Casal Sem Vergonha escrita por Iz


Capítulo 3
Dois - “O Mal Das Swan’s”


Notas iniciais do capítulo

Galera, o que ta em itálico é FlashBack.



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DOIS

Eu já estava mais calma, inconformada, mas calma. Qual é? Eu sou Isabella Swan, vou conseguir sair dessa em dois tempos. Sendo a “namorada” de Edward, logo descobriria um de seus podres e usaria isso a meu favor.

“Namorada”. E pensar que chegamos a ser um casal de verdade. Suspirei com a lembrança de alguns meses atrás, quando Edward e eu vivíamos nos atracando pelos cantos da academia, não é como se eu estivesse completamente apaixonada, mas poxa, eu me divertia. Pela primeira vez em bastante tempo, eu estava realmente me divertindo com um cara.

Só que Edward pisou na bola. Ele me traiu, e bem... não foi uma traição qualquer.

Não vou dizer como fiquei arrasada, ou de como chorei por noites até me recuperar, não. Eu não fiquei arrasada e muito menos chorei. Lógico, fiquei desapontada, afinal, ninguém gosta de ser traída, mas o sentimento que predominou em meu ser foi o da inconformidade.

Edward me traiu com minha própria irmã.

Eu estava quinze minutos atrasada para meu encontro com Alice e seu novo namoradinho. Bem, eles estavam juntos a pouco mais de duas semanas, mas parecia bem serio. Confesso que estava ansiosa por conhecê-lo já que Alice fala o quão perfeito ele é o tempo todo. Bem, ela fala durante a meia hora por dia que nos vemos e eu não escuto metade, pois minha vida anda muito agitada no momento com a academia durante a semana e a boate nos finais dela.

Finalmente cheguei ao restaurante e logo avistei a garota de cabelos curtos que a me ver abriu um sorriso enorme e se levantou vindo ao meu encontro, mas ué... cadê o Sr. Perfeito? Antes que eu perguntasse, Alice me respondeu.

– Edward foi ao banheiro, vai adorar conhecê-lo – franzi o cenho ao ouvir Edward. Afinal, meu sócio se chama Edward e além de sócio, meu caso – Que foi? – Alice notou meu conflito interno e eu apenas sorri murmurando um “nada”, afinal, quais são as chances de ser o mesmo cara? – Senta, Bells – Alice se sentou e me sentei ao seu lado, já que o lugar da frente devia ser do seu namoradinho.

– E aí, como está? – perguntei, mas não obtive resposta, já que um sorriso brotou em seus lábios e ela se levantou animada. Sorri com seu jeito.

– Ed! – segui toda sua animação para ter uma infeliz surpresa, meu sorriso morreu e a única coisa que saiu da minha boca foi:

– Edward?! – O sorriso dos lábios do Edward foi murchando.

– Bella?! – ficamos nos encarando. Edward pasmo e eu furiosa. Alice percebeu o clima e logo se manifestou.

– Bella... Edward?! Vocês se conhecem?

Alice, assim como eu, foi enganada. Agora a pergunta que não quer calar: Como isso aconteceu sem que vocês se dessem conta de que estavam transando com o mesmo cara?

É complicado de explicar, assim como entender.

Nossa mãe tem um pequeno problema chamado “detalhe importante não importa”. Traduzindo, ela não dá detalhes importantes a não ser que seja questionada sobre. Não é de propósito, é algo que simplesmente ela não percebe. Sendo assim “detalhes inúteis e dispensáveis" são sempre lembrados. E sendo filhas de quem somos Alice e eu, temos o mesmo problema que carinhosamente chamamos de “O Mal Das Swan’s”.

Enfim, por causa do mal das Swan’s acabamos com o mesmo cara. Mas não, a culpa dessa infeliz coincidência não apenas nossa. Edward é o verdadeiro culpado. Ele estava com duas mulheres ao mesmo tempo. Ele é o safado, cachorro, sem vergonha.

O infeliz teve a pachorra de dizer...

Jamais imaginei que pudessem ser irmãs.

