Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 58
Capítulo 58


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! A partir de agora vou tentar postar às Segundas E Sextas! Eu não estou dando conta de 3 posts por semana.

Espero que estejam curtindo!



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Jessica achou que tomando alguns tranquilizantes e analgésicos, poderia ficar mais relaxada e desligada da realidade. Mas a agonia no peito e a voz pessimista continuava soando na sua cabeça. Na próxima, aumentaria as doses dos remédios.

XXX

Quinn, Kurt e Rachel voltaram pra casa. A morena ainda evitava trocar olhares com a loira, apesar dela mesma achar aquilo uma grande bobagem. A garota tinha sido sincera, mesmo começando a falar aquilo sem querer. Mas no fundo ela sentia ciúme. Santana sempre chegava antes dela na “festinha”. Fora a primeira a se deitar com Finn quando estavam na escola e a fizeram de boba por um tempo e agora, tinha se deitado com Quinn. A latina não perdia tempo nas suas conquistas.

– Meninas, vou para o banho. – Kurt foi logo avisando pra ir ao banheiro primeiro – Eu e Adam vamos sair hoje – ele falou animado e viu a cara de safada que Quinn lhe olhou – Que foi? Somos amigos! – o garoto sorriu todo animado – Ainda...

– Sei... amigos como eu e Rachel! – a loira acabou deixando escapar. Não tinha falado sobre isso em voz alta, colocando em evidência o quanto a amizade dela e da morena estava estranha.

– Quinn... – Rachel balançou a cabeça envergonhada, não conseguiria enganar ninguém se vissem as faíscas que pareciam sair ao redor delas .

– Ahh, resolveu voltar a falar comigo? Cansou de me ignorar? – a loira provocou a morena que abaixou a cabeça pensativa. Desde que acordara não tinha trocado nenhuma palavra com ela, queria fazer drama e nisso ela era rainha.

Kurt viu que o “caldo ia engrossar” e saiu de mansinho, deixando as duas se resolverem. Foi para o quarto escolher sua roupa para o encontro que tinha marcado.

– Não sei como consegui fazer isso... ficar sem ouvir sua voz hoje – essas palavras desarmaram a loira que estava preparada pra fazer um discurso daqueles para Rachel, chamando-a de infantil e o que o valha.

– Por causa da sua cabeça dura... me deixou triste o dia todo! Não fiz nada pra você, isso não é justo! – Quinn fez dengo, vendo que a morena se derretia cada vez mais.

– Poxa Quinn... a Santana? – falou em tom de quem se rende e cruzou os braços emburrada.

– Devia agradecê-la, pois foi graças a ela que pude perceber do que realmente gosto e voltei a sonhar com a possibilidade de ter você pra mim – ela ficou envergonhada ao perceber essas palavras saindo tão naturalmente da sua boca, mas respirou fundo e terminou a frase olhando para a morena sem se intimidar – Como eu sempre quis!

Rachel se sentia feliz por ouvir aquelas palavras e perceber que Quinn definitivamente não parecia mais aquela garota mimada, líder de torcida egoísta que só pensava em si. Não conseguiu evitar o impulso de ir em direção aos seus braços e tocar seus lábios com um beijo rápido.

– Vou preparar o jantar pra nós duas, já que Kurt vai nos abandonar! – a morena se separou do beijo e observava a expressão de felicidade nos olhos da loira. Deviam refletir o que seus próprios olhos também mostravam.

– Que tal uma pizza? – Quinn propôs abraçando Rachel por trás evitando que ela fosse para a cozinha – E depois um vinho... – falou isso ao pé da orelha da morena que sentiu arrepios pensando na proposta e no que poderia vir depois.

– Pizza é uma boa ideia... – ela continuou virada de costas pra loira que beijava seu pescoço com carinho fazendo-a esquecer sobre o que estavam conversando.

– Nooossa, dá pra pelo menos esperar eu sair pra começarem com a safadeza? – Kurt passou por elas em direção a porta. Estava bem vestido como sempre.

As duas se separaram com o susto, por um momento tinham esquecido de tudo ao redor delas.

– Ah Kurt, vai logo e deixa a gente em paz! – Quinn brincou, fazendo gesto com o braço como se expulsasse o menino.

– Tá bom, estou indo mesmo que você não pedisse! A tensão de hormônio aqui está altíssima, não quero me contagiar, credo! Já pensou se começo a gostar de mulheres?

– Vem cá que a gente te cura, vem... – a loira foi perto do garoto que se empertigou todo. – Me ajuda aqui Rachel...

