Somente Amigos escrita por Awdrey Knight


Capítulo 15
Capítulo 15 - Percy




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Eu me sentia muito mal por deixar Rachel sozinha daquele jeito. Mas eu tinha que ir atrás de Annabeth, depois daquela cena toda ela deveria estar muito mal, precisando de alguém para conversar. Além disso, eu sabia que parte da confusão tinha sido minha culpa, e por isso precisava me desculpar. Corri na direção em que ela tinha ido, e finalmente a achei em uma área pouco iluminada depois da piscina. Aproximei-me e percebi que estávamos em um dos muitos jardins da propriedade dos Grace, e o banco em que sentava era daqueles de ferro pintados de verde escuro em que da para se balançar.

Sentei-me ao seu lado em silencio. Esperando para ver qual seria sua reação. Ela me deu um sorriso fraco e apoiou sua cabeça no meu ombro. Fiquei feliz por ela não estar brava comigo, mas era óbvio que estava triste. Peguei sua mão entrelaçando nossos dedos. Esse gesto sempre me fez sentir como se nossas mãos tivessem sido moldadas para isso, se encaixando perfeitamente, me passando segurança, não sei explicar direito... Mas sempre me vazia sorrir mesmo em momentos como esse. Levei sua mão à boca, plantando um beijo.

- Desculpa – disse baixinho.

- Pelo que, a mordida ou a briga? – ela perguntou ainda com a cabeça apoiada no meu ombro.

- Os dois eu acho...

- Então você está arrependido do que fez? – ela disse como se não acreditasse.

- Bem... Não exatamente – respondi depois de pensar um pouco. Fazendo com que ela me desse um soco desajeitado. – Ai! Essa doeu.

- Era pra doer, cabeça de algas – ela respondeu fingindo irritação, mas já estava sorrindo.

- Me deixa reformular minha resposta então – disse parando para pensar um pouco mais. – Eu não estou arrependido de ter te mordido. E nem de ter te defendido do imbecil, que você chama de namorado. Eu faria tudo de novo. Mas eu estou arrependido de ter feito você ficar triste – conclui e fiquei esperando uma resposta que não veio. Então disse – Eu sou um idiota, eu sei...

- Mas um idiota bem intencionado – ela disse me dando um beijo na bochecha. Então eu a abracei a que ela retribuiu o gesto. Nisso passamos um bom tempo daquele jeito, abraçados enquanto balançávamos devagar, para frente e para trás no balanço. Mas eu não me importava com mais nada naquele momento.

- Ei! Vocês dois – a voz de Thalia me chamou de volta a realidade. Annabeth se desgrudou de mim, e virando para trás fez um gesto para que a amiga se juntasse a nós – Nossa, só você mesmo Percy. A gente tem todo esse trabalho pra fazer uma festa pra você. E você decide se isolar - disse ela se sentando ao meu lado.

- Você me conhece. Sou basicamente um eremita – disse brincando, e passei um braço pelos ombros de cada amiga.

- Sei... – respondeu ela incrédula. – Mas na verdade vim aqui chamar vocês dois pra jogar verdade ou desafio. – Disse ela agora forçando um sorriso, ela sabia que eu não gostava desse jogo.

- Nem adianta – disse tentando não olhar para ela, quando queria seus olhos podiam ficar como os de uma criança implorando por um doce.

- Vamos lá, Percy – implorou me balançando – A Annie também joga. Não é mesmo?

- É vamos lá. Por que não? – concordou ela. Droga Annabeth era sempre facilmente convencida pelo olhar pidão de Thalia. Então resolvi jogar minha ultima cardada para escapar.

- Ah... Sabe o que é, é que eu já passei muito tempo aqui. E agora eu tenho que voltar pra Rachel...

- Nem adianta usar a desculpa da namorada. O Nico já a convidou pra jogar, e ela disse que viria. – Droga, pensei, agora é que não tinha jeito.

- Tudo bem, tudo bem... – disse me rendendo. – Mas com uma condição – comecei a falar, e antes de terminar a frase dei uma mordida no ombro de cada uma. Automaticamente recebendo dois tapas simultâneos.

- Percy! A gente não acabou de sair de uma briga justamente porque você fica me mordendo?

- Você sabe que eu sou incontrolável, além disso... Ai! – quando percebi Thalia já tinha mordido meu pescoço.

