Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 2
Nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz com os comentários meninas. Voces são ótimas ^^ Obrigada, responderei em breve.
Pra quem acompanha minhas outras duas fics: Rainha do Egito e ELE estarei postando as duas nesta segunda. Sei que estão ansiosos pelo desfecho da primeira temporada de ELE e as emoções de Rainha...
Por hora vou deixar voces se acostumando com Vivo Por Ela. Eu tenho que confessar que esta história é a minha bonequinha kkkkkk
ELE me permite explorar um tema que eu adoro e contar uma história de amor de persistencia.
Rainha eu me solto na imaginação e falo sobre uma amor mágico, que atravessa vidas.
Agora com Vivo Por Ela, pretendo mostrar pra voces todas as formas que u amor verdadeiro e puro podem salvar uma pessoa.
Curtam!
Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361804/chapter/2

-Senhor...

-O que?

-Eu trouxe seu café.

-Entre. Feche a porta.

Rebekah sempre respirava fundo antes de entrar no quarto de Damon. Depois de tantos anos sendo a principal responsável por sua assistência, não conseguia entender o porquê dele a ter escolhido para tal tarefa. Eles nunca tiveram um relacionamento estreito. Na verdade antes do acidente o Duque mal lhe dirigia a palavra, ela sempre suspirou por ele em silêncio, mas em sua lista sempre haviam inúmeras mulheres e obviamente a sobrinha da governanta não seria sua prioridade, nem despertaria seu interesse. Ele sempre fora muito belo e cobiçado entre as mulheres, boêmio e libertinoso, atraente.

O trabalho com Damon não era fácil. Após seu acidente ele se tornara outra pessoa, muito diferente do jovem espirituoso de antes. Seu coração havia se tornado um lugar frio e rígido com tudo ao que se referia a sentimentos.

Mas apesar de tudo Rebekah sempre fora encantada com o Duque. E apesar do tratamento que recebia dele, mesmo antes e depois do acidente, sua paciência era digna de uma mulher apaixonada. Era o que ela era. Totalmente apaixonada pelo Duque.

-Como acordou esta manhã, senhor?

-O mesmo miserável de sempre Rebekah. E sem humor pra conversa.

-Me perdoe.

-Ponha a bandeja na mesa.

-O café ainda está quente. É mais saboroso assim, e como está frio, acho que não vai demorar a esfriar e...

-Certo, certo. Que diabos. Pare com tanta falação. Traga-me até aqui então.

Ela caminha hesitante até bem perto da cama e se inclina para por a bandeja ao seu lado.

-Seu irmão ligou outra vez. – diz num tom baixo. Testando o humor nada agradável de seu patrão.

-O que ele queria desta vez?

-Pediu para lhe avisar que chegará na semana que vem e trará sua noiva.

-Espero que você os lembre de minhas especificações. Não quero ninguém rondando meu quarto, nem quero ninguém sequer neste andar.

-Ele o sabe senhor.

-Ora, não seja insolente Rebekah. Quero que o lembre. E mantenha a noiva dele bem longe daqui. Não me faça sequer ouvir a voz dela, você entendeu?

-Claro.

-Maldita hora que meu irmão foi nomeado conselheiro. Eu estava muito bem aqui, sem suas insistentes tentativas de salvação contra mim.

-Senhor, ambos sabemos que sente falta de seu irmão.

-Você acordou esta manhã disposta a me desafiar? Cale a boca Rebekah. Não preciso de sua estúpida opinião. Saia de meu quarto. E não ouse voltar aqui antes que seja necessário.

-Sim senhor. Posso abrir a janela principal? O dia amanheceu ensolarado, embora ainda faça frio.

-Não seja estúpida. Claro que não pode abrir a janela. Você sabe. Saia!

-Meu senhor.

Ela se afasta e deixa o quarto. Volta para a cozinha e encontra sua mãe.

-Como ele está?

-Bem. Não perece que teve pesadelos. Ele sempre fica calado quando os tem.

-Graças a Deus o Duque vai voltar pra casa. Eu acho que ele iria nos enlouquecer se ele ficasse mais um ano fora.

-Ele sentiu muita saudade dele.

-Eu só estou pensando em como será com a noiva dele aqui. Teremos que ter muito cuidado.

-Sim. Ele acabou de lembrar-me que não vai querer sequer ouvi-la.

