POV de Bella

Evanescence - Missing

"Algo não está faltando?

Eu sou aquele sem importância?

Eu sou tão insignificante?

Algo não está faltando?

Alguém não está sentindo falta de mim".

Algo faltava. Eu tinha certeza. Eu tenho certeza.

Meu coração era como um buraco, antes, as partes que estavam vazias, foram preenchidas, mas ainda havia um lugar, somente uma pequena parte, que estava descoberta.

- O que foi, Bella? - Minha mãe me perguntou, logo depois do almoço, quando fazíamos a sessão "clube da luluzinha", no quarto da Alice.

- Não sei.

- Você está chateada... não... você está infeliz. - Ela falou. - Sei que nos conhecemos a pouco tempo, as sabe que pode se abrir comigo, ou com qualquer uma de nós.

- É que, bom, eu nunca contei o real motivo que vim para cá, não é?

- Não. Gostaria de me contar? - Minha mãe perguntou.

- Sim, então acho que você entenderá... - Falei.

"Depois que vovó Swan - mãe de Charlie - morreu, eu passei a me virar sozinha. Estudava de manhã, ficava as tardes em casa, procurando o que fazer, saindo com Angie e Ben... As coisas estavam indo bem, até aí, eu estava no segundo ano do colegial.

"Então comecei a trabalhar em uma loja de música. Meu chefe se tornou meu melhor amigo e meu namorado, mais tarde. O problema, em si, não era esse. Mas era algo nele. De um tempo para cá, mesmo com Jacob, eu comecei a me sentir solitária, me sentir triste... infeliz.

"Então, uma noite, não fiz... o que ele queria. Até aí, eu era a bonequinha dele. Mas aí, nós terminamos e eu vim para Londres. Decidi, ao acaso e junto com Angie, que eu sairia de Phoenix, para espairecer e começar a viver, procurar o que me inquietava." - Suspirei.

- E você veio. - Minha mãe me abraçou.

- Sim, encontrei meus pais e minhas irmãs. Mas ainda sinto aquela infelicidade. E, para ajudar... - fiz uma careta. - Na noite passada eu tive um sonho que está sendo, um tanto, incomodo.

- Conte-me.

Flahsback da Bella - Noite passada (depois da boate)

A praia era linda, cada grão de areia reluzia como um pequeno diamante, as ondas paravam suaves na areia. O céu era azul, com pequenos flocos brancos espalhados. Os passarinhos cantavam e voavam por sobre o mar... era tudo perfeito.

Meus pés eram acariciados pelos grãos finos da areia, meu cabelo balançava por causa da brisa forte e o cheiro do mar invadia minhas narinas. Então, a onda bateu, a água era fresca - nem quente e nem fria. Mas foi só então que eu me toquei.

Phoenix.

- Bells. - Alguém me chamou. Só podia ser...

- Jake. - Falei em voz alta. - O que faz aqui? - Me indiguinei um pouco.

- Você tem que voltar...

- Vol...tar?

- Voltar para mim. - Ele dizia.

Depois, Jake tocou meu ombro, isso me fez recuar um pouco. Consequentemente, me fazendo tropeçar e cair de costas, em um gramado verde, com folhas douradas, secas. Alguém me ajudou a levantar.

- Bella... - Edward Cullen me chamou.

- Volte para mim. - Jake ainda dizia.

Fim do flashback

Eu não tinha nenhuma idéia do motivo por sonhar tal coisa. Minhas batidas estavam aceleradas, minha respiração ofegante e uma gota de suor caiu de minha testa.

- Querida, vamos. Tome um banho, desça e junte-se a nós. - Minha mãe falou.

- Tudo bem. - Murmurei. - Daqui a pouco eu desço.

EU me levantei, me dirigi ao banheiro e entrei debaixo da agua quente. Deixei que meus nervos fossem massageados pela água, aliviando um pouco da tensão e me deixando mais calma. Quando desci as escadas, vi que Alice e Rose estavam com minha mãe. Meu pai havia ido trabalhar.

- Como foi o resto da noite? - Perguntei ás duas.

- Ah, foi bom. - Eu vi que Rose deu um riso abafado.

- Bom... o que aconteceu?

- Então...

- Então que você tem um novo cunhado. - Alice soltou. - Pelo menos por enquanto!

- Alice! - Rosalie repreendeu-a. - Shii!

- Quem é meu genro? - Minha mãe perguntou.

- Ah, não é genro... você sabe...

- É o Emmett Cullen!

- Não acredito! - Falei. - Um Cullen?!

- O que tem os Cullen, querida?

- São insuportáveis.

- Não, só VOCÊ acha isso. Emmett é fofinho. - Rosalie fez um biquinho.

