The Iron Girl escrita por Kayotic


Capítulo 17
Capítulo 17 - Flashback


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, vou deixar vocês lerem o capítulo e explico a demora no final, ok? E, só avisando, eu chorei escrevendo a parte final desse capítulo... espero que gostem dele.



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Christine POV

Depois de 20 longos minutos, o efeito daquele maldito líquido avermelhado pareceu passar. Meu sangue não parecia mais em chamas, meus batimentos voltaram ao normal, assim como minha visão, e o ar finalmente voltou aos meus pulmões. Respirei fundo, esperando algum outro efeito começar, mas nada aconteceu. Ela estava parada de costas para mim há um bom tempo, e eu não fazia ideia do que viria agora. Depois de uns bons três minutos, ela se virou de frente pra mim e eu pude ver o que ela estava fazendo. Em cima da mesa estava uma estrutura metálica com uma forte chama concentrada em seu centro. Em suas mãos, uma adaga de no mínimo 15 centímetros, com a lâmina vermelha, vibrando de calor. E logo compreendi o que ela estava prestes a fazer.
- Agora que você já sabe o que é queimar por dentro... - ela começou, girando a lâmina na altura de seus olhos, como se estivesse avaliando-a - ... imagino que isso não vá ser um problema.
E então encostou a lâmina incandescente em meu pescoço, descendo-a até perto do meu ombro. Não foi um corte muito profundo, mas a dor foi quase insuportável. Lágrimas formaram-se em meus olhos enquanto a lâmina cortava minha pele e queimava minha carne, e eu lutei ao máximo para reprimir o grito. O sangue quente que saía do corte apenas piorava a situação.
- A maioria das garotas já teria gritado ou me implorado pra parar. Você é resistente.
- Você nem imagina o quanto - falei entredentes.
- Que idiota. Seria tudo muito mais fácil se você implorasse.
Ela voltou a me cortar com a lâmina, dessa vez em una linha diagonal que ia desde perto do meu olho esquerdo até meu maxilar. Mordi a língua com força para conter o grito, mas as lágrimas foram inevitáveis. Ao ver as gotas cristalinas descendo pelo meu rosto até se encontrar com o sangue, que escorria por meu pescoço, ela abriu um sorriso.
- Eu vou te mandar direto pro inferno quando sair daqui - falei, finalmente contendo as lágrimas.
- Quanto tempo você acha, Miller?
- Até eu te matar? Muito pouco.
- Não, idiota. Até capturarem e matarem o Stark.
- Matar? - abri um sorriso sarcástico, embora aquilo me causasse uma dor do inferno. - Vocês podem ter certeza de que o Tony não é idiota a ponto de se deixar ser morto por alguém tão estúpido e idiota quando Aldrich Killian.
- Não é uma coisa inteligente de se dizer, sendo que você está nas mãos dele agora.
- Você tem uma adaga incandescente nas mãos e eu não tenho medo de dizer o quanto você é ridiculamente controlada por ele. Você sabe que poderia me matar agora mesmo, e quer isso, mas não o faz porque ele não deixa. Você é só mais um fantoche do Killian. É dispensável. Um erro e ele te usa pra explodir algum outro lugar.
Enquanto eu falava, uma máscara de fúria tomou conta de seu rosto. Assim que eu terminei, ela acertou um soco em meu nariz, fazendo-o sangrar. Apesar da dor, da perda de sangue e da possível morte depois de tudo o que eu lhe disse, eu sorri. Isso fez um brilho vermelho passar por seus olhos. Eu sabia que ela estava lutando pra não me matar ali mesmo.
- Eu acabei com você - ela disse, finalmente soltando a adaga e saindo do cômodo.

Tony POV

Entrar. Encontrá-las. Tirá-las de lá em segurança. Destruir tudo, se possível. Sair. Cinco passos simples, que não seriam tão simples assim de serem cumpridos, mas, de qualquer maneira, é um plano. Não um plano genial, mas já é um começo. Afinal, eu nunca fui de planejar as coisas. Elas simplesmente iam fluindo... e eu vencia. Mas o tal Killian era esperto. Meu método habitual de atacar e esperar que as coisas deem certo talvez não funcione.
Já estava em Miami, indo para o endereço certo. Não dormi ou comi durante toda a viagem, ou seja, não estava em meu melhor estado. Mas eu não podia perder tempo, só queria tirá-las de lá e fazer tudo voltar ao normal. Ou tão normal quanto se é possível. "Certo, hora de me concentrar no primeiro passo: entrar", pensei. Eu não tinha a armadura, o que tornava as coisas bem mais difíceis. Não poderia simplesmente entrar disfarçado de um funcionário ou algo assim, como nos filmes, afinal todos conhecem o meu rosto. Foi então que uma ideia surgiu em minha mente. Eu só precisava de algumas coisinhas e então pronto, um plano quase infalível. Se tudo desse certo - o que é pouco provável - a parte um do plano estaria concluída.
- Bem, vamos às compras! - disse pra mim mesmo, sorrindo em seguida.