-Damon sempre foi o mais genioso dos dois, porém ele também era muito alegre e brincalhão, ainda me lembro dele invadindo esta cozinha e me abraçando como um menino levado. É muito triste o ver assim. O senhor Joseph ficaria muito infeliz.

-Bem, pelo menos está vivo e esta semana comeu melhor e parece estar recuperado da gripe.

-Do jeito que se alimenta mal, ficará cada vez mais sensível.

-Ele emagreceu, adoeceu, mas o mal humor está lá.

-Um ótimo sinal.

-Com certeza.

...

Uma semana depois.

...

-Você não estava brincando comigo quando disse que eu teria o que explorar. Olha só este lugar.

-Sabia que você iria gostar.

-Eu gostei. É incrível. Não vejo lugares assim na América.

Finalmente chegamos na antiga casa de Stefan, uma senhora muito simpática e uma jovem muito bela estão vindo sorridentes até nós.

-Senhor Duque. – elas dizem juntas e se curvam diante dele em saudação. Muita formalidade. Certamente estou na Inglaterra. Stefan devolve o cumprimento com elegância.

-Está é minha noiva. Senhorita Elena Gilbert. – ele estende o braço e eu agarro, ficando mais próximo dele. Eu imito o movimento que elas fizeram e elas fazem o mesmo sorridentes. – Querida, estas são Sage e sua sobrinha Rebekah. Elas cuidam da casa e do Duque.

-É um prazer.

-Por favor  Duque, queira entrar, está frio aqui. Finn virá recolher suas bagagens. Ele acabou de chegar da cidade e não deve demorar.

Nós dois as acompanhamos e ao entrar na casa minha boca praticamente cai. Que belo lugar. Bela arquitetura, um bom gosto impecável em tudo.

-Depois que meus pais morreram o Damon resolveu mudar tudo na casa. Ele fazia arquitetura e disse que não queria que a casa fosse a mesma. Não queria ter lembranças deles em nada. Toda a casa lembrava a mamãe. – Stefan me explica ao ver-me admirada pelo esplendor do lugar.

-Ele tem bom gosto.

-Eu diria que é mais que isto senhorita, o Duque possui um dom. – Me corrige a jovem moça, num tom quase de repreensão.

-Sim, um dom de fato.

-Venha, deve estar cansada. Sage lhe mostrará onde vai ficar. Eu terei que fazer umas ligações, encontrarei você no almoço. – Stefan fala sorrindo.

-Venha senhorita. – Sage se adianta e sobre o grande jogo de escadas diante de nós no hall de entrada.

-Senhor Duque, seu irmão o espera no quarto. – ouço a jovem dizer num tom de reserva.

-Sim, eu já irei Rebekah. – subo as escadas, a senhora a minha frente, é um belo lugar com certeza, os corredores iluminados, há tanta obra de arte, pinturas, esculturas, meu quarto fica no final do corredor, pouco antes dele noto uma escada, que dá acesso a um segundo andar da mansão, mas não há luz de lá. Com certeza onde está o Duque, encaro aquela escada por uns segundos.

-Senhorita? –olho para a senhora. – Podemos?

-Claro.

Ela abre a porta e sinaliza para que eu entre. Que lugar magnífico, claro, totalmente iluminado. As paredes e mobilha brancas, com detalhes dourados, estofados e cortinas azuis, minha cor favorita, também noto alguns lírios brancos, com certeza coisa de Stefan.

-É maravilhoso, obrigada. – ela sorri.

-O Duque nos orientou sobre seus gostos, eu espero termos acertado.

-Está tudo perfeito.

-Ótimo. Meu marido subirá com suas bagagens em breve. Vou lhe preparar um banho. Assim pode ficar a vontade enquanto deixo tudo a seu dispor.

-Muito obrigada.

-Não há de que. – ela vai até uma segunda porta e julgo ser o banheiro, se demora um pouco lá dentro e posso explorar o lugar. Há uma escrivaninha. Stefan sabe que gosto de escrever, principalmente em meu diário. O lugar é amabilíssimo. Vou até uma das grandes janelas que iluminam o local e posso observar a bela vista. Um jardim bem cuidado, com várias flores, a brisa gélida é uma maravilha. Um clima muito diferente do da América. Eu gostei. Da casa, de meu quarto. Posso fazer isso. Andando um pouco mais vejo que Stefan selecionou alguns de meus autores favoritos, escritores ingleses. Adoro muitos, principalmente Jane Austin.

