Memórias - ABANDONADA escrita por Bibelo


Capítulo 23
Ato II - Sentimentos - 12º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Amores demorei né? Desculpem, mas vocês nem tem ideia de como foi difícil desempacar desse capítulo. Sabe porque?

PORQUE EU TINHA DE TIRAR O GAARINHA DA PARADA. E não, não estou dando Spoiler desse capítulo porque não sou má assim, só digo que eu tinha de achar uma causa, um motivo, uma razão e uma circunstância para levar a fanfic pro caminho SasuSaku da vida ;)

Ou seja, empaquei bonito. Mas agora, adivinhem... A Babih escreveu um roteiro, então agora as coisas tem todo um fundamento, lhes garanto que será mais rápido de escrever e postar.

Minha fanfic dos Jovens Titãs foi terminada oficialmente, só preciso criar coragem em postar o Epílogo; tão triste terminar uma fic ;A; OU SEJA: só tenho essa fanfic para escrever, então será super mais fácil o///

Bem, sem mais delongas. Agradeço a quem me acompanha, isso é muito importante pra mim, tanto os comentários quanto os favoritos e recomendações. Lindos *O*

Boa Leitura.



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Ato II - Sentimentos - 12º Capítulo

[...]

O dia do ensaio final chegou.

Todos os alunos do primeiro ano reuniram-se no auditório para o último ensaio e retoques do cenário. Mesmo com vários contratempos com o preparo das mobilhas e acessórios, tudo estava pronto e ajeitado em seu devido lugar.

O Ensaio final seria feito sem os roteiros, e de preferência com as fantasias em mãos. Claro, a ultima parte não deu muito certo devido a maioria deles terem alugado somente para o dia da peça, recebendo então as roupas no dia seguinte.

Metade do dia foi dedicado à peça "Alice no País das Maravilhas", que seria novamente gravado por Deidara, estudante da escola de artes de Tóquio. Sasori ajudava nos ajustes das câmeras enquanto conversava animado com seu velho amigo que não via à algumas semanas.

Ino alongou-se no palco enquanto trocava falas com Temari. Diferente da peça encenada a dois anos atrás, todos seguiram o roteiro à risca, com frases do próprio livro de Lewis Carroll e outra referências da mídia:

— Chapeleiro, você me acha louca? — indagou Ino em uma interrogativa sem seriedade alguma.

— Louca, Louquinha! — exclamou Temari rindo entre cada palavra com risadas rasgadas: — Mas vou te contar um segredo, as melhores pessoas são.

Ino sorriu da cara da amiga, ela era ótima para interpretar um louco, quer isso pareça um insulto ou não. Do lado delas, Sakura trocava falas com Gaara, o suposto Rei da peça. Não eram muitas que compartilhavam, então boa parte do ensaio Gaara a ouvia durante suas mirabolantes ordens de assassinato.

O Ensaio terminou com vários aplausos ressoando pelo Auditório. Gritos de uma vitória quase ganha, os alunos do primeiro ano começaram a debandar, sendo Sakura e Sasuke um dos últimos a sair. Naquele momento, Gaara tinha urgência em encontrar com a professora de Física e revisar algumas notas, portanto, os dois estavam sozinhos no imenso e vazio auditório.

Sakura colocou o último dos panos em cima da mesa para evitar que pegasse pó. Sorriu satisfeita com o trabalho e voltou para o palco. Lá, Sasuke estava sentado na beirada encarando o celular desinteressado. Sorrindo, chegou por trás na esperança vã de assustá-lo.

— HA! — Gritou a amiga esperando um pulo, ou que pelo menos derrubasse o celular. Mas a reação que ele esboçou de somente lhe olhar curioso a decepcionou.

— Desculpe, você falhou. — avisou Sasuke deslumbrando da face emburrada de Sakura.

— Da próxima eu faço você pular. — avisou convicta. Ele negou descendo para o chão.

— Duvido disso. — deu de ombros. Sakura inflou as bochechas irritada.

