– Sabe o que eu fiz enquanto eu tomava banho hoje pensando em você? – Santana sussurrou com voz sensual bem perto do ouvido da ruiva.

– Com certeza a mesma coisa que eu fiz pensando em você... – ela sussurrou de volta com uma cara travessa, deixando a latina com vontade de agarrá-la ali mesmo.

Imaginar a ruiva nua, se tocando pensando nela, fazia Santana ficar excitada imediatamente. Aquela garota conseguia parecer tão inocente, uma fada! E quando ela falava alguma coisa assim fazia a morena perceber que ainda iria se surpreender muito com ela. Ela podia ser uma fada, mas uma fada bem safada!

Essa noite estavam com sorte e acabaram conseguindo assentos livres para se sentar no metrô. Pegaram um vagão milagrosamente vazio para o horário. Sentaram-se lado a lado, bem grudadinhas, de mãos dadas. Quase ninguém as observava e a morena sentiu-se a vontade para continuar.

– Só me fala... se Kurt e Rachel não tivessem nos atrapalhado, você ia me deixar chegar até o fim? – Santana fazia um olhar sedutor.

– Depende... o que você entende como fim? – a ruiva fez um olhar pensativo a encarando - Por que se for como eu vejo, ainda estaríamos lá no apartamento essas horas e não teríamos chegado no fim!

– Como assim, você é uma máquina de sexo ou o que? – a latina se sentia ainda mais empolgada em pensar nisso.

– Ahhh só vendo, ou melhor... Sentindo pra você saber – a ruiva deu um beijo rápido em seus lábios – A propósito, - ela agora olhou para os lados pra ver se não tinha ninguém ouvindo – eu estava “quase lá” quando a Rachel me assustou daquele jeito! Caramba San... pegar nos meus peitos foi golpe baixo... me derreti toda!

– Huuum... Para de falar isso, senão serei obrigada a começar de onde paramos aqui nesse assento mesmo... esses peitinhos aí estão pedindo pra levar uma apalpada! – ela olhava indiscretamente pro decote da ruiva enquanto passava a mão pela sua perna.

– Ai Jesus... chegamos! – Jessica disse com um suspiro e puxou a latina para fora do metrô – Estamos atrasadas já!

– O dia foi corrido hoje né? – Santana soltou as mãos e se enganchou no braço da ruiva, iam juntinhas. O clima prometia uma noite fria e a latina teve a leve impressão de ver alguns relâmpagos iluminando o céu.

– Foi nada San, a gente que trocou a noite pelo dia e acordou tarde! – ela prestava atenção nos bares por onde passava e vitrines de lojas – E depois teve aquele nosso banquete com Nutella... e mais tarde, huuum melhor nem lembr... Santana? – ela tinha notado que a latina olhava pro céu com uma expressão aflita. Olhou também e entendeu o que era.

– Acho que vai chover... – a morena engoliu em seco, tentando fazer um ar desinteressado.

– Pode ser só uma chuvinha, vamos esperar bebê... Eu vou estar aqui pra você, fica tranquila – agora pararam de andar, estavam quase na porta do Coyote Ugly e ficaram frente a frente.

– É... nada pra me preocupar... – Santana deu de ombros, mas ainda tinha os olhos aflitos olhando para os lados. Não queria encarar a ruiva, mas Jessica segurou nos dois lados do seu rosto de modo carinhoso e os olhos se encontraram.

– Se começar uma tempestade você já sabe... vou te abraçar forte, forte assim – ela abraçou a latina que já começava um sorriso – E você nem vai lembrar de raios ou trovões. Só eu e você, juntinhas! – se separaram com um sorriso – Não esquece disso! Você é uma garota durona! – deu um beijo na ponta do nariz dela.

– Ahh me diz, o que eu faria ou seria sem você aqui em New York? – Santana deu de ombros, tentando não ser muito sentimental, mas sentindo que os olhos começavam a marejar – Já te amo tanto! – ela falou de um jeito tímido, contendo a emoção.

– Não mais que eu! – Jessica novamente a puxou pra um abraço – Pronto, agora, daqui pra dentro você é a Snixx e ai de quem mexer com você! – entraram de mãos dadas no bar.

Realmente pareciam um pouco atrasadas, as garotas já tinham abaixado as cadeiras e conferido o estoque, pois estava reunidas numa rodinha perto do balcão conversando. Tracy estava no caixa, conferindo o troco disponível e acenou para as meninas que foram ao seu encontro.

– Boa noite, desculpe o atraso! – a ruiva se desculpava.

