Ele andava na minha direção calmamente, seus olhos encontraram com os meus e eu sabia que ele havia me reconhecido, Edward ainda mantinha sua mão na minha cintura, notando como meu corpo estava rígido me apertou mais nele.

-Isabella. –Ele me cumprimentou, ao seu lado quem eu nem tinha notado, meu diretor.

-Sr. Black. –Eu disse.

-Vocês se conhecem? –O diretor questionou e Edward também me olhou.

-Sim, eu e a Srta. Aqui nos conhecemos de anos atrás. –Black disse me avaliando.

-O Sr. Black foi meu psicólogo por anos.  –Eu disse mordendo a boca, apenas ele e o médico daquela noite sabia do que meus pais não sabiam, não poderia correr o risco de ter alguém do meu passado invadindo meu futuro assim, apesar de tudo Black era um profissional nunca contaria nada para ninguém.

-Que eu mal pergunte o que o senhor faz aqui? –Edward questionou.

-Serei o novo psicólogo da escola.  –Ele disse e sorriu para Edward. –Isabella tenho certeza que Renesmee adorará revê-la.

-Adoraria falar com sua esposa novamente, nos vemos por ai Sr. Black. –Eu disse e puxei Edward dali.

-Está tudo bem? –Ele questionou e eu ri.

-Desculpa. –Eu disse. –Eu não gosto disso, ele sabe tudo sobre mim, é uma boa pessoa, um profissional e tanto, mas não gosto de pessoas do meu passado, não quero que nada venha a tona, vocês sabem, mas não quero que o resto saiba.

-Tenho certeza que ele não dirá nada. –Edward disse e me deu um selinho, depois fomos para aula.

 Sentada a mesa do refeitório com meus amigos, minha mente vagava para longe dali, me questionei se teria que voltar a me consultar com Black, provavelmente sim, todos deveriam, por causa do ultimo atentado a escola.

-O Sr. Black se encontra? –Questionei a secretaria.

-Sim, quem é você? –Ela questionou rolei meus olhos, odiava o fato de Jacob ter mudado de secretária.

-Isabella Cullen, diga que preciso falar com ele imediatamente. –Eu disse, ela pegou o telefone e começou a falar com ele enquanto eu roía minhas unhas, eu não tinha horário com Jacob hoje, mas foda-se eu precisava falar com ele, além de meu psicólogo era meu amigo.

-Ele disse para que entrasse. –Ela disse e eu segui para a sala de Jacob as presas, Renesmee sua esposa estava sentada em um sofá e ele ao seu lado, Renesmee se pôs de pé ao me ver, me abraçou docemente e sorriu para mim.

-Eu estou indo, melhoras Bella. –Ela disse e eu não pude deixar de sorri para ela, Nessie tinha essa áurea de bondade que a rondava.

-O que ouve Bella? –Jacob questionou, me sentei no divã  e respirei fundo.

-Eu quero parar Jacob, juro que quero mais não consigo. –Eu disse com lágrimas rolando pelos olhos.

-Nós já conversamos sobre isso Bella. –Jacob disse. –Eu te disse que as drogas só vão acabar com você cada vez mais.

-Eu tento, mas sempre que vejo o Marcos usando, eu não consigo resistir. –Eu disse chorando, Jacob saiu da sua cadeira e acariciou meu cabelo, deixando de ser meu psicólogo para ser meu amigo, ele secou minhas lagrimas e sorriu calmamente.

-Então não acha que é hora de se afastar desses amigos? De Marcos e tudo isso? –Ele disse.

-O que quer dizer com isso? Estudamos na mesma escola, não da para afasta-los. –Eu disse tentando segurar as lagrimas.

-Por que não vai ficar um tempo com seu pai? –Ele questionou e eu o olhei nos olhos, não seria lá uma péssima ideia, a não ser pelo fato dos meus pesadelos, pelo fato de que meu pai tinha outra família agora.

-Não sei, levar toda essa bagagem de emoções para a nova família dele, faze-los passar por tudo isso. –Eu tremia e ele segurou firmemente meus ombros.

-Bella, a decisão é sua, mas eu realmente acho que seu pai está necessitando passar por isso, ele se sente impotente e você sabe disso, ele quer poder te ajudar, talvez saindo daqui, da onde seus pesadelos criaram vida você consiga esquece-los, supera-los. –Jacob me olhou nos fundos dos meus olhos e aquilo foi o que eu precisava para saber que ele estava certo.

-Eu vou sentir sua falta. –Eu disse o abraçando.

-Eu também! –Ele disse.

-Bella. –Ouvi a voz de Alice e levantei os olhos a mesa toda me olhava.

-Desculpa, minha mente estava longe agora.  –Eu disse.

-Percebemos. –Rose disse.

-Esta tudo bem? –Emmett questionou e eu sorri.

-Sim, tudo em seu devido lugar. –Eu disse calmamente e encostei minha cabeça no ombro de Edward, ele passou o braço por minha cintura calmamente.