— Duvidando ou não, um dia irei te assustar. Não precisa ser hoje, e nem amanhã. — respondeu apontando-lhe o dedo ameaçadora. Ele balançou a cabeça aproximando-se ela.

Inclinou-se a fazendo se curvar para trás.

— Está me ameaçando é? — provocou divertido ao ver a reação envergonhada a qual achava tão fofo.

Ela abriu a boca para responder, mas nada saiu além de um som estranho que talvez tenha sido um sutil sim. Ele sorriu afastando-se um pouco dela.

Um comichão surgia para Sasuke. Tinha tanta vontade de beijá-la naquele momento, mas sabia que se o fizesse trairia a amizade de um amigo muito especial. Suspirou decidindo ir embora.

— Nossa aula já vai começar, melhor irmos antes que a louca da Anko nos degole.

Sugeriu já dando as costas à garota entorpecida. Sacudiu a cabeça alcançando o rapaz já alguns passos na frente.

— Você ainda é estranho. — comentou olhando para frente. Sakura conhecia o amigo o suficiente para saber o que ele queria ter feito naquele momento; e o pior é que teria deixado.

Mas, por que teria?

Ele meneou a cabeça concordando:

— E a culpa é toda sua.

*~*~*~*

— Nós temos ao todo quarenta e seis cromossomos em nossos corpos. Vinte e três deles vem de nossa mãe, e os outros vinte e três de nosso pai. A combinação desse amontoado de cromossomos cria um indivíduo saudável e normal. Um ser biologicamente perfeito. — Explicava Anko desenhando pequenos cromossomos na lousa dentro de duas formas diferentes: um útero e um espermatozoide.

Sakura olhava tediosamente para o quadro negro avoada. Aquele assunto a fascinava, e muito, mas naquele exato momento não possuía vontade alguma de prestar atenção. O que mais queria era poder sair daquela sala e se concentrar em algo mais decente.

Levou o olhar até Sasuke que anotava algumas informações proferidas pela professora. O tempo que ela levou o encarando foi o suficiente para o rapaz retribuir o olhar esboçando um olhar malicioso num meio riso discreto.

Corou forte voltando a atenção para frente. Sasuke riu do feito da moça rabiscando em sua folha de anotações quase branca. Também se encontrava no mesmo estado. Havia decidido lutar por Sakura, tentar fazê-la perceber o quanto ele se importava com ela, mas — a cada dia que passava — tinha menos coragem de trair um amigo de tantos anos.

Não sabia até que ponto Gaara poderia gostar de Sakura, e independente do quanto, Sasuke se sentia incapaz de tentar algo com a moça; não por ela, mas por uma longa e duradoura amizade.

Suspirou enfim resolvendo, misteriosamente, olhar para Gaara ao fundo. Não soube explicar se o que sentiu foi arrependimento ou satisfação ao ver a face desgostosa do amigo para com a cena que viu segundos atrás.

Sabia que daria problemas, e precisava achar as soluções o mais rápido que pudesse.

*~*~*~*

— Pra onde a Sakura foi? — perguntou Ino à Gaara enquanto iam à máquina de bebidas.

— Ensaiando novamente. — respondeu: — Ela está bem empenhada na peça.

— Sim ela está, parece ser a única também. — salientou dando de ombros. No geral, todos que foram escolhidos para a peça acabaram arrependendo-se na metade do caminho.

— Fazer o que, fomos no impulso. — Gaara depositou o dinheiro clicando no refrigerante de tomate: — Quer algo?

— Oi Ocha Ryokucha — respondeu Ino. Gaara assentiu comprando para ela o chá quente.

Afastaram-se da máquina retomando o caminho até o grupo totalmente ao relento. Ino incomodava-se um pouco de ficar sozinha com Gaara, pois além dele ser um tanto inconveniente em certos momentos, ex namorados podem ser problemáticos.

— Posso te fazer uma pergunta? — Ino bebeu um gole do chá enquanto esperava resposta.

— Faça. O que poderia ser pior do que nós dois aqui sozinhos? — ironizou olhando o arredor, cômico. Ino ruborizou de raiva.

— O que está armando? — cuspiu parando de andar. Gaara o fez mais a frente.