Como se isso justificasse sua traição. Não, porque... ele acabou traindo a nós duas, não é? Se não fosse com minha irmã, poderia ter sido com outro e vice-versa.

Obviamente terminamos. Alice ficou arrasada. Eu, inconformada. Edward defecou para a situação. Nem desculpas ele pediu e dois dias depois eu o flagrei em um bar flertando com uma loira peituda.

Em meio a lembranças desagradáveis de um passado recente cheguei ao prédio em que dividia um apartamento com Alice.

Deixei meu carro no estacionamento, peguei minha bolsa e segui para o elevador. Eu tinha muita coisa para fazer ainda, mas não sem antes tomar um bom e relaxante banho. Eu estava virada em nada. Meu corpo todo doía por causa da “briga” com Edward, além da minha coxa que ardia por conta da mordida de mal gosto dele. Aposto que uma mancha roxa se formaria ali e não me abandonaria pelo resto da semana.

Ao chegar a porta do meu “AP”, apertei a campainha. Eu havia esquecido a chave pela manhã, quando sai para trabalhar na academia.

Uma Alice desanimada abriu a porta. Arqueei uma sobrancelha quando notei sua palidez, as olheiras, o cabelo espatifado, a coberta sobre os ombros.

– Acho que peguei um treco – ela disse quando botei meu corpo para dentro de casa.

– Meu Deus, Ali – falei preocupada. Fechei a porta e a segui até a sala.

Nosso apartamento não era muito grande, mas era o suficiente para nós duas.

Eu morava em um apartamento alugado com apenas um quarto, mas quando soube que Alice viria para Seattle ficar comigo, decidi que era hora de ter algo meu. Minha irmã quis que fosse nosso e bem, juntamos nossas economias e compramos junto esse apartamento de dois quartos no centro de Seattle.

– É, que saco. Logo hoje – lamentou se jogando no sofá toda desajeitada.

– O que tem hoje? – coloquei minha bolsa e chaves do carro na mesinha de centro.

– Eu tinha um encontro – arquei uma sobrancelha. Desde o incidente com Edward, estávamos trabalhando nos “detalhes importantes” – Que foi? – ela estava confusa. Mal de Swan.

– Detalhes, irmã.

– É um carinha da faculdade – disse como se não fosse nada de mais – faz um chá pra mim? – pediu-me gentilmente. Assenti enquanto lhe dava um beijo na testa.

Alice é minha irmã caçula. Aos 10 descobriu que podia cantar como um anjo e então se dedicou a isso. Aprendeu a tocar violão e desde então não parou. Hoje, com 22 anos, faz faculdade de Musica na Universidade de Seattle e quer... hm... quer... bem, por causa do nosso problema não sei o que ela pretende fazer depois que terminar de cursar. Talvez eu pergunte algum dia.

Levantei-me e fui para a cozinha preparar o chá que ela me pediu. Não demorou muito até que ficasse pronto.

– Obrig... ATCHIM! – ela fez ao pegar o chá e eu ri. Alice parecia uma criança quando estava doente.

– Vou tomar um banho. Se precisar de algo, grite – ela assentiu.

(...)

Ah, banho. Tem coisa melhor para se fazer depois de um longo e estressante dia? Na realidade tem. Só que pra mim um banho é o que tem para o momento. Suspirei com esse pensamento deprimente e continuei a relaxar em baixo daquela ducha quentinha enquanto me ensaboava toda. Depois de meia hora, eu me enrolei em uma toalha, saí do banheiro e fui para o quarto, que na verdade é uma suíte. Vesti uma das muitas camisetas masculinas que possuo (sim, eu uso camisetas masculinas para dormir, são confortáveis) e fui para sala a fim de pegar meu celular e fazer algumas ligações.

– Você está namorando com o Ordinário?! – Alice estava com meu celular em mãos e uma cara muito feia.

– Não! Eu não estou – peguei o meu celular de sua mão para ver como ela soube.

De: Ordinário às 8:35.

“Mamãe amou saber que finalmente estou em um relacionamento sério.”

