Wake escrita por Taís, Juh, Amanda


Capítulo 9
Recaída


Notas iniciais do capítulo

Olá *--*As escritoras estão dando cambalhotas por seus reviwes carinhosos em nossas fic's!Capítulo dedicado à akaneyume pela linda recomendação em Wake... Obrigada querida, estamos muito felizes por suas lindas palavras!Boa leitura!



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Entre um tempo e outro que dava na formulação teórica de minha tese, eu pesquisava mais a respeito sobre a Síndrome de Burnout.

A professora não estava nem próxima de ter uma doença, mas a necessidade de um tratamento de caráter psicológico era indispensável pela demasiada falta de motivação que a mesma sentia; e se não tratada é facilmente um dos caminhos que levam à fadiga.



Falta de vontade, animo ou prazer de ir a trabalhar, deteriorização no relacionamento com outros, cansaço contínuo, a má alimentação e a completa ausência de exercício físico; acostumam não só o corpo como também a mente a funcionar desta forma.



Fazia dias que não à via, estávamos apenas trocando emails, já que é o meio de comunicação preferido dela, e a remota possibilidade de que pudesse estar havendo uma recaída com a professora, me preocupou. Precisava por meus olhos nela.



Tomei um banho, me troquei e fui até o prédio de Sakura, sem hesitar em ligar para a minha detetive de mentirinha favorita... A única que conhecia, Karin.



— Foi dar aula normalmente, mas assim que chegou do colégio passou em casa e saiu, até agora não voltou. — despejou ao abrir a porta.



— Boa noite, Karin. — disse e ela sorriu.



— Quer entrar? Tava pensando... Entre a parede da minha sala e a dela, podíamos cavar um buraco, tipo um túnel que facilita o nosso acesso até ela... Já pensou em câmeras? É, você pode colocá-las pelo apartamento dela e eu fico assistindo sem problemas! Te aviso se ela cair no sono... — Tagarelava a vizinha maluca lançando suas idéias "geniais" pra cima de mim.



— Não, não é necessário, Karin... Obrigada. — agradeci e ela deu de ombros escorando-se em sua porta quando escutamos a porta do elevador se abrir. Ambos olhamos na direção e pudemos ver uma montoeira de sacolas cobrindo alguém... Uma mulher... Sakura!



Sim, a professora estava entalada na porta do elevador, tamanha era a quantidade de compras que segurava, quando pensei em ajudá-la ela desinstalou-se para fora, sendo seguida de dois homens que carregavam duas caixas enormes.



— Podem deixar aqui, por favor... Isso aqui... Obrigada!— disse colocando tudo no chão em frente a sua porta, enquanto os homens iam embora. Olhei para aquelas sacolas e embalagens de lojas caras e descobri que os professores mentem a respeito de seu salário baixo! — Doutor!— disse ao notar-me na porta da vizinha.



— Como vai professora... Vim te ver, foi bom ter chegado!



— Me ver né... Sei... Bem, me ajude a levar isto aqui para dentro. — disse ela sem perder a mania de folgadez! Dei uma olhava pra vizinha maluca que fez um sinal de "vá de uma vez" com as mãos. Então me pus a fazer musculação pegando todos aqueles pesos do chão e adentrei o apartamento dela.



— O que foi tudo isso?— disse referindo-me as compras e sentando-me cansado aos seus pés no sofá onde ela estava deitada.



— O dinheiro que juntei por toda a minha vida... Raspei até o ultimo tostão que tinha na minha poupança. — disse calmamente e eu quase vomitei meus rins.



— Você o que?



— Eu vou morrer ta legal? Então vou usufruir o que tenho em vida, porque não levarei nada disso comigo pro caixão... — disse num pensamento bastante coerente, porém equivocado. Senti um nó na garganta... Como é que eu iria dizer depois: Bem professora você não deveria ter gastado o dinheiro que juntou a vida toda porque você não vai morrer, era apenas uma mentirinha minha pra fazer a minha tese e ir pro exterior.



Argh, Sasuke Uchiha!



