Merlin - 6ª Temporada escrita por Lamia Riley


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

"E assim Camelot entrou em mais uma batalha. O rei Teneram acreditava que seria a batalha mais fácil de sua vida, tão fácil quanto obrigar a Mithia a se casar com ele com promessas de paz entre os reinos e depois matá-la quando está dormia. A confiança de Teneram estava no fato dele ser o comandante de um imenso exercito originário de dois reinos: o de seu pai Odin e o de Mithia. Além disso, ele acreditava que Gwen não era uma estadista tão boa assim sem o Arthur e o conhecido mago Merlin. Camelot seria uma conquista fácil."



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Merlin e Robert continuavam na caverna no meio da floresta do interior de Londres. Merlin estava com uma aparência um pouco triste por causa da parte da história que contava. A história contada era como Camelot acabou entrando em uma guerra no momento que Merlin não estava no reino.

Robert – Onde o senhor estava?

Merlin – Eu estava visitando vários lugares, lugares que me lembravam de Morgana. Lugares que ela sonhava em conhecer e que não pôde. Eu simplesmente viajei pelo mundo durante alguns anos.

Robert – E nessas viagens você não sentiu que Camelot precisava de você?

Merlin – Sim, mas quando cheguei era tarde demais.

Merlin se levantou da cadeira e começou a andar pela caverna. Ele respirava fundo como se as lembranças de seu passado lhe trouxessem dor. Uma dor, que mesmo depois de milhares de anos, ainda existia e o fazia sofrer.

Merlin então levou sua mente de volta a Camelot.

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Camelot era uma dos reinos mais seguros de todos os cinco. Mesmo depois da morte de Arthur, a rainha Gwenevere e os cavaleiros conseguiam manter o local um bom lugar para todos. A magia era aceita, mas com algumas restrições. Gwen era uma boa rainha para todos além de ser uma boa mãe. As crianças agora já com 10 e 12 anos cresciam felizes. Os filhos de Arthur eram amados por todos. Gwen conseguia ensinar a eles as leis de Camelot e as simplicidades da vida.

Tudo ia muito bem, mesmo com a ausência de Morgana que tinha morrido e Merlin que tinha decidido ir embora. A falta de Merlin, a perda de Arthur, Gaius e Morgana além da ausência de Sir Leon faziam a rainha se sentir um pouco sozinha. Ela só tinha agora como amigo Gwayne e Percival. Mesmo assim, ela não se deixava abater, seu sorriso e segurança era algo visto por todos.

Toda essa rotina acabou por terminar quando chegou a noticia que a rainha Mithia tinha sido encontrada morta em seu quarto e que o novo rei Tenerem tinha declarado guerra a Camelot.

Horas depois de a notícia ter chegado, Gwen convocou uma reunião de emergência com todos os cavaleiros.

Gwen – Todos vocês já devem saber o que aconteceu com a Mithia?

Gwayne – Sinto muito por sua perda senhora, mas acredito que a notícia de um ataque seja mais grave no momento.

Gwen – Eu tenho certeza que Mithia foi assassinada.

Percival – Eu não entendo, nós estivemos em seu casamento e ela parecia muito feliz.

Gwen – Eu disse na época que achava aquele casamento estranho demais. Ela deve ter sido obrigada a ser casar com aquele monstro e agora está morta.

Gwayne – E o novo rei quer invadir Camelot?

Lays – Eu não entendo, por que ele quer invadir Camelot?

Gwen – O rei Teneram é o filho bastardo do rei Odin e pelo visto quer continuar a vingança que o seu pai começou há muito tempo atrás. A questão principal é: nós estamos preparados para ele?

Percival – Claro que sim minha senhora. Camelot é um dos reinos mais seguros que existe. Temos um plano de defesa inigualado.

Gwen – Temos que colocar esse plano em prática imediatamente. Primeiramente, quero ter certeza que todo o povo estará seguro.

Lyris – Minha senhora, não seria interessante tentarmos uma negociação com esse rei?

Gwen – Estava pensando nisso Lyris. Acho que seria interessante tentarmos conversar com ele. O que sabemos até agora é do seu interesse em invadir Camelot, mas não recebemos nenhuma confirmação sobre isso.

