Visão do personagem Davis (Novo Universo)

Não estava certo sobre tê-la em nosso time, conhecia-a há pouco tempo e ela apesar de ser uma garota simpática às vezes ela se mostrava um tanto instável. Elizabeth Tushino era seu nome, uma garota linda, mas não era aquela beleza angelical e fofa como a de Carly, era uma beleza sombria e feroz, como a de uma pantera negra. Eu pensei ter feito uma boa escolha ao chamá-la para a equipe, Carly como sempre fora simpática e não demorou muito para se tornar amiga dela,e ela também fora muito legal e simpática comigo, mas quando viu o Mike... ela mudou por completo, assim como ele.

Ambos se entreolharam de forma sombria, mesmo quem estava longe sentiu a intenção assassina que emanava de ambos, nossa sorte fora que já estávamos longe do castelo quando eles se viram se não era bem provável que daria confusão com os ouros Slayer e com o castelo. Era como se um quisesse matar o outro apenas por dividirem o mesmo espaço, se eu não soubesse que Mike nunca a teria visto poderia jurar que aquela garota havia dizimado todos aqueles que ele amava, aquele ódio todo não era algo natural e não demorou muito para que a aura deles aparecessem. Mesmo sabendo que tanto Mike quanto ela eram Slayers de classe “A-” as suas auras parecia ser de criaturas de ranking “S”, algo que deveria ser impossível, era um poder imensurável, bruto e feroz carregado de sede de sangue e ódio. Confesso que fiquei com medo nessa hora, aquilo não era nenhum pouco normal, até mesmo para Slayers mas eu temia não era de medo em si e sim de que ambos se matassem em uma luta feroz, felizmente Carly estava lá e como sempre, com seu jeito único e irreverente de ser, conseguiu acalmá-los, mas mesmo assim eles ficaram se encarando e discutindo pela metade do caminho, soltando xingamentos e palavrões em meio as ameaças de morte.

–Chega! -berrou Elizabeth apontando para Mike. -Me recuso a estar na mesma equipe que ele!

Elizabeth tinha longos cabelos vermelho-escarlate que eram lisos e sedosos, eles balançavam conforme o ritmo do vento roçando em sua cintura, seus olhos pareciam lindas safiras, tão azuis e profundas quanto o fundo do mar, sua boca era fina e naturalmente rosada, ela não usava nenhum tipo de maquiagem e parecia nunca ter usado, aparentava ter 16 anos, mas seu corpo era anormalmente desenvolvido para sua idade, seus seios fartos pareciam ainda maiores devido à jaqueta negra de couro que estava extremamente colada ao corpo. Ela usava uma calça escura de um material que parecia ser leve, que também estava colada em seu corpo realçando cada uma de suas curvas. Seu coturno negro fazia um barulho a cada passado dado naquela montanha.

–Calma, calma Eli, não há motivo para agir assim não é? Mike seu idiota, peça desculpas para ela agora seja lá o que você fez. - Enterviu Carly.

–Não fiz nada. Absolutamente nada sua coisa pequena! Essa garota que é louca, quem não suporta estar na mesma equipe que ela aqui sou eu. - disse Mike que como sempre cometia o mesmo erro de sempre.

–Co...coi...coisa...pe...pe...pequena? Você não disse isso Mike. Corre. Agora. - disse Carly nervosa, era uma garota simpática e amigável, mas quando falavam do seu tamanho...

–Calma, calma ae pessoal. Não tem motivo pra isso não é? Carly, pare de torcer o braço do Mike, por favor. - disse tentando acalmar a todos.- E Elizabeth, Mike, não sei o que rolou entre vocês no passado... se foram namorados ou coisa do tipo mas...

–NAMORADOS?! - berraram ambos furiosos ao mesmo tempo. - NUNCA!

–Não sou namorada deste traste nunca fui e nunca vou ser! -disse Elizabeth claramente ofendida. -Na verdade nunca o vi na vida fora hoje!

–Espere. Vocês não se conhecem e já querem se matar? - perguntei incrédulo.

–Pensando bem. -completou Carly, que só agora começara a soltar o braço de Mike. - eu não tinha pensado nisso até agora. Se isso é verdade porque vocês estão agindo como idiotas um com os outros?