– Ahhhhh sai daqui sapatonas! – ele fingiu estar apavorado e correu pra porta, não sem antes voltar pra trás e com uma piscadela provocar – Usem camisinha!

– O mesmo pra você, sua viada safada! – Quinn gritou caindo na risada mas parou, vendo Rachel a observar pensativa – Que foi? – o sorriso deu uma murchada.

– Então é isso mesmo? – a morena perguntou e viu a cara de interrogação da loira – Somos... – ela engoliu em seco – Sapatonas?

– Aff Rachel... você ainda tá nessa? O que importa dar nome pra isso? – ela falou descontraída vendo a morena preocupada – Somos duas garotas na flor da idade, lindas, charmosas e apaixonadas – Relaxa... – ela pegou seu celular – E aí, qual pizza vamos pedir?

XXX

O clima no apartamento de baixo não era tão bom quanto. Depois do “surto” que Jessie teve a tarde, Santana a observava com receio de se aproximar e causar outra reação daquele tipo. Percebia a ruiva um pouco aérea, sentada no sofá enquanto assistia TV.

Bellatrix se aproximou da latina que estava sentada numa das cadeiras da cozinha.

– Santana... posso ajudar minha filha no banho hoje? – a garota lhe olhou como se sequer tivesse ouvido a pergunta – Sei que gosta de ficar perto dela e não quero tirar isso de você, mas talvez eu consiga conversar um pouco com ela enquanto faço isso.

– Tudo bem, você é a mãe dela... nada mais certo! – a morena concordava, mas no fundo sentia seu coração apertar. Também queria ter essa oportunidade de aproximação no banho pra entender o que afligia a namorada.

– Vou preparar alguma coisa pra comermos. Eu e a Bella fizemos uma comprinha para abastecer a dispensa. – Maribel chegou perto vendo o rosto triste da filha – Você me ajuda Santana?

– Mãe... eu acho que preciso dormir um pouco... – a latina falou tentando passar confiança – Minha cabeça tá doendo...nada demais, só preciso de descanso – deu de ombros e saiu com passos lentos rumo ao quarto. Passou pela sala e olhou pra ruiva que por um momento a olhou vagamente, mas logo voltou a assistir TV.

Entrou no quarto e realmente sentia a cabeça latejar. Sua namorada tinha acabado de olhá-la com indiferença e tinha sentido até os ossos doerem com aquela atitude. Talvez se tomasse algum dos remédios que Tracy havia comprado pra ruiva ela ficasse melhor depois de um cochilo.

Começou a procurar no armário, na caixinha de remédios, mas não encontrava. Talvez alguém tenha levado para a cozinha e ela não viu. Não queria voltar pra lá e olhar Jessie novamente. Resolveu deixar o remédio pra lá. Jogou-se na cama com vontade, naquele momento pretendia dormir e não fazia questão de acordar. Remexeu-se um pouco, se ajeitando do seu lado na cama. Seus pensamentos fervilhavam. Olhou para o travesseiro colorido da namorada e o puxou para si, sentindo um leve perfume doce do seu xampu. O abraçou como se fosse a própria Jessica. Fechou os olhos sentindo as lágrimas arderem. Não estava preparada para a indiferença, nunca tinha sofrido com isso.

Bellatrix levou a filha até o banheiro e tentava puxar assunto enquanto a despia. Jessica não tinha perguntando nada, mas chegou sozinha a conclusão de que Santana não queria lhe dar banho, por isso sua mãe estava lá. Sentiu-se pior do que já estava. Pensando que sua namorada não queria mais estar perto dela.

“Isso até demorou pra acontecer... é fácil cansarem de você!” a voz soprou em sua mente e ela fechou os olhos respirando fundo, lembrando a si mesma que precisava de mais remédios.

– Filha, tá tudo bem? – Bella a olhava preocupada – Quer conversar comigo? Quis te ajudar no banho hoje pra ficarmos mais juntas... Santana está cansada também, foi dormir um pouco.

Claro que não, ela fugiu de você e mandou a mãe fazer o serviço chato! Você é chata, cansativa...” – a voz soou mais uma vez e Jessie olhou para a mãe com olhos aflitos e não disse nada.