— Como assim?

— Sabe do que falo. Em relação à Sakura. — respondeu nervosa: — Você não gosta dela, pois se realmente gostasse não a trataria com tanta indiferença. Gaara eu te conheço!

— Se me conhecesse não acharia que estou fazendo o que pensa que estou. — retrucou sério aproximando-se dela: — Podemos até ter tido um bom namoro no passado, mas não se esqueça do motivo de terminarmos. A única pessoa que merece ser alvo de suspeitas é você.

Ino calou-se ofendida. Deixou cair ao chão o chá quente voltando pelo caminho que fizeram da máquina. Provavelmente iria ao banheiro; e provavelmente choraria o resto do intervalo.

Gaara suspirou fundo pegando do chão a garrafa e indo até o grupo com o rosto sombrio e apático de dias outrora esquecidos.

*~*~*~*

Disposta a sanar todas as suas inseguranças com a peça, Sakura decidiu ir até a sala de música do segundo andar para treinar um pouco de suas falas na peça. Como a sala só era usada de segundas, Sakura pode relaxar e aproveitar o vazio do andar musical.

Começou o ensaio solo andando, gesticulando, falando e ordenando; tudo sem o roteiro ou papel de ajuda. Ainda dava algumas engasgadas em cenas com muitas falas ditas de forma rápida, mas sabia que no momento algo sairia certo.

Estava tão concentrada que não percebeu a pequena plateia de um só na porta. Sasuke a analisava curioso e incomodado. Não sabia o que estava fazendo ali, pois suas pernas somente o levaram àquela sala como se tivessem vontade própria.

Contudo, não evitou sorrir abertamente ao vislumbrar a sua tão querida garota empenhada no papel. Assim que ela terminou, bateu palmas chamando a atenção de Sakura.

— Sasuke-kun? — indagou a garota ruborizada. Provavelmente não esperava que a vissem falando sozinha em uma sala.

— Estava muito bom. — afirmou aproximando-se. Ela sorriu agradecendo.

— Precisa estar. Não posso comprometer a peça errando as falas. — respondeu séria.

— Não irá.

Aquiescendo, Sakura sentou-se no banco do piano tomando um gole d'água generoso. Sasuke resolveu sentar-se ao seu lado, calado.

Sakura não conseguiu explicar o porque de estar tão nervosa. Seu coração parecia que iria saltar pela boca de tão rápido que pulsava. Torcia, com todas as forças, para que Sasuke não conseguisse ouvir as frenéticas batidas dele.

— Me disseram uma vez sobre amizades consideradas verdadeiras — começou Sasuke sem olhá-la, mas chamando sua atenção: —, nutrida por confiança, onde há grande harmonia entre os dois lados. Acho que passei disso com o Gaara a muito tempo.

Sakura absorveu a informação:

— Por que não são mais? Afinal de contas, eu não os vejo brigando. — respondeu acolhedora. Ele riu.

— Nem conversamos, para início de conversa. — Sasuke olhou para o quadro negro rabiscado com algumas partituras indecifráveis: — Sabe, éramos muito amigos quando crianças. Melhor, até o ano passado, por assim dizer.

— O que houve? — indagou Sakura preocupada. Sobrepôs sua mão na de Sasuke encorajando-o a continuar.

— Eu transei com a Ino. — respondeu direto encarando-a de soslaio. Como não demonstrou descontentamento continuou: — Era namorada do Gaara na época.

Sakura sentiu-se estranha com a resposta. Foi como uma traição imensa para com Gaara. Ela tentou imaginar o quão decepcionado e magoado ele ficou, sendo tão atencioso como era com ela.

Sentindo-se amargamente decepcionada, se afastou dele.

— Não sei o que dizer. É terrível. — respondeu incrédula: — Eu... Eu posso não saber de muitas coisas, mas sei como funciona uma traição, e sei que o que vocês fizeram foi errado. Então... Eu... Realmente não sei o que dizer.

Sasuke suspirou levantando-se: — Não precisa dizer nada. Somente me ouvir.

— Não!

