Wake escrita por Taís, Juh, Amanda


Capítulo 13
Sintoma


Notas iniciais do capítulo

Wake é realmente muito especial para nós três, nós amamos esta história, apesar de não ser lá grandes coisas. Temos muitos acessos por aqui, mas poucos leitores comentam... Bem, queremos dizer que os poucos comentários que recebemos aqui já são o suficiente, porque são os melhores!

Boa Leitura à todos :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362133/chapter/13

Algumas pessoas curtem cantar no banho.

Eu canto.

Será que isso era uma frescura de desafinados?

Não sei.

A professora era afinada, e até atacava de vocalista naquela bandinha Paraguai dela, mas estava um completo silêncio dentro daquele banheiro.

Não que eu estivesse com o copo sob o ouvido atrás da porta do banheiro tentando escutar.

Na verdade eu estava sim.

Mas só porque estava estranhando... Eu estava com uma toalha amarrada na cintura, esperando ela sair pra eu entrar. Fazia muito tempo desde que ela tinha entrado. E nenhum barulho se quer.

Coloquei o copo no chão e dei três batidas na porta.

— Sakura?

Nada.

— Sakura... Está tudo bem por aí?

E nada de novo.

Ok. Não era coisa da minha cabeça, ficaria menos culpado quando abrisse a porta e visse ela no vaso sanitário fazendo o número dois.

Argh... Não era nada disso.

Será que ela havia pegado no sono?

Não, também não era isso, a professora não era mais aquela dorminhoca de antes.

Girei a maçaneta, e lá estava ela, mergulhada na banheira com os olhos fechados e toda aquela espuma sobre o corpo, escondendo sua nudez dos meus olhos.

Menos mal.

Agachei ao seu lado, tocando-lhe o braço.

— Professora... — chamei e ela aos poucos foi abrindo os olhos.

— Nossa... Me desculpe, acabei dormindo...— disse mexendo-se, fechando os olhos como se sentisse dor de cabeça, pus minha mão em sua testa... Estava febril.

— Droga, você está com febre! Vou te ajudar a sair dai de dentro ok? — perguntei e ela concordou com a cabeça.

Peguei a toalha que havia separado pra ela e estendi a sua frente, virando meu rosto para não vê-la pelada.

Assim que teve seu corpo enrolado, abri meus olhos e inclinei-me para lhe carregar em meu colo. Fui direto para meu quarto e lhe deitei em minha cama.

Busquei mais uma toalha para enxugar seus cabelos, acomodei ela nos travesseiros e fui até a cozinha buscar um chá quente que já estava preparando para não ficarmos resfriados. Tarde demais pra um de nós. Argh...

Voltei com um doril e a xícara esfumaçando, coloquei em suas mãos. Ela tomou o comprimido com um gole de chá e fez uma careta.

— É ruim pra burro! — reclamou e eu ri.

— Você não está em condições de ficar reclamando professora. E eu estou muito preocupado, afinal... Não quero ficar gripado também! — disse e ela também riu. Ficava tão bonita quando ria.

Afaguei seus cabelos, observando os traços frágeis de seu rosto, ela ficou séria e fechou os olhos.

— Deite aqui do meu lado doutor... E eu prometo que engulo essa poção que você preparou pra mim, daqui a pouco.

Dei outra risada deitando-me ao seu lado. Estendi meu braço e ela colocou sua cabeça sobre ele aconchegando-se.

— Não é uma poção! — me defendi.

— Pois parece uma porção de bruxa de tão ruim que é. — ela disse colocando seu braço sobre minha barriga abraçando-me. — E já está fazendo efeito doutor...

— Já se sente melhor? — perguntei colocando minha mão novamente em sua testa. A febre ainda não tinha cedido, mas não era tão alta. Estava assim por conta do resfriado e pela manhã certamente estaria nova em folha.

— Sinto meu coração bater muito rápido... É um doce engano pra quem está morrendo... Eu sei que gripei tão rápido por causa da doença... Sei que minha imunidade está baixa e este é apenas um dos sintomas de que não viverei por muito tempo...

— Shiii... Acho que está delirando Sakura. Isso não é verdade, é uma gripe normal e amanhã já estará bem. — lhe assegurei e ela passou uma perna sobre a minha, sua mão de repente começou a subir e descer lentamente sobre meu peitoral, eu a detive segurando-a firmemente em meu peito. — Sinto meu coração bater muito rápido também professora... — confessei fazendo-a senti-lo. Aquelas batidas sim, eram sintomas de algo que estava acontecendo entre nós. Droga, como eu queria estar errado!

Mas não estava...

— A primeira vez que te vi te achei tão bonito doutor... E todo cochilo que tirava desde então sonhava com você... Acho que no fundo sabia, que você tinha aparecido na minha vida pra mudar tudo, e tive medo. Ainda tenho. Você é um cara jovem, bonito e bem de vida... Não será difícil encontrar alguém mais tarde... Só que agora, me deixe ser egoísta e te ter pra mim? Por enquanto. Enquanto der. Sem prazos e preocupações.

Me inclinei para olhá-la nos olhos... Naquele momento, entendi que estava ferradamente feliz.

— Não está delirando, está? — perguntei atento à sua expressão desperta.

— Posso provar que estou bem ciente de minhas palavras doutor... E é pra valer. — disse ao grudar seus lábios nos meus, beijando com avidez. Então me sentei tentando não me sentir tão afetado quanto estava. E realmente estava.

Ela também se sentou, segurando meu rosto entre suas delicadas mãos e tornou a me beijar.