O plano da freira não tinha dado certo e ela não conseguiu tirar nada da filha enquanto estavam no banho. Não eram nem 9 da noite quando ela e Maribel chegaram a conclusão de que comeriam sozinhas. A ruiva depois de ser ajudada pela mãe a se vestir, pediu pra ficar sozinha, queria descansar. Foi para o quarto, olhou para Santana adormecida, abraçada ao seu travesseiro e por um momento sentiu seu coração bater mais forte por aquela visão. Não queria incomodá-la e mesmo tendo espaço suficiente para duas na cama, pegou um edredom no guarda roupa, estendeu-o no chão com um pouco de dificuldade pois usava um braço só e deitou sobre ele. Avistou os remédios que tinha colocado embaixo da cama as pressas durante a tarde, enquanto ia buscar um copo d’agua na cozinha. Pretendia voltar pro quarto e tomar o resto, mas a visita da Tracy e as outras meninas atrapalharam seu plano. Mas agora, podia concluí-lo.

Pegou o vidro de comprimidos para dor e também a cartela quase cheia de calmantes. Começou a ingeri-los. Um a um enquanto bebia a água que havia trazido da cozinha. Dessa vez tinha certeza que mataria aquela voz que soava cruelmente na sua cabeça. Tinha que acabar com aquilo logo, antes que Santana a deixasse de vez.

Sentia-se um pouco aérea, parecia flutuar fora do corpo, estava entorpecida, como se estivesse bêbada, tudo girava. Ouviu no fundo da mente: “Isso mesmo idiota... conseguiu!” – e então tudo ficou escuro e silencioso.

XXX

Quinn e Rachel comiam a pizza metade calabresa e bacon, metade quatro queijos que haviam pedido ( a morena tinha ficado indignada com a loira que insistia em ser uma carnívora voraz e sem piedade pelos animaizinhos). Assistiam a um reality show estranho na TV, uma disputa de drag queens cheia de intrigas e provocações e elas riam muito. Quinn tentava focar no momento, mas ao mesmo tempo sentia um aperto no coração, algo que não condizia com a situação que estava. Tinha a sensação de que em algum lugar, alguma coisa estava errada. Olhou pra Rachel, deu um sorriso fraco e continuou a comer.

– Sabe Quinn... – a morena quebrou o silêncio que se instaurou no ambiente depois que desligaram a TV, percebeu a loira um pouco aérea, perdida em pensamentos e achou que o problema fosse ela – Eu fiquei o dia todo pensando e acho que não tem problema nenhum em deixar as coisas fluírem entre nós... – ela falava olhando para os pés, mas percebeu que agora tinha 100% da atenção da garota – Quero dizer, EU preciso deixar as coisas acontecerem até o final e não me assustar quando começar a achar que tudo está indo longe demais...

– E isso quer dizer que...? – a loira já tinha entendido muito bem o que a morena dizia, mas queria deixá-la mais envergonhada do que ela já estava.

– Ah Quinn, cala a boca! – Rachel a puxou pela nuca e lhe deu um beijo urgente, cheio de desejo. A loira sorriu entre o beijo e deixou que a morena tomasse as rédeas da situação. O beijo ficava cada vez mais quente, as mãos deslizavam pelos corpos e peles arrepiadas, o calor aumentava.

A morena tentava tirar a blusa de Quinn que interrompeu o beijo surpreendida com a pressa que de repente se apossou da menina.

– Calma Rach... devagar e sempre! – ela sorriu, mordendo o lábio inferior da morena e voltou a beijá-la lentamente enquanto jogava o peso do seu corpo sobre ela fazendo com que se deitassem no sofá e começassem outro amasso.

XXX

Santana acordou num sobressalto na cama, seu coração batia forte. Devia estar tendo algum pesadelo, mas assim que acordou se esqueceu do que poderia ser. O quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz dos postes na rua que entrava pela janela. Ela não tinha noção da hora, mas sentia a boca seca. Olhou para a cama e viu que a namorada não estava lá. Ela não entendia a razão pela qual estava sendo evitada por ela, tinha certeza que tinha dado o melhor de si. Sentia-se frustrada. Sentou-se na cama, colocando os pensamentos no lugar, pretendia ir até a cozinha, criou coragem pra encarar a ruiva caso ela estivesse na sala e a olhasse com indiferença.

Levantou-se e sequer deu um passo, sentiu bater o pé em algo pesado e quase perdeu o equilíbrio. Aguçou a visão e percebeu que era Jessica, estava imóvel, adormecida no chão, dormia de barriga pra cima atrapalhada pelo gesso do braço. Santana ficou abismada com aquilo! A ruiva estava evitando tanto sua presença que preferiu dormir no chão frio e duro ao invés de deitar ao lado dela. Seus olhos começaram a arder, as lágrimas queriam aparecer. Mas decidiu ser sensata. A garota parecia estar confusa e era compreensível diante de tudo o que passou. Iria acordá-la com muito carinho e tentar conversar. Acendeu o abajur no criado mudo próximo e pode ver um pouco mais claramente a namorada. Ela estava totalmente entregue ao sono e Santana deitou ao seu lado e começou a fazer carinho nos seus cabelos. Percebeu um pouco aflita que a garota parecia tão adormecida que sequer dava pra notar sua respiração. O corpo da latina se arrepiou inteiro quando um mau pressentimento surgiu na sua cabeça. Começou a sacudir de leve a ruiva, chamando por seu nome.