-Gostou?  - me sobressalto com a voz de meu noivo, que está me observando da porta. Sorrio com a mão no peito. - Eu tive que solicitar alguns exemplares da coleção de meu irmão. 

-Pronto, senhorita... Oh! Senhor Duque. – a mulher está sem jeito. - Senhorita, seu banho está pronto, vou apressar meu marido com sua bagagem.

-Sim, Sage, obrigada! – ela sorri para mim, depois para Stefan e se vai, não sem antes se curvar diante dele outra vez. Ele me encara.

-E então?

-Está tudo maravilhoso, obrigada!

-Eu estou indo ver o Damon. Estava curioso para saber se tinha gostado de tudo e não resisti em vir aqui falar com você e descobrir.

-Está tudo formidável. – vou até ele e envolvo seu pescoço. – Você é um cavalheiro, atencioso e muito sensível. Obrigado! – ele sorri timidamente.

-Fico feliz que tenha gostado. Quero que se sinta em casa aqui. – ele agarra minhas duas mãos, as tira de seu pescoço e beija cada uma. Depois me encara. – Vou deixá-la sossegada. Lhe vejo no almoço.

-Sim. – ele se vai. Suspiro. Farei o possível para isto tudo funcionar. Acho que Stefan está se esforçando e também posso fazer minha parte. Vou até o banheiro, me preparar pro meu banho.

...

-Damon! – chamo a porta do quarto dele, já faz muito tempo.

-Entre.

O quarto é mais escuro do que me lembrava. Deus! Ainda não é onze da manhã.

-Quanto tempo.

-Bastante. – eu ouço sua voz, mas não o vejo.

-Posso dar um abraço no meu irmão?

E então lá está ele, com suas roupas negras e seu sobre tudo que mais parece uma capa.

-Sem floreios Stefan. – fala duramente e se mantém longe. Está mais magro e mais pálido do que me lembro.

-Damon. – digo e é uma saudação.

-Fez boa viagem? – pergunta friamente se deslocando de onde está e indo até perto de uma das janelas, onde repousa seu piano, ele fica encarando as teclas, de costas pra mim.

-Sim.

-Chamei você aqui para ter certeza de que não serei incomodado diante desta nova situação. Conhecendo você como conheço, quero pedir que me poupe de discursos como: ‘seja cortês, desça e conheça minha noiva’. Não vai acontecer.

-Na verdade, Elena sabe que você não é do tipo sociável. – ele se vira pra mim bruscamente, como se eu tivesse acabado de confessar um crime.

-O que você disse a ela? – sua voz é sombria e seu tom uma ameaça.

-Não falei nada. Sabe que não faria isso.

-Não quero inspirar piedade em ninguém.

-Garanto que Elena não sente piedade de você. Me chamou aqui para me repreender?

-Na verdade, queria ter certeza que você sabe que nada mudou. Nada de saídas, nada de barulhos e não pretendo nem quero bancar o anfitrião.

-Elena é muito autossuficiente Damon.

Ele fica quieto, me olhando especulativo.

-Você não mudou nada. – fala em tom mais amigável.

-Você, no entanto, emagreceu.

-Estou em minha boa forma.

-Você ainda é jovem.

-Sim. Isso só significa mais anos de tortura. Posso reduzir um pouco mais.

-Ora me poupe Damon. Não comece com sua auto piedade.

-Acredite, isso não tem nada a ver com piedade.

-Foi pra isto que me chamou? Me lembrar que continua sendo um idiota? Não precisava subir aqui pra saber disto.

Ele baixa a cabeça e dá de ombros. Suspiro e me volto pra porta.

-Tenha um bom dia. - abro a porta.

-Ah... – eu paro com sua voz – É bom ter você em casa de novo. Seja bem vindo. – sorrio e me volto pra ele, ele força um riso.

-Eu senti sua falta irmão. – digo.

-Eu também. - Sua voz está muito baixa, ele pigarreia. – Não ouse vir me importunar, não sem que eu te chame. – sorrio.

-Sim, senhor.

-E mantenha sua noiva longe de mim.

-Ela te odeia o suficiente.

-Perfeito. – fala e sorri torto, reviro os olhos.

-Até breve. – ele apenas se curva e eu deixo o quarto sorrindo e bato a porta.

É bom estar de volta em casa. Espero que tudo dê certo.

...

Ouço alguém bater a porta.

-Pode entrar. – é a jovem.

