Capítulo 60 – Helen Reneesme

POV do Edward

Um mês depois...

My Heart Will Go On – Celine Dion

Desde o acidente de Bella, eu ia todos os dias, ou senão, passava noites, tardes e manhãs com Bella. Eu me recusava a sair de seu lado. Eu dividia meu tempo entre o quarto de Bella e a ala da maternidade, eu sempre ia ver minha filha. Eu estava ficando insuportável, eu não queria – não conseguia – mais tocar, não conversava com minha família, nem com as irmãs de Bella e nem com meus sogros. Não saía, eu só ia de casa, para o hospital. EU não sorria mais, exceto quando eu ficava no vidro da maternidade, olhando a enfermeira cuidar da Helen.

Foi em uma manhã amena de primavera – uma das estações favoritas da Bella – que algo havia mudado. Cheguei no hospital, depois de dormir algumas horas em casa, e meu pai me esperava em seu escritório. Eu conseguia apenas trocar palavras com ele e com minha mãe, mas nunca ficava muito tempo num ambiente familiar.

- Bom dia, meu filho. –Meu pai sorriu. – Tenho boas notícias.

- Eu preciso de boas notícias... – Murmurei.

- Helen já pode ir para casa. Todos os exames já foram feitos, ela está perfeitamente saudável. – Meu pai sorria mais ainda.

Aquilo me alegrou, eu sorri. Segui meu pai até a maternidade e vi a enfermeira arrumando-a. Ele disse que ela iria tomar um banho e depois ser trocada, daí eu poderia levá-la; mas eu não iria poder ficar trazendo-a aqui no hospital, por causa de vírus e bactérias que ela acabaria pegando.

- Mas e como... bem, ela precisa ser amamentada. – Pensei.

- Já resolvi isso. – Ele falou. – Uma enfermeira irá com você. Você ficará em casa, ela também. Esme está arrumando o quarto delas lá. Não se preocupe, meu filho.

- Essa é a melhor notícia que você me dá. Eu, sinto que nem tudo está perdido... Eu... posso ir ver Bella. – Murmurei.

- Vá, eu lhe avisarei hora que ela estiver pronta.

- Obrigado.

Andei em direção ao quarto de Bella, acompanhado por meu pai. Bell estava deitada na cama, seus braços esticados ao lado do seu corpo, com um grampo em seu dedo, ligado a fios e aparelhos. Por ser filho de um médico cirurgião, eu sabia alguns daqueles números, sabia ver quando a coisa estava ruim e quando estava boa. Ela estava normal. Os números do grande visor LCD, mostravam que ela estava estável, assim como há um mês atrás.

Ela respirava sem qualquer ajuda de aparelhos, era mantida constantemente com soros, para evitar que se desidratasse e também com coquetéis de nutrientes que era injetados diretamente em suas veias, mantendo Bella saudável.

Entrei no quarto, coloquei mais um – dos quase cinco – porta retratos em que tinham fotos de todos nós. Alice constantemente deixava flores, penteava os cabelos de Bella, arrumava-os de formas diferentes. Rose também vinha, acompanhada de Emmett que fazia brincadeiras e contava piadas a Bell. Todos sempre estávamos aqui.

Sentei-me ao lado de sua cama, numa poltrona e afaguei seus cabelos, dando-lhe um beijo na testa.

- Bom dia, amor. – falei. – Hoje tenho boas notícias. Helen Reneesme vai poder ir para casa, mas uma enfermeira terá de ir conosco e eu não vou poder ficar no nosso apartamento. Alguém precisa amamentá-la enquanto você não acorda.

Afaguei a mão de Bella.

- Daqui a pouco vou ter que ir, não vou poder ficar com você. Quero mostrar a nossa filha todos da família. – Engoli algumas lágrimas. – Sua mãe vem sempre aqui, todos vem. Rose e Alice deixaram algumas roupinhas para a Helen, a enfermeira vai colocar uma delas nela hoje. Nossa filha está linda. Os cabelos dela estão mais crescidinhos e são castanhos, como os seus; já os olhos dela são meio esverdeados e ela tem uma pele linda.

