Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 32
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Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Capítulo novo bem cedinho pra vocês, muita gente vai ficar feliz! Esse é um capítulo muito importante pra mim, por isso, é muito importante que comentem! Beijão!



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Entre os gritos e conversas das pessoas que vibravam ao seu redor, Jhennifer sentia-se nas nuvens.

Abraçada à Dylan Patterson, o beijava intensamente, sentindo todas as emoções e hormônios dançarem em si mesma. Acariciava o couro cabeludo de seu mais novo namorado, enquanto ele a pressionava cada vez mais contra seu corpo, segurando firmemente sua cintura.

As pessoas estavam sorrindo e gritando, felizes ao ver a atitude linda do rapaz. Foi o pedido de namoro mais emocionante que já viram.

– Jhenni?

A voz de Katie Monroe se sobressaiu entre as demais, fazendo com que Jhennifer Willis concentrasse sua atenção somente sobre a garota que havia passado por cima daquelas que impediam sua visão.

No centro da sala de estar da residência de sua melhor amiga, Jhennifer soltou-se do abraço de Dylan Patterson, abandonando completamente aquela expressão de felicidade.

– Katie... Eu posso explicar. - Falou, sentindo que seu coração acelerava.

Katie virou-se, passando por entre as pessoas ao redor da grande cena, indo em direção às escadas.

– Katie! Espera! - Jhennifer gritava enquanto tentava alcançar a amiga que subia rapidamente os degraus da irritante e barulhenta escada de madeira, deixando seu namorado confuso no centro da psta de dança.

Ao chegar no corredor de acesso aos quartos, Katie pode ouvir que a música voltava a tocar na casa, dando continuidade à festa. Entrou em seu quarto escuro e bateu a porta, se jogando de bruços na cama.

Não sabia ao certo o que a magoara tanto. O fato de ver, mais uma vez, um garoto por quem se interessara cair nas mãos de Jhennifer Willis, ou o fato de sua amiga ter escondido tudo aquilo por tanto tempo.

– Katie, por favor, me escuta! - Jhennifer falou em um elevado tom de voz enquanto abria a porta do quarto de sua amiga.

Katie suspirou, se sentando na cama e dobrando as pernas.

– Escutar o quê, Jhennifer? - Perguntou, olhando para a janela que refletia a lua cheia brilhante no céu escuro. - Que você e o Dylan estão namorando? Puxa, meus parabéns.

Katie revirou os olhos, cruzando os braços enquanto Jhennifer caminhava até a cama, sentando-se ao seu lado.

– Eu queria te contar, mas eu não podia... - Sussurrou Jhennifer, olhando para as próprias mãos.

– Pensei que você me considerasse sua amiga...

– Mas você é! Era isso que eu estava tentando evitar, você ficar assim comigo! Eu sei que você gosta dele, mas eu não pude controlar o que sentia.

– Você acha que é por causa do Dylan? - Katie perguntou, olhando diretamente para sua amiga e franzindo as sobrancelhas. - Você acha mesmo que eu estou chateada porque você está com alguém por quem se apaixonou? Pelo amor de Deus, Jhennifer! Não é porque é o Dylan, é porque você mentiu para mim, me escondeu sobre ele!

Jhennifer se calou, reconhecendo seu erro. Katie levou as mãos ao seus cabelos, jogando-os para trás e desfazendo a divisão que tinha feito para o penteado.

– Sabe de uma coisa? Não é a primeira vez que isso acontece! E eu estou cansada disso, de verdade! - Disse, levantando-se da cama e tirando os sapatos de salto que usava. - Você sempre faz isso, Jhennifer. Você sempre tem de ser a mais bonita, a mais carismática, você sempre tem de ser melhor do que eu em tudo! Tudo! Até no meu aniversário, Jhennifer, MEU aniversário, você tem de chamar mais atenção do que eu com esse pedido de namoro!- Katie gritou, andando de um lado para outro no quarto.

– Katie, não diz isso, você sabe que não é verdade! - Protestou Jhennifer, sentindo que sua voz começava a falhar a medida que seus olhos enxarcavam com lágrimas.

– Ah, não?! - Perguntou Katie, rindo ironicamente logo depois. - Como não? Os meninos que eu gosto nunca olham pra mim! Eles sempre se apaixonam por você, sempre correm atrás de você! Todas as pessoas só gostam de mim por sua causa! Porque você é minha amiga, tem ideia de como me sinto? Eu não quero precisar de você pra ter amigos... Não quero mais ser sua sombra, não quero!

Katie sentia que estava colocando tudo para fora. Toda a mágoa e amargura de três anos de amizade sob o brilho de Jhennifer Willis que a fazia sentir-se inferior e digna de pena.

– Não sabia que você se sentia assim... - Sussurrou Jhennifer, molhando a palma da mão com as lágrimas que pingavam de seus olhos.

