Ir para o Coyote Ugly sozinha era torturante para Santana. O caminho todo ela não conseguia deixar de lembrar da ruiva. Decidir voltar fora uma coisa pensada de repente, feita no impulso. Quando ela chegou ao bar, viu que podia ser uma má ideia. Pra ela, estar naquele bar ser a namorada era irreal, Jessie pertencia a aquele lugar, foi lá que a conhecera.

Respirou fundo e tentou ficar bem, todas a recepcionaram bem e algumas desavisadas perguntavam sobre Jessie, o que fazia seu coração apertar um pouco. Até Abby veio conversar, dizer que sentia muito pela separação forçada delas. O bar estava cheio como sempre e ela nem viu o tempo passar. Ficava distraída com os pedidos e com a correria do lugar, que sua cabeça não tinha tempo para pensar em outras coisas além do trabalho e isso a deixava satisfeita. Vez ou outra, ela não aguentava e olhava para o celular, na esperança vã de ter recebido alguma mensagem, algum sinal da ruiva. Nada.

XXX

No outro hemisfério, uma certa ruiva também se distraia com a correria de 30 crianças pelo zoológico. Ria pelas perguntas que eles faziam a ela, curiosos pra saber de onde ela veio. Numa conversa e outra, durante a pausa para o lanche, ela recebeu uma sugestão inusitada: Ligia, uma menina de 10 anos, muito esperta e observadora, perguntou se ela tinha vindo de New York para lhes dar aulas de inglês.

Ela negou sorrindo, mas mesmo assim ficou pensativa sobre essa ideia. Ensinar um novo idioma para aquelas crianças seria muito útil a eles, e de grande valia para ela, que precisava de distração. Continuou ajudando as irmãs a olharem as crianças e vez ou outra percebia que Ana, a pequenina que conhecera durante o café da manhã, estava sempre querendo ficar próxima, era uma mini-sombra.

XXX

– Ainda não comemoramos a sua vitória sobre o professor Charles... – Rachel tentava fazer rodeios – Talvez seria um bom momento...

– Vou abrir o vinho e pedir uma pizza, que tal? – a loira sorria enquanto se levantava para pegar o celular, mas a morena segurou sua mão e tentando ao máximo ser sedutora sem se envergonhar a encarou.

– E que tal se a gente pular direto pro vinho e a sobremesa? – Quinn fez um olhar confuso, mas logo sua expressão se iluminou ao entender a sugestão.

– Sobremesa... huum, acho uma ótima ideia... – deu um sorriso maroto e voltou a se sentar no sofá ao lado de Rachel, que já a puxou para um beijo urgente, a segurando pela nuca.

As bocas se buscavam com fome, o desejo era evidente. Passaram alguns minutos e elas continuavam aos beijos, agora mais lentos, aproveitando cada segundo daquela sensação que começava a crescer dentro delas.

Rachel sentia seu coração disparado. Sabia o que iria acontecer, e desejava muito aquilo, desejava desde que viu Quinn saindo do guarda-roupa de Jessie, desejava inconscientemente quando cruzava com Quinn pelos corredores do colégio. Seu corpo e seu coração sabiam desde sempre o que ela queria, só sua mente que insistia em não ouvir esses apelos. Enquanto pensava em tudo isso, sentia os lábios daquela loira maravilhosa, que tanto admirava, deslizarem devagar pelo seu pescoço, distribuindo beijos suaves, mordiscando sua orelha. Ela apenas fechava os olhos, se deixava levar pela sensação de sentir-se desejada, por quem também se deseja.

– Quinn... – ela sussurrou de olhos fechados e a loira só murmurou um “huum” abafado enquanto lhe beijava – Vamos esquecer o vinho tá... deixa pra outro dia... melhor huuum (ela suspirava quase perdendo a fala) só a sobremesa.

– Uau... tá com pressa é? – a loira parou os beijos e a olhou com ar divertido e ao mesmo tempo sacana – Então vem comigo... – pegou na mão da morena enquanto mordia o lábio inferior, vamos comer isso no quarto. – Mas, sem pressa...

Foram caminhando para o quarto aos beijos. A mente das duas era um turbilhão de emoções e desejos. Quinn se mostrava confiante, dona da situação, mas no seu interior, estava com receio sobre o que viria a seguir, medo de decepcionar sua amada que parecia tão segura naquele momento. Ela também não sabia muito o que estava fazendo, então se deixou levar pelo instinto, pelo prazer que sentia.

Ainda ao beijos, agora calmos, cheios de carinho, Rachel sentiu sua perna tocar a cama e vagarosamente foi se deixando cair nela, Quinn seguia seu movimento e deitava sobre ela. Suas mãos deslizavam devagar pela pele clara da loira que suspirava e apertava mais sua cintura, tentando unir mais ainda seus corpos já grudados.