Olhei a respiração calma dela.

- Você tem que acordar, Bella. – Murmurei. – Eu prometi que não ia chorar, prometi que não ia fazer de você um posto de desabafos. Então, espero que você acorde, meu amor, você... Carlisle disse que você está se recuperando, lentamente, mas está se recuperando. Seu... trauma na cabeça está se fechando... Você vai acordar, eu tenho esperanças.

Então a porta foi aberta.

Love of My Life - Scorpions

- Meu filho... – Meu pai chamou-me. –Ela está pronta.

- Amor, tenho que ir. Infelizmente não posso trazer nossa filha aqui, para te ver... na verdade, acho que ela só vai poder te ver mais para frente, mas ainda sim, até lá voc~e já estará acordada. – Me levantei, dei um selinho nos lábios dela e saí.

- Edward, esta é Victoria. A enfermeira que ajudará você com a Helen. – Então, duas enfermeiras apareceram. Uma, segurava minha filha, a outra, tinha uma bolsa rosa em seus ombros. Ela estendeu a mão para mim.

- Muito prazer. – Ela falou. Victoria tinha cabelos ruivos e olhos claros. –Vou cuidar da Helen. Dr. Cullen me contou sobre vocês e sobre a opinião de sua esposa em relação as enfermeiras...

- Ah, sim. É porque ela foi roubada por uma, então... bem, posso confiar inteiramente em você, imagino. – Falei a ela.

- Vou cuidar da linda Helen com minha vida, Sr. Cullen. – Ela sorriu.

- Me chame apenas de Edward.

- E, espero que sua esposa acorde, ela tem uma linda filha para ver crescer. – Victória disse. – Suas cunhadas trouxeram muitas roupinhas...

- Sim, elas são piores. – Eu ri.

- Bem, está é a Helen Reneesme Swan Hale Cullen. – Meu pai pegou-a no colo e passou para mim. – Cuidado com a cabeça. – Ele falou quando em viu sendo desajeitado, tentado pegá-la.

- Ela é... a cara da Bella. Ela é perfeita. – Murmurei. – Vamos, quero apresentá-la a todos.

- Estão todos em casa, vá tranqüilo. Eu ficarei hoje aqui e não se preocupe, tenho pessoas de confiança que cuidam da Bella.

- Obrigada, pai. Vamos, Victoria.

Carreguei minha filha em direção ao volvo, apertei o botão do controle, destravando as portas. Victoria entrou primeiro, então coloquei Helen em seu colo. Dirigi em direção á casa da minha mãe. Eu olhava minha filha no colo dela, dormindo... um pequeno anjinho.

Quando cheguei, fui entrando com Victoria e Helen em meus braços, tentando não fazer barulho. Então, cheguei á cozinha, onde estavam todos.

- Olá. – Eu sorri.

- Omg. Helen! – Todos vieram para nosso lado.

- Essa é a enfermeira que irá me ajudar com a Helen. –Apresentei-a. – Este é Emmett e Rosálie, Alice e Jasper, minha mãe Esme, Helena e mãe de Bella.

- Ah, esqueceu de mim! – Angie entrou com sua máquina. – Vou tirar a foto sem flash!

- E essa é Angie, melhor amiga de Bella, e nossa também. – Falei rindo. – Essa é Victória.

- Olá. – Eles disseram.

- E essa, é a Helen Reneesme. – Eu sorri.

- Edward, ela é tão perfeita. A cópia de Bella. Mas tem seus olhos. – Minha mãe dizia.

- Realmente, ela é minha irmã escritinha. – Alice riu.

- Vamos pessoas! Juntem-se. – Angie mandou.

- Eu tiro a foto, vai lá, Angie.

- Não. Todos sairemos na foto! – Angie colocou a máquina em cima do balcão e programou o disparo. –Digam: Bella!

- BELLA!!! – Nós dissemos.

- Você irá amamentá-la também? – Helena perguntou.