– Claro que não... - Katie encostou-se na janela, olhando para o céu iluminado. - Você nunca me perguntou nada sobre isso. Você nunca demonstrou interesse em mim, a atenção sempre foi sobre você. Eu tenho consciência do quanto eu estive ao seu lado, Jhenni... Sei o quanto fiz o papel de amiga, mas você nunca fez o mesmo comigo. Você tem ideia do quanto eu sacrifiquei por você? Eu abri mão de alguém que amava por sua causa, por nossa amizade! E você não foi capaz de fazer o mesmo por mim... É sempre assim...

– O quê? - Perguntou. - Do quê você está falando?

Katie suspirou, encostando a testa no vidro da janela e fechando os olhos.

– Eu desisti do Daniel por sua causa... E agora você faz isso com o Dylan...

Jhennifer arregalou os olhos, levantando-se da cama e caminhando até Katie na janela.

– Você gostava do Daniel? Katie, como nunca me contou isso?

De olhos fechados, Katie virou-se de costas para Jhennifer Willis, evitando as lágrimas que se formavam em seus olhos.

– De que importa? Ele é seu namorado, eu não tenho nada haver com isso. Eu te apoiei nesse relacionamento, você sabe disso. Queria que você me apoiasse com o Dylan também, e nem isso você fez por mim! Não é nenhuma surpresa ele estar apaixonado por você, isso sempre acontece. Você sempre é mais encantadora e cativante do que eu, Jhenni. Mas você ignorou os meus sentimentos, nem ao menos me contou o que estava acontecendo!

– Katie, por favor... - Pediu Jhennifer, tocando o ombro de sua amiga. - Me desculpa, eu não queria te magoar, por isso tive medo de contar!

– Por favor... Vai embora.

Jhennifer se afastou de sua amiga, enxugando os olhos e caminhando até a porta.

– Quer saber? - Perguntou, parando frente à porta e virando-se para Katie. - Você não pode me pedir que ignore o que eu sinto por ele. Eu gosto dele, ele gosta de mim! Será que você não vê que ele não sente nada disso por você? Se você gostava do Daniel, vai atrás dele agora, eu não me importo! Só que é muito egoísmo seu não pensar na minha felicidade agora! Ele me faz feliz!

Katie suspirou.

– Estou cansada de ser ofuscada por você.

– Ofuscada? Katie, por favor! Eu não posso fazer nada se você perde seu tempo assistindo esses filmes idiotas e acredita que o colegial é esse jogo de brilho e popularidade todo! Minha amizade com você é mais do que isso!

– Você acha que é por causa de popularidade, Jhennifer? Acha mesmo que sou tão fútil assim? Eu simplesmente me sinto inferior quando estou com você! As pessoas me tratam como se você fosse melhor do que eu em tudo! Eu estou cansada disso! As atenções sempre estão sobre você, você nunca me ouve, eu sempre tenho que estar a sua disposição, você sempre é a vítima por causa da morte de sua mãe!

Jhennifer respirou fundo.

– Não fala da minha mãe... - Pediu, em um baixo tom de voz.

– Como não? Você sempre é a coitadinha por causa de uma morte que aconteceu há cinco anos!

– Pára! - Gritou Jhennifer, irada pela audácia de Katie ao falar de sua mãe. - Pelo menos ninguém me abandonou e nunca procurou por mim!

Katie arregalou os olhos.

– Sai do meu quarto! - Ordenou, estendendo o braço direito para a porta até que Jhennifer saísse dali.

De olhos fechados para recuperar a paciência, Jhennifer se virou e saiu do quarto, descendo rapidamente as escadas.


...


– Você sabe para onde vão? - Perguntou Daniel, batendo os dedos sobre o volante e olhando diretamente para a rua à sua frente.

– Não... - Respondeu Mary, sorrindo enquanto estalva os dedos. - Ele não conhece muito de Nova Jersey... Só vem aqui nas férias.

Daniel mordeu o lábio inferior, desviando o olhar para Mary ao seu lado.

– Você está linda. Mas eu prefiro suas roupas normais...

Mary estremeceu, sentindo seu rosto esquentar. Não foi o primeiro elogio que ouvira àquela noite, mas foi o primeiro elogio à sua verdadeira personalidade. Desde quando suas roupas agradaram a alguém que não fosse ela mesma? Desde quando alguém a achara melhor ou até mesmo bonita naquelas roupas?

– Obrigada... - Respondeu, com o rosto abaixado.

– Você gosta mesmo dele, Mary? - Perguntou Daniel, ao parar no sinal vermelho. - Quero dizer, você nunca me contou dele, eu nunca ouvi falar... E se ele não for quem você pensa?

Mary arqueou as sobrancelhas, olhando para a Daniel.