— Sakura! — chamou Sasuke aproximando-se dela. Sakura se afastou sacudindo a cabeça nervosa.

— Não, não, não e não. Está tentando fazer a mesma coisa comigo, igual Ino, certo? — indagou dando passos e mais passos para trás colidindo, enfim, com uma das mesas da sala.

A sala ficou silenciosa. Cada um dos dois em um canto da sala, sem sequer olharem-se. Sasuke inspirou profundamente.

— Ela estava bêbada. — contou emendando a história.

— Não quero ouvir!

— Na festa, estava totalmente chapada. — continuou aumentando o tom de voz: — E devido a isso eu resolvi tirá-la de toda a bagunça da festa a levando ao segundo andar. A joguei em um quarto e fiquei por lá com ela até ficar sóbria.

Sakura ouvia atentamente, ainda que sua mente xingasse-a até a morte por tal ato.

— Não era para ter acontecido, mas aconteceu. Fui fraco! O que achou que eu faria? Veria uma garota linda, loira e super sexy me convidando pra cama e ia somente recusar? Desculpe, não tenho essa força toda.

— Não é nenhuma justificativa. — afirmou a rosada contrariando-o.

— Não estou me justificando. — explicou-se: — Justificando ela. Não foi culpa dela, eu poderia ter dito não. Mas somente... — parou de falar desviando o olhar das orbes acusadoras de Sakura.

Abriu os lábios para falar algo, mas logo os fechou sem saber o que dizer. Pensou em Ino no mesmo instante, o quão envergonhada deve ter ficado quando soube o que fez; talvez pior ainda pela história de Sasuke, pois quem garante que ele assumiu a culpa.

Inspirou fundo preparando-se para uma única pergunta.

— O que você disse ao Gaa-kun? — perguntou séria: — Me responda de verdade, sem embolação.

— Que ela se ofereceu, e eu não recusei.

Assim sendo, Sakura pegou suas coisas rumando para a saída devastada. Aquilo era cruel demais para com a amiga. Como ele pode?

Sasuke estava mais próximo da sala fechando-a. Sakura recuou:

— Abra!

— Não. Vai fazer o que? Contar à Gaara que o culpado fui eu e trazer a tona toda essa história? — disse sugestivo, afinal de contas estava certo. Ele não iria acreditar.

— Só vou embora. — cuspiu avançado contra ele para abrir a porta, mas Sasuke foi mais rápido segurando-a pelos pulsos: — Me solta!

Sasuke a prensou contra o piano a fazendo apoiar-se nas teclas reproduzindo um agudo e irritante som. Segurando-a contra o instrumento, Sasuke aproximou-se da garota irritadiça selando seus lábios em um beijo urgente.

Não esperou que a garota retribuísse, somente apoderou-se de seus lábios adentrando de forma invasiva. Ela soltou um gemido pelo susto não sabendo bem o que fazer.

Pensou em empurrá-lo, jogá-lo para longe e sumir de vista; entretanto, não conseguiu ser sã. Permitiu se levar pelo beijo ardente de Sasuke tendo seus pulsos soltos e erguidos até o pescoço dele aproximando-se mais ainda.

Sasuke sorriu descendo as mãos até a cintura fina da moça retirando-a de perto do piano que ressoava melodias sem nexo pelo indiscreto movimento de ambos contra as teclas.

Delicadamente a depositou na mesa ao lado fazendo-a se sentar. O beijo continuou mais um pouco antes do ar começar a lhes fazer falta. Separaram-se com Sasuke descendo os beijos pelo pescoço semi coberto pelo cachecol quente e aveludado.

Sakura mordeu o lábio tentando controlar as batidas desenfreadas de seu coração. Sasuke abandonou seu ombro roubando novamente seus lábios para si. Avermelhados e levemente inchados, exatamente como queria que estivessem, deixados naquele estado por ele.

Suas mãos desbravaram as pernas cobertas pelo jeans de Sakura, subindo e descendo, do joelho ao quadril. Embriagada pelo beijo, enroscou seus dedos nos cabelos bagunçados de Sasuke aproximando-se mais, recebendo com mais urgência as carícias em sua boca úmida e quente.