 Ultima aula, caminhávamos em direção ao auditório onde o diretor havia marcado uma reunião de ultima hora, já sabíamos sobre o que era, ou pelo menos imaginávamos, eu e Edward estávamos de mãos dadas quando vimos Tânia e Victória ladeadas nos olhando, sem pensar muito ergui o dedo do meio para elas, fazendo meus amigos que estavam logo atrás rirem.

 Sentamo-nos juntos e esperamos que o discurso começasse, depois de todos acomodados, vi Black e o diretor subirem no palanque para falarem, todos se calaram, Black era um homem bonito, forte, alto moreno, de um sorriso lindo, mais ainda assim não conseguia vê-lo como Homem, apenas como um amigo que me ouviu durante toda a minha vida, Black tinha acabado de se formar quando virei sua cliente, eu com 10 anos ele com 22, depois disso, falávamos sobre tudo, mesmo depois do estupro, eu continuava a conversar com ele, eu não usava esta palavra, eu contei que haviam me atacado, mas mesmo não dizendo os detalhes ele sabia o que tinha acontecido, o mesmo sobre minha irmã eu quase não conseguia falar, escrever e mostrar era mais fácil.

-Alunos, depois do atentado que aconteceu nesta escola, o conselho da escola decidiu que seria melhor para vocês que pudessem falar sobre isso com um especialista, esse é o Sr. Jacob Black, o novo psicólogo da escola. –O diretor deu lugar para Black que sorriu calmamente.

-Boa tarde. –Ele disse calmamente. –Bom, eu quero dizer poucas palavras a vocês. Eu estou aqui para ajuda-los não para julgá-los, todos vocês terão que me ver pelo menos uma vez, depois disso meu escritório estará aberto para que vocês venham a mim sempre que precisarem, estou aqui para ajuda-los a superar o possível trauma que esse atentado trouxe, mais, além disso, estou aqui para ajuda-los em qual quer trauma.

-Bom amanhã vão ser chamados alguns alunos e assim por diante, estou dispensados. –O diretor disse, fiquei sentada enquanto todos se levantavam.

-E lá vamos nós de novo. –Eu disse e sorri para meus amigos.

-Como é se consultar com seu antigo psicólogo? –Jasper questionou.

-Irei descobrir querendo ou não. –Eu disse e sorri para eles.

-Vamos tenho que te deixar em casa. –Edward disse, na hora que estávamos prestes a sair ouvi meu nome ser chamado, virei-me e vi Black.

-Já volto. –Eu disse e segui até Jacob sozinha, parei em sua frente depois de olhar ao redor. –Diga.

-Como está? –Ele questionou avaliando minha reação pelos meus olhos, minha vontade foi revira-los mais me controlei.

-Estou indo bem, você tinha razão, estar aqui me fez melhorar muito.  –Respondi sorrindo.

-Posso ver. –Ele disse e balançou a cabeça para onde meus amigos e meu namorado estava. –Namorando, amigos.

-Quase irmãos. –Eu disse. –São enteados do meu pai, com quem por sinal não estou a falar.

-Por que? –Black questionou cerrando os olhos.

-Não estou usando nada idiota. –Eu disse rolando os olhos. –Carlisle não aceita meu namoro com Edward, também ele descobriu de um jeito complicado.

-Conversaremos sobre isso durante a semana. –Ele disse e sua voz foi de ordem.

-Claro que sim, temos pelo menos uma hora. –Eu disse.

-Bella. –Ele começou e parou olhando em volta. –E os pesadelos?

-Quase sumiram acredita? Você tinha razão Jacob, mas não foi só o lugar, eu consegui contar tudo com todas as palavras aos meus amigos, eles estão me ajudando a superar. –Eu disse.

-Fico feliz em saber. –Ele disse. –Vá lá seu namorado esta me olhando com uma cara assassina.

-Idiota. –Eu ri. –Mande um beijo a Nessie.

-Pode deixar.  –Ele disse e eu corri de volta a meus amigos abracei Edward e sorri para meus amigos.

-Partiu? –Questionei e vi eles rolarem os olhos com o jeito de falar.

-Vamos. –Edward disse beijando minha testa.

 Dentro do carro ele estava sério enquanto ouvíamos musica na radio, não queria brigar com Edward, não queria que ele sentisse ciúmes, quando ele estacionou na frente da minha casa respirei fundo e desliguei o radio me virando par ele.

-Edward. –Chamei calmamente tentando não parecer que estava prestes a brigar ou algo assim.

-Sim. –Ele disse.

-Por que está tão sério? –Questionei.

-Nada. –Ele disse e olhou para mim.

-Nada?  Eu nem vou te xingar por que não quero brigar com você, está com ciúmes do Black? –Questionei direta e reta.

-Não. –Ele disse e depois suspirou. –Eu não sei até onde sua relação vai com ele, além do mais ele foi seu psicólogo sabe mais de você do que eu, não sei, só que as vezes sinto que tem muito mais por trás do que você nos contou, sei lá.