Gwayne – Sim, seria mais inteligente se formos falar com ele primeiro. Talvez sejam apenas rumores de opositores que queiram nossos reinos em guerra.

Percival – Eu não consigo imaginar nenhum reino que estaria interessado em uma guerra entre nós e o reino de Rodor. Mas acho válido fazermos uma conferência com o rei.

A ideia é colocada em prática e a rainha manda para o reino de Rodor dois mensageiros para um pedido de realização de uma reunião. No entanto, algumas semanas depois apenas um mensageiro retorna para Camelot com uma mensagem em seu corpo do rei no qual dizia que Gwenevere não passava de uma serva e logo não era digna de ser rainha de Camelot.

Com isso os dois reinos começaram então a se armar. Alguns feiticeiros que idolatravam Merlin e estavam do lado da rainha ofereceram sua magia para por fim a guerra em favor de Camelot, mas Gwen não aceitou. Ela não achava justo ter esse tipo de ajuda e queria ganhar a luta em uma batalha justa contra o exército de seu inimigo.

Gwen – Nós sempre estivemos de pé através de nossas lutas e vamos continuar assim.

Percival – Minha rainha eu entendo o que você está dizendo, mas acredito fielmente que em todas as nossas batalhas, principalmente aquelas em que Arthur corria perigo, eu tenho certeza que Merlin usava seus poderes em favor a Camelot.

Gwayne – Alem disso, não acredito que se o rei tivesse essa ajuda, ele com certeza iria usá-la para nos atacar.

Gwen – Eu entendo vocês, mas Merlin praticamente cresceu em meios às batalhas de Arthur. Ele sabia o momento certo de agir e o momento de ficar neutro. Não acredito que os senhores com magia que temos em Camelot terão esse mesmo discernimento. Eu prefiro arriscar com o que conhecemos a colocar a vida deles e as nossas em perigo. Todos nós nessa sala sabemos como a magia sempre exige um preço alto ao ser usado.

Todos concordaram com a fala da rainha e os feiticeiros de Camelot foram solicitados que se afastassem da batalha. E assim, Camelot começou a se organizar colocando as crianças, mulheres e idosos para dentro dos muros do castelo.

E assim Camelot entrou em mais uma batalha. O rei Teneram acreditava que seria a batalha mais fácil de sua vida, tão fácil quanto obrigar a Mithia a se casar com ele com promessas de paz entre os reinos e depois matá-la quando está dormia. A confiança de Teneram estava no fato dele ser o comandante de um imenso exercito originário de dois reinos: o de seu pai Odin e o de Mithia. Além disso, ele acreditava que Gwen não era uma estadista tão boa assim sem o Arthur e o conhecido mago Merlin. Camelot seria uma conquista fácil.

A luta, que inicialmente estava no campo de batalha longe da cidade, começou a se estender por semanas, meses. Isso começou a afetar as cidades dos dois reinos, porém, Camelot sentia mais essa pressão. Os primeiros sintomas foram a escassez de comida. Tudo que era produzido não estava sendo o suficiente e depois de quase um ano o outro problema foi a falta de homens para a luta.

A rainha começou a fazer chamamento dos reinos vizinhos que apoiavam Camelot para ajuda-los. Foi assim, que Leon soube da guerra e juntamente com alguns bons homens de Eldor, ele partiu para Camelot para ajudar a rainha.

Gwen estava na sala do trono em meios a vários papeis no quais tinham os relatórios da guerra quando Leon entrou depois de muitos anos.

Gwen – Sir Leon?!

Leon – Acho que eu não sou mais um Sir, majestade.

Gwen – Você sempre será um Sir e um bom amigo. Peço desculpas por tira-lo de sua vida com sua família para trazê-lo para essa guerra.

Leon – Camelot sempre foi e sempre será minha casa e eu jamais darei as coisas para esse reino e para a senhora.

Gwen – Não me chame assim. E como vai a Sefa? Soube que vocês tiveram filhos?

Leon – Sim, tivemos três filhos lindos e um quarto a caminho.

Gwen – Eu fico tão feliz com sua felicidade. Eu estou realmente feliz mesmo.

