I Hate How Much I Love You escrita por Mitchie


Capítulo 11
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeee! Como vocês foram muito compreensivos e comentaram bastante no outro capítulo, eu decidi ser boazinha e escrever mais esse pra vocês. Ele tá bastante comprido, talvez seja o maior que eu já escrevi aqui. Espero que gostem! Não deixem de me fazer saber o que vocês estão gostando (e o que não gostarem também). Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359883/chapter/11

No momento em que viu Aria se aproximando de Hanna, Emily foi invadida por uma sensação estranha. Ciúmes, talvez? Não. Certamente nada mais era do que um constrangimento. Ver duas de suas melhores amigas se beijando não era algo que se pudesse chamar “normal”. Enquanto tentava se convencer de que o que estava sentindo era apenas desconforto pela situação inusitada, viu que já havia acabado.

– Ei! Isso não valeu! – exclamou Spencer quando as amigas se separaram.

– O que? Por quê? – perguntou Hanna.

– Foi a Aria quem te beijou, Han. O combinado era que VOCÊ deveria beijá-la. – explicou Spencer.

– E daí? O que importa é que nós demos o selinho! – contestou a loira indignada. – E agora eu estou falando sério, Spencer, ACABOU! Eu já paguei a prenda, agora me deixem em paz!

– Bom, vocês se decidam, por mim tanto faz. Eu não me importo se tiver que dar o selinho de novo. – comentou Aria aparentando despreocupação, mas todas sabiam que ela e Spencer estavam fazendo aquilo apenas para provocar Hanna.

– Eu concordo com a Han, não vejo nenhuma necessidade de repetir esse selinho. – comentou Emily, em um tom desgostoso.

– Está com ciúmes, Em? – perguntou Spencer, em tom de malícia.

– Claro que não! Só não quero ter que presenciar minhas duas melhores amigas aos amassos! – respondeu a morena na defensiva. – Isso é desconfortável e... – deixou a frase sem terminar, nem ela própria entendia porque havia ficado tão chateada com um simples selinho.

– Uyyyy, me desculpe, Em. – disse Aria levantando as mãos em sinal de rendição. -Prometo não te causar mais esse desconforto. Han, melhor a gente ir pro quarto. – piscou para a loira, simulando um flerte.

Spencer e Aria riram com a brincadeira, porém Emily não pareceu achar nenhuma graça. Terminou de beber de uma só vez o conteúdo do copo que tinha em mãos, e sentiu seu cérebro gelar por haver bebido rápido demais. Enquanto isso, Hanna focava o olhar em Emily, tentando entender o motivo de a morena ter se chateado com o ocorrido. Provavelmente se devia a que ela própria já havia sofrido em uma brincadeira como essa antes e por isso se compadeceu de sua situação.

Após anunciar que ia ao banheiro, Emily se levantou e só então percebeu que o álcool já começava a ter efeitos em sua coordenação motora. Quase se desequilibrou ao colocar-se de pé, mas se apoiou no braço do sofá, e apesar das cambaleadas, conseguiu chegar até o lavabo. Entrou no ambiente e após fechar a porta se apoiou na mesma, tentando encontrar equilíbrio. Depois de respirar algumas vezes, foi até a pia e lavou o rosto. Se olhou no espelho por alguns instantes e tentou encontrar em sua aparência algo de diferente que justificasse seu surto com as meninas segundos atrás. Sem encontrar uma resposta, secou o rosto e se dirigiu à sala.

– Senta, Em, estávamos só te esperando pra próxima rodada. – disse Aria dando tapinhas no chão, indicando que a amiga se sentasse ao seu lado.

– Você pergunta para mim, Aria. – disse Spencer depois de girar a garrafa. – Pega leve, ok? Lembre-se de que somos parceiras do crime.

– Hmmm, deixe-me pensar... – a pequena colocou a mão no queixo, enquanto batia o polegar nos lábios, de forma pensativa. – Já sei! – fez cara de suspense, deixando todas na expectativa. – Spence, é verdade que você teve uma relação casual com aquele vice-governador super gato? – perguntou com um sorriso malicioso.