– Que atraso? Estão no horário! Te chamei aqui para... ♫ Parabéns pra você, nessa data querida ♪ – ela começou a cantar sendo acompanhada pelas outras garotas que se aproximavam sorrindo e a cumprimentavam com abraços e beijos – ♪Muitas felicidades, muitos anos de vida ♫ – Parabéns pra você, nessa data querida ... ♫ -

Jessica não sabia onde se esconder morria de vergonha na hora dos parabéns, não sabia pra onde olhar, então encarava todas com um sorriso tímido e as mãos unidas na frente do corpo. Olhava pra Santana que agora vinha lá da cozinha segurando um bolo redondo e colorido e duas velinhas com o número 23 faiscavam em cima dele.

– E pra Jessie nada... – Santana puxou o coro.

– TUDO!

– Então como é que é?! – ela continuava as gargalhadas, vendo a ruiva ficar vermelha como um tomate.

– É pic pic ... é pic é pic é pic! É hora, é hora, é hora é hora é hora, rá-tim-bum! JESSICA, JESSICA, JESSICA!

A ruiva soprou as velinhas sorridente e por um momento lembrou dos seus aniversários no orfanato, apesar de ser partilhado com os aniversariantes do mês, ela se sentia especial, assim como se sentia naquele momento.

Fizeram uma rodinha ao redor de dela e pulavam rindo. Santana esperou que elas terminassem, deixou o bolo em cima de uma das mesas e foi em direção a sua ruiva, dando-lhe um abraço apertado.

– Aniversário sem cantar parabéns e bolo não vale né? – Ela a olhou ternamente quando se separaram. Respirou fundo e pediu a atenção das garotas ao redor.

– Meninas, eu queria dar uma notícia em primeira mão pra vocês! – ela olhou pra ruiva, com carinha de sapeca, colocando a língua entre os dentes – Eu e a Jessie estamos namorando!

– Uhhhhhhhh – Gritinhos das meninas e parabenizações de todos os lados. Santana só lamentou que fosse o dia de folga da Abby, queria que ela estivesse vendo isso, só pra ela ficar com mais raiva e talvez ter outro ataque de loucura.

– Jessie, Santana... – Tracy se aproximou abraçando as duas – Parabéns! – ela agora olhou pra ruiva – pra você, parabéns em dobro! Aniversário e namoro!

– É... foi meu melhor presente de aniversário dos últimos tempos! – ela disse sorridente, olhando pra latina que retribuía o olhar.

– Deus sabe que você merece ser feliz! – Tracy passava a mão nos ombros da ruiva com carinho – Cuida bem dela Santana, sei que você é uma garota especial, assim como ela! Vão se cuidar com carinho né?

– Todo o carinho que eu puder! – Santana enlaçou Jessie pela cintura e a puxou mais pra perto dando um beijo na sua testa.

– Obrigada meninas! Obrigada Tracy! – a ruiva sorria para as amigas. Apesar dos pesares, estava naquele bar a 4 anos, durante muito tempo foram sua única família em New York, agora ela poderia contar com Santana também. – Vocês sabem que são importantes pra mim! – ela olhava nos olhos de cada uma, sentindo-se emocionada – E vamos cortar logo esse bolo antes que os beberrões comecem a chegar!

–Isso aí! - Hailey entregou uma faca pra ruiva – Faça um pedido!

Jessica colocou a faca no bolo, fechou os olhos bem apertados e mentalizou com toda a força que podia “Oh Deus, me mantenha assim feliz como estou nesse momento, durante todos os dias da minha vida!”

Pedido feito, bolo cortado, sorrisos. As portas do bar foram abertas e não demorou para que os primeiros clientes chegassem. Jessie sentiu seu celular tocando entre seus peitos – era lá que ela o “encaixava” para guardar. Era sua mãe.

Bellatrix pediu mil desculpas por não ter ligado mais cedo. O leilão havia sido um sucesso, mas ela estava muito cansada. Quis saber como havia sido seu dia de aniversariante e então Jessie contou brevemente os acontecimentos e a novidade: Oficialmente, ela e Santana eram um casal!

– Ahh eu fico feliz por vocês! E Santana sabe como fazer uma surpresa hein? Cantando pra você! Com certeza foi muito emocionante!

– Sim, você nem imagina o quanto fiquei e ainda estou feliz com tudo isso mãe! – ela falava enquanto observava de longe Santana atendendo alguns rapazes, pura simpatia – Ela é a coisa mais perfeita que poderia surgir na minha vida!

