POV do Edward

-Não!!! - Gritei.

- Edward! Filho! - Alguém em chamava. - Edward!

- Onde... on-onde ela está? Onde está a Bella? - Perguntei atordoado.

- Bella está no quarto, dormindo. - Meu pai me acalmava. - Bella não desmaiou de novo?

- Não, brow. - Emmett dizia.

- Bella não me beijou e depois desmaiou? - Perguntei lembrando-me claramente da cena na minha cabeça.

- Não. Você sonhou, Edward. - Minha mãe veio ao meu lado.

- E Bella?

- No quarto, descansando. Ela apenas estava fraca. - Meu pai falou-me. - Eu a mediquei, agora ela vai dormir um pouco, tomar soro e amanhã vai estar melhor para ir para casa.

- Nossa. - Passei a mão em minha testa.

Eu me levantei e fui até um banheiro. Abri a torneira e joguei água fria no rosto. Foi apenas um sonho, Edward. Um sonho. Eu pensava comigo mesmo. Bella não havia se despedido, não havia me beijado e não havia partido. Ela estava viva.

Suspirei de alívio.

Saí do banheiro com uma cara melhor do que antes, meu pai me esperava na sala de espera e Alice falava ao telefone com sua mãe e seu pai, eu imagino. 

- O que você tinha sonhado? - Jazz perguntou-me.

- Cara, prefiro nem comentar. Muito ruim... - Murmurei.

- Então já imagino o que seja. - Jazz fez uma careta.

- É. - Concordei.

Depois de um tempo, Nicholas e Helena chegaram ao hospital. Esme levou Rosalie e Alice, junto com Jasper e Emmett para dormirem. Eu resolvi ficar. Não iria sair do lado de Bella por nada. Fui até o quarto. Bella dormia profundamente.

- Ela está com alguma dor? - Perguntei.

- Não. Agora, não. - Meu pai falou. - A fase em que ela sente dores passou. Normalmente, nessa fase da doença em que Bella se encontra, não existem mais tantas dores. A pessoa simplesmente parte.

Eu gelei.

Como assim não havia dor? Eu não conseguia imaginar o fato de Bella estar doente daquela maneira, imagine então o fato de ela não sentir dor. Na verdade, o que me doía, era imaginar que, de uma hora para a outra, ela podia simplesmente me deixar. Meu coração ficava em pedaços.

- Edw...ard. - Ela murmurou esticando levemente sua mão.

- Durma, minha Bella. - Falei. - Amanhã você irá para casa.

- Tudo bem. - Ela fechou os olhos e caiu novamente em sono profundo.

Eu fui até a porta, onde estavam Helena e Nicholas. Eles conversavam com meu pai, provávelmente sobre Bella. Helena tinha uma aparência de cansaço e Nicholas de preocupação. Nenhum de nós - isso inclui minha família - estava totalmente confortavel com o passar do tempo. Ultimamente, as semanas tem passado lentamente. Muito lentamente.

-...ela quer tocar no recital de qualquer jeito. - Helena falava.

- Bella sempre foi teimosa, Helen. - Nicholas disse.

- Eu sei, por isso mesmo me preocupo. O que você acha, Carlisle?

- Bom, temos uma semana para esse recital... - Eu me intrometi na conversa. - Bella não vai deixar de participar...

- Não, disso eu tenho certeza... - Meu pai murmurou. - Podemos tentar deixá-la o máximo possível em repouso e medicá-la com medicamentos um pouco mais fortes... só que ela não conseguirá ter tanto pique para ensaiar...

- Isso é loucura... ela vai ficar enjoada, vai vomitar... - Pensei. - Nao gosto disso.

- Nós também não, acredite. - Helena e Nicholas falaram juntos. - Edward, vá para sua casa, troque de roupa, durma bem. Amanhã cedo Bella estará acordada.

- Não, ficarei aqui. - Bati o pé.

- Vá, querido. - Helena insistiu.

- Eles estão certos, Edward. Estamos apenas no começo da noite. Você irá se cansar. Essa semana você terá que estar inteiro. - Meu pai falou. - Se algo acontecer, avisarei você.

Eu assenti, á contra gosto, mas assenti.

Peguei minhas chaves, entrei no volvo e fui para casa. Seria óbvio, que, apesar do cansaço, eu não iria conseguir dormir. Então peguei um caderno e comecei a rabiscar algumas linhas.

"A vida chega a ser injusta algumas vezes, justamente quando estamos de bem com ela.

Eu gostaria que tudo isso tivesse sido um sonho, que talvez, se eu pudesse mudar algo para evitar que isso acontecesse, fosse possivel. Mas quem disse que é?

Foi na música que eu encontrei minha vida, ela se chama Bella.

Será que é na música que vou perdê-la? Não gosto de pensar nisso, mas pensar, é inevitável."

Seis dias depois...

Bella tinha saído do hospital no dia seguinte, depois que foi internada. Meu pai receitou medicamentos um pouco mais fortes - menos comuns - para que ela tomase no fim de cada dia e pudesse, assim, retardar de alguma forma,a doença. Esse remédios a deixavam enjoada e com sono. EU só ía embora, depois que ela dormia.

Durante esse dias, nós assistíamos ás aulas de manhã e depois ensaiávamos um pouco durante a tarde, somente o necessário para podermos tocar no recital. Bella, é lógico, era teimosa. Ela insistia em continuar tocando, mesmo quando já estava cansada. Mas ainda sim, ela tocava perfeitamente bem.

Hoje também nõa foi diferente, a única coisa que mudou um pouco, foi quando descobri - por meio da Alice - que Bella estava começando a ter alguns fios de cabelo perdidos. Isso nem sequer a abalou, como Alice disse. Bella estava incrivelmente determinada.

- Edward... - Bella chamou-me, enquanto conversávamos no jardim de sua casa, num final de tarde.

- Me desculpe. - Ela disse.

- Pelo que?

- Por fazer você passar por tudo isso. Meu único arrependimento, é esse. - Bell falou.

- Minha, Bella. - Eu a abracei. - Eu sei que você, de alguma forma, está feliz. Então, é só isso que me importa. Eu te amo.

Eu passei minhas mãos por trás de seu pescoço e a beijei delicadamente. Nosso beijo era urgente, mas ainda sim, carinhoso. Bella me correspondia como sempre, suas mãos por entre meus cabelos e um leve ofegar. Eu não podia passar dos limites com ela, não agora.

- Eu te amo. - Ela me respondeu um pouco ofegante. - Te amo, muito.