– Claro que não! – disse Spencer aos risos. – Isso foi literalmente intriga da oposição. Bem que eu gostaria! – suspirou sonhadoramente. – Mas, infelizmente ele é gay! – anunciou com uma expressão de desapontamento.

– EU SABIA!!! – gritou Aria. – O meu gaydar nunca falha! – a pequena parecia realmente orgulhosa com a confirmação desse seu talento, o que fez com que todas rissem.

– Se você já sabia, para que perguntou? – perguntou Hanna, tentando provocar a amiga.

– Só para provar para vocês que ninguém fica no armário por muito tempo perto de mim.

Apesar da despretensão do comentário, Hanna ficou tensa. Sua sexualidade era algo com que ainda não convivia muito bem. Na verdade, ela não havia se entendido ainda para passar ao estágio de se aceitar. A única certeza que tinha era que sentia por Emily algo que não era próprio para amigas. Sabia que esses sentimentos ultrapassavam o limite da amizade. Sonhava com ela todos os dias, com tocá-la, com sentir o seu cheiro, provar seus lábios, e...

– Em, você pergunta para a Han. – disse Aria, interrompendo os pensamentos de Hanna.

– Com quantos homens você transou em Nova York, Han? – perguntou, sem sequer parar para pensar, surpreendendo a todos, inclusive a ela depois que parou para pensar na forma nada sutil em que havia formulado a pergunta.

Hanna ficou estática por alguns instantes, surpresa pela forma tão direta – e nada própria de Emily – em que a amiga perguntou. Aquela pergunta já havia sido feita e foi o motivo pelo qual foi obrigada a beijar uma de suas melhores amigas.

– Essa pergunta já foi feita e eu já paguei uma prenda, não vou responder a isso! – respondeu indignada.

– Que eu saiba, não há nenhuma regra que me impeça de repetir uma pergunta. – contra-atacou a morena. A bebida havia lhe proporcionado um caráter destemido e até um tanto agressivo.

Hanna olhou para as outras duas amigas, em busca de apoio. Mas ao perceber o sorriso que tentavam – em vão – disfarçar, se deu conta de que não escaparia. E sinceramente, por mais que não tivesse sido a pior coisa do mundo, não estava disposta a repetir o beijo com a Aria.

– Eu não entendo o porquê dessa curiosidade toda de vocês com a minha vida sexual... – tentou distrair as amigas.

– Han, responde logo... – pressionou Emily.

– Tá bom! Eu não tive nenhuma relação durante esse tempo. Pronto, estão satisfeitas em ouvir o fracasso que é a minha vida? – disse em tom exaltado, levantando-se. – Mas que merda! – foi em direção à varanda dando passos fortes e batendo a porta ao sair.

Enquanto isso, as três amigas seguiam sentadas no chão, chocadas com a confissão da loira e mais ainda com o quanto aquilo a afetava.

– Mas... como isso é possível? – perguntou Aria, abrindo a boca, ainda em choque.

– Ela é linda, jovem e saudável, não entendo como pôde manter o celibato em uma cidade como Nova York! – comentou Spencer, com o cenho franzido.

Os questionamentos não puderam durar muito tempo mais, já que Emily escolheu esse momento para colocar tudo para fora. Aria imediatamente foi ao encontro da amiga, que se inclinava enquanto vomitava em uma bacia vazia na qual antes haviam petiscos. A pequena segurava o cabelo da morena enquanto passava a mão por suas costas.

– Bom, acho que isso põe fim oficialmente na brincadeira. – disse Spencer levantando-se. – Eu vou tentar conversar com a Han. – e após receber um aceno de cabeça de Aria, foi ao encontro de Hanna.

–--------------------------------------

Spencer avistou Hanna sentada no pequeno muro que dividia a casa do lago. De costas para ela, a loira não havia notado a sua presença. Ela parecia pensativa e balançava as pernas distraidamente enquanto observava o reflexo da lua na água. Aproximou-se preocupando-se em fazer barulho anunciando sua presença, para não assustá-la. Sentou-se ao seu lado e permaneceram em silêncio até que Spencer começou a falar.

– Han...

– Hmm?