Christine POV

Dez minutos depois de Ellen sair, vi a silhueta de outra pessoa entrando. Dessa vez, um homem. Ele parou alguns metros à minha frente, me impedindo de distinguir suas feições. Mas eu já tinha ideia de quem era.
- Você ouviu falar de Loki, não é? - reconheci sua voz, confirmando assim minhas suspeitas. - O poderoso deus da trapaça. Ele usou uma estratégia muito interessante. Encheu a cabeça das pessoas com mentiras e verdades exageradas para fazê-los voltarem-se um contra o outro. Obviamente, funcionou. Até que eles percebessem o que ele estava fazendo.
- Aonde você quer chegar com isso, Killian? - perguntei.
- Eu vi a pequena cena que você armou aqui. Vim te dizer que não vai funcionar pra você.
- Eu sei que não. E não pretendia que funcionasse.
- Ah, não? E o que você pretendia?
- Revidar. Tortura física por tortura psicológica.
- Tortura psicológica - ele soltou uma leve risada. - Realmente eficiente, mas superestimei você. Achei que por seus pais serem tão inteligentes, você não seria burra o bastante pra ser egoísta.
- Você não sabe nada sobre mim ou meus pais - falei, com os dentes cerrados.
- Cientistas brilhantes, com certeza. Os criadores da base que levou ao projeto extremis. De fato, gênios. Mas eles não quiseram cooperar... foi uma grande perda.
- Do que você está falando, Killian?
- É claro que você não deve se lembrar. Era só uma criancinha na época. Seus pais se negaram a me vender o projeto, e eu estava realmente interessado nele. Houve um conflito, e eu venci. Nada muito complexo, como pode ver. Comi foi, Christine? Ver seus pais implorando pelas próprias vidas?
- Eles não imploraram nada - praticamente rosnei, mas isso não o parou.
- Vê-los sendo torturados, ouvindo os gritos, vendo-os sangrar até a morte, sem poder fazer nada para impedir?
Enquanto ele narrava com uma estúpida voz calma e provocativa, as cenas passavam como flashes na minha cabeça, até pararem em uma imagem: meus pais ensanguentados, os corpos imóveis sendo segurados apenas por correntes presas às suas mãos, a enorme poça de sangue sobre a qual uma miniatura minha estava, tentando desesperadamente acordar meus pais. O desespero em meu rosto enquanto eu gritava, ordenando-os que parassem com aquela brincadeira estúpida e acordassem, exibindo os enormes sorrisos reconfortantes de sempre, desejando que tudo não passasse de uma brincadeira. Colocando de volta os óculos sujos de sangue no rosto do meu pai repetidas vezes, porque eles não paravam de cair.
Nenhuma dor física no mundo poderia se comparar ao que eu sentia naquele momento. Pânico. Desespero. Eu só queria acordar e ver que tudo não passara de um sonho idiota, mas eu sabia que não ia acontecer. Não foi um sonho. Eu não ia acordar. Minha blusa já encharcada de sangue, agora estava encharcada de lágrimas. Eu estava abraçada aos dois, sacudindo-os, ainda tentando acordá-los, mas eu já tinha perdido as esperanças. Só queria que alguém acabasse com aquilo e me matasse logo.
E então o som de uma explosão me fez voltar à realidade.


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Notas finais do capítulo

Ooi. Vamos às explicações. Eu to sem computador, por isso não atualizei antes. To atualizando pelo celular, porque já tava desesperada. Sim, eu digitei tudo no celular, por isso não tem formatação. E sim, eu estava desesperada, porque eu sei como é ficar esperando e não queria fazer isso com vocês. E, bem, depois de um mês... eu to aqui. Vou tentar atualizar outra vez semana que vem. Podem me odiar, se quiserem, mas eu me esforcei. Um beijo pra vocês, espero que tenham gostado e imploro suas desculpas. Até o próximo!
PS: qualquer erro, me avisem.