Quinn parou os beijos, uma perna de cada lado do corpo da morena, se apoiou nos braços e deu uma certa distancia do rosto da garota, para observa-la.

– Você é tão linda Rachel Berry... – ela balançava a cabeça com um sorriso, seus olhos, antes esverdeados, agora tinham uma grande parte negra, escurecidos de desejo. – E hoje, - ela se abaixou, deixando seus lábios encostarem no ouvido dela – hoje você vai ser minha... em todos os sentidos... você quer? – voltou a olhar para aqueles olhos amendoados.

– Muito... – ela deixou sair num sussurro.

A morena vestia uma camisa de botões, que fez a mente de Quinn viajar. Olhou para a garota e começou a desabotoá-la. Um botão de cada vez. A cada casa, uma porção de beijos era recebido pela pele exposta. Beijava o colo de Rachel com suavidade e as vezes surpreendia com uma leve sugada que a fazia gemer baixinho de satisfação.

A morena fazia carinhos pelos cabelos de Quinn, enquanto tentava tirar sua camiseta baby look, com pouco esforço, a loira facilitou e logo ambas estavam só de sutiã.

– Quiiinn... – a morena falava entre o beijo, tentando se mover, sair de baixo da loira que até aquele momento dominava a situação. Rachel conseguiu vantagem quando a surpreendeu, colocando as mãos sobre seus seios sobre o sutiã, apertando com vontade, e se virou, ficando por cima da garota que deu um olhar surpreso e ao mesmo tempo cheio de expectativa.

– Minha vez de te dar carinho... – a morena explicou um pouco tímida, enquanto começava com beijos rápidos pelo rosto da loira e descia pelo seu colo, que subia e descia com a respiração acelerada. Enquanto suas mãos deslizavam pela cintura e depois de alguns rodeios, pousaram no bumbum tão cobiçado de Quinn que soltou um gemido baixo e sorriu, incentivando a morena a continuar.

As mãos da loira agora estavam nas costas de Rachel e logo encontraram o fecho do seu sutiã, que ela abriu sem muita cerimônia e observou com desejo aqueles pequenos seios, com os mamilos arrepiados de desejo, implorando para serem tocados, sugados. Aquela visão fez Quinn jogar seu corpo sobre a morena, e novamente ficar por cima dela, que sequer reclamou, apenas fechou os olhos sentindo a língua quente da loira percorrer seu pescoço e chegar ao seio. Estavam com os corpos encaixados, pernas entrelaçadas. Sentiam sua intimidade cada vez mais quente, pulsando, implorando por mais contato.

Rachel decidiu se deixar levar, desligar a mente e apenas desfrutar do prazer que Quinn estava lhe proporcionando com aqueles simples beijos. A loira alternava os beijos e sugadas entre os seios e muitas vezes olhava nos olhos dela, observando a expressão de êxtase que a morena fazia enquanto mordia o lábio inferior, contendo o gemido. A mão de Quinn percorria o corpo dela, chegando finalmente nos botões do seu short, que ela desabotoou com destreza e retirou devagar, sempre observando as reações que a garota tinha. Rachel vestia uma calcinha pequena, rosa, com algumas rendas na lateral, que davam um ar romântico e feminino. Quinn gostou tanto, que queria imediatamente tirá-la. Subiu de encontro aos lábios da morena e beijaram-se novamente com vontade, enquanto isso sua mão descia devagar, chegando até a intimidade que exalava calor. Parou um pouco o beijo e encarou Rachel enquanto sua mão começava a levantar sua calcinha, prestes a tocar seu núcleo, já molhado de prazer. A morena apenas fechou os olhos e continuou a beijar a loira com mais vontade, o que ela interpretou como um sinal para avançar e logo sua mão deslizou pra dentro da calcinha e a sensação que teve ao tocar lá a fez ficar mais molhada do que já estava.

Seu coração batia disparado enquanto mexia os dedos, massageando o núcleo inchado de prazer da morena que apenas a olhou com cara de satisfação e jogou a cabeça pra trás enquanto enlaçou seus braços ao redor do pescoço de Quinn e a puxou para mais um beijo. Rachel sentia seu corpo contrair-se, percebia que estava próxima do clímax e começava a mexer ainda mais o quadril, aumentando o atrito. Quinn percebeu e diminuiu os movimentos, ouvindo um murmúrio de desaprovação. Desceu devagar, parando para alguns beijos na barriga da morena, chegando ao seu ventre. Dava beijos e sugadas sentindo prazer ao ver a morena se contorcendo sob aquela tortura.

– Quiiinn, por favor... – ela falava chorosa.