– Você quer conversar sobre isso?

– O que teria para conversar, Spence? Vocês me forçaram a falar sobre uma coisa com a qual eu não me sentia confortável. Eu me afastei porque simplesmente não estava afim de questionamentos. - suspirou, sabendo que não escaparia de dar explicações. - Durante todo esse tempo eu não consegui me aproximar de ninguém e não deixava que ninguém se aproximasse de mim. – só então a loira levantou o olhar e encarou a amiga, revelando lágrimas com as quais parecia tentar lutar para esconder. – O que vocês esperam que eu diga? Que a minha vida é um fracasso desde que deixei Rosewood? Que eu odeio o meu emprego e que os poucos amigos que tenho não se comparam à lealdade, companheirismo e carinho que eu tinha com vocês? Ou vocês preferem que eu diga que... – deteve-se ao dar-se conta de que quase revelara seu maior segredo.

– Que...? – indagou Spencer, pedindo que a loira continuasse o que ia falar.

– Que... que... – gaguejou a loira, ganhando tempo, tentando pensar em algo. – Que é humilhante ver vocês três bem sucedidas e eu continuo a mesma fracassada que fugiu de Rosewood.

– Han, não fale bobagens. Você não é nenhuma fracassada! Pelo contrário, você foi a primeira a sair de Rosewood e ir atrás do seu sonho, que era estudar moda. Você nos motivou, nos inspirou, Han! – Spencer segurou as mãos da loira e fixou o olhar nos de Hanna, para enfatizar a veracidade do que dizia. – E o fato de você não ter completado ainda esse sonho não faz de você uma perdedora. Isso só quer dizer que o seu ciclo ainda não acabou, que você ainda tem alguns obstáculos para percorrer, mas com o seu talento e sua força de vontade, vai alcançar cada um dos seus objetivos.

– Obrigada, Spence! – disse a loira emocionada pelas palavras da amiga. Nunca havia visto as coisas por essa perspectiva, e a verdade era que lhe havia feito muito bem ouvir aquilo. Abraçou a amiga, desculpando-se em silêncio por haver mentido, em certo ponto, sobre o verdadeiro motivo pelo qual se sentia tão fracassada: o fato de nunca ter sido corajosa o suficiente para revelar seus sentimentos por Emily.

– Bom, agora é melhor a gente voltar lá pra dentro pra ver como a Em está. – disse Spencer. – A última vez que eu a vi, ela estava colocando para fora tudo o que comeu e bebeu hoje. – fez uma cara de nojo. – A Aria está cuidan...

Antes que Spencer pudesse terminar a frase, Hanna já havia se levantado e ido correndo em direção à sala. Ao chegar lá, a loira encontrou Aria tentando inutilmente levantar Emily. Ao perceber sua presença, a pequena soltou um suspiro de alivio.

– Me ajuda aqui, por favor. Eu quero dar um banho nela pra ver se ela melhora, mas não consigo nem levantá-la.

Hanna passou um dos braços de Emily por seu pescoço, enquanto o seu segurava em sua cintura e tentou fazer com que a morena se levantasse. Fracassou. A amiga estava completamente apagada, e seu corpo relaxado pesava muito mais do que o normal. Spencer entrou nesse momento e prontamente se dispôs a ajudar à loira. Com um pouco de sacrifício, as duas conseguiram levar Emily até o banheiro. Após instalarem o corpo inerte da morena na banheira, Spencer decidiu procurar algo doce que pudesse aumentar o nível de glicose no sangue da amiga, deixando Hanna sozinha para a tarefa de dar banho em Emily.