– De que maneira? Quem ele poderia ser?

– A pessoa errada para você...

Mary abaixou a cabeça, olhando para suas unhas curtas e mal feitas.

– E se ele for a certa? E se ele for a única pessoa que já olhou para mim?

Daniel riu.

– Claro que várias pessoas já olharam para você, Mary...

– Você me entendeu, Daniel. Você entendeu o que eu quis dizer com "olhar". Nenhum garoto nunca se interessou por mim.

– Como pode ter tanta certeza? - Perguntou Daniel, desviando o olhar de Mary para a marcha do carro ao seu lado.

Mary deu um pequeno riso.

– É o óbvio.

Daniel estacionou o carro no acostamento em frente à casa de Mary Monroe, desligando o carro.

– Você é muito mais do que pensa, Mary. - Sussurrou, retirando a chave da ignição.

Mary sorriu, pegando os sapatos que estavam jogados no tapete do banco do carro.

– Isso é um elogio? - Perguntou, calçando os sapatos e esticando as pernas.

– Considerando a maneira horrível que você se vê, é sim...

Mary sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e levantando a mão direita em direção à lavanca para abrir a porta.

– Não! Pode deixar! - Disse, impedindo-a e saindo do carro para abrir a porta para Mary Monroe.

– Desde quando você é cavalheiro assim? - Perguntou Mary ao tocar os pés no asfalto da rua.

Daniel balançou os ombros.

– Eu não sou cavalheiro.

Mary riu.

– Então, obrigada pela carona! - Agradeceu, dando um passo para trás. - Boa noite!

– Mary, espera! - Pediu Daniel, segurando-a pelo braço e a fazendo parar. - Eu queria te pedir uma coisa...

– O quê? - Mary afastou-se de Daniel, evitando olhar em sua direção.

Suspirando, Daniel passou a mão direita pelo cabelo desarrumado.

– Não vá com ele amanhã.

– Porque não? - Perguntou Mary, mantendo o olhar em seus sapatos pretos.

– Não acho que ele seja alguém para você... Não gosto dele.

Mary encolheu os ombros, esfregando as palmas das mãos nos braços devido ao frio cortante daquela noite.

– Como você pode saber quem seria alguém para mim? Olha pra mim, Daniel! - Abriu os braços, apontando para seu corpo. - Eu não sou ninguém!

Daniel balançou a cabeça negativamente com os olhos fechados, aproximando alguns passos até Mary.

– Você que pensa...

Impulsivamente, pressionou o punho de Mary com sua mão direita, puxando-a para frente e fazendo-a tropeçar entre os próprios sapatos. Assustada, Mary apoiou seus braços no peito de Daniel, sendo surpreendida pelo contato brusco com seus lábios.

Já fazia alguns anos que Mary tinha beijado alguém. Quer dizer, exatos dezesseis anos sem beijar alguém daquele jeito. Seu "primeiro" beijo havia sido completamente frio e superficial, apenas um contato instantaneo. Sentir, pela primeira vez, o interior dos lábios de um garoto era, no mínimo, estranho. Resistiu ao assustar-se com beijo, mas logo soltou a tensão de seu corpo, deixando que tudo acontecesse.

Daniel segurou sua cintura, ainda confuso pelo que estava fazendo. Como podia estar apaixonado por ela? Justo por ela?

Pela primeira vez em sua vida, Mary sentiu que um gesto romântico a tocara de forma absurda. E, principalmente, por ser Daniel Harris quem está o fazendo. Seu coração acelerou de forma que nunca o fizera, e milhares de imagens invadiam sua mente. Era como se nada daquilo fosse real, como se estivesse vendo a si mesma de cima, em outro lugar. Era algo indescritível.

Ainda sentindo seu corpo anestesiado ao diminuir o rítimo do beijo, Mary afastou-se, recuperando o ar perdido durante aqueles minutos.

– Porque você fez isso?... - Perguntou Mary, virando-se de costas para Daniel e tocando os próprios lábios sem acreditar.

– Porque eu acho que estou gostando mesmo de você... - Respondeu Daniel, esfregando os olhos e abaixando o próprio olhar.

Mary deu dois passos para trás, subindo na calçada.

– Pensei que fosse impossível isso acontecer... Foi você quem disse isso, está lembrado?

Daniel suspirou.

– É, eu também pensei... Mary, por favor! Não vá a esse encontro...

Mary balançou a cabeça negativamente, afastando-se de Daniel.

– Você nunca olhou para mim antes, Daniel... O Peter procurou por mim todos esses anos...

– E daí, Mary? Você não o conhece! Não vá a esse encontro...

– Não pode me pedir isso... - Respondeu, caminhando até a porta de entrada e deixando Daniel completamente abalado por seus próprios atos.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem! Sem comentários, nada de capítulo novo!