta evasiva.

–Tem certeza? – ele sorriu. – Então volte aqui, a essa mesma hora, quando tiver a resposta. Estarei esperando – ele se levantou e começou a andar, mas sua ultima frase soou como um desafio para mim, e eu odeio ser desafiada. Então, algo dentro de mim ferveu, e eu disse:

–Eu livraria o mundo dessa escorias. Elas não mereciam ter nascido, e não merecem existir. – então ele se virou, sorrindo novamente daquele jeito enigmático.

–É – ele disse mais para si mesmo que para mim – eu reconheço uma aspirante quando vejo uma. Eu quero fazer um pacto com você. - Ele murmurou, ainda quase mais para si mesmo que para mim - Sou um demônio, e quero fazer um pacto. Eu lhe darei poder.

Arregalei os olhos. O que ele estava dizendo? Pacto? DEMÔNIO? Eu perdi o ar, meu coração acelerou. Não poderia ser. Isso não existe. Vendo minha cara de descrença, ele gargalhou.

–Não acredita, não é mesmo? Ora então, façamos um trato. Se eu lhe provar que sou um demônio, você fará o pacto comigo?

Eu estava tremendo. Do que ele estava falando? Então me repreendi. Não podia perder a calma. Respirei fundo, mas não confiava na minha voz para falar ainda. Pensei um pouco. Eu não tinha nada a perder, então assenti. Ele sorriu, e então começou a se transformar. Seus olhos ficaram vermelhos como sangue, ele parecia mais forte, seus cabelos cresceram (lembrava um pouco o Goku no modo sayajin) até as pernas, e seus dentes ficaram pontiagudos. Era assustador, mas, eu não sentia medo. Eu deveria sentir, não é mesmo?

–Ótimo – disse ele, com a voz parecida com aquela de maquina, como se fosse duas pessoas e uma. – Agora, faremos o pacto, certo? Venha até aqui. – eu fui. – Repita: Eu, Elizabeth Esperanza – arregalei os olhos. Eu não me lembrava de ter dito meu nome completo a ele... Mas repeti as palavras, meio que gaguejando – agora abro mão de mim alma, pelo poder a mim concedido nesse momento a essa luz do luar. Sobre os olhos de Lúcifer, agora, seguirei esse pacto, até que o demônio em questão venha buscar a minha alma. – eu repeti tudo, me sentindo de certa forma enganada. Ele não me disse nada disso, mas trato é trato, e de certa forma, isso deveria ser um sonho certo? Só podia ser um sonho. -Aliás, meu nome é Azharrarion - Disse ele repentinamente, e então, ele me beijou. Foi um beijo brusco, mas de certa forma, doce. E então, eu desmaiei.

E foi assim que minha jornada começou. Nesse momento, eu já não era mais uma simples humana. Ali, começaria a minha caçada as escorias. As escorias do mundo. E eu nem sabia.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura.



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