Hanna olhava nervosa para a amiga, completamente desacordada. Dispôs-se a tirar sua roupa com as mãos trêmulas, por mais que soubesse que aquela situação em nada se assemelhava aos seus sonhos secretos de tê-la nua a sua mercê. Jamais poderia se aproveitar de uma situação assim, mas era impossível não sentir seu coração bater mais acelerado com a proximidade de seus corpos. Começou abrindo os botões de sua camisa de baixo para cima, evitando o máximo possível contato direto com sua pele. Prendeu a respiração ao chegar na área do busto. Que Deus a ajudasse, mas não pôde evitar olhar para aquela região em especial que sempre lhe chamava atenção. Não que ela já não os houvesse visto, afinal, já tinham se trocado diversas vezes na frente uma da outra. Porém, sempre tinha que disfarçar seus olhares, e desta vez pôde observar com calma todos os detalhes, como um pequeno sinal no seio esquerdo, que ela nunca tinha reparado. Provavelmente agora sempre que a morena usasse uma blusa mais decotada, seus olhos inevitavelmente buscariam esse sinal. Era um detalhe irrelevante, mas Hanna achou extremamente sexy.

Deu uma última olhada, tentando gravar aquela imagem em sua cabeça, e terminou de tirar a blusa, deixando a amiga apenas de sutiã. O próximo passo seria tirar o short, o que seria bem mais complicado. Tentou abrir o botão e o zíper o mais rápido possível. Sorriu satisfeita quando cumpriu seu objetivo, porém, o mais difícil seria fazer com que Emily a ajudasse a retirar aquela peça. Pegou o chuveirinho e jogou um pouco de água no rosto da amiga, tentando fazer com que ela acordasse, e funcionou. A morena abriu os olhos e quando viu a loira sorriu fracamente, voltando a fechar os olhos.

– Não, Em! Acorda! – e jogou mais um pouco de água em seu rosto. – Eu preciso que você me ajude a tirar seu short.

– Hmmmm. – foi tudo o que recebeu como resposta.

– Em, por favor! – sacudiu um pouco a amiga, e então ela abriu os olhos e sorriu mais uma vez quando a viu.

– Han... você... você... não vai... mais beijar... – a morena então apagou novamente.

Hanna ficou confusa com as palavras da amiga, porém sabia que não deveria levar a sério nada do que ela dissesse, considerando o seu estado. Spencer entrou no banheiro carregando uma colher e um vidro de mel.

– Isso foi tudo que eu consegui encontrar de doce. Tenta dar isso pra ela. – disse, entregando o que trouxera para Hanna.

Hanna encheu a colher com o mel e depois de fracassar em tentar fazer com que a amiga abrisse a boca por livre e espontânea vontade, apertou sua bochecha e rapidamente enfiou a colher na boca da morena. Apesar de ter cuspido um pouco do conteúdo, Emily tomou a maior parte, deixando Hanna satisfeita. A loira passou o dedo no canto da boca da morena, onde escorria um pouco de mel. Sentiu escalafrios por todo o corpo e, involuntariamente levou o dedo à boca, provando o sabor do mel e de Emily.

– Você quer mais alguma ajuda? – disse Spencer, fazendo Hanna se sobressaltar. Havia esquecido completamente a presença da amiga. Corou imediatamente, lembrando o que havia feito e imaginando o que sua amiga pensaria.

– Er, sim, me ajude a levantá-la pra tirar o short dela, por favor. – disse, sem graça.

As duas conseguiram colocar Emily de pé, e notaram que o açúcar começava a fazer efeito, já que a morena começava a dar sinais de que recuperava a consciência, ainda que fosse murmurando coisas sem nexo. Quando por fim deixaram-na apenas de calcinha e sutiã, colocaram a amiga sentada na banheira novamente.

– Você consegue fazer isso sozinha? Acho que a Aria vai precisar de ajuda pra limpar e arrumar toda a bagunça. – perguntou Spencer.

– Sim, sem problemas. – respondeu sem se virar. Não queria encarar os olhos da amiga nesse momento, ainda estava com muita vergonha.

Hanna então começou a segunda parte de sua tarefa, que muito bem poderia ser considerada tortura. Com o chuveirinho, molhou primeiro a cabeça da amiga, massageando seu cabelo sedoso. Quando o cabelo esteve completamente molhado, colocou um pouco de shampoo em suas mãos e se dispôs a massagear o couro cabeludo de Emily. Quando estava finalizando ouviu um barulho que ela jurava ter sido um gemido. Parou o que fazia e olhou para a amiga, que tinha os olhos fechados e exibia um sorriso de satisfação. Sorriu ao confirmar que definitivamente havia vindo de Em aquele som. Voltou a passar os dedos ao longo da cabeça da morena.

