- Oiiii Quiiin! – a latina surgia saltitante atrás da ruiva antes que ela pudesse responder alguma coisa – Não se faça de esquecida, o andar do apartamento das gêmeas Olsen é o de cima! Vem cá, me dá um abraço! – Santana puxou a loira que ainda tinha uma mala nas mãos e a apertou com saudades!

- A minha memória não é tão boa... – Elas se separaram do abraço sorrindo.

- Essa é a minha casa – Jessie surgiu na conversa, ainda estava parada na porta observando a interação das meninas – Prazer, Jessica, namorada da San! – ela estendeu a mão pra loira que a apertou com um olhar encantado - Acho que podemos todas entrar não é?

- Fala aí Quinn, se ela não é a garota mais quente de New York!? – Santana a levava até o sofá enquanto Jessie pegava as malas que ela tinha e rumava para o quarto.

- Sim, ela é realmente bonita... mas e a Britt? Você superou assim, tão fácil? – Quinn perguntou um tanto quanto alto e a ruiva atentou os ouvidos lá do quarto.

- Não foi fácil superar, você sabe... mas a minha ruiva me ajudou muito nisso! – Santana deu um sorriso colocando a língua entre os dentes.

- Ótimo... bom pra você... ela deve ser bem quente, vide pela cabeça de fósforo que tem – A loira queria provocar.

Jessie ouviu lá do quarto e não gostou nadinha. Era assim que as outras crianças a chamavam no orfanato e pra ela dar uma voadora naquela loira azeda eram 2 segundos. Saiu do quarto com o cesto de roupas sujas na mão e fez questão de bater a porta sobressaltando as duas garotas no sofá.

- Meninas, vou a lavanderia. Assim vocês podem conversar a vontade sem a minha presença, inclusive falar sobre a cor do meu cabelo – ela olhou feio pra Quinn – Prazer te conhecer!

- Jess, não quer esperar pra que eu vá com você? – a ruiva já estava quase na porta quando Santana a segurou pelo braço.

- Não, tudo bem San... sempre fiz isso sozinha! Coloquem o papo em dia! – ela tentou usar seu olhar mais meigo e deu um selinho na latina. – Não esquece que temos que trabalhar hoje, onde ela vai ficar? – olhou pra Quinn que tinha um olhar insolente pra ela.

- Vemos isso depois... Qualquer coisa a gente coloca ela pra servir umas mesas, essa menina tá precisando de ocupação – Santana riu e deu mais um beijo na ruiva e voltou para o sofá.

Esperou até que Jessie saísse e olhou para a loira que tinha um olhar sonso.

- Fabray, você quer levar outro tapa na cara é?

- Pode tentar, eu sempre ganho! – ela cruzou os braços em sinal de desafio.

- Folgada... tá na casa da menina, minha namorada e chama ela de cabeça de fósforo? Dá pra fingir que você é amável pelo menos? – ela deu um empurrão de leve em seu ombro, fazendo a loira rir. – Mais uma bola fora dessas e te arrebento!

- É... pra defender assim você realmente está apaixonada... só tinha visto você assim com a...

- Brittany. Isso mesmo, a garota que agora é a minha melhor amiga que sempre vou amar como tal. Nada além disso. E pare de ficar falando o nome dela todo o tempo. Você gostaria que eu ficasse dizendo o nome do Finn, do Puck toda hora pra você?

- Não... – Quinn tinha a voz mais rouca agora, o olhar firme – Eu não quero lembrar de ninguém.

- Então pare de ser uma vadia e me diz, afinal, o que aconteceu? Ou diz por bem ou vou descobrir na marra!

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Jessie caminhava rumo a lavanderia mais próxima do loft. Ia ouvindo Next to Me nos seus fones (http://letras.mus.br/emeli-sande/next-to-me/traducao.html) e se perdia em pensamentos enquanto prestava atenção na letra. Sentia-se tão feliz com o rumo que sua vida parecia estar levando que nada iria tirá-la do sério. Nem mesmo Quinn sendo indelicada com ela. A coitada deve ser uma mal amada. Tentaria ser legal com ela.

Deixou as roupa na lavanderia e resolveu dar uma volta pelo bairro já que tinha dito que deixaria as meninas a vontade para conversar. Passeava observando as muitas vitrines nas lojas quando uma ideia surgiu e ela entrou numa delas com um sorriso no rosto.

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- E aí Fabray, já enrolou demais! – Santana falava trazendo um lanche pra loira que não queria assumir, mas parecia faminta – Eu já te contei sobre o meu emprego sensual, como conheci minha namorada, como Rach não para de falar do musical que pretende fazer e Kurt... bem continua sendo uma Porcelana. Agora é sua vez de me contar como vai sua vida.

- Foi o que eu disse, está tudo bem, apenas cansada de todas as aulas, rostos falsos... – Quinn dava de ombros, desviando o olhar da latina que mantinha seus olhos concentrados.

- Rostos falsos... quem vê pensa que você também não é assim quando quer! Você fez merda Fabray... e é melhor você falar logo antes que as coisas piorem! – Santana se aproximou mais da amiga no sofá e segurou suas mãos – É sério Quinn, afinal se você me procurou sabe que posso te ajudar com isso, seja o que for. Apenas confie em mim.

A loira respirou fundo. A latina tinha razão, dividir isso com alguém era a melhor coisa a se fazer e ela era a melhor pessoa pra isso. Eram amigas, apesar das cretinices.