Separaram-se mais uma vez, mas agora por mais tempo. Sakura não soube descrever aqueles sentimentos que alojavam-se em seu peito, mas era bom e errado.

Não conseguia entender como ele conseguia deixá-la naquele estado tão deplorável, onde sequer conseguia pronunciar um simples "a". Sasuke sorriu contra os lábios de Sakura, sentindo uma imensa alegria e prazer por finalmente matar a saudade da garota.

Sakura mordeu o lábio nervosa o afastando.

— Sasuke...kun. — chamou rouca: — Não...

O rapaz acariciou seu rosto alvo depositando um selinho rápido em seus lábios entreabertos.

— Não diga nada. — pediu: — Somente finja que não fizemos nada de errado nessa sala, por pelo menos cinco minutos antes de me apedrejar novamente.

Sakura aquiesceu apertando mais os braços ao redor de Sasuke.

— Mas... Só me responda uma coisa: Você pretende fazer comigo o mesmo que com Ino? — sua pergunta assustou Sasuke o fazendo voltar a realidade em um solavanco.

Praguejou baixo apoiando sua testa no ombro de Sakura. "Claro que não!", era o que queria responder. Mas ela não acreditaria. Ele amava muito ela, diferente de Ino que foi um erro desde o começo.

— Adiantaria te responder? — perguntou o rapaz a contra gosto.

— Adiantaria. — afirmou ela baixo.

— Por que? O que eu sou pra você, pra ter tanta fé em mim?— ousou perguntar. Não custava perguntar.

Ela ficou quieta um tempo antes de responder:

— Confio em você o suficiente para saber que foi verdade o que me disse. E que, mesmo com raiva, eu sei que você foi franco. — respondeu acariciando seus cabelos negros: — Eu... sinto coisas por você muito diferente de todos. Isso é o que me dá forças para acreditar em você.

Ele sorriu:

— Era isso que eu temia...

— Por que isso é tão ruim?

— Porque não consigo mais desistir de você. Não mais. — sua resposta foi forte. Levantou a cabeça fitando-a com ternura: — Eu preciso de você, Sakura; só minha. Mas pra isso precisa entender meu pecado, e o porque de ter desistido de você quando começou a namorar o Gaara.

Sakura aquiesceu entendendo-o. Pois, mesmo sendo diferente, Sasuke faria a mesma coisa que supostamente fez no passado, machucando Gaara mais uma vez.

— Vamos voltar. — pediu ela acariciando o rosto do moreno: — Eu não sei o que fazer agora além de me arrepender amargamente do que fizemos agora.

— Não se preocupe. — avisou: — Eu sei.

*~*~*~*

Sakura e Sasuke retornaram ao grupo pouco antes do sinal tocar e terem de ir às salas. Gaara acompanhou Sakura enquanto a mesma perguntava pela Yamanaka — arrependendo-se logo depois disso. O namorado grunhiu dizendo que estava no banheiro, mesmo sendo só meia verdade.

Ino não apareceu na aula seguinte preocupando a garota de cabelos rosa. Durante a aula lhe mandou uma mensagem querendo saber o que estava fazendo e se estava tudo bem.

Não recebeu nenhuma resposta amargurando-a. Agora que sabia a verdade queria conversar com ela e ajudá-la a enfrentar seus demônios, pois ela estava criando os seus próprios.

*~*~*~*~*

— Você está estranha hoje, Sakura. — comentou Tsunade à mesa do jantar. Estavam quietas comendo um pouco de comida instantânea feita por Sakura: — Aconteceu alguma coisa na escola?

— Só descobri sobre uma história horrível. Na verdade, gostaria de não ter ouvido nada sobre ela. — respondeu num muxoxo.

Tsunade aquiesceu encarando a sobrinha: — Por que algo me diz que tem a ver com o Uchiha?

Sakura enrijeceu-se para, depois, ruborizar ao lembrar do que fizeram na sala de música e o que posteriormente causaria muitos danos à todos.

