Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O horário que Santana escolheu para utilizar o transporte público não foi o melhor. O vagão estava bem cheio e ela teve que ficar em pé. De frente para um velho, que assim que viu a “paisagem” parada a sua frente abriu um sorriso banguela e safado.  Como sempre havia alguns engraçadinhos que a faziam ouvir piadinhas idiotas ou machistas. Sempre que a latina ouvia alguma piadinha ela tinha vontade de socar a face do idiota! Não, melhor, socar o brinquedinho que ele tinha no meio das pernas. Ela não estava vestida e nem com cara de quem estava dando abertura para gracinhas. Mas o que mais a irritava eram os caras que passavam se esfregando na bunda dela, sendo que o metrô nem estava tão cheio assim, Por sorte em 5 minutos ela estava na estação próxima ao Bar e saltou agradecidamente porta afora.

O bar já estava com um certo movimento quando ela chegou na frente. Olhou para a fachada, respirou fundo, olhou no relógio: 19:10 h. É, hora de encarar o que o futuro pode proporcionar. A latina entrou e observou que algumas mesas já estavam com clientes, outros no balcão tomando sua cerveja então avistou a loirinha peituda que a havia recepcionado no outro dia atrás de dele. Caminhou até a moça que a viu e sorriu mas continuou seu trabalho. Santana estava um pouco deslocada e não sabia o que fazer, foi então que a garota ruiva que ela tinha visto no outro dia passou por ela com uma bandeja e a latina puxou o braço dela, chamando sua atenção. A moça estava distraída e acordou do devaneio olhando espantada para Santana. Logo ela deve ter se lembrado da morena e um semblante de reconhecimento apareceu em seu rosto.

- Heeey, você veio mesmo! – ela disse sorrindo para a latina

- Sim... eu não deveria? – Santana estava confusa e se perguntava se estava fazendo a coisa certa.

- Não sei...o que você acha? – A Ruiva respondeu e vendo a cara de confusa da morena explicou – É que eu e as outras meninas achamos que você estava meio hesitante naquele dia e nem voltaria como a Hiley tinha te orientado.

- Bom, eu preciso tentar, preciso de um emprego. E talvez fosse uma boa forma de começar e entrar no circuito de New York.  Você pode me ajudar a encontrar alguém com quem eu possa conversar? A responsável, gerente, sei lá... – Santana observava a garota enquanto falava e começou a reparar que ela era bem atraente. Tinha a mesma altura, ela tinha um corpo legal. Curvilíneo, com olhos verdes cor de esmeralda que combinavam perfeitamente com os cabelos acobreados e ondulados que estavam soltos e caíam um pouco abaixo dos seios.

Nada mal...

-... porque ela não está nos melhores dias, mas eu posso te ajudar nisso. Vem aqui que te explico – A moça parou de falar quando percebeu que a morena a sua frente parecia distante da conversa. Estralou os dedos na frente e ela pareceu acordar – Hey, vou  ouviu o que eu estava falando? Pra onde você viajou hein? – Disse sorrindo.

Santana pareceu acordar com o estralo e sentiu as maçãs do rosto esquentarem e com certeza estavam vermelhas: - Desculpe eu acabei me distraindo... ir aonde? Vai me explicar o que?

- Venha até o escritório que eu te explico. – Indicou com a cabeça uma porta no fundo do salão e foi andando em sua direção com Santana em seu encalço. – Hiley olha a minha seção por mim, já volto! Onde a Susan está? –

Santana pode observar que essa ruivinha era bem experiente no bar e as outras garotas recebiam as ordens dela de bom grado. Ela deveria ser legal. Ela precisava de alguém que a situasse no local e ela seria ideal. Santana estava absorta em pensamentos novamente quando percebeu que a moça falava com ela.

- A propósito, garota distraída, qual o seu nome? – ela encarava a latina com aqueles olhos verdes brilhantes.

-Santana. Sou de Lima, Ohio. E qual é o seu, moça educada que vai me ajudar? – a morena sorriu e viu que estava cativada por aquela garota. Estendeu a mão para um comprimento.

- Eu sou a Jessica, trabalho aqui a 3 anos e sou do Brasil, caso você ainda não tenha percebido meu sotaque de estrangeira. – Ela estendeu a mão e concluiu o aperto.

Sotaque? Quem repara em sotaque...olhos verdes, sardas, cabelos de fogo... – Santana mais uma vez se perdia em pensamentos mas logo emendou:

 - Achei que as garotas do Brasil eram morenas de sangue quente latino como o meu. 