- Essa foi presente de aniversario – disse ela sorrindo e se levantou do banco, oferecendo uma mão pra mim e outra para Annabeth disse – E então, vamos?

Fomos então juntos para onde Nico e os outros nos esperavam. Estranhei Rachel não estar lá, mas Nico disse que ela tinha ido ao banheiro e já voltava. Sentamos em círculos e começamos a jogar com uma garrafa de cerveja vazia. Até que eu estava me divertindo ao ouvir segredos embaraçosos ou ver os outros fazerem coisas idiotas. Numa das primeiras rodadas tinha feito Nico pular na piscina, e ele agora sentava furioso e com frio no meio de uma poça d’água. Além disso, era hilário ver a relação de Grover com sua nova namorada Juniper, a menina simplesmente o idolatrava e ele estava todo derretido com a toda aquela atenção.

Até que a garrafa parou apontando para mim com Nico pedindo.

- Verdade ou Desafio? – ele perguntou, mas seu olhar era diabólico.

- Desafio – disse sem pensar, já me arrependendo. Mas também não sei se era uma melhor idéia pedir verdade. Esperei enquanto ele pensava em alguma coisa.

- Eu te desafio – ele disse de vagar para fazer suspense – a beijar a Annabeth, mas tem que ser um beijo de verdade. – Meu sangue gelou assim que ele disse isso. Mas em um instante voltou ao normal, e deve ter subido todo para o meu rosto porque eu estava tão vermelho quando um pimentão. Fiquei olhando de Annabeth para Nico, sem saber o que fazer.

- Mas...

- Mas nada – ele me cortou. – Desafio é desafio. Não tem problema, não é Annabeth? Afinal é só um beijo.

- Acho que não... – disse ela sem graça concordando, e quando viu que eu continuava atônito – Pode ir em frente Percy, é só um beijo.

- Tá bom então – disse e me aproximei dela lhe dando um selinho rápido e desajeitado. – Pronto – disse e pude ouvir os risinhos dos meus amigos.

- Pronto nada, Percy. Eu disse um beijo de verdade! – nisso tudo mundo resolveu que apoiar ele, e vi que não teria jeito.

- Cara, que injustiça. Isso é quase pedir pra eu beijar uma irmã...

- Pois é... – concordou Annabeth, que também não parecia à vontade com a situação.

Até o momento eu estava evitando olhar nos olhos dela, mas como agora não tinha mais jeito me fixei neles pedindo permissão. Então me aproximei, enrolando o máximo possível. Tirei uma mecha de seu cabelo que lhe caia sobre os olhos a passando por trás da orelha. E a puxando pela nuca trouxe seus lábios aos meus. O primeiro contato foi suave, e eu logo pedi passagem com a língua que ela concedeu. Então foi como se o meu cérebro tivesse derretido, e tudo o que existia era eu e ela naquele momento. Assim o beijo se tornou voraz. Minha mão em sua nuca agora a pressionava, e meu braço livre de alguma forma agora envolvia a sua cintura. E eu podia sentir suas mãos nos meus cabelos, os puxando com força. Eu não queria que aquilo acabasse, mas tive que nos separar quando meus pulmões já ardiam pedindo por ar. Continuamos com os rostos juntos, os dois tentando recuperar o ar perdido. Meu cérebro ainda tentando se regenerar, quando demos outro beijo rápido antes de nos separarmos de vez.

Assim que me desgrudei dela notei os olhares de meus amigos, todo mundo um tanto surpreso e com a boca aberta. Seria engraçado, se eu não tivesse acabado de me tocar das conseqüências disso.

- Foi de verdade o suficiente pra você? – perguntei olhando para Nico. Mas ele não me respondeu. Estava encarando alguma coisa atrás de mim, com uma cara terrivelmente culpada. Quando me virei, vi Rachel completamente sem expressão me encarando. Me levantei devagar indo em sua direção. Estava completamente apavorado.

- Eu posso explicar, Rachel – disse, mas ela me impediu de continuar.

- A gente precisa conversar – ela disse séria, e saiu andando me obrigando a segui-la.


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Notas finais do capítulo

Gente já vou pedindo desculpas adiantadas, porque eu não vou poder postar o próximo capítulo na semana que vem. É que eu vou viajar, e só volto 1 de agosto. E como eu vou acampar nada de computador para mim. Vai ser só trilha, cachoeira e comida instantânea, eletricidade nem pensar. Assim vai demorar um tempinho para o próximo sair. Espero que me perdoem.