Gwen fez uma menção em abraçar Leon, mas esse deu um passo atrás. Era nítido de que apesar de estar verdadeiramente feliz com Sefa, com quem estava junto há muito tempo, seus sentimentos por Gwen não tinham sumido completamente e por isso Leon se afastar o quanto antes.

Leon – Muito obrigado pelas palavras majestade agora devo ir.

Gwen – Sim. Procure por Gwayne, ele e Percival são os chefes da guarda agora. E que os deuses estejam com vocês.

Os dois velhos amigos se despediram.

–--

Robert – Então Leon apareceu para ajuda? E mesmo assim Camelot perdeu?

Merlin – Infelizmente sim.

Robert – Eu não entendo, Camelot tinha o melhor exercito e uma defesa incrível e mesmo assim perdeu?

Merlin – Camelot tinha sim um grande exercito, porém, Gwen teve que lidar com um homem que cresceu em meio a batalhas e que tinha sobre seu comando o dobro de exercito de Camelot. Mesmo que Arthur estivesse vivo, ele também não venceria essa guerra.

Robert – Somente você faria essa diferença. E você não estava lá.

Merlin – Sim não estava e isso me corrói até hoje. Eu estava perdido no mundo. Se não fosse a insistência de um jovem mago, talvez eu nunca soubesse o que aconteceu com Camelot. Eu me recusava pensar no reino até que uma noite recebi em sonho uma mensagem. Um jovem de Camelot usou todo o seu poder para me encontrar e conseguiu e foi assim que eu pude ver em sonhos o que estava acontecendo.

Robert – E o que você viu?

Merlin – Eu vi o que o rapaz tinha visto. O campo coberto de corpos e um grupo de cavaleiros entre eles Gwayne, Percival e Leon tentando manter os soldados de Rodor longe do castelo.

Robert – O que aconteceu com esse jovem mago?

Merlin – Infelizmente ele desobedeceu às ordens de Gwen e entrou na batalha e acabou morrendo.

Robert – E o que você fez ao saber sobre Camelot?

Merlin – O que você acha que eu fiz? Viajei de volta para Camelot, porém, naquela época a viagem foi longa e as duas semanas que durou foram o suficiente para encontrar Camelot quase destruída. Tive que usar muito dos meus poderes para chegar até Camelot, pois os soldados de Teneram estavam por toda a parte.

Robert – E os dragões?

Merlin – Eu nunca mais os vi depois da despedida nas montanhas do norte. Acredito que eles tenham morrido logo depois daquela época. O meu velho amigo estava muito velho e Aithuisa era muito jovem para sobreviver sozinha.

Robert – Sinto muito.

Merlin – Boas criaturas como todas as outras daquela época.

Merlin novamente suspirou e tomou mais um gole de um chá que tinha acabado de fazer. E de volta sentado em sua cadeira ele voltou a fechar os olhos e lembrar o que aconteceu em sua antiga terra.

–-

De volta a Camelot, Merlin entrou em pânico quando chegou às portas do reino e viu a quantidade de cavaleiros de Camelot mortos espalhados pelas estradas. Na mesma hora Merlin pensou em Gwen, nas crianças e nos seus amigos Gwayne, Percival e claro Leon. O mago tinha certeza que Leon estaria na luta, pois ele jamais deixaria algo acontecer com Gwen.

Com esse pensamento, Merlin correu até o castelo usando de seus poderes para poder se defender dos soldados inimigos que apareciam em seu caminho. De um monte alto Merlin viu que o castelo estava pegando fogo e que o rei Teneram estava ao longe em seu cavalo imponente parecendo festejar a derrota iminente de Camelot.

Merlin correu pelos fundos do castelo, na entrada dos criados e se deparou com mais corpos espalhados. Ele pulou todos eles e correu para dentro do castelo. No saguão principal o primeiro choque do mago foi ver o corpo de Percival cravejado de espadas e flechas, naquele momento as lagrimas de Merlin vieram e ele correu para ver se o amigo ainda estava vivo, mas não estava. O primeiro pensamento de Merlin foi que o amigo morreu como um lutador e pela quantidade de corpos do inimigo em volta, ele percebeu que Percival lutou até o fim.