— Sakura... Eu não quero te magoar... — tentei gentilmente afastá-la mas ela se opôs a parar, beijando-me os lábios e sorrindo docemente pra mim.

— Não vou durar o suficiente para sentir as conseqüências Sasuke... Não hesite em me amar... — disse e então suas mãos desceram de meu rosto para meu abdômen, eu acariciei seus cabelos pra poder beijá-la e logo senti ela retirando a toalha amarrada em minha cintura, parei o que estava fazendo para encará-la quando a mesma ainda com seu semblante sereno tirou minhas mãos de seu rosto e as beijou, afastando-se minimamente de mim pra se desfazer da toalha em que estava enrolada, ficando completamente nua a minha frente.

— Estou muito apaixonada por você doutor... — susurrou ao vir para meu colo; jogou a cabeça pra trás de olhos fechados, e eu lhe acolhi pela cintura, abraçando-lhe enquanto lhe beijava o pescoço.

Que dia é hoje, e de que mês?

Este relógio nunca pareceu tão vivo!

Eu não posso prosseguir... E eu não posso desistir

Tenho perdido tempo demais

Porque somos você e eu, e todas as pessoas

Com nada para fazer... Nada para perder

E somos você e eu, e todas as pessoas

E eu não sei por quê... Não consigo tirar meus olhos de você

Todas as coisas que quero dizer

Não estão saindo direito... Eu estou tropeçando nas palavras

Você deixou minha mente girando

Eu não sei pra onde ir daqui

Existe algo sobre você agora... Que não consigo compreender completamente

Tudo o que ela faz é bonito... Tudo o que ela faz é certo

Porque somos você e eu, e todas as pessoas

Com nada para fazer... Nada para perder

E somos você e eu e todas as pessoas

E eu não sei por quê... Não consigo tirar meus olhos de você

Que dia é hoje, e de que mês?

Este relógio nunca pareceu tão vivo...

Sakura estava quente, o calor de seu corpo causava uma sensação gostosa em mim, eu precisava dela, precisava daqueles lábios nos meus... Sakura estava delirando? Ao menos eu estava; e não era febre, era simplesmente por ela... Pela professora, pela minha tese, pela minha doce companhia dos últimos dias...

Ela suava e revirava os olhos enquanto lhe conduzia, perdido em suas palavras desnexas que embaralhavam-se com meu nome, e a visão de seu corpo perfeito sobre o meu, me deixava alucinado. Logo Sakura desabou em meus ombros cansada e ofegante. Afastei os cabelos que batiam-lhe na cintura, ainda abraçado a ela, sentindo seu cheiro e acariciando-lhe as costas.

Não foi uma longa noite de sexo, mas havia sido a experiência mais incrível que passei com uma mulher em toda minha vida.

Fiquei por mais um momento a pensar na mulher envolvida em meus braços, quando percebi que seu corpo estava mole e pesado. Tinha adormecido. Então com cuidado lhe deitei cobrindo-a com um lençol. Beijei-lhe a testa, quando ela agarrou-se a mim e dormimos.

...

Eu podia jurar que tinha um despertador de buzina no quarto. Mas então me lembrei, que o barulho do meu era padrão e que ainda não inventaram um com o tal barulho de buzina.

Abri os olhos à contra gosto, virando-me para abraçar Sakura, quando minha mão agarrou-se a um espaço vazio.

Abri os olhos.

Batidas eufóricas em minha porta me fizeram levantar.

— Sim? — perguntei ao atender a porta, quando as senhorinhas do prédio levaram as mãos à boca espantadas com algo. Olhei para baixo... Droga! Estava peladão!

Fechei à porta para esconder-me enquanto lhes dava atenção pela brecha da porta.

— Desculpem-me! O que desejam a esta hora?

— A mulher do cabelo rosa voltou... E dessa vez a buzina é bem mais potente! — avisaram. — Se não conter essa mulher, seu nome estará na próxima reunião de condômino Sr. Uchiha... Não queremos algazarra por aqui... É um prédio de família! — disse uma delas finalizando com um olhar em direção ao meu... Enfim, a porta estava na frente.

— Peço desculpas, eu já descerei para resolver isso. Obrigada por me avisarem, foram amáveis. — e eu um belo mentiroso!

Corri pra vestir uma bermuda e camiseta, e desci para impedir que eu fosse expulso desse prédio. Coloquei as mãos na cintura, procurando pelo fusquinha... Não estava por ali.

Foi quando um BMW idêntico ao meu deu ré ficando em minha direção e parou, a porta se abriu e Sakura saiu de dentro.

— Surpresaaa! — disse sorridente apontando para o carro zero bala.

— Esse carro...

— Sim, é meu! Duzentas vezes no carnê e a primeira pra pagar só ano que vem. Sou ou não sou um gênio, hã? Agora estamos de igual pra igual, não vai voltar a caçoar de meu automóvel! — disse toda orgulhosa, enquanto que os músculos do meu rosto ficaram petrificados.

Sakura tinha noção de quanto custava um carro destes?

Claro que tinha!

Ela pensa que não vai viver pra pagar o carro.

Só tinha uma coisa a lhe dizer: "Que o santo das concessionárias caloteadas lhe ajude! Pois terá que pagar parcela por parcela, pelos muitos anos de vida que tem pela frente!"

Era o que eu deveria dizer, mas Sakura toda contente, se achando a esperta me beijou, e eu respondi com ardor, aproveitando nosso atual relacionamento, pois algo me dizia, que...

Sasuke Uchiha estava com seus dias contados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai... O que acharam???

A música do capítulo é: You and Me do Lifehouse.

3 Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wake" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.