- Devíamos estar saindo- Eu disse olhando para a janela da cabana- Por que não estamos saindo?

Nem Draco, nem Harry responderam, mas eu abaixei os olhos e vi, no meio da raiz da abóbora, umas pedrinhas. As mesmas que estouraram um vaso do Hagrid mais cedo e acertaram o Harry.

Eu peguei umas das pedras e atirei. Ela estourou o vaso.

- Ficou maluca Hermione?- Perguntou Draco, mas eu o ignorei e atirei a segunda pedra, que acertou a cabeça do Harry que estava com o Hagrid.

- Belo arremesso- Disse Draco pra mim, no mesmo tom que Harry usou pra se referir ao meu soco em Malfoy.

- Ai!- Reclamou o Harry ao meu lado- Isso doeu!

- Ela tem força não tem Potter?- Perguntou Draco sarcástico.

- Desculpe- Eu disse a Harry, ignorando o loiro.

- Para mim, você não pediu desculpa- Reclamou Draco

- Cala a boca Malfoy- Disse Harry, o loiro lhe lançou um olhar mortal e se calou.

Nós vimos o Harry da cena olhar pela janela e logo em seguida ele, eu e Rony saímos pela porta dos fundos da cabana e viemos em nossa própria direção. Nos escodemos atrás das árvores, para não sermos vistos por nós mesmos.

Harry se escondeu atrás de uma árvore no lado esquerdo e eu e Draco em uma do lado direito. Draco ficou atrás de mim, seu corpo encostava no meu, ele apoiou a mão no meu ombro e eu estremeci com seu toque, se não estivéssemos em uma situação tão estranha e perigosa, eu teria me virado e beijado ele, mas me limitei a dizer:

- É assim que fica meu cabelo quando eu estou de costas?

- Hermione- Disse Malfoy me puxando para trás da árvore, no exato momento em que a Hermione da cena olhava na direção que eu estava a segundos atrás. Meu rosto e o de Draco ficaram bem próximos e eu fitei seus olhos azuis bem de perto. Novamente me veio a vontade de beija-lo, mas fui trazida de volta a realidade pela voz do Harry da cena.

- Vamos- Disse ele e eu e o Rony da cena o seguimos.

Esperei eles tomarem uma certa distância e nós voltamos para trás das abóboras.

Cornelio Fudge, Dumbledore e o Carrasco estavam entrando na cabana com Hagrid.

Assim que a porta se fechou, eu disse:

- Vai Harry vai- Ele se aproximou do hipogrifo e fez a reverência, que a ave retribuiu. Harry soltou sua corrente e começou a puxá-lo, mas Bicuço era pesado e não queria se mexer

- O que esse bicho come?- Perguntou Draco para mim, quando notou a dificuldade de Harry.

- Boa ideia- Eu respondi e fui em direção às doninhas mortas penduradas em um varal.

- Aqui Bicuço- Eu disse mostrando as doninhas- Toma aqui uma doninha deliciosa.

O hipogrifo se levantou e eu atirei uma das doninhas para ele. Enquanto Harry o puxava.

Ouvimos a porta da cabana abrir e o Ministro e os outros saíram. Ficamos em choque, eu, Draco e Harry, prontos para servos vistos, mas Dumbledore, como se soubesse que estávamos ali, fez com que o Ministro e o Carrasco olhassem na direção oposta de onde nós estávamos.

- Vem Bicuço vem- Eu sussurrei enquanto Harry puxava o animal para a floresta.

- Me ajuda a puxá-lo- Disse Harry ao Draco.

- Eu não, não vou chegar perto demais desse bicho- Disse o loiro se defendendo.

Conseguimos levar o Bicuço até a floresta, no exato momento em que o Ministro se virou.

- Mas onde ele está?- Perguntou Fudge- Eu o vi aqui agora mesmo. Hagrid?

- Não está insinuando que Hagrid tenha alguma coisa a ver com isso, está Ministro?- Perguntou Dumbledore- Afinal como poderia, esteve conosco o tempo todo.

- Exatamente- Disse o guarda caça.

- Vamos Hagrid,temos que procurá-lo pela propriedade- Disse Fudge observando o local

- Procure no céu se quiser Ministro- Falou Dumbledore com um ligeiro sorriso- Hagrid eu gostaria de uma boa dose de champanhe- Disse Dumbledore indo em direção à cabana de Hagrid- Carrasco, seus serviços não são mais necessários. - Concluiu o diretor entrando novamente na casa do Hagrid.

- Não vai encontrar nenhum copo pequeno nessa casa diretor- Disse Hagrid sorrindo e também entrando e deixando um Ministro confuso e um Carrasco raivoso,estourando uma abóbora com a sua foice.

POV DRACO

- Para onde vamos agora?- eu perguntei, assim que nós adentramos um pouco na floresta.

- Vamos até um lugar onde nós conseguimos ver a gente- Respondeu o Potter. Como essa frase dele era estranha.

Fomos andando pela floresta. O Potter ia na frente levando o Hipogrifo e eu e a Hermione íamos logo atrás dele.

- Então, o que a gente vai fazer para salvar o Black?- Eu perguntei para Hermione, tentando quebrar o gelo.

- Não faço ideia- Ela mordeu o lábio inferior. Aquele gesto me fez ter vontade de beijá-la ali mesmo, mas ao invés disso eu disse:

- O que o Potter tem a ver com Sirius Black? Enquanto todos querem capturá-lo, vocês, quer dizer, a gente está tentando salvar ele.

- Ele é inocente de tudo que foi condenado- Ela respondeu enquanto caminhávamos, a floresta estava silenciosa- Além disso ele é padrinho do Harry

- Sério?- Eu perguntei surpreso- Eu nunca imaginaria uma coisa dessas

- É, o Sirius era um grande amigo do pai do Harry- Hermione disse olhando para o Potter, que estava indo na frente, distraído com o Hipogrifo.

- Pronto- Disse o Potter, assim que nós o alcançamos- Aqui está ótimo

Nós estávamos em uma espécie de colina, de onde podíamos ver a entrada para a Casa dos Gritos embaixo do Salgueiro Lutador.

- Agora esperamos- Eu disse me sentando

- É, agora esperamos- Concordou o Potter