Enquanto terminávamos de discutir sobre a nova relação de Rosalie, uma idéia passou pela minha cabeça. Quer dizer, algumas palavras, notas. Eu sabia o que era, sabia que a parti daquilo, eu conseguiria escrever algo. Então, me levantei e fui em direção a um pequeno aparador. Peguei uma caneta e um pedaço de papel.

Comecei a escrever.

"Há música dentro da minha alma...

Eu tentei escrever várias e várias vezes.

Estou presa num frio infinito,

e você canta para mim, de novo e de novo.

Então, eu abaixo minha cabeça, levanto minhas mãos e oro.

Porque você é minha única esperança."

Esses foram os únicos versos que imaginei. As palavras vinham, como se fossem água descendo por um rio. Então eu me levantei e fui ao piano. Sentei-me e comecei a dedilhar algumas notas.

Era incrível, que saía melodia daquelas notas tocadas aleatóriamente, conforme eu ía tocando, a música ficava mais bonita, complexa. Fiquei perplexa. Aquela era minha primeira - e subita - composição. Já tentei compor outras vezes, mas nunca dava certo, mas não hoje.

- Isso foi lindo! - Meu pai me deu um abraço.

- Não sabia que estava aí...

- SIm, acabei de chegar.

- Como fez isso, Bella? - Alice perguntou.

- Não sei, só... fiz.

- Vou terminá-la. - Falei. dessa vez, voltei a escrever cada nota tocada numa folha de pauta.

POV de Edward

Era o horário de almoço quando acordei. O cheiro de legumes temperados sendo refogados estava por toda a casa. Meu pai havia ido trabalhar, para que pudesse ficar livre amanhã. Emmett e Jasper estavam vendo um jogo de beisebol na TV.

Sem nada o que fazer, eu circulava pela casa como uma barata tonta, até que parei em meu piano. um cima dele, havia um livro. Capa preta, com meu nome escrito em uma caligrafia bem bonita, da minha mãe. Era um livro de música, quando eu conseguia compor, escrevia todas as músicas lá.

Eu folheei algumas páginas, até que cheguei na última. Havia uma música que não estava terminada ali.Então, aproximei a banqueta, abri a tampa que guardava a teclas e tirei o pano que protegia o marfim e comecei a tocar.

Toquei, toquei e toquei.

Quando percebi, já havia passado para além do que havia escrito. Eu havia terminado minha música. As notas se harmonizavam totalmente, sem que eu precisasse fazer muitos arranjos. No fim, a melodia era complexa, inúmeros compassos e notas duplas.

- Como vai chamar? - Emmett perguntou.

- Não sei. - Murmurei.

Minha melodia recém composta, me fazia pensar em Bella. Em algumas coisas que passamos juntos, nos ensaios, na última noite em que a vi na boate. Beijando outro cara. Também lembrei de Tanya, eu a deixei plantada naquela boate.

Fui tirado dos meus devaneios quando meu celular tocou.

- Alo?

"Edward?" A voz feminina disse.

- Sim, eu mesmo. Quem é?

"É Bella." Claro, justamente ela. "Queria falar com você sobre amanhã a noite."

- Diga.

"É que eu queria tocar uma outra música que achei... sozinha."

- Ah, eu também queria falar com você. Sobre a mesma coisa.

"Então não tem problema?"

- Não, eu tenho a música perfeita aqui.

"Ok, até mais então."

- Até.

Desliguei o celular e fiquei olhando para a janela, para as ás vores que se remexiam com o vento. Minha mente vagava por todos os lugares, inclusive, para Bella.

[...]

- Não tem nada para ver não?

- Não. - Respondi. - Ei, Emmett! O que está lendo?

- Quem lendo?

- O Emmett, Jazz.

- Capa preta, mãos e maçã?

- Esoterismo? - Chutei.

- Nope. -Ele respondeu, voltando a ler.

- A branca de neve! - Jazz disse.

- Noope!

- Culinária! - Chutei de novo.

- Nope!

- Como cultivar maçãs?

- Nope! Chama-se twilight.

- Hein? - Eu e Jazz indagamos.

- Escrito por Stephenie Meyer, vou ler um pedaço:

"Sobre três coisas eu tinha certeza absoluta. Primeira - Edward era um vampiro.
Segunda- havia uma parte dele- e eu não sabia o quão poderosa ela poderia ser- que tinha sede do meu sangue.
E terceira, eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele."

- Nossa, que profundo... - comentei.

- Yep!

- Mas, chega de conversa! Ensaio agora!

- Opa! - Emmett levantou do sofá num pulo. - Go, go, go!