— Bem, não sei o que acontece entre vocês dois, mas espero que sabia muito bem o que está fazendo. — aconselhou: — Afinal de contas está namorando o Sabaku, certo?

A Haruno nada respondeu, somente aquiesceu sentindo o peso da culpa sobre seus ombros.

Terminaram de comer deixando o andar de baixo subindo aos quartos. Tsunade pediu para que a sobrinha a acompanhasse até seu quarto. Sakura sentou-se na cama da tia enquanto a mesma procurava alguma coisa em seu guarda-roupa.

— Achei!

Retirou de lá de dentro um cabide totalmente encapado em plástico transparente. Assim que identificou o que havia nele sorriu de orelha à orelha.

— Você guardou isso? — indagou Sakura chocada acariciando a roupa sob o plástico em cima da cama. Tsunade negou:

— Não fui eu quem guardei, mas digamos que fiquei feliz em poder resgatar ele. — respondeu orgulhosamente. Sakura abriu o zíper do plástico tirando de dentro o vestido de Rainha de Copas que usara na outra peça.

Ainda achava ele um pouco curto, mas algo naquele vestido lhe trazia segurança e conforto; um balde de nostalgia.

"Combina com você, mesmo preferindo algo mais comprido!"

A voz ecoou em sua mente seguida por uma risada cômica e um "Ciumento" na sequência. Não soube explicar se aquilo era uma memória ou o simples desejo de presenciar algo assim, sendo criado por sua mente. Entretanto, o calor daquele comentário emanava por seu corpo.

Sorriu para si mesma pondo o vestido em frente à seu corpo. Ficava muito bom nela.

— Posso experimentar? — perguntou Sakura. Tsunade respondeu que sim vendo a euforia da sobrinha em arrancar as roupas de inverno e vestir aquela roupa magistral.

Assim que a colocou, rodopiou no lugar ouvindo o farfalhar do excesso de pano felpudo da saia rodada.

— Ainda cabe certinho. — afirmou Sakura pasma. Afinal de contas tinha tudo para não servir mais, certo?

— Você emagreceu um pouco em vista de dois anos atrás, mas fora isso está perfeita em você. — complementou Tsunade sorrindo.

— Quem guardou meu vestido, tia? — perguntou a garota curiosa para saber se havia sido Yuki ou mesmo Sasori. Tsunade calou-se por quase um minuto inteiro preocupando a sobrinha.

— Seu namorado.

— Gaa-kun? — indagou confusa: — Mas por que ele teria meu vestido?

Tsunade negou: — É difícil de explicar, Sakura. Mas resumindo tudo, esse rapaz ainda ama muito você, o suficiente para se machucar toda vez que te vê junto de outro rapaz e suportar tal dor. — explicou a tia levantando-se da cama.

Sakura incomodou-se com a informação sentindo uma palpitação dolorosa no peito. Ela estava falando de Naruto? Estava cada vez mais confusa com um passado totalmente em branco.

— Tia...

— Melhor ir se deitar, amanhã será um grande dia, e é melhor se preparar para o grande momento. — sem dizer mais nada, entrou no banheiro de seu quarto abandonando Sakura de pé no meio do cômodo.

Obedecendo-a, Sakura voltou à seu quarto com suas roupas e o vestido. Não soube explicar o porquê, mas o aperto em seu coração aumentou sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto.

— Será que estou chorando por sua dor? — perguntou Sakura em voz alta, como se pudesse falar com o tal rapaz: — Dói tanto...

*~*~*~*

— Alguém viu a Sakura? — perguntou Ino eufórica no camarim.

— Na verdade não. — Respondeu Gaara preocupado: — Já liguei para ela, mas nada de atender.

— Droga, será que desistiu? — ponderou Temari incrédula: — Justo ela? Não posso acreditar.

— Parem de ser tão problemáticos. Ela só está atrasada. — acalmou Shikamaru ajeitando sua fantasia: — Se concentrem em seus papéis, a Sakura só entra no último Ato.

— Eu sei, eu sei. — murmurou Ino irritada: — Mas não justifica.