–Bem... eu não sei. Só a odeio. - confessou Mike. -não é como se ela tivesse feito algo contra mim,...só quero matá-la.

A forma como Mike disse aquilo me assustou de certa forma, ele não era do tipo violento principalmente com garotas, mesmo Carly batendo nele e pregando peças constantemente nunca o vi estender uma única mão para ela e agora agia assim, ainda mais com uma estranha que nunca viu.

–Sinto-me da mesma forma, eu só não suporto a presença dele perto de mim. É como uma urgência em matá-lo, como se matar ele fosse a missão mais importante de minha vida. - disse Elizabeth um tanto quanto confusa, como se questiona-se a si mesma sobre o ocorrido.

–Viu! Isso não tem sentido, parem de brigarem e sejam amigos, ok? - disse Carly segurando Ambos pelos braços obrigando-os a darem as mãos, uma tentativa falha pois tudo que fizeram foram olhar um para o outro e dizerem desculpas, depois disso o caminho ficou silencioso, exceto por Carly que volte meia cantarolava algo que deveria ser uma canção.

A montanha que toca o céu, esse era o nome popular do Ninho da águia, o lugar de nossa missão. Antigamente era um pequeno vulcão que havia perdido seu “fogo” há muito tempo, agora nada mais era do que uma montanha com uma enorme cratera no meio. Era o lar de Cloudubh, o rei dos grifos, ninguém nunca o viu direito, sabemos apenas que ao contrário dos outros grifos, que tem a parte de águia branca e a de leão com a cor amarronzada comum, este é negro, tanto a parte de águia quanto a parte de leão ele é conhecido por ser extremamente orgulhoso e preguiçoso, parecia nosso rei nos fins das contas. Pelo visto não importa se é criatura ou humano... ter o poder de um rei deixa-os preguiçosos e arrogantes.

Era tarde, o sol já estava se pondo quando chegamos perto do local, tanto Mike quanto Elizabeth disseram que ficavam fracos durante o dia por isso decidimos só entrar em combate quando a noite caísse, o que provavelmente iria se mostrar um erro já que nosso inimigo era negro como a noite do céu noturno. Mas não poderia simplesmente fazê-los correrem riscos a toa , independente de quão forte fosse nosso inimigo sei que iríamos dar conta, o trabalho de equipe entre eu, Mike e Carly era praticamente perfeito e Elizabeth também era muito forte.

Enormes árvores trilhavam nosso caminho, com seus troncos marrons e folhas verde-escuro que balançavam e assobiavam devido ao vento morno que acariciava nossos rostos, as nuvens pareciam se fechar a cada passo dado, tingindo o azul do céu com um cinza escuro, não demoraria a começar a chover isto era algo claro. O chão no qual andávamos era completamente de barro, coberto por restos de folhas e pequenas pedras que faziam barulhos irritantes quando pisávamos nelas, leves cortinas de poeira levantavam-se quando nossos pés tocavam o chão, principalmente agora que andávamos mais apressadamente.

Olhei para Mike, era um garoto estranho, seus cabelos eram tão negros quanto a própria escuridão, eram relativamente grandes e sempre estavam bagunçados, sua pele era branca, era um garoto forte, não chegava a ser musculoso, mas era forte, ele tinha seus caninos levemente avantajados o que fazia com que sempre aparecessem quando falava ou sorria, seus olhos azuis eram muito semelhantes ao de Elizabeth mas eram um pouco mais claros. Ele tinha um rosto calmo e alegre, apesar de passar a maior parte do tempo perdido em pensamentos.

–Estamos quase lá. - disse Mike já a frente. - Fiquei tanto tempo perdido em pensamento que não vi que já estávamos perto do ninho, da mesma forma que não percebi que a escuridão já tomava conta do céu, já era de noite pude perceber.

–Então mãos a obra pessoal. - falei assim que cheguei ao topo.

A visão era algo incrível, simplesmente de tirar o fôlego, lá em baixo podíamos ver a enorme floresta cujas folhas pareciam negras agora e que alternavam entre o marrom do chão dando um contraste elegante, lá em frente via-se o riacho cortar as árvores como se uma enorme serpente azul estivesse em busca de sua presa que adentrara a floresta, o céu noturno estava completamente escuro com as nuvens cinzas agora escurecidas, e a linda lua brilhava branca e lindamente enquanto nuvens invejosas passavam em sua frente tentando sobrepujar seu brilho.