– Tão bom ouvir isso minha filha! Quero você feliz assim! Creio que agora preciso desligar e você trabalhar! Uma grande abraço e um beijo estalado na sua bochecha! Minha filha, meu tesouro! Nunca se esqueça disso! Nunca se esqueça o quanto mamãe te ama!

– Também te amo mamãe! Amanhã nos falamos mais e você me conta sobre esse leilão! Beijos!

Falar com sua mãe fez Jessie lembrar uma promessa que havia feito. Foi até Tracy que estava novamente cuidando do caixa e fez seu pedido. A chefe então chegou em Santana que vinha em direção ao balcão, pegar alguns pedidos.

– Santana, hoje você dança!

– O QUÊ!? – a latina estranhou a ordem – Sério mesmo?

– Um passarinho me disse que você dá conta do recado e não merece ser só uma simples garçonete – ambas olharam pra Jessie que tentava disfarçar, arrumando alguns copos no balcão.

– Mas... sei lá, eu não pensei em nada! – a latina estava feliz e ao mesmo tempo nervosa. Sabia que poderia arrasar naquele balcão mas fora pega de surpresa.

– Bom, você tem 1 hora pra pensar... é suficiente pra escolher uma música né? Qualquer reboladinha que você der naquele balcão vai deixar os marmanjos babando, não se preocupe! – ela deu um tapinha nas costas da latina, a incentivando e se afastou, indo conversar com uns velhos amigos que acabavam de chegar.

Santana sorria sozinha e logo se pôs a pensar no que faria. Tinha que ser algo triunfal, digno de Santana Lopez! Mas antes, tinha que esclarecer algo. Foi em direção a ruiva que a olhava com um olhar furtivo detrás do balcão, segurando o riso.

– Sua putinha! Me pegar assim desprevenida! – ela se debruçou no balcão, frente a frente com a ruiva. Olhos nos olhos.

– Quando eu prometo, eu cumpro! – a latina fez cara de quem não entendeu – Não se lembra do dia que você me perguntou quando poderia dançar no bar? – a latina assentiu, se lembrando e sorrindo – Pois então... eu respondi que seria quando você cantasse uma música pra mim! E assim será feito! – ela deu um selinho rápido na morena – Agora vai lá minha linda, servir o povo sedento!

– Sedento? Sedenta to eu aqui, te olhando! – ela fez um olhar sedutor – Delícia! - ela sorriu ao ver a ruiva revirar os olhos e saiu, matutando o que ia dançar.

A noite passava rápido. Jessica servia as mesas e por sorte, por enquanto não tinha cruzado com nenhum engraçadinho tarado a forçando a pegar em seu pinto molengote. Revezava com as outras garotas, uma hora servindo no balcão, outra ficando no caixa. Nesse momento estava anotando um pedido numa das mesas.

Estava distraída com o trabalho quando ouviu Tracy no microfone:

– E agora, vocês terão a honra de pela primeira vez, ver Snixx, nossa latina de sangue quente dançar pra vocês!

O bar silenciou, estavam curiosos. Jessie respirou fundo e ficou na expectativa como todos estavam. O que essa latina ia aprontar?

Então a música começou a tocar e a ruiva viu que não ia prestar! Ficou paralisada onde estava, entre algumas mesas, bandeja na mão e coração na boca.

http://letras.mus.br/rihanna/1753664/traducao.html#legenda

Na na na na

Come on

Na na na na

Come on

Na na na na na

Come on

Na na na na

Come on, come on, come on

Santana subiu no balcão com uma calça de couro super colada, botas e um corpete preto com detalhes de renda em vermelho que sabe-se Deus onde ela tinha arranjado.

Feels so good being bad (Oh oh oh oh oh)

É tão bom ser má (Oh oh oh oh oh)

There's no way I'm turning back (Oh oh oh oh oh)

De jeito nenhum vou voltar atrás (Oh oh oh oh oh)

Now the pain is my pleasure cause nothing could measure (Oh oh oh oh oh)

Agora a dor e o meu prazer porque nada pode medir (Oh oh oh oh oh)

A latina deslizava as mãos pela lateral do seu corpo, tinha um olhar fatal e parecia sentir a música pulsar em suas veias. O pessoal próximo ao balcão ia a loucura ao ver a garota sensual. Jessica não ficava atrás, estava de queixo caído. Puxou uma cadeira livre numa das mesas e se sentou para assistir. Os 2 homens que estavam na mesa só observaram a ruiva apoiada numa das mãos, com olhos perdidos.