-Senhorita. – se curva, isto é muito enfadonho, estou terminando de pentear meus cabelos. – Precisa de algo?

-Não, obrigada!

-O Duque a espera.

-Obrigada, já irei descer.

Ela se afasta e fecha a porta. Termino meu penteado e desço, encontro Stefan aos pés da escada me esperando.

-Está maravilhosa. – fala e beija minha mão. Eu posso não ficar muito confortável, mas adoro seus costumes burgueses.

-Obrigada senhor. – sorrio e ele me estende o braço. Na mesa há apenas lugar para dois. É uma bela sala de jantar, com louça e mobilha impecáveis. Nos sentamos. – Seu irmão não comerá conosco? – ele se remexe desconfortável na cadeira.

-Damon não gosta de descer, ele come no quarto. – eu sinto que o assunto é desconfortável.

-Quando você me disse que ele não era sociável, eu julguei que ele apenas não gostava de frequentar eventos ou mesmo sair de casa, mas a quanto circular pela casa?

-Pense positivo, não terá que encará-lo. – sorrio. – Vamos comer. – silencio e nos servem.

...

A primeira semana na mansão foi tranquila, na segunda Stefan teve que sair a serviço do rei, e eu fiquei na mansão. Pude explorar o lugar como ele disse. Era muito grande, a casa também. Eu adorava a biblioteca, ficava horas lá. Eu não sabia a verdadeira rotina da casa, em todos os anos que conheço Stefan ele apenas havia me falado do que seu irmão não gostava e que não era muito de sair ou de conversa. Eu sempre o imaginei um velhote de espírito, arrogante, mas tive tempo de reconsiderar e chegar a conclusão de que era bem pior que isto, principalmente nesta semana, que Stefan está fora. Ele nunca sai do quarto, a única pessoa que tem acesso a ele além de Stefan é a sobrinha de Sage. Rebekah é sempre muito prestativa para com ele, dedicada como uma esposa e ele um insuportável. As vezes eu ouço seus gritos, e em algumas noites acordo com seus pesadelos, sei que Damon é um pouco mais velho que Stefan. Sage me falou que ele está sempre muito doente, e as vezes um médico vem o ver. Uma vez por semana, sempre deixa muitas recomendações.

Numa noite, eu estava em eu quarto, não havia descido para jantar e lia tranquilamente, deitada em minha cama. Quando um som tomou meus ouvidos. Eu reconheço este som a quilômetros, melodiosas teclas de piano, é uma canção linda, que me tira da cama. Está chovendo lá fora, uma chuva tranquila, mas que causa um frio cortante, visto uma manta e saio do quarto em busca do som. Vem de cima. Stefan disse que aprendeu a tocar piano com o irmão, mas eu nunca o ouvi tocar. Agora ouço Damon. Que bela música. Caminho hesitante, sei que não posso subir, nem me aproximar dele, mas só quero ouvir melhor. Eu gosto tanto do som do piano.

Dou cada passo com cuidado e subo cada jogo de escada como uma perita felina, sem fazer ruído algum, o som vai aumentando, chego a porta do quarto, uma luz fraca sai da fresta dela, está entre aberta e o som transborda meus ouvidos dou mais uns passos, quase encostando na estrutura de madeira.

-Você ficou louca? – é a voz de Rebekah, ela me segura pelo braço bruscamente e bate a porta com força, fazendo o som do piano parar de imediato.

-Quem está ai? – Rebekah arregala os olhos pra mim e faz sinal para que eu fique calada.

-Sou eu, senhor. – diz com voz trêmula.

-O que quer?

-Vim apenas fechar as janelas do corredor, a chuva pode aumentar.

-Termine e desça, não quero ser interrompido de novo entendeu?

Ela fecha os olhos e solta o ar dos pulmões.

-Sim, senhor. – volta a me encarar e me puxa de volta pra baixo, no final das escadas me solta. – Senhorita, no que estava pensando?

-Me desculpe, eu apenas queria ouvir melhor a canção.

-Não suba lá. Ele fica irritado. Por favor senhorita. Ele tem estado melhor com a volta do Duque. A meses não tocava piano, isso se deve a volta de vocês. Se ele for contrariado... Respeite as vontades dele, não suba.

-Tudo bem. – me sinto envergonhada, por que a mulher diante de mim está quase em lágrimas. O que de tão ruim poderia acontecer? – Eu vou voltar ao meu quarto.