Olhei mais em baixo e vi o Ninho da águia, era como se fosse uma tigela cinza inclinada para dentro e feita de pedras lisas, uma cratera que outrora estaria cheia de lava, o fundo parecia ter pouco mais de 30 metros não era exatamente um ninho, parecia-se mais um cemitério, um cemitério humano por sinal, esqueletos de criaturas e humanos se misturavam lá em baixo, o cheiro fétido de morte preenchia nossas narinas, ainda havia criaturas recém-mortas no local, com seus corpos mutilados como se estivessem separados para serem divididos entre os terríveis habitantes, ver aqueles rastros de carnificina provava que o adversário era forte, acontecesse o que acontecer voltaríamos todos vivos, irei me certificar disso. Apesar de tudo estava vazia, para nossa sorte nenhuma criatura estava lá.

–Vamos nos esconder. - disse Elizabeth em um tom de urgência. -Está ouvindo isso não é garoto?

–Eles estão vindo ouço o som de suas asas a bater pela distancia e velocidade com que se aproximam temos cerca de dois minutos. - respondeu Mike, essa certeza toda não era uma surpresa, ele era unido a um dos mais poderosos lobisomens e ainda era lua cheia, fora que, ele já havia desembainhado sua espada, seus olhos normalmente azuis encontravam-se dourados seus dentes agora eram fileiras de caninos pontiagudos assim como suas unhas tornavam-se garras.

–Vamos lá então, isso será divertido não acham? - perguntei retoricamente, estavam todos muito tensos para responder até Carly estava tensa afinal ela sempre achou grifos criaturas lindas e magníficas e sabia que para concluir a missão teria de manchar seus ninhos com seu sangue.

Não demorou muito para eles chegarem, Mike estava com cara de enjoado, o cheiro de morte era forte ali e devido ao seu olfato ser super apurado deveria estar sendo algo difícil para ele.

–Cheiro bom não é Mike? - perguntei ironicamente.

–Apenas vá se ferrar, esquentadinho. -disse ele com um pouco de dificuldade.

–Calem-se eles vão nos escutar! - disse Carly, quase berrando.

–Carly... você sabe o que fez não é? - perguntou Elizabeth, cuja a barriga fazia um barulho um tanto alto agora, parecia estar roncando, ela estava morrendo de fome percebi.

–É...bem...eu mandei eles se calarem. -disse ela sorrindo mas logo abaixou a cabeça com um ar de desculpa.- um pouco alto de mais.

–Ora, ora, ora. Temos visitas...visitas mal-educadas por sinal. -disse uma voz animalesca, era um dos quatro grifos que estavam ali, eles pareciam estar escondendo alguma coisa, uma presa talvez.

–É mesmo não? Eu, particularmente não me lembro de tê-los chamados. - disse o grifo maior, cujos olhos amarelos destacavam-se na escuridão acinzentada dentro do ninho, sua pelugem negra era visível até mesmo ali, o rei dos grifos resolveu dar as caras.

–Como não?! Sinto-me ofendido por ter se esquecido de nós, achei que éramos amigos Cloudubh, você não lembra?! Você convidou a mim e meus amigos antes de ontem enquanto lanchávamos na lanchonete aqui do lado e nos perguntávamos como você conseguia ser tão feio. -disse para ele em um tom de desafio. Isso me rendeu um sorriso ou parecia ser, não sabia direito, afinal ele tinha cabeça de águia.

–Olhe o jeito que fala com nosso rei seu merda. Vou matá-lo se você...

Antes que pudesse dizer qualquer outra palavra o grifo já se debatia com algo negro e branco em seu pescoço, era Elizabeth percebi, ela estava com os dentes presos na julgular da águia, sua pele desprovida de cor agora estava manchada com o sangue que jorrava do pescoço rasgado da criatura.

–É... acho que ela estava com um pouco de fome. Lembre-me de alimentá-la quando chegar em casa. - disse Carly perplexa com a cena.