-Black é 12 anos mais velho que eu Edward, eu o conhecia quando tinha 10 anos, ele tinha acabado de se formar, ele me ver como uma irmãzinha mais nova, eu conheço a mulher dele, os dois me ajudaram a passar por tanta coisa na vida, nunca olhei para ele com outros olhos, assim como você pode ter certeza ele não me olhou com outros olhos. –Parei e segurei seu rosto para que seus olhos ficassem firmes nos meus. –Eu te amo, mas existem coisas que eu prefiro deixar bem enterrado no passado, eu nunca estive com outro homem a não ser você e... –Parei sabendo que ele entendia. –Quero que acredite em mim, nunca tive nenhum namorado Edward, você me conhece a o que 1 mês e pouco? Olha a zona que eu já fiz na sua vida, como você sabe de coisas que muita gente que passou anos comigo não sabe, eu só não estou preparada, para te contar todas as merdas que já fiz na minha vida, você sabe que tentei me matar milhões de vezes Edward, meu corpo tem provas disso, você pode ver cada uma delas, mas eu estou bem agora, eu te amo, e você me faz bem é o que importa.

-Eu também te amo. –Ele disse selando meus lábios docemente.

 Depois disso sorri para ele, lhe dei mais um selinho e corri para dentro de casa, minha mãe e Phil estavam na cozinha, joguei minha mochila na escada para quando fosse subir levasse-a, minha mãe estava fazendo bolo enquanto Phil estava no computador.

-Olá. –Eu disse.

-Olá querida como foi à escola? –Phil questionou e eu sorri para ele.

-Vocês nem sabe da novidade. –Eu disse me sentando na mesa fazendo minha mãe parar para me olhar.

-Conte-nos então. –Minha mãe disse.

-Por causa do atentado a terroristas, o conselho escolar decidiu que precisamos passar por um psicólogo para ter certeza que ninguém esta traumatizado. –Eu disse e minha mãe ergueu a sombra-celha provavelmente imaginando como eu recebi aquela informação de que de novo iria ter que contar tudo. –E vocês nem imaginam quem é o psicólogo.

-Quem? –Phil questionou.

-Jacob Black. –Eu disse e vi o queixo da minha mãe cai.

-OMG, nem acredito que você vai passar pelo mesmo psicólogo. –Minha mãe disse e eu sorri.

-Pensei o mesmo, o bom é que Black me conhece, sabe até onde pode forçar até onde não, além do mais somos amigos, e Renesmee também esta na cidade, então vou poder matar um pouco da minha saudade. –Eu disse sorrindo.

-Chame-os para jantar aqui amanhã, e a seu pai e seus amigos. –Phil disse e eu o encarei.

-Não quero ver Carlisle.  –Eu disse.

-Vocês dois estão parecendo duas crianças. –Phil disse me olhando nos olhos. –Jacob concordará comigo verás, eu sei que estás zangada e que ele também, mas ainda sim ele é seu pai e está na hora de pararem com isso.

-Vou subir. –Eu disse rolando os olhos. –E eu não duvido que Black ficará do seu lado. –Eu disse fazendo eles rirem, peguei minha mochila e subi para meu quarto.

 Phil era como meu pai, quando meus pais se separaram, minha mãe ficou bem mal assim como meu pai, mas ele começou a ter várias namoradas por isso não me apresentava nenhuma, mas Renée depois de dois meses que começou a sair, alguns meses depois na verdade 8 meses depois do divorcio ela conheceu Phil, me apresentou a ele, e começaram a namorar, um ano depois Phil morava com a gente, sempre me tratou com respeito e muito bem, me dava o que eu precisava e nunca me tratou diferente por ser filha de outro homem, ele e meu pai se deram bem de primeira, não consigo mais imaginar minha vida sem meu pai adotivo, ele havia aguentado todos os meus pesadelos e medo, e por vezes ele me dava broncas como a de agora, e eu sabia no fundo que ele estava certo, e eu odiava admitir isso.

 Tomei uma ducha e resolvi fazer os exercícios que faltavam, eu não sei quando mais eu apaguei, senti-me ser puxada para um sonho e torci que não fosse um pesadelo, mas como não sou uma pessoa sortuda.

 Eu corria, corria a procura de uma saída, eu sabia que cena era aquela, uma cena que eu não tinha como pesadelos, aquilo estava tão escondido na minha memoria que me surpreendia estar aparecendo agora, eu vi o caminhão, eu sabia o que aconteceria em seguida, aquilo não me assustou tanto quando os outros, mas eu não queria me lembrar daquilo, rápido de mais eu me atirei na frente do caminhão desejando a morte, desejando meu fim.

 Acordei sobre meus livros e suada, olhei em volta e tudo parecia normal, fechei os olhos para respirar, eu odiava esses pesadelos, mas esse não me aterrorizava pelo que aconteceu, me aterrorizava pelo motivo que aconteceu.