Continuando sua corrida pelo castelo, Merlin encontrou alguns soldados inimigos saqueando os objetos do castelo, em primeiro momento ele pensou em impedir o saque, pois ele sentia que o que era roubado era seu também. Mas Merlin não tinha tempo ele precisava encontrar Gwen e as crianças. E assim ele continuou subindo e o fato de só ouvir as vozes dos inimigos e de nenhum amigo fazia o coração do mago ficar apertado. Ele sentia culpa por não estar ali, por não ter voltado quando seu coração dizia para voltar. A cada passo de Merlin seu coração apertava mais. Ele tentava a todo custo segurar suas lagrimas cada vez que encontrava um corpo de um soldado bravo de Camelot.

Merlin aumentou sua cautela para não encontrar um inimigo, mas quando isso acontecia ele atacava todos com muita raiva. Após alguns bons minutos ele chegou aos aposentos da rainha e não a encontrou.

Merlin entrou em desespero ao ver sangue no chão. Ele tocou o sangue e sentiu que estava quente e com isso ele se ajoelhou e usou seu poder para tentar encontrar a rainha e seus filhos e assim Merlin conseguiu visualizar Gwen e as crianças em uma carroça juntamente com Sir Leon. Mas em suas visões ele percebeu que Gwen estava ferida.

Merlin saiu correndo de dentro do castelo e sua raiva chegou mais alto e ele começou a queimar com os olhos todos os inimigos que ele encontrava pelo caminho. Ao chegar ao pátio principal do castelo ele usou seu poder e queimou um grupo de soldados inimigos que estavam no pátio. O fogo criado pelo poder de Merlin se espalhou por todo o castelo. Castelo esse que por muitos anos ele lutou para defender.

Parado no meio do pátio Merlin olhou em volta e pensou em todos os momentos que ele e Arthur e todos de Camelot lutaram para manter aquele reino seguro. Suas lagrimas desceram. A dor e a culpa lhe consumiram, mas ele não podia mais ficar ali Gwen e as crianças precisavam dele. Assim, Merlin pegou um dos cavalos e correu o mais rápido que pode por trás do castelo.

No caminho, ele deduziu que Leon estaria levando Gwen e as crianças para Eldor e foi seguindo o seu coração em direção a sua casa.

No trajeto Merlin encontrou vários cavaleiros mortos, soldados inimigos mortos. E nenhum sinal da carroça. Merlin usou seus poderes para ver os caminhos adiante e foi assim que sua visão enxergou dois corpos caídos em uma vala ao lado da estrada sendo que um deles ainda respirava.

Merlin chegou ao local desceu do cavalo e se aproximou e reconheceu o Sir Gwayne que estava perto do corpo de sua amada Lyris

Merlin – Gwayne!!!!!!!!!

Gwayne gravemente ferido conseguiu reconhecer o velho amigo.

Gwayne – Meu amigo, você veio. Eu disse a Gwen que você viria. Pena que chegou tarde.

Merlin – Desculpe meu amigo. Perdoe-me. Eu vou te salvar.

Gwayne – Eu não quero ser salvo. Guarde seus poderes para ajudar a rainha. Leon esta levando ela e as crianças para Eldor, mas tem um grupo grande de soldados atrás deles. Eu não consegui detê-los.

Merlin – Não se preocupe, eu salvarei você e depois vamos atrás de Gwen.

Gwayne pareceu irritado com a insistência de Merlin.

Gwayne – Será que você não ouve ninguém? Eu não quero ser salvo. Não depois de ver minha amada Lyris ser morta com o nosso bebe em seu ventre. Não. Eu não quero.

Merlin olhou para o corpo de Lyris e percebeu além da espada em punho que a barriga da jovem estava levemente redonda o que mostrava que ela estava grávida.

Gwayne segurou na camisa de Merlin.

Gwayne – Deixe me morrer ao lado de minha amada.

Merlin se controlou para não entrar em desespero. Ele se lembrou de quando o amigo se percebeu apaixonado pela jovem e como eles faziam o casal mais incrível do reino. E por isso Merlin não suportasse vê-los terminarem assim.