–Que cruel Carly. Ela não é um bichinho de estimação, apesar de ser uma gatinha. - falei ironicamente o que me rendeu uma risada de Mike e um tapa de Carly seguido de uma olhada feia da qual não entendi o motivo.

–Acho que temos de ir agora não é? - disse Carly desembainhando sua arma, seus cabelos castanhos da altura de sua cintura balançava levemente e em sua mão repousava a sua seigen. - deixe de ficar contemplando a beleza da Eli e vá se preparar garoto, precisamos do seu suporte.

–Vamos, então. -disse Mike.

–Eca, grifos tem gosto ruim, acho que até merda deve ser melhor. -disse Elizabeth cuspindo no chão. Ela agora estava agora perto de Carly, com seu rosto avermelhado pelo sangue parecendo uma máscara demoníaca de sua baça escorria o néctar da vida, pingando de pouco em pouco enquanto ela tentava tirar as penas de sua boca. O grifo por sua vez estava caído no chão frio e cinzento do local,com um enorme buraco no pescoço aberto de forma bruta e animalesca, sangue ainda jorrava de seu corpo já inanimado.

–Malditos...como ousam fazer isso ao meu irmão! - protestou outro grifo que agora estava posto a frente de seus parceiro em posição de batalha, fúria e ódio faziam seus olhos brilharem como fogueiras acesas em uma caverna escura.

Ele avançou, cego pela raiva e por isso cometerá seu primeiro erro, Carly correu e girou no ar como uma bailarina fazendo um movimento perfeito e despreocupado no momento exato em que o grifo saltou tentando abocanhá-la e antes de completar o movimento Carly cravou a espada na costela do grifo e usou toda sua força para finalizar o golpe, cortando-o de dentro para fora em um corte horizontal que percorrera de um pouco antes de seu ombro até a ponta de sua traseira, fazendo jorrar sangue no chão. Pronto, menos dois grifos no fim não havia com o que se preocupar.

A risada ríspida do rei dos grifos me deixou perplexo, ele devia estar furioso, certo? Logo após rir ele olhou para Carly, depois para Elizabeth e logo disse:

–Vocês são boas hein? É uma pena que esses sejam os grifos mais fracos que tenho sobre meu comando, iria matá-los amanhã de qualquer jeito, você me poupou trabalho garota, eu poderia lhe agradecer porém... eles eram meus servos e também minhas presas, você tirou isso de mim, e eu odeio perder qualquer um dos meus pertences, pagaram com suas vidas. Afinal vocês devem ser presas mais divertidas de caçar. Vá, Ugrium, mostre a eles o poder de um grifo de verdade.

Segundos depois a besta começou a voar ameaçadoramente e não demorou muito para descer em um vôo rasante, Elizabeth saltou para o lado quase que tarde de pois, por poucos centímetros não teve o braço direito devorado. No meio do ataque Carly tentou acertar o grifo, mas sua espada bateu inutilmente no copo do grifo deixando apenas um pequeno arranhão.

Na mesma hora eu retirei minha seigen, um arco e flecha dourado com desenhos de chamas tribais vermelhas que se destacavam pelo formato como se estivessem consumindo totalmente o arco. Logo saquei uma flecha e disparei contra a cabeça do grifo negro, a flecha foi forte o suficiente para atravessar uma parede comum, mas para minha surpresa bateu em sua cabeça e ricocheteou, sem nem mesmo parecer incomodá-lo.

–Isso sim que eu chamo de cabeça-dura. - brinquei.

–Ele é um guerreiro de alta patente, meu general, melhor dizendo, nossas penas e pelos são resistentes o suficientes para não poderem ser cortadas por espadas, flechas ou quaisquer coisas do gênero, não somos como esses seres patéticos que morrem com um simples golpe ou uma mordida dessa garota-animal. Sinto lhe dizer mais esse serão seus túmulos. E como estou com sono e você me irritou, tenho um presente para você meu garoto.

Logo após dizer isso ele emitiu um grito de águia e logo nós vi cercados por grifos, todos nas bordas do ninho, nos encarando, uns com fome, outros com determinação mais a maioria estava apenas ansiosa por ter mais presas.

–Vejamos como se saem ao enfrentar oito grifos que não podem ser cortados ou perfurados por suas armas.