Rolei os olhos, Edward é completamente ridículo e sem noção.

– Edward está me chantageando – me sentei ao seu lado no sofá.

– O que?!

– Ele descobriu sobre a boate e disse que contará ao papai se eu não participar dessa farsa – ela pareceu compreender, mas continuava de cara feia.

– Eu vou matar esse desgraçado! O que ele quer com isso?!

– Me encher o saco, né? É tudo o que ele vem fazendo desde o incidente no restaurante – ela balançou a cabeça indignada, como se negasse algo – Preciso ligar para Renée.

– U-hm. Eu vou me deitar. Mande um beijo para ela.

Assim que Alice saiu, disquei o numero de Renée. Ela não demorou a atender.

– Filha linda! – ouvi sua voz e logo um sorriso surgiu em meus lábios.

Renée mora em Londres desde que se divorciou de meu pai há 20 anos. Alice tinha apenas dois anos e eu oito. Acontece que se casaram muito jovens e por minha causa. Mamãe ficou grávida e meu pai se viu na obrigação, por ser muito conservador, quis casar e minha mãe, obvio, aceitou. Oito anos mais tarde, devido a muito desentendimento, chegaram a conclusão que divorcio era a melhor opção. Com isso, mamãe quis morar com minha avó em Londres e com ela levou eu e minha irmã.

– Oi mãe, como vai?

– Bem, querida. E você? Como estão às coisas por aí? – suspirei repassando pela milésima vez os acontecimentos estúpidos do dia.

– Um saco. Preciso que mude meus dias na boate.

É, minha mãe é meio que a dona da Shameless. Ela se casou com o dono e assim se tornou a pessoa por trás da organização dos shows e apresentações.

– Mudar? O que houve, querida? – contei a ela sobre Edwrad e sua chantagem. Ela ficou tão indignada quanto eu – isso não pode acontecer. Seu pai nos mataria.

– Eu sei. E aí?

– Não seria melhor você parar, Bella? – nunca cogitei a hipótese de parar de dançar, afinal era algo que sempre gostei de fazer – Ou volte para Londres e dance em uma das boates daqui.

– Não, mamãe. Quero ficar perto do meu pai mesmo correndo o risco de ser morta por ele. Além do mais, tem a academia que também não posso abandonar.

Eu passei praticamente minha vida toda com minha mãe a um oceano de distancia do meu pai onde recebia apenas visitas anuais por conta de seu trabalho e agora que estou perto dele, abandoná-lo seria impossível. Prefiro correr o risco e continuar a dançar aqui.

– Tudo bem. Vou ver o que posso fazer por você – sorri, amava minha mãe por ser tão compreensiva – Agora, preciso ir. Phil me espera na cama.

– Ui, mãe. – retruquei enojada. Imaginar sua mãe transando com seu padrasto não é muito bonito.

– Boa noite, querida. Diga a Alice que estou com saudades.

– Digo sim. Tchau mãe – ela desligou antes mesmo que eu pudesse mandar o beijo da Alice.

(...)

Três dias depois...

*Ding Dong*

Campainha tocava e eu estava ocupada demais arrumando minhas malas para a incrível viagem que faria com Edward que não podia parar para atender.

– Ali, atende pra mim! – gritei para Alice que, graças a Deus, estava melhor do seu “treco”.

– O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI?! – ouvi seus gritos e logo passos em direção ao meu quarto. Mas o que...?

Edward, do nada, aparece na porta do meu quarto com uma Alice estupefata em seu encalço tentando impedi-lo de tudo quanto é jeito.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei, alterada, porem, mais calma que Alice.

– Está na hora, minha querida – ele bateu o indicador sobre o relógio em seu pulso. Franzi o cenho e peguei o celular que estava sob o criado mudo: Três em ponto.

– Você é pontual, em? – Como pude transar com esse cara?

– Ao contrario de você, não é? – ele apontou para minha mala incompleta.

– Cala a boca – Alice disse e saiu do quarto indo parar qualquer outro cômodo da casa, provavelmente para o seu quarto.