- Eu... – Quinn começou

A campainha tocou, assustando as duas. Santana se levantou para atender.

- Deve ser a Jessie... ela saiu sem a chave, aprendeu comigo – ela colocou a mão na maçaneta mas antes olhou pra loira de costas no sofá – Mas não pense que você vai escapar de mim Fabray!

Abriu a porta e deu de cara com Rachel. Assustou-se e sua única reação foi fechar a porta novamente na cara da garota que ia começar a falar alguma coisa.

- A Rachel tá aqui! – a latina cochichou para a loira indicando pra que ela se escondesse e ela correu para o quarto de Jessie.

- Santana que brincadeira idiota! Quase quebrou meu nariz! – Rachel reclamou assim que a morena abriu a porta novamente.

- Não tenho culpa de o seu nariz ser grande e chegar aos lugares primeiro que você! – Santana era boa em distrair e se fingir de besta, se encostou na porta e olhou pra morena menor – Qual é o problema?

- Vim ver se vocês estavam vivas! Não dão sinal de vida... Eu estou sozinha em casa... Kurt não veio, ficou ensaiando lá com o Adam. – ela fez uma cara curiosa - Você disse Fabray quando abri a porta? – Rachel ia entrando, olhando por todos os lados, procurando – Cadê a Jessica?

- Saiu... foi na lavanderia! – Santana andava atrás dela com olhar apreensivo. Achava uma idiotice Quinn não querer que soubessem que ela estava por ali, mas quis obedecer sua vontade.

- E você fala sozinha?

- Já ouviu falar em celular? Eu estava com a Quinn no telefone! – a latina tentava mostrar tranquilidade.

- Você tem falado com ela? – Rachel falava animada – Não a vejo desde o casamento, sinto saudades às vezes... Ela nunca me liga – ela agora tinha uma voz triste – talvez nossa amizade tenha sido uma mentira...

Quinn estava escondida dentro do guarda roupa do quarto e deu um sorriso quando ouviu isso. Também sentia saudade da pequena diva com complexo de estrelismo. Mesmo fingindo não cansava de ouvi-la falar. Se interessava por suas ideias e aspirações, gostava de aconselhá-la. Como será que ela estava? Sentiu-se ridícula quando pensou em onde estava escondida. Não era mais criança, porque tinha que se esconder dos outros? Mesmo assim não teve coragem de sair e continuou ouvindo a conversa, sentindo a alma mais leve. Pelo menos alguém sentia falta dela.

- É raro acontecer, mas às vezes nos falamos! Assim como você ela anda na maior correria em Yale... sei lá, com novos amigos.

- Tem razão, mas não custa nada se lembrar dos velhos! Somos praticamente parentes!

- Parentes Berry? – a latina revirava os olhos enquanto se jogava no sofá.

- Sim... minha mãe biológica adotou a Beth... temos toda uma ligação! – Rachel se sentou no sofá encarando a latina com olhos sonhadores.

- Ai... você tá tão GayBerry agora...

Rachel não teve tempo de responder ao “insulto”, Jessica chegou como um furação já falando, com as roupas passadas e um sorriso no rosto.

- Olá meninaaaas! – olhou pra Rachel no sofá e se assustou – Ué, cadê a Qu...

- Que saudades amor! - Não conseguiu terminar a frase, Santana pulou nos seus braços lhe dando um beijo estalado pra calar sua boca.

- Cadê aquele restinho de purê que eu fiz Santana? Estou morrendo de fome... – ela inventou algo percebendo o olhar que a latina fazia pra ela – Vou guardar essas roupas e já venho conversar com vocês! – deu um oi pra Rachel que ficava cada vez mais confusa.

Quinn continuava espremida dentro do guarda roupa, o primeiro esconderijo a seu alcance. Estava absorta em seus pensamentos, pensando em como tinha sentido saudade da voz de Rachel, seus monólogos infindáveis! Ela soava tão madura da ultima vez que a tinha visto no casamento do Mr. Shue e...

- AHHHHHHHHHHH caralhooo! – Jessica gritou assim que abriu o guarda-roupa e viu a loira espremida dentro dele que também gritou com ela, foi pega de surpresa.

As duas garotas que estavam na sala se assustaram com o grito e correram pro quarto. Deram de cara com a ruiva sentada na beira da cama segurando no peito, se recuperando do susto e Quinn saindo de dentro do guarda roupa toda constrangida.

- Quinn?! – Rachel soltou um gritinho agudo com a surpresa. Não sabia por que, mas se sentiu muito feliz ao vê-la.

- Oi Rach... – a loira olhava para os próprios pés, envergonhada pela situação.

A pequena então abraçou a loira apertado. Não se privava na questão de demonstrar sentimentos. Gostava de mostrar carinho pelas pessoas e não tinha vergonha de fazer o que quer que fosse quando lhe desse vontade. Quinn se deixou abraçar, um pouco relutante no início, mas depois relaxou e enlaçou seus braços ao redor da cintura da amiga, com ols olhos fechados, realmente sentia o abraço.

Jessica e Santana apenas observavam a cena, estavam de mãos dadas sentadas na cama. Os sensores gaydar apitando fortemente. Apenas se olharam com uma cara maliciosa.

- Acho que temos uma missão! – Santana falou bem perto do ouvido da ruiva que assentiu achando a situação muito divertida.