— Vamos entrar em cinco minutos. — avisou Hinata aparecendo com Sasuke a seu lado: — Aconteceu algo?

— Nada. — afirmou Gaara: — Está na hora de entrar no palco, Alice.

Ino aquiesceu sem fazer contato visual indo até o palco e ajeitando-se em seu devido lugar. Sasuke trocou um rápido olhar com o antigo amigo suportando um feroz sentimento que transpassava-os.

Não conseguindo mais sustentá-lo, desviou saindo de perto do Sabaku.

*~*~*~*

— Que animação poder filmar a manga rosa mais uma vez. — comentou alegremente Deidara ajeitando a câmera uma ultima vez.

— Não que ela esteja igual na ultima peça, Deidara. — afirmou Sasori em pé a seu lado.

— I daí? — deu de ombros: — Sasori, eu super quero que ela seja do jeito que é, mesmo agindo como o anjo que nunca foi.

Sasori riu: — Desnecessário o comentário.

— Não foi não. Você a conhece melhor que ninguém. — afirmou abandonando os aparelhos: — Hey, você não... se sente mal?

— Em relação à quê? — indagou curioso.

— Ela não se lembrar de você.

Sasori não respondeu, somente balançou a cabeça voltando aos bancos junto de Deidara que já ligara as câmeras espalhadas pelo teatro. O telefone de Sasori vibrou recebendo uma mensagem.

Assim que a leu sorriu contra a tela:

— Deidara, guarda um lugar pra ele.

*~*~*~*

Sakura ainda estava em sua casa fitando o vestido vermelho super extravagante que vestia. Estava tão nervosa que não conseguia nem descrever o desespero que sentia ao se imaginar subindo no palco com todos a assistindo.

Inspirou fundo uma, duas vezes seguidas indo até o banheiro para terminar a maquiagem de Rainha de Copas. Pelo horário, a peça já havia começado e as chances de chegar super atrasada eram altas, mas — independente disso — não conseguia sair de casa.

A maquiagem já estava pronta a muito tempo, na verdade. Mas qualquer desculpa bastava para evitar entrar na escola tão logo.

— Pare de agir como criança, Sakura. — praguejou-se resolvendo, enfim sair.

Pegou sua bolsa descendo as escadas de sua casa. Parou em frente a porta recuando bons dez passos. Inspirou fundo totalmente nervosa.

Batucou os pés mexendo nos cabelos cacheados ansiosa:

— Anda, se mexa!!! — ordenou a si mesma, mas não conseguindo mexer suas pernas.

Seu celular tocou mais uma vez. Prendeu a respiração tentada a atender a ligação de Gaara. Pegou o aparelho disposta a desligar novamente, mas no visor só o número desconhecido aparecia. Confusa atendeu.

— Alô?

Algo me diz que você empacou. — anunciou a voz do outro lado de forma travessa: — Que tal tentar antes de desistir? Realmente, você não é a invencível Sakura que eu conheço.

— Quem é? — perguntou Sakura catatônica. A voz do outro lado riu:

Boa sorte, Manga Rosa.

O telefone ficou mudo antes da ligação cair.

Sakura precisou de um tempo para entender o que se passara ali. Retirou o telefone do ouvido fitando o visor desligado. Um estalo tilintou em sua cabeça percebendo um fato muito relevante na conversa:

Ele a chamou de Manga Rosa!


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Notas finais do capítulo

QUEM TA COM RAIVA DO SASUKE OU DO GAARA LEVANTA A MÃO!!

O/

Assim, não gosto do Sasuke, então sou suspeita. Mas eu quis mostrar um lado mais filha da puta do Sasukito.

Amores da minha vida, gostaram do capítulo? O momento SasuSaku foi do agrado de vocês, porque fazia tempo que eu não escrevia cenas de romance {isso pq OTD estava em época de guerra e mutilações cof*cof}

Espero de todo coração que tenham gostado.

Então, eu juro que vocês não tem nenhuma ideia de como irá se desenrolar essa história. Sério, vocês nem imaginam o que eu tenho programado XD

Até o próximo.

Beijos e mordidas



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