- Sim, eu sou uma das enfermeiras-amas do hospital, Dr. Cullen fez uma lista de perguntas para mim, exames também, para que eu pudesse cuidar dessa linda anjinha. – Victoria sorriu. – Espero que não se importem. Mas ela tem que ser amamentada.

- Não, querida, está tudo bem. Creio que você saiba a opinião sobre enfermeiras aqui. – Helena falou novamente.

- Sim, eu sei. Já conversei com Edward e com o Dr. Cullen também. – Victoria sorriu.

Me sentei no sofá e fiquei com a Helen no colo, então, ela abriu seus pequenos olhinhos e sorriu levemente, adormecendo logo em seguida. Victoria pegou-a e a levou para cima. Meus irmãos chegaram na sala e sentaram-se perto de mim. Emmett gargalhou.

- Cara, ela é mesmo uma pequena anjinha. – Ele disse.

- Sim, minha anjinha. – Eu sorri. – Só falta a Bella estar aqui, para tudo ficar bem.

- Ela vai sair dessa Brow, uma hora ela acorda. – Jazz falou. –Você não pode se isolar, deixar tudo de lado; você tem sua filha para cuidar, enquanto a Bella não está aqui.

- Ele tem razão, meu filho. – Minha mãe sentou-se ao meu lado no sofá. – Só que você também não pode se iludir, você tem que encarar a realidade.

Aquele era exatamente o fato. Um fato que não me agradava, encarar a realidade. Eu queria pensar que Bella fosse – um dia – sair do seu estado de coma, para que pudéssmos viver felizes. Mas eu também sabia que isso poderia nunca acontecer, eu sabia qual era a minha realidade. Eu sabia que Bella poderia apenas passar o resto de sua vida dormindo –literalmente.

- sim, eu... sei disso. – Murmurei. – Mas eu quero... Eu quero acreditar que um dia ela vai acordar.

POV da Alice

- Não fica assim, mamãe... –Eu a abracei. Eu sei pelo que ela passava, só que para ela era pior, milhões de vez pior.

- Ela vai acordar... um dia. – Rose nos abraçou. – Bell está tão bem cuidada. A gente sempre vai arrumá-la, deixar o quarto dela bonito, conversar com ela.

- Eu sei minhas queridas... eu sei. – Minha mãe dizia em voz baixa. – Talvez ela tenha mesmo um propósito maior, do que a vida dela aqui.

- Não diga isso, a Bellinha tem que acordar. Ela tem que ver as sobrinhas dela nascerem.

Eu saí da cozinha e subi até o quarto onde Victoria estava com minha sobrinha. Ela tinha acabado de alimentá-la e dormia nos braços dela. Helen era a Bella, mesmo que eu não tenha visto qualquer foto da minha irmã quando era pequena, mas eu via que a pequena anjinha era a cara da Bella, com os olhos do Edward.

- Posso segurá-la?- Perguntei.

- Claro. – Victoria sorriu.

- Obrigada. – Peguei ela no colo. – Quando ela vai poder ir até o hospital... sabe.... mesmo que Bella não esteja acordada, quero levá-la para ela vê-la. Acho que Edward fará isso...

- Bem, receio que só quando ela estiver um pouquinho mais desenvolvida. Ela ainda é prematura, então o desenvolvimento dos órgãos e o sistema imunológico dela é muito deficiente. – Victoria falou-me.

- Ah, bem, então nós esperaremos. – Murmurei.

Coloquei a Anjinha no berço e me despedi de Victória.

POV do Edward

Me despedi de Emmett, Rose, Alice e Jasper. Algum tempo depois, Nicholas veio buscar Helena, aproveitando para conhecer – pelo menos de longe – a neta. Ele abriu um enorme sorriso ao vê-la. Pude ver uma lágrima caindo.

- Edward, vou dormir. – Victoria avisou-me. – Mais uma vez, obrigado por meu deixarem cuidar dela.

- Tudo bem. – Eu sorri. – Sejam bem vinda a casa. Sinta-se a vontade.

- Obrigada. –Então ela entrou no quarto, que também era da minha filha.