Merlin - 6ª Temporada escrita por Lamia Riley


Capítulo 1
Capítulo 1




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Em uma terra que não há mais mitos, e nem magia, um senhor de longas barba branca tenta através de suas memórias voltar ao mundo onde a magia era a chave para uma nova Camelot. E seu nome é Merlin

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Na cidade de Londres em uma tarde de quarta-feira um senhor de barba branca com um olhar triste caminha entre os corredores de um antigo museu. Após muito caminhar com as mão entrelaçadas nas costas e com um olhar triste e saudoso ele para em frente a uma estátua que de acordo com um artista plástico seria o busto do rei Arthur.

Depois de um longo tempo observando a estátua o senhor é interrompido por um jovem estudante.

Estudante: Interessante esse busto não é? Até hoje não se sabe se ele realmente existiu, mas todas essas informações nos faz pensar quem foi o grande rei Arthur.

Merlin – Um grande idiota e arrogante.

Estudante – O que o senhor disse?

Merlin – Nada.

O homem de barba saiu de perto da estatua e seguiu para outros bustos. Porém, foi seguido pelo jovem e intrigante estudante.

Estudante – Oi.. eu sou Robert. E um grande admirador das lendas arthurianas. E o senhor?

Merlin – Apenas um velho cansado de ouvir tanta bobagem.

Robert – Bobagem? Não entendo, o senhor é historiador?

Merlin continuar a olhar o busto do que seria da jovem Guinevere ignorando o rapaz ao seu lado.

Robert – Eu sou um jovem escritor com grande interesse pela história de Camelot. Se o senhor for algum historiador eu ficaria muito feliz em poder conversar com o senhor.

Merlin – E o que você está escrevendo?

Robert – Na verdade eu estou escrevendo sobre o que aconteceu a cidade de Camelot após o rei ser assassinado pelo Mordred.

Merlin – Interessante. Por que você não está fazendo como todo mundo que escreve sobre a vida de Arthur?

Robert – Porque todos já falaram sobre isso. Mas me intriga muito que supostamente aconteceu com Camelot após a morte do Rei, a ida de Guinevere para o convento.

Merlin – Convento? Gwen não foi para um convento.

Robert – Desculpe senhor, mas na época em que ela viveu era o que acontecia com as mulheres viúvas sem famílias. Elas eram mandadas para um convento.

Merlin – Meu rapaz eu não sei o que você anda lendo ou mesmo escrevendo, mas você precisa melhorar suas fontes de pesquisas.

Robert – Então o senhor é um historiador?

Merlin caminha pelos corredores e pára em frente a uma parede no qual continha quatro quadros com o que seria a imagem de Arthur, Gwen, Morgana e Merlin. E respirando fundo contemplando as imagens que via ele responde ao jovem rapaz:

Merlin – Não... sou apenas um velho que viveu demais e que conheceu muitas pessoas incríveis

Robert – Será que poderíamos tomar um café?

Merlin – O que você quer saber?

Robert – Eu sempre venho aqui nesse museu em busca de inspirações para escrever e sempre converso com todos aqui, mas nunca vi alguém como o senhor.

Merlin – O que você está dizendo?

Robert – Eu estou observando o senhor e vejo que olha para os quadros e para os bustos de forma diferente. É como se estivesse com saudade de algo.

Merlin – De casa.

Depois dessa resposta Merlin pega no braço do rapaz e o guia até uma lanchonete que fica no lado de fora do museu. Robert ficou ainda mais intrigado ao ver que o velho homem de barba longa e branca não só não era adepto de um banho como também carregava um anel com um brasão de um dragão no dedo.

Já sentados e tomando um café Robert resolver decifrar o velho senhor.

Robert: Então, senhor ,como se chama?

Merlin não respondeu pareceu mais interessado nos livros e cadernos que Robert pôs em cima da mesa.

Robert – Ok... eu vi que o senhor tem um anel bem antigo no dedo.

Merlin – Não é um anel é um selo real.

Robert – E de qual família?

Merlin – Pendragon.

Robert – Pendragon.. Eu já li isso antes. É um dos vários nomes associados ao Rei Arthur.

Merlin continuou tomando o café e folheando as anotações do estudante.

Merlin – Suas anotações são interessantes, mas essa parte que diz que Camelot acabou logo após a morte de Arthur não é real.

Robert – Como assim não é real? Eu estou seguindo a linha de vários grandes historiadores sobre esse assunto. Já viajei para vários lugares para conversar com essas pessoas ilustres e todas elas dizem que Camelot já estava em decadência antes mesmo de Arthur morrer.

Merlin parecia não dar ouvidos ao jovem e continuou a saborear o café ao mesmo tempo que lia atentamente cada linha das anotações do rapaz.

Robert – O senhor está me ouvindo?

Merlin – Sou velho, mas não estou surdo. Como disse suas anotações são interessantes, mas a onde está a magia aqui? Não vejo nenhuma menção à magia ou mesmo à antiga religião. Desde quando Morgana era uma bruxa louca?

Robert – Eu não acredito muito nessa coisa toda de magia. Acredito que Morgana tinha algum tipo de ligação com alguma religião pagã e nada mais. Mas magia... do tipo que se faz chover ou faz aparecer estrelas no céu.. não acredito nisso.

Merlin olhou para o rapaz, mas não fez nenhum comentário. Depois de tantos anos ele percebeu que as pessoas não mais acreditavam na magia como antes. As pessoas agora estavam tão ocupadas em seus próprios interesses que se esqueceram de pequenas coisas que levou a magia ser totalmente esquecida.

Merlin – Apesar de eu discordar de quase tudo que está escrito aqui. Eu vejo paixão na sua escrita. E acho que seria interessante que o mundo visse Camelot como ela realmente foi.

Robert – Do jeito que o senhor fala é como se tivesse prova de que Camelot existiu. E se tem, por favor, adoraria ver.

Merlin – Eu vou lhe ajudar. Vou ajudar você a contar a verdadeira história de Camelot. Porém, essa história vai começar com a morte de Arthur.

Robert – Não estou entendendo. O senhor tem prova que Camelot existiu, mas quer contar a parte de como ela foi destruída?

Merlin – Como você mesmo disse.. todo mundo já disse como Arthur transformou Camelot em um grande reino. Apesar de discordar de muitos fatos relatados por ai...devo dizer que cada uma das versões tem seu ponto de verdade. Mas poucas falam como a magia voltou a Camelot após a morte de Arthur.

Robert – É bom saber que alguém além de mim gosta de viajar nessas histórias.

Merlin ignorou o fato de que Robert não acreditava muito que Camelot realmente existiu. Na verdade o que Merlin queria, mesmo não admitindo, era dizer ao mundo o que ele viveu... Ele queria alguém para conversar sobre tudo que aconteceu. E ele via no jovem incrédulo rapaz sua oportunidade. Ele sabia que muitos não acreditariam nele, mas ele não se importava muito com isso, tanto por que, tudo que ele se importava tinha sido tirado dele há anos. Família, amigos e o pequeno Arthur de quem Merlin sentia mais falta.

E foi assim que no mundo moderno onde a magia não mais existia Merlin voltou a se sentir vivo mergulhando em suas memorias e voltando a Camelot.


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