Malfoy insistiu em perdoar “meus maus modos”, dizendo que era um absurdo criar inimizades entre nossas famílias. Mas o que ele quis dizer mesmo foi “Eu to querendo pegar a Bella”. Eu apostava minha varinha nisso.

   Por isso, fui “obrigado” a ficar na mesma cabine que ele, Crabbe e Goyle.

Eu fiquei em silêncio, me esforçando ao máximo para não dormir.

   Pensei que a viagem toda seria tediosa, até que alguém bateu em nossa porta, uma menina  magricela  e com os  olhos da cor de lama, segurava duas cartas em suas mãos, bom, eu pensei que eram cartas...

   Malfoy não se deu o trabalho de perguntar o que ela queria e fechou a porta na cara da garota. Definitivamente ele era um tapado, nem sabia tratar uma mulher. Não podia suportar aquilo, a presença dele era tão insuportável que me dava ânsias.

   — Vou comprar doces. – informei com a voz inflexível ‒ Já volto.

   — Claro, Black – respondeu Lúcius rapidamente – , se encontrar Bella peça que venha à nossa cabine.

   Ele sabia que ela era bem mais nova que ele, né?

   Cara! Como eu odiava aquele branquelo.

   Do lado de fora da cabine a garota que havia sido maltratada por Malfoy chorava baixinho como se estivesse perdida.

   — Hei! Não liga pra ele.  – disse me aproximando dela – Todo mundo deve saber que ele é um completo tapado.

   — Obrigada. – murmurou ela baixinho.

   — Como se chama?

   — Sibila Trelawney, mas pode me chamar de Trew.

   — Prazer, eu sou Black.

   — Black? O Sirius Black?

   — Afirmativo – respondi constrangido.

   — É pra você - disse ela estendendo um dos envelopes que trazia na mão.

   — O que é isso? – perguntei abrindo o pacote e encontrando uma folha verde limão lá dentro.

   — Um convite para fazer parte do Clube dos Alunos Preferidos.

   — Alunos preferidos?

   — Pergunte para o professor Horácio Slughorn.

   — Parece promissor.

   Ela riu.

   — Até mais Black. – despediu-se animada

   — Te vejo por ai Trew.

   E foi essa garota que se tornou a minha primeira fã em Hogwarts, a primeira das dezenas que teria. (Risos)

   Friamente analisei as opções que se abriram na minha frente: Nenhuma era muito atrativa. Mas nada poderia ser pior do que voltar a cabine do branquelo irritante que era o Malfoy.

   Sendo assim, comecei a caminhar lentamente para a cabine na qual O Clube dos Preferidos estava e, sem saber, dessa forma comecei a rumar em direção ao meu destino.

   Porque antes que andasse mais de cinco metros um par de mãos me puxou para uma cabine escura.

   E foi ali que descobri que não tinha medo de entrar em uma briga.