Love is great, love is fine (Oh oh oh oh oh)

O amor é ótimo, o amor é bom (oh oh oh oh oh)

Out the box, outta line (Oh oh oh oh oh)

Com criatividade e sem limites (Oh oh oh oh oh)

The affliction of the feeling leaves me wanting more (Oh oh oh oh oh)

A aflição do sentimento me deixa querendo mais (Oh oh oh oh oh)

A latina sentia seu coração disparado enquanto dançava. Era eletrizante ver todas aquelas pessoas olhando para ela, deixá-las hipnotizada lhe causava uma excitação inexplicável. Ela se sentia no poder. Em alguns momentos seu olhar cruzava com o de Jessie que estava de boca aberta e isso a deixava mais animada a continuar. Aquela apresentação era pra ela e Santana sabia que ela havia entendido a “homenagem”.

Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it

Porque eu posso ser má, mas eu sou muito boa nisso

Sex in the air, I don't care, I love the smell of it

Sexo no ar, eu não me importo, eu amo o cheiro

Sticks and stones may break my bones

Paus e pedras podem quebrar meus ossos

But chains and whips excite me

Mas correntes e chicotes me excitam

Santana caminhava pelo balcão, rebolava com cara de quem estava se sentindo ótima. Abaixou sensualmente, debruçando-se mostrando seu decote avantajado, pegou uma garrafa de bebida e a virou um pouco afastada da sua boca, deixando alguns respingos escaparem, derramarem por seu pescoço, parando no vale dos seios. E depois, com uma cara de satisfação começou a servir alguns copos. Os clientes jogavam notas de dólares no balcão, estavam surpreendidos com a performance.

Na na na na

Come on, come on, come on

I like it-like it

Come on, come on, come on

I like it-like it (Na na na)

Come on, come on, come on

I like it-like it

Come on, come on, come on

I like it-like it

S-S-S and M-M-M

S-S-S and M-M-M

Jessica observava aquela latina que parecia estar possuída por alguma entidade cheia de luxúria. Não esperava que ela fosse se soltar assim na sua primeira performance na frente de vários marmanjos. Com ela foi diferente, custou tempo para ela se sentir a vontade. Santana tirava de letra, o sangue quente corria nas veias, a sensualidade pulsava no ambiente. Olhou para os clientes sentados ao seu lado e não resistiu a provocação:

– Gostosa né? – os homens se espantaram com o que ela disse, mas mesmo assim concordaram – É a minha namorada! – Jessica disse orgulhosa para eles que ficaram boquiabertos.

Queria gritar isso para o mundo! Nem ligava mais pra o que pudessem pensar disso.

Oh, I love the feeling you bring to me, oh you turn me on

Ah, eu adoro a sensação de que você me traz, oh, você me excita

That's exactly what I've been yearning for, give it to me strong

É exatamente o que eu desejo, dê pra mim com força

And meet me in my boudoir, make my body say ah ah ah

E me encontre no meu quarto e me faça dizer ah ah ah

I like it-like it

Eu gosto, eu gosto

Santana voltou a ficar em pé e olhava para a ruiva nesse momento. Ela queria sua namorada assim, no seu quarto, se entregando com força, totalmente pra ela. Imaginar isso a deixava mais empolgada e a fazia caprichar mais nos movimentos.

Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it

Porque eu posso ser má, mas eu sou muito boa nisso

Sex in the air, I don't care, I love the smell of it

Sexo no ar, eu não me importo, eu amo o cheiro

Sticks and stones may break my bones

Paus e pedras podem quebrar meus ossos

But chains and whips excite me

Mas correntes e chicotes me excitam

Na na na na

Come on, come on, come on

I like it-like it

Come on, come on, come on

I like it-like it

S-S-S and M-M-M

S-S-S and M-M-M

A latina terminou a música, respiração ofegante. Olhou para o ponto onde Jessica estava e não a encontrou mais. Desceu do balcão agradecendo e soprando um beijinho para os homens que iam a loucura e queriam pagar muitas bebidas pra ela. Mas sua preocupação era onde sua ruiva estava. Aceitou alguns goles de tequila, agradeceu e rumou para o quarto de estoque, para colocar sua roupa “de serviço”. Aquela que vestia era da Hailey e estava lá de reserva. Por sorte, havia servido.

Entrou no corredor rumo ao quartinho, lá era mais silencioso e ela pode ouvir um trovão. Fechou os olhos e respirou fundo, torcendo para que fosse apenas uma chuvinha rápida, estava distraída olhando pela pequena janela acima da sua cabeça tentando ver a chuva quando uma mão puxou seu braço a tirando do rumo. Antes que ela pudesse falar alguma coisa, seu corpo estava contra outro, encostado na parede e sua boca foi tomada com vontade por uma ruiva aparentemente muito assanhada.