Ela não podia ouvir o nome do Edward, tanto que até lhe apelidará de “Ordinário”. Imagina se ela tivesse que conviver a maior parte do dia com ele como eu convivo? Temos uma academia juntos e evita-lo é uma tarefa praticamente impossível.

– Sai do meu quarto – falei dando a volta na cama e o empurrando sob seus protestos e sem qualquer delicadeza para fora e bati a porta na sua cara – já vou passar o final de semana todo com você, me poupe alguns minutos! – gritei para que ele pudesse ouvir e voltei fazer minha mala enrolando o maximo possível.

(...)

É engraçado como eu me divirto provocando Edward. Pelo menos uma coisa boa eu tinha que tirar dessa situação não é?

– BELLA?! – ele batia incansavelmente na porta – MORREU AI DENTRO?!

– FICA QUIETO, ANIMAL! – Alice berrou do seu quarto e eu gargalhei.

– VAI SE CATAR ALICE! – Edward berrou de volta me fazendo rir.

Com um Jeans batido, uma regata preta, um All Star e uma jaqueta de couro por cima eu estava pronta. Tenho certeza que Edward espera ao menos um salto para me apresentar para sua mãe, mas eu estou me lixando para isso. Peguei minha mala e antes que a mula do meu “namorado” levasse minha porta a baixo eu a abri.

– Estamos uma hora atrasados – ele disse esbaforido.

– Ta. Vai levando minha mala pro carro, preciso falar com a Alice antes de ir – joguei a pequena mala de mão contra Edward.

– Ok, mas vai rápido – ele estava me apurando? Dei um dos meus olhares mortais e entrei no quarto de Alice que era bem a frente do meu.

– Bella, eu não acredito que você está fazendo isso. Aquele cara acabou com a gente... ele... ele... ele é um safado! ARGH!

– Ali, relaxa. Eu vou dar um jeito de me livrar dele.

– Não sei porque você não desfez essa sociedade no momento em que descobriu a safadeza dele.

– Já falamos sobre isso. Desistir do meu sonho por conta de problemas pessoais com meu sócio não é uma opção. E querendo ou não, Edward ajudou e ajuda muito.

Tenho que admitir. Edward pode ser um merda como pessoa, mas como profissional é muito competente. O trabalho com a academia ele leva muito a sério desde que começamos. Talvez ele leve mais sério que eu, o que às vezes é tão irritante que até esqueço-me do quão babaca ele foi e ser cordial e simpática com ele se torna algo tão... natural. Até o momento que ele chega e diz:

– Treino agora. Que tal?

E eu me lembro de tudo e quero amassar sua cara com minhas próprias mãos, ARGH! - E ele quer treinar quase que todos os dias.

– Tudo bem. Já está indo? – Alice me perguntou fazendo com que eu afastasse meus pensamentos.

– Já sim – comecei – tem certeza que ta melhor do treco?

– U-hm. Hoje vou sair com o carinha e se der tudo certo a gente vem pra cá – ela sorriu maliciosa e eu balancei a cabeça em negação. Alice podia ter tamanho e jeito de adolescente, espírito de criança, um rosto inocente e uma voz de anjo, mas de santa não tinha nada.

– Beleza – ela se levantou da cama e me abraçou – Viu, se o papai aparecer diga que precisei viajar com o Edward – ela assentiu. Ela não falaria isso a não ser que ele perguntasse.

– Tenha cuidado com aquele Ordinário.

– Terei. E você juízo com o carinha – dei um beijo em sua testa e sai dizendo um “tchau”.

Peguei as minhas chaves de casa e carro e sai do apartamento para entrar de vez em um relacionamento de mentira que com certeza me fará querer arrancar os olhos de certo alguém.

(...)

Naquela madrugada...

EU.VOU.ARRANCAR.OS.OLHOS.DE.EDWARD.CULLEN.


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Notas finais do capítulo

Hmm, que será que o Edward aprontou dessa vez?

E aí, o que estão achando? Bom? Ruim? ~Marromeno~?

Comentem galera.

Até a proxima!



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