-Por favor... – eu caminho até meu quarto e abro a porta, entro e fico a observando, plantada diante de minha porta, esperando pra ver se cumprirei a palavra. Não me admiraria de abrir a porta e ela ainda estar lá fora. Meu Deus! Volto pra cama. Tento me concentrar em minha leitura. Por que ele é tão estranho? Por que tanta exclusão? Por que quer ser tão solitário?

Stefan nunca me conta os motivos do irmão ser assim, mas ele diz que ele tem. E mesmo Damon aparentando ser um intragável, todos os empregados da casa falam dele com carinho e admiração, principalmente Sage e sua sobrinha.

Na manhã seguinte o sol está auto, um dia perfeito pra um passeio a cavalo. O filho de Sage, Kol, ele cuida dos cavalos da propriedade. Tive a chance de sair umas duas vezes à cavalo com Stefan, eu adorei. Há tanto o que ver. A única coisa ruim nesta minha nova vida é o frio da Inglaterra, eu gostei nos primeiros dias, mas ele é quase incomodo pra mim agora. Ele é incomodo. Por isso quando o sol sai, tento pôr um pouco de vida em minha face.

-Senhorita. – Kol se curva ao me ver.

-Bom dia! Eu gostaria de sair no Layo e também gostaria de um guia. – ele sorri e assenti.

Layo é o cavalo de Stefan, ele tem esse nome por sua cor e crina lembrarem a de um leão. É muito bonito. Eu conheci o cavalo de Damon, um puro sangue negro, que se chama Mid Night. Muito apropriado. Ele é lindo. E uma coisa maravilhosa é que os olhos dele são de um azul incrível, realçado por seu pelo negro brilhante. Há outros cavalos na propriedade, mas eu sempre quero sair com Layo e quem sabe um dia Stefan me deixe montar o Mid Night, ele disse que apenas Damon consegue domá-lo, e que é perigoso tentar.

Kol me acompanha pela propriedade, passamos boa parte da manhã percorrendo os arredores da casa e quase descemos a colina, voltamos na hora do almoço.

...

-Senhor.

-Entre.

Rebekah se aproxima hesitante com uma bandeja e a deposita na mesa e começa a servir.

-Meu irmão voltou?

-Acho que ouvi a senhorita Gilbert comentar que ele ficará mais uma semana fora. Ela me pareceu chateada.

-Hum.

-Vai querer vinho?

-Não.

Ela continua o que faz.

-Como ela é? – Rebekah para bruscamente, depois de uns segundos continua o que faz e responde.

-Jovem, bonita...

-Fisicamente.

-Um pouco mais alta que eu, cabelos longos e escuros, olhos amendoados...

-Ela lembra a última namorada dele.

-Sim, de fato muito parecida com a senhorita Pierce. – diz terminando de me servir.

-Pode sair agora Rebekah. – ela se curva e se vai.

Meu irmão e seu gosto discutível pelo mesmo padrão feminino. Ela certamente será mais uma burguesa fresca. A única diferença é que é uma burguesa americana. Que progresso! Não estou perdendo muito daqui. Prefiro a companhia de meus livros.

...

É tarde, muito tarde. Estou atordoada ao olhar pro relógio e mais uma vez eu escuto. O que é isso? Salto da cama e visto meu roupão, saio do quarto e me encontro com Sage no corredor.

-Oh senhorita...  – ela vem até mim.

-O que está acontecendo? Por que ele está gritando?

-Não se preocupe com isso, ele está bem, volte pra cama.

-Como ele está bem? Está gritando!

-Isso acontece às vezes. São os pesadelos. Ele vai ficar bem. Rebekah já está com ele. – ela está aflita. – Por favor, volte pra cama. – eu assinto. São gritos horríveis, um choro agonizante.

Eu sorrio para tentar tranquilizar ela e volto pro quarto, a encaro satisfeita quando fecho a porta e volto pra cama, ainda ouço os gritos por um pouco mais de tempo e então tudo acaba.

O que será que o atormenta tanto?

E mais uma vez estarei sozinha por uma semana. Eu sabia que seria assim e eu não me importava. Achava que pelo menos teria encontros conflituosos com meu antipático futuro cunhado, mas nem isso. Damon vive em sua masmorra pessoal, trancado com sua própria dor e sofrimento, inatingível, impenetrável. Isto é inquietante. Talvez eu não consiga ficar quieta. Eu nunca consigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até breve!