– Hmmm, Han, isso é tão bom... – disse Emily, ainda com os olhos fechados.

Mesmo sabendo que aquele comentário não tinha nenhuma conotação sexual, Hanna não pôde evitar sentir seu corpo inteiro se estremecer.

– Joga a cabeça pra trás, Em. – disse a loira, tentando ignorar a tensão sexual que apenas ela parecia sentir com aquela situação.

Quando Emily obedeceu, Hanna enxaguou seu cabelo. Deixaria para condicioná-lo quando fosse pentear. Sendo assim, passou então a molhar o corpo moreno. Não bastasse ter que observar as gotas de água escorrendo por aquele corpo, bastante diferente ao que recordava de cinco anos atrás, Hanna ainda teve que notar os mamilos morenos se contraírem por debaixo do sutiã branco, devido à temperatura da água. A loira se repreendeu mentalmente por ficar olhando dessa forma para a amiga quando ela estava tão vulnerável. Sentia-se como uma voyeur nojenta, e se desculpou com Emily, mesmo sabendo que ela não se lembraria de nada.

Tentou se concentrar de novo ao que fazia e decidiu que não havia necessidade de passar o sabonete, já que o intuito daquele banho era só diminuir o efeito do álcool. Continuou jogando água no corpo e rosto de Emily, tentando evitar seu olhar o máximo possível. Quando decidiu que era suficiente, Hanna acordou a amiga, e se surpreendeu ao notá-la muito mais consciente, apesar de ainda apresentar sinais de embriaguez.

– Você acha que consegue se levantar sozinha, Em? – perguntou Hanna em um tom doce de compreensão.

– Acho que sim. – respondeu a morena com um sorriso. Porém, ao se colocar de pé, notou que ainda estava um pouco tonta quando se desequilibrou e teve que se apoiar na amiga.

– Deixa eu te ajudar. – disse a loira, envolvendo uma toalha no corpo da amiga e segurando em seu braço para ajudá-la a sair da banheira.

Caminharam desta forma, com Hanna segurando Emily pela cintura, até o quarto. A loira notou que Spencer e Aria já haviam deixado as camas prontas. Ajudou a morena a se sentar em uma das camas e procurou na mala da amiga um pijama e roupa íntima.

– Er... – começou nervosa. – Em, você consegue se vestir sozinha?

– Consigo, Han, obrigada. – respondeu a morena, arrastando um pouco as palavras, ainda devido à bebida.

Apesar de Hanna duvidar um pouco sobre a capacidade da amiga de se manter de pé sozinha tempo o suficiente para se vestir, não estava disposta a vê-la nua. Aquilo seria exigir demais de sua boa vontade e moral.

– Ok, eu vou buscar um copo de água para você tomar uma aspirina, senão amanhã você vai acordar com a cabeça explodindo.

Ao chegar na cozinha, encontrou Spencer lavando a louça, enquanto Aria secava e guardava.

– E então, como ela está? – perguntou Spencer.

– Melhor. – respondeu Hanna. – Deixei ela sozinha para se trocar. Você tem uma aspirina por aqui, Spence?

– Acho que tem ali na terceira gaveta. – indicou Spencer com a cabeça.

– A Em sempre foi a mais fraca com a bebida. – comentou Aria divertida. – Vocês se lembram quando ela ficou tão bêbada que se jogou nesse lago quase pelada? – lembrou soltando uma gargalhada, assim como as duas amigas.

– E a Han pulou no lago atrás dela com roupa e tudo. – relembrou Spencer.

– Eu fiquei com medo dela se afogar! – se justificou Hanna.

– Han, esse lago tem no máximo um metro de profundidade. – disse Spencer.

– Eu vou levar um copo de água pra Em tomar a aspirina. – desconversou, indo até a geladeira e enchendo um copo com água.