Talvez por isso Merlin resolveu pegar o corpo de Lyris e a levou para debaixo de uma árvore e depois puxou o corpo quase morto de Sir Gwayne e o levou até a esposa e o deitou ao lado dela.

Merlin – Sinto muito por não ter chegado antes.

Gwayne – Não era sua obrigação cuidar dela. Mas obrigado amigo. Agora vá, a rainha e as crianças precisam de você.

Com os olhos cheios de lagrimas, Merlin não disse nada apenas se afastou devagar andando de costas e fez uma rápida reverência aquele casal que sempre lutaram juntos e que agora estariam juntos para sempre em outro mundo. O mago subiu em seu cavalo e sem olhar para trás partiu em direção a Eldor.

Algumas horas depois, ele conseguiu alcançar o grupo de soldados que estavam atrás de Gwen. De longe Merlin percebeu que os soldados tinham perdido o rastro de Leon. Merlin pensou naquele momento que o tempo que Leon estava vivendo em Eldor tinha sido o suficiente para o cavaleiro tomar conhecimento de todas as rotas para a cidade inclusive as cavernas.

Ao ver os inimigos de Camelot, Merlin não pensou muito e atacou todos eles. O grande grupo de soldados foram queimados vivos. Eles não tiveram a menor chance de se defender da fúria do mago que atacou a todos sem nenhum tipo de sentimento.

Após o ataque, Merlin correu de cavalo entre os corpos em chamas e seguiu até a entrada da caverna quando teve que deixar o cavalo e seguir a pé, mas quando estava no meio da escuridão da caverna, Merlin foi surpreendido por um Leon cansado e exausto.

Leon - Merlin!!!

Merlin – Sir Leon!!!!!!!!

Leon – Como eu desejei por esse momento velho amigo.

Merlin – Desculpe por ter demorado tanto.

Leon abraçou o amigo com força.

Leon – Você está aqui. E isso que importa.

Merlin – Eu encontrei Gwayne e Lyris.

Leon – Eles estão vivos?

Merlin não respondeu, a tristeza em seus olhos foi o suficiente para Sir Leon perceber o que tinha acontecido. E em silêncio o cavaleiro pôs as mãos no ombro de Merlin.

Leon – Os dois tiveram uma morte honrosa. Eles lutaram bravamente como Sir Percival e todos de Camelot.

Merlin – Eu me sinto um idiota por ter abandonado vocês em sua sorte.

Leon – Não se sinta assim, velho amigo. Todos sabiam que se não fosse por você, Camelot não teríamos chegado aonde chegamos. Agora vamos temos uma rainha que precisa de você.

Caminhando até o final da caverna, Merlin encontrou duas crianças assustadas perto da mãe. Gwen estava usando as roupas de guerra que já tinha usou na batalha contra Balinor. Ela estava muito pálida mesmo assim tentava tranquilizar os filhos com seu sorriso. No entanto, o sangue que brotava em sua barriga demonstrava que algo não estava bem.

Merlin – Gwen eu sinto muito, eu fiz uma promessa para Arthur e não cumpri.

Gwen – Você está aqui é isso que importa. Você precisava ir, mas quando soube sobre o que estava acontecendo você veio e isso mostra o quanto leal você é.

Ao tocar na amiga, Merlin percebeu que a ferida dela era grave e que a vida de Gwen estava indo embora.

Leon – Eu vi que você derrotou todos, mas é melhor irmos. Gwen precisa de cuidados e com certeza o rei vai continuar procurando por nós.

Merlin – Leve Gwen eu vou tentar dar um jeito nisso.

Merlin voltou para ao início da caverna e lá lançou uma magia que fazia com que a entrada fosse tampada por todas as arvores existente ali, com isso o local nunca mais seria encontrado. De volta para o final da caverna Merlin encontrou Leon em pé perto de Gwen que estava deitada acompanhada dos filhos embaixo de uma arvore.

Leon, com os olhos lacrimejados e uma voz embargada se dirige para Merlin e diz algo que o mago não queria ouvir.

Leon – Sinto que não conseguiremos chegar a Eldor.