— Não deveria ter feito isso...



— Me poupe doutor, não venha me censurar, ok? Porque não me diz... O que rola entre você e a vizinha? — perguntou encarando-me com interesse ao ajeitar a cabeça na almofada do sofá.



— Eu nem conheço direito minha vizinha...



— Não a sua... A minha vizinha.



— Ah... Karin? Haha... Bem, somos apenas amigos. — respondi vendo uma expressão de "ta bom que eu acredito nessa" estampado na cara da professora, mas decidi ignorar! — Quem deve fazer perguntas por aqui sou eu, certo? Vim até aqui porque precisamos fazer um tratamento contínuo... Trouxe algumas cápsulas de vitaminas, que precisa tomar uma vez ao dia... Também é necessário que faça aquela caminhada que marquei em sua agenda...



— Estou fazendo! Só uma vez que perdi a hora e não fui...



— Falando em perder a hora... Como tem se sentido em relação ao sono e o cansaço?— perguntei.



— Bem... É a parte mais difícil... — Disse ela ao suspirar com os braços apoiados no peito. — Às vezes tenho vontade de desistir e passar o dia debaixo das cobertas...



— Já pensou em desistir?— perguntei e a vi assentir com a cabeça.



— Penso todos os dias... Mas acabo por lembrar que isso seria perder o pouco tempo que tenho para viver e levanto-me da cama antes que ela me abrace e me faça dormir. — respondeu com uma careta engraçada.



— Acho que as vitaminas vão te dar mais energia... É importante também que durma apenas 8hrs diárias, nunca passe disso. Precisamos criar um hábito de sono. — disse e ela concordou.



Sendo assim levantei-me lamentando o rombo que a maluca fez em sua conta, torrando tudo em compras. Coloquei a medicação em cima da mesa e me dirigi até a porta... Era engraçado como já não usávamos mais de cerimônias, era como se eu tivesse passe livre pra entrar e sair daquela casa... Não eram necessárias formalidades.



— Doutor... — disse ela ao vir correndo até a porta, então me virei para olhá-la.



— Vai fazer alguma coisa amanhã à noite?— perguntou mordendo o lábio inferior e mexendo nos dedos. Ela estava nervosa?



— Bom eu costumo ficar estudando, pesquisando... Mas, não... Não tenho nada a mais... — respondi tentando entender o interesse.



— Bem eu queria que comparecesse neste endereço... — disse entregando-me um cartãozinho. Era o endereço de um bar meio fuleiro.Olhei para ela buscando uma resposta.



— Apenas esteja lá... Tchau. — disse ficando nas pontas dos pés pra beijar meu rosto rapidamente e fechou a porta na minha cara.



Fiquei com cara de idiota fitando sua porta, mas acabei sorrindo. Seja la o que for descobrirei amanhã... Fora que posso acabar rancando a resposta mais cedo, já que amanhã é sexta e eu terei de fazer a psicologia educacional com a sala dela.



Desci pelo elevador e assim que cheguei a portaria encontrei com o síndico. Adiantei-me e fiz um jóinha pra ele antes mesmo dele pensar em erguer o braço e retribuir como sempre, mas foi completamente inútil já que o síndico cara pálida tava com uma carranca das brabas.



— Doutor... — chamou quando eu tentava passar despercebido. Virei-me para ele. — O senhor sabe que eu torço por você, né doutor? Não quero ser fofoqueiro nem nada, mas como você é meu camarada desde que me ajudou a resolver aquele meu problema amoroso, sinto-me na obrigação de te avisar. Então... Eu não quero causar discórdia, mas me preocupo muito com a professora Sakura, e você é um bom partido. Não que eu ache você bonito, não sou gay! Não é isso. Mas você faz muito bem a ela, e me sinto na obrigação de te alertar, e não pense que sou fofoqueiro, até parece! É que meu cargo como síndico faz com que eu acabe sabendo das coisas, e eu sempre guardo segredo, fico de bico calado, sabe... — tagarelava querendo me dizer algo, e nessas horas sempre costumo usar meus conhecimentos em psicologia e ser paciente, mas aquele papo me deixou com a pulga atrás da orelha.