– Por favor o que? – ela falava entre beijos, com as mãos paradas sobre as laterais da calcinha, a fitava com olhar felino, fera prestes a dar o bote.

– Continua... – ela encarou de volta e dava pra ver as faíscas entre elas.

Quinn deu um sorriso safado e foi tirando a calcinha dela, sem perder o contato visual. Começou a distribuir beijos pela área agora exposta, leves sugadas na intimidade cuidadosamente depilada, que agora pulsava de prazer. A loira olhava maravilhada e num impulso de desejo passou a língua pela fenda que escorria excitação, e ouviu o gemido incontido da morena, o que a fez continuar saboreando cada pedaço da sua intimidade, dando alguns beijos e sugando com vontade. Rachel mexia os quadris, procurava por contato, queria sentir-se preenchida, completa... gemia cada vez mais alto, surpreendendo Quinn que ficava cada vez mais excitada e aumentava a intensidade das lambidas e sugadas. Começou a deslizar um dedo sobre o clitóris inchado de prazer, passeava ao redor da entrada da morena enquanto dava beijos nele. Ouviu um “Isso, issooo” vindo da morena, agora de olhos fechados, se remexendo sobre o colchão.

Não demorou muito e ainda sugando seu núcleo, ela penetrou um dedo devagar na entrada da morena que rebolava cada vez pedindo por mais... Percebendo o quanto ela estava lubrificada e relaxada, introduziu mais um dedo, fazendo Rachel gemer satisfeita enquanto mexia os quadris. Quinn fazia movimentos de entra e sai, deslumbrada pela visão que tinha, satisfeita em ver o prazer que estava dando a morena. Deslizava a mão livre sobre os seios de Rachel enquanto sua outra mão não parava os movimentos lá em baixo. Não demorou muito até ela sentir uma contração pressionar seus dedos e observar Rachel, com um grito arfante chegar ao clímax e depois de um tempo sorrir relaxada pra ela, que sem esperar voltou a colocar a boca lá em baixo, lambendo e sugando o liquido da excitação da morena, que ainda sentia o corpo dar pequenos espasmos.

Quinn só parou depois de perceber a garota satisfeita, então subiu devagar, distribuindo beijos até chegar em sua boca, selando o ato com um beijo lento, com sabor de prazer.

Deitou ao lado da morena, apoiando sua cabeça em seus seios, e deixou que Rachel lhe fizesse carinho. A garota sorria boba enquanto fazia isso, ainda remoendo a sensação que sentira a pouco. Ainda não conseguia formular palavras para o que tinha acabado de acontecer, sabia apenas que tinha sido uma das melhores sensações que havia sentido. Olhou para a loira, de olhos fechados, sentindo seus carinhos. Ela ainda vestia a saia e o sutiã e parecia prestes a cair no sono. Depois de um breve silêncio, ela resolveu falar.

– Quinn... – ela sussurrou – Meu bem, isso foi demais! – ela suspirou ainda tendo arrepios ao lembrar – Você é demais!

A loira abriu os olhos ao ouvir isso e deu um sorriso encabulada.

– Apenas quero que você fique bem... – ela passou os braços pela cintura da morena e subiu o corpo, deixando seus olhares na mesma altura – Devagar, sem pressa, chegamos lá...

– E você? – ela passava a mão agora pelo rosto da loira e lhe dava beijinhos – Eu quero te ver bem, também quero lhe dar prazer...

– O que eu disse sobre ir devagar? – sorriu misteriosa – E eu também tive muito prazer a alguns instantes atrás... vendo você satisfeita, com aquela cara que você não faz nem quando consegue alcançar uma nota difícil...

– Ahh Quinn, que vergonha... – ela tocou o ombro da loira e a empurrou levemente pra trás – Eu nem estava nesse mundo, sério...

– E então, fui aprovada?

– Com todas as honras possíveis! – ela falou envergonhada e afundou o rosto no pescoço da loira que achava aquela reação fofa e sorriu contente por ouvir isso.

XXX

Santana chegou tarde. Tivera que esperar Tracy fechar o bar e conferir alarme e toda segurança. Não achava ruim, agradecia de todo coração a carona que recebeu. A noite fora agitada, ela praticamente não tinha parado um minuto. Se sentia exausta. Alguns dias parada, a fizeram desacostumar com o ritmo corrido do bar. Chegou no apartamento, acendeu as luzes e tudo era silêncio. A porta do quarto de Rachel estava fechada, ela rumou direto para o seu, escolheu um pijama e foi para o banheiro. Necessitava de um banho de banheira para relaxar seus músculos doloridos.

Encheu de água morna e se deitou devagar, sentindo tudo doer, principalmente seu coração. E depois de um dia cansativo, tentando ser forte, no silêncio da madrugada, ela chorou.