A rainha ao olhar para Merlin e Sir Leon, ela percebeu a gravidade e fez o que seus amigos não teriam coragem de fazer, se despedir.

Gwen – Arthur e Ygraine venham cá. Ouçam eu preciso lhes pedir uma coisa. Eu quero que vocês sejam as crianças fortes que são. A hora da mamãe chegou e preciso ir para perto de seu pai a onde nós iremos olhar por vocês e acompanhar cada passo de vocês. Lembrem-se vocês não estarão sozinhos o Sir Leon e o Merlin cuidaram de vocês.

Merlin se desespera.

Merlin – Não Gwen, não desista agora. Não posso perder mais um amigo não.

As crianças se aproximaram e começaram a chorar. Apesar das lagrimas, Arthur parecia um homezinho em pé ao lado da irmã. Eles se abaixaram e beijaram a mãe. Após um longo abraço Gwen soltou os filhos e os dois, chorando se afastaram.

Arthur – Pode deixar mãe eu vou ser bom e vou cuidar de Ygraine e prometo que você e o papai ficarão orgulhosos de nós.

As lágrimas de Gwen correrem em seu rosto. E então ela se virou para Leon.

Gwen – Sei que eu lhe fiz sofre, mas peço, por favor, cuide de meus filhos. Eles são tudo que sobrou de um grande amor.

Leon não se conteve e deu um beijo de leve em seu rosto e sem dizer nada ele levantou-se e foi para perto das crianças.

Gwen – Merlin.

Merlin – Gwen, não desista. Eu posso salvar você.

Gwen – Eu não quero ser salva. Eu estou morrendo e está na minha hora.

Merlin – Você tem filhos. Eles precisam de você.

Gwen – Eu sei que você e Leon serão bons com eles. Meu destino era chegar até aqui. E agora eu preciso ir. Deixe-me ir, por favor.

Merlin começou a chorar. Ele não estava suportando a ideia de ter um grande poder e mesmo assim ver morrer todos os seus grandes amigos. Em lagrimas ele a abraçou e aos poucos foi sentindo Gwenevere Pendragon, sua grande amiga partir.

Após alguns momentos de muitas lagrimas e choros Merlin e Leon fizeram um monte de galhos e colocaram o corpo da rainha em uma pilha de madeira e de uma forma simples como Gwen viveu quase toda a sua vida, ela foi cremada e suas cinzas carregadas pelo vento como tinha acontecido com Arthur anos antes.

Enquanto as chamas subiam aos céus, Merlin se aproximou das crianças que estavam chorando.

Merlin – Sua mãe está indo se encontrar com o seu pai. Eles ficarão juntos para sempre.

Arthur – Por que você não estava aqui? Todos diziam que você era um grande mago por que você não veio quando aquele rei malvado apareceu? Por que você deixou meus pais morrerem?

Leon – Arthur, não fale assim. Merlin não tem culpa.

Merlin – Deixe-o. Ele tem o direito de estar com raiva.

O menino se aproximou das chamas e não quis mais conversar com ninguém. Ygraine por outro lado correu para os braços de Leon e lá ficou chorando. Após algum tempo os dois homens e as duas crianças caminharam para Eldor.

Em Eldor, todos foram recebidos pelos moradores da vila. Sefa, grávida de alguns meses apareceu e ao ver Leon ela correu para os braços do marido juntamente com os três filhos. Sefa então percebeu a presença de Merlin e o cumprimentou.

Sefa – Merlin, quando tempo não nos vemos?

Merlin sorriu para Sefa e a cumprimenta timidamente com os olhos. E acaba recebendo um pequeno beijo no rosto.

Sefa – E a rainha? Os outros cavaleiros?

Leon – Depois eu lhe conto tudo, mas esses dois aqui precisam de um pouco de carinho e comida.

Sefa com os olhos em lagrimas percebeu o que tinha acontecido e se controlou.

Sefa – Então meninos venham eu fiz uma boa quantidade de biscoitos que você irão gosta.

Arthur e Ygraine seguiram Sefa mais por estarem atordoados por perde a mãe do que pelos biscoitos.