– Jess... acorda meu bem... Jess... – começava a chorar vendo que a garota não reagia e sacudia mais forte. Notou que sua boca estava entreaberta e parecia que ela estava com um pouco de espuma na boca. O desespero tomou conta de Santana de uma vez e ela tentou aferir a pulsação da namorada, mas não conseguia sequer senti-la. Preferia pensar que estava bem fraca ao invés de ter parado totalmente – Não... não... Jess acorda! – ela agora sacudia a garota mais forte e chorava alto enquanto tentava despertá-la – MÃE! BELLA! Por favor! – ela chamou entre prantos.

As duas mulheres estavam na sala assistindo a TV, tentando distrair a cabeça da preocupação com as próprias filhas e correram assustadas assim que ouviram o clamor da morena. Entraram no quarto e acenderam a luz, vendo a cena de Santana sentada ao lado de Jessica no chão, desacordada.

– Meu Deus, o que aconteceu Santana? – Maribel colocava a mão no peito, assustada por assistir o desespero que a filha lhe olhava.

Bellatrix congelou na hora ao ver a cena, não queria imaginar que fosse o que ela estava pensando!

– Ela não acorda... não acorda e não sinto a pulsação dela! – Santana falava desesperada olhando pras duas enquanto se balançava pra trás e pra frente e passava a mão no rosto da ruiva que não dava sinal de vida.

– Ambulância... – Bella conseguiu falar enquanto sentia o chão sumir dos seus pés. Maribel pegou o celular da filha que estavam na cabeceira e imediatamente ligou para o Pronto-Socorro.

– Quanto tempo faz que ela está assim? – a mãe da ruiva perguntava e Santana apenas balançava a cabeça em negação, sem conseguir falar.

– Eu acordei agora... não vi nada... que horas ela veio pro quarto? – ela falava alto, em desespero, segurava a mão de Jessie que parecia mais gelada que o normal, ou era sua imaginação? – Que horas são?

A garota não obteve resposta. Bellatrix se ajoelhou do outro lado do chão em que a filha estava e tentava analisar sua temperatura, seus batimentos... Não queria pensar no pior, não ia perder a fé! A vida daquela menina era tudo pra ela! O que tinham feito de errado?

– A ambulância está vindo! – Maribel sentou-se ao lado da filha tentando consolá-la, mas ela chorava e balançava a cabeça em negação.

– Porque? Porque eu não vi? Porque não acordei antes!? – ela tomava ar entre o choro – Ela não se move! ELA NÃO RESPIRA! Ahhh meu Deus, por favor, por favor! – segurava a correntinha que havia ganhado da ruiva enquanto murmurava uma reza. Fazia tempo que não pedia com tanto fervor.

Dez minutos intermináveis se passaram até que ouviram ao longe uma sirene de ambulância ficando cada vez mais próxima. Finalmente o socorro havia chegado.

XXX

Rachel e Quinn continuavam com os beijos, agora deitadas na cama do quarto de Rachel. A loira estava por cima dela e deslizou a mão por baixo da saia da morena, enquanto sentia a garota pousar a mão sobre um dos seus seios. A vontade de se tocarem era cada vez mais intensa, as respirações estavam descompassadas, o coração batia forte enquanto se beijavam com mais urgência e prazer.

Pararam abruptamente quando ouviram o barulho de sirenes alto, bem em frente ao prédio. O clima pareceu se esvair quando Quinn levantou assustada, deixando Rachel com cara de cão sem dono.

– Será que aconteceu algo com alguém do prédio? – Rachel recuperava a respiração, enquanto abotoava dois botões abertos da sua blusa.

– Que não seja com quem eu estou pensando... – Quinn balançava a cabeça e logo pegou o celular, discou e colocou no modo de viva-voz.

Quiiiinn... – a voz chorosa de Santana soou de repente e arrepiou as meninas – A Jessie ... a Jessie não quer acordar!


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Notas finais do capítulo

Confesso que até eu fiquei agoniada relendo o que havia escrito...pobre Jess!



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