— Será que pode ir direto ao assunto? — o interrompi se não só ficaria sabendo do que se tratava amanhã.



— Não quero ser fofoqueiro, mas a professora ficou muito estranha depois da visita daquele ex namorado ruivo dela, doutor. To te falando isso porque torço pro senhor, doutor. A Sakura melhorou muito depois que o senhor apareceu e...



— Me fala mais sobre isso. — pedi interrompendo novamente o síndico.



— Não deu tempo de eu ouvir a conversa, quando cheguei ele já estava de saída... Mas depois disso ela ficou estranha... — ele disse me deixando ainda mais curioso.



Mas o que é isso agora, esse cara ainda causa efeitos colaterais na professora? Era só o que faltava. Humf! Agradeci ao Sai pela informação, e fui embora, ponderando o quanto um relacionamento frustrado poderia contribuir para que Sakura piorasse ao invés de progredir no tratamento. Na verdade, isso martelou minha cabeça até o dia seguinte.



Assim que acordei me arrumei e fui para escola, preparado para mais um dia com os diabinhos dos alunos da professora. Cumprimentei Hinata e Ino, a tia da cantina também e segui para a sala da professora. Minha curiosidade ainda coçava para saber qual é a do ex da professora, mas assim que botei meus pés naquela sala, percebi que definitivamente aquele era o menor dos meus problemas!



Droga, Sasuke, como é que você deixa a professora ter uma recaída?!



A sala estava completamente vazia!



Era só o que me faltava ela ter faltado a aula pra dormir e se entregar novamente àquela preguiça toda.



Ah, aquela professorinha irresponsável irá se ver comigo! Dei meia volta marchando na direção do estacionamento, estava bufando e soltando fogo pelas ventas de tão furioso, mas assim que botei meus pés no pátio do colégio, percebi que uma voz se fazia muito presente no ambiente. Me virei na direção do barulho vendo que a coisa que eu jamais esperava aconteceu... Eu estava enganado!



Pisquei algumas vezes e precisei me escorar numa parede para ver se a informação chegava mesmo ao meu cérebro... A professora Sakura estava de pé no meio de um círculo formado pelos alunos que prestavam atenção a tudo o que ela falava. Simplesmente... Inacreditável!



Ela havia achado mesmo uma forma alternativa de dar aula, e conseguiu captar totalmente as praguinhas que tinham seus olhinhos voltados para ela, prestando atenção na aula! Nunca imaginei uma evolução deste tamanho ainda tão cedo. É com toda humildade e com muito orgulho que agradeço a pessoa que proporcionou tudo isso... Eu.



Olhei mais a volta vendo que até mesmo a diretora Tsunade fazia-se presente junto com seus melões que podia jurar estarem maiores que da ultima vez. Caminhei até ela, podendo ver que seus olhos brilhavam enquanto ela assistia à aula da professora um pouco mais afastava, com os braços cruzados e um brilho de orgulho.



— É inacreditável o quanto ela progrediu nesses últimos dias... — ela disse e só faltava babar. — Os pais dos alunos têm me ligado para agradecer o progresso de seus filhos. Estou muito orgulhosa pela Sakura, e devo tudo isso a você, Sasuke.



"E deve mesmo!" Pensei comigo, quando inevitavelmente sorri ao notar que a professora me percebeu ali e sorriu em forma de "bom- dia". Realmente aquele era mesmo um bom-dia... Mal poderia esperar pra saber qual seria a próxima surpresa a me aguardar...


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Notas finais do capítulo

Pessoal, estamos passando sempre muito rápido pelo nyah, acompanhando os comentários pelo celular, e o tempo que temos ficamos escrevendo os capítulos, mas já estamos respondendo os carinhosos reviews que jamais passam desapercebidos por nós, ok? Amamos respondê-los!Mas e ai... O que acharam???Comentem,recomendem *--* BeijOs XD