- Algumas são, mas às vezes algumas saem com defeito de fabricação e resultam em coisas como eu – Jessica sorriu e piscou pra latina que sentiu seu coração bater um pouco mais rápido. Uau! Fazia tempo que isso não acontecia...

Entraram no escritório, um lugar simples. Com uma escrivaninha, um armário de arquivos, um sofá e uma poltrona no canto do cômodo. Jessica indicou o sofá para Santana sentar e sentou-se a sua frente, na poltrona.

- Acho que aquela hora que falei com você , você não estava prestando muita atenção, então vou repetir. A dona desse bar é a Tracy junto com o Rob, seu ex-marido. É ela quem gerencia, enquanto ele só quer saber de pegar os lucros. Mas isso não vem ao caso. Enfim, hoje ela não pode vir, como a Hiley te disse ela estava num encontro de bares  e acabou exagerando na bebida, o que não é nenhuma novidade atualmente. Dessa vez a ressaca está durando mais que o esperado e ela nem veio trabalhar. Geralmente ela é bem responsável e preocupada com o bar, mas ultimamente com os tramites do seu processo de divórcio correndo, ela anda um pouco alheia aos negócios. Eu estou aqui a 3 anos, como já lhe disse, então ela confia em mim para resolver e cuidar do lugar quando ela não pode. E estou fazendo o máximo para corresponder às expectativas dela.

Santana acenou em sinal de entendimento e a ruiva continuou:

- Em casos de contratação de garotas eu nunca me meti, a Tracy tem olhos mágicos pra isso e não sei se é uma boa passar por cima da sua autoridade. Em casos normais eu pediria pra você voltar depois, mas você parece ser uma garota bem durona que sabe o que quer e algo me diz que você iria conseguir um voto de confiança dela. Além do que, ela não anda com bom humor ultimamente e não seria ela uma boa ideia te colocar para encará-la. Então, oficialmente você está de experiência no bar. Como é o inicio você vai receber 30 dólares por dia trabalhado. Você vai servir e limpar as mesas por enquanto. E eu espero que você tenha 21 anos para procurar esse emprego.

Vendo a cara de culpa da latina ela completou em tom de cumplicidade: - Ou uma carteira de identidade falsa. Se você não contar também não conto. São tempos difíceis esses...

Santana concordou e tentou se explicar: - Eu realmente preciso disso, já tenho 18 e sei me virar muito bem. Não bebo e  serei responsável, você não terá problemas quanto a isso.

- Espero que sim! Bom, por enquanto vou fazer vista grossa. Depois pensamos em algo. Mas não diga as outras meninas, elas podem ficar de marcação com a “novata”. Você será nossa  garçonete estagiária.

- Mas e a dança? Vocês não dançam no balcão e fazem toda uma apresentação?

-Sim, fazemos isso, mas primeiro você tem que mostrar que está pronta para encarar os tarados bêbados e passar pela prova de fogo que é ser garçonete. Não leve pelo lado pessoal, eu demorei cinco longos meses para ser “promovida”. E não vou te desanimar, mas toda semana aparecem moças como você dispostas a trabalhar e prontas pra encarar qualquer coisa. Mas é só o primeiro espertinho querer passar a mão nelas ou ter várias mesas pra servir, algum cliente sem educação brigar que elas caem no choro e voltam correndo pra saia da mamãe. Não estão acostumadas com o estilo nova-iorquino sabe...  Mas você é durona, vou te dar meu voto de confiança! – Ela se levantou e estendeu a mão pra Santana levantar. – Alguma dúvida?

- Nenhuma por enquanto. Obrigada por essa oportunidade. Você vai ver, o Coyote vai tremer com Santana Diabla Lopez. Quem vem de Lima Heights Adjacent  não decepciona! – Santana diz isso enquanto se levanta e estufa o peito.

Jessica ri enquanto faz um check list inconsciente do corpo da latina notando seu corpo torneado e a linda pele morena que ele tinha, e cora ao perceber o que fazia, mas logo pensa que era o seu trabalho, avaliar o corpo das garçonetes, afinal elas precisavam ser atraentes e com certeza Santana atendia a esse requisito.

 - Gostei do seu segundo nome!  - dá uma piscadela – Vem, vou te dar um uniforme e mãos a obra que aqui tempo é dinheiro.


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