Foi em direção ao quarto, deixando as duas amigas aos risos com o seu mau humor. Ao chegar, bateu na porta e mesmo com insistência não obteve resposta. Preocupada, abriu a porta e encontrou Emily dormindo em posição fetal, com a toalha enrolada no cabelo. Por mais que achasse adorável a maneira em que estava dormindo, com as mãos debaixo da cabeça, como um bebê, teria que acordá-la para tomar o comprimido. E certamente teria que secar seu cabelo, senão, além de uma boa ressaca, Emily também acordaria no dia seguinte com um baita resfriado.

– Em... acorda... – disse sacudindo gentilmente o ombro da amiga.

A morena abriu os olhos, mas voltou a fechá-los preguiçosamente. Hanna então, teve que puxá-la pelos braços para fazer com que ela se sentasse. A loira colocou um travesseiro apoiado na cabeceira da cama, para que a amiga pudesse se apoiar. E ofereceu o comprimido e o copo de água. Emily ficou encarando o comprimido, tentando entender do que se tratava. Aparentemente ela não se lembrava que havia ido buscar a medicação na cozinha.

– É uma aspirina, Em. Acredite, amanhã você vai me agradecer por isso. – disse Hanna ao ver a confusão da amiga. Aquela explicação pareceu ser suficiente para a morena, que logo tragou o comprimido, bebendo todo o conteúdo do copo de uma só vez. – Você quer mais água? – perguntou ao ver tamanha sede.

Ao receber um aceno de cabeça como resposta, Hanna se levantou e foi de volta à cozinha. Ao voltar, encontrou Emily jogando todas as roupas de sua mala no chão. Estranhou a atitude da amiga.

– Em, o que você está fazendo?

– Procurando minha caixinha de remédios, ela deveria estar aqui! – exclamou aflita.

– Calma, Em, você tem até 12 horas para tomar a pílula anticonceptiva. – brincou.

A loira recebeu um olhar mortal da amiga e percebeu que sua brincadeira não fora bem recebida. A princípio pensou que seu desespero na procura do remédio era um exagero causado pela bebida, mas ao se dar conta da seriedade, decidiu ajudar. Colocou o copo de água que havia trazido em cima do criado mudo, e se ajoelhou ao lado de Emily, que continuava procurando seus remédios na mala, que estava no chão.

– Olha, eu vou te ajudar a procurar, mas caso a gente não encontre, eu prometo que assim que amanhecer eu vou à cidade e compro esse remédio pra você, ok? – disse, tentando acalmar a amiga.

– Não, Han! Você não está entendendo! Eu TENHO que tomar esse remédio HOJE! – gritou a morena, dando ênfase às palavras. Hanna pôde notar que seus olhos estavam marejados.

– Ok, então nós vamos procurar, e se não acharmos, a gente volta imediatamente para a cidade, mas fique calma, certo?

Hanna faria de tudo para acalmar a angústia que a amiga sentia. Se tivesse que dirigir – mesmo tendo bebido – por horas em plena madrugada para fazer com que aquele desespero sumisse, ela o faria. Ela daria o mundo por Emily.

– Ok, Han, obrigada. – disse Emily, enquanto voltava a rebuscar entre suas coisas.

Quando já estavam quase desistindo, Hanna avistou uma caixinha transparente debaixo da cama. Agachou-se e esticou os braços para buscar o objeto, e comprovou, para seu alívio, que se tratava dos remédios de Emily. Enquanto a morena tragava o comprimido com ansiedade, a loira não pôde deixar de se perguntar para que serviam aqueles remédios. Sabia que deviam ser importantes, para deixar a amiga naquele estado. Mas qual o motivo de Emily ter que toma-los com aquela regularidade? Havia notado que a caixinha deixava os comprimidos organizados por dias da semana, e concluiu que deveriam ser tomados todos os dias de forma contínua. Aquele dado a preocupou, mas não quis importunar a amiga naquele momento – ainda mais por ela ainda estar semi-bêbada – mas certamente indagaria em outra ocasião.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Acham que a Hanna deveria ter tirado uma casquinha da Emily ou ela fez certo em respeitar? O que vocês fariam no lugar dela? E essa história do remédio, o que vocês pensam que deve ser? Obrigada por acompanhar essa história e pelos comentários! Espero que tenham gostando do capítulo e deixem muitos comentários hehehe Beijos!