Assim que Sefa se afastou, Merlin olhou para Leon.

Merlin – Vocês dois fizeram um bom trabalho por aqui e a sua família é muito bonita.

Leon – Obrigado Merlin, acho que você conhece o caminho da casa de sua mãe. Sua idade avançada não tem lhe permitido andar muito.

Merlin concordou com a cabeça e seguiu em direção a sua antiga casa. E lá encontrou uma senhora idosa, mas ainda com grande brilho nos olhos principalmente ao reconhecer o filho que entrava em sua casa.

Hunith – Meu filho. Meu filho amado.

Merlin correu em direção a mãe e se ajoelhou diante dela e chorou em seus braços.

Merlin – Eu errei novamente mãe. Tudo foi destruído por minha culpa. Gwen, Percival, Gwayne estão mortos. Camelot não existe mais.

Hunith – Mas eu ouvi vozes?! Leon estava com você?

Merlin – Sim e os filhos de Gwen também.

Hunith – Então nem tudo está perdido. Você salvou duas crianças.

Merlin – Se eu não tivesse sido um egoísta e ido embora todos estariam vivos e Camelot estaria de pé.

Hunith – Meu filho depois de todos esses anos você não aprendeu a parar de se culpar? Será que você não vai entender que você não poderá salvar a todos? Que as coisas irão acontecer você querendo ou não?

Merlin – Eu não consigo parar de pensar assim.

Hunith – mais você precisa meu amor. Você precisa se libertar.

Os dois ficaram ali abraçados durante um bom tempo. Depois disso Merlin ajudou a mãe a se deitar e depois foi tomar um banho quando terminava de se vestir ele recebeu a visita de Sefa.

Merlin – Sefa?!

Sefa – Olá Merlin vim trazer a janta de sua mãe e trouxe um pouco para você.

Merlin - Obrigada, vejo que minha mãe esta sendo muito bem cuidada.

Sefa – Estou devolvendo tudo que ela fez por mim. Mesmo assim acho que será pouco.

Merlin – Mesmo assim obrigado.

Sefa – Leon me contou tudo o que aconteceu. Sinto tanto pelas crianças. Perderem o pai e mãe tudo que eles conheciam, assim tão jovens.

Merlin – Eu nunca deveria ter saído de Camelot. Nas duas únicas vezes que me afastei meus melhores amigos morreram e tudo que eu conhecia e prezava foi destruído.

Sefa – Não se culpe, essa guerra iria acontecer mesmo que você estivesse aqui.

Merlin – Mas Gwen e todos estariam vivos.

Sefa – Você não sabe disso. Pode ser que você pudesse salvar a todos ou pode ser que não. Nós nunca saberemos.

Merlin – E eu terei que viver com isso.

Sefa – Merlin eu entendo sua dor, mas precisamos pensar nas crianças agora. Você acha que o tal rei irá vir atrás delas?

Merlin – Se eles não saírem de Eldor eles não terão com que se preocupar. Eu lancei um feitiço e ninguém irá encontrar a vila.

Sefa – Eu cuidarei para que esses meninos nunca sejam encontrados.

Merlin – Você irá cuidar deles?

Sefa – Leon fez uma promessa à rainha e como esposa dele irei ajuda-lo a cumprir a promessa. A onde comem quatro podem comer mais dois. Só espero que eles consigam se acostumar com a simplicidade daqui.

Merlin – Gwen criou os filhos dela muito bem, mas devido ao choque que tiveram levarão um tempo para se recuperarem.

Sefa – Eles terão todo o tempo do mundo aqui em Eldor. E eu serei uma tia para eles. Eu e Leon iremos fazer de tudo para que eles cresçam bem e felizes.

Merlin – Eu sei que sim.

Sefa – E você vai ficar aqui conosco?

***************

Prologo

Depois de meses morando em uma caverna Robert já tinha se acostumado com aquela vida. Ele realmente tinha se apaixonado pela simplicidade em que vivia o velho mago, mas o escritor sentia que o seu tempo ali estava acabando e ele não queria que isso acabasse. Mas era a hora de dizer adeus e a forma como isso aconteceria era algo diferente do que Robert tinha imaginado.


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