Another Beginning escrita por cris_gallas


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, acabei de fazer o ENEM e senti que precisava de algum elogio depois do fiasco que deve ter sido minha prova.



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Uma vez começadas as férias, Flamel havia ficado na escola e tinha tomado ambos como aprendizes e estava nos ensinando tudo que poderia sobre alquimia e outros diversos assuntos, havíamos combinado de ter aulas com ele durantes as férias. Ninguém além de nós havia ficado de Slytherin, os irmãos Weasley haviam ficado também.

A sala comunal estava tão vazia que podíamos usá-la para experimentar a parte pratica da alquimia, com Flamel cuidando para não ocorrer desastres.

Na noite de véspera de Natal fomos pensando com ansiedade na comida e comemoração do dia seguinte.

Quando acordei cedo na manhã seguinte, a primeira coisa que vi, ou melhor senti, foi Chris pulando sobre mim, tentando me acordar.

_Acorda, Harry! É Natal! _ Ela gritava, claramente irritada.

_Calma, Chris, Calma. _ Ela não me ouviu, me tirou da cama e arrastou para o banheiro.

A primeira coisa que ela fez foi me despir, logo me empurrando para a banheira que já estava cheia de água quente.

Não demorou nem dez segundos para que ela entrasse na água comigo. Durante nosso banho ouvi brevemente a porta do quarto abrir, mas não dei importância, até que a porta do banheiro foi aberta. Chris, que estava de costas para a porta enquanto lavava minhas costas, não se virou, apenas pegou um tubo de condicionador de cabelo e tocou em direção a porta.

_Eita! _ Veio um grito logo depois de uma batida sonora. Aquela voz parecia familiar mas não conseguia reconhecer.

_ Você esta bem, Forge? _ Outra voz soou, agora eu sabia de quem vinham as vozes, os gêmeos Weasley.

_ O que vocês vieram fazer aqui? _ Chris perguntou terminando de me enxaguar.

_ Estou bem, Gred. E viemos convidar vocês para comer na mesa de Gryffindor conosco. _ Fred respondeu.

_ Desde que mantenham seu irmão mais novo longe de nós, eu não me importo. _ Comentei, vendo como Chris assentia com a cabeça. Pensei ter visto, por um momento, um brilho malicioso em seus olhos. Estava muito letárgico para avisar os gêmeos antes que ela agisse.

Chris levantou-se em toda a sua gloria nua na frente dos rapazes e lentamente rebolou até a toalha.

Eu jurei que os rostos deles haviam fundido com o cabelo, e a vermelhidão seguia pescoço abaixo e por dentro dos suéteres. Seus olhos iam do busto dela para seu quadril onde ela tinha uma tatuagem de cobra a qual ela implorara para seu pai no ano passado.

Os cabelos loiros estavam compridos e pesados o suficiente para tapar parcamente as partes mais “polêmicas” de seu corpo, ela parecia nesse momento a Afrodite retratada pela mitologia grega.

Ela colocou um yukata e passou a secar seu cabelo, não se importando com o olhar dos gêmeos.

Revirei os olhos e fiz o mesmo, certamente sem me exibir como Chris.

Olhei para o relógio, um pouco cedo para um feriado absoluto...

_Chris, por que me acordou tão cedo? _ Perguntei irritado.

_Presentes! _ Ela exclamou como se fosse óbvio. _ Papai prometeu me dar um clarinete profissional esse ano! _ Ela continuou, então era isso que ela estava esperando para esse Natal, eu nunca espero ganhar nada, Chris é a única que já me deu qualquer coisa nessa data. Mas havia uma pequena pilha de presentes ao pé da cama e uma de igual tamanho ao pé da cama de Chris.

_ Feliz Natal! _ Desejei para Chris.

_ Para você também _

Apanhei o pacote de cima. Estava embrulhado em papel pardo grosso e trazia escrito em garranchos.Para Harry, de Hagrid. Dentro havia um violino simples. Era evidente que Hagrid perguntara para o pai de Chris o que dar. Toquei-o um pouco, estava devidamente afinado e parecia leve em meu ombro.

Sr.Benedetti me mandou uma carta com as felicitações típicas do natal, mas não mandou um presente como Hagrid roubou sua idéia.

_ Hagrid e seu pai, mas quem mandou esses? _ Olhei os outros três embrulhos.

_ Acho que sabemos quem mandou esse. _ Fred falou apontando para um embrulho disforme. _ Mamãe. Nós dissemos a ela que você não estava esperando presentes... Então ela fez para você um suéter Weasley. _

Rasguei o papel e encontrei um suéter tricotado com linha grossa verde-claro.

O presente seguinte era um conjunto de livros antigos sobre alquimia e maldições, que saíram das livrarias a séculos por serem proibidos, de Flamel e Perenelle.

Restava apenas um embrulho, peguei-o e apalpei. Era muito leve. Desembrulhei-o.

Uma coisa sedosa e prateada escorregou para o chão onde se acomodou em dobras refulgentes. Os gêmeos soltaram uma exclamação.

_Já ouvimos falar disso. Se for o que pensamos que é, é realmente raro e muito valioso. _

_ E o que é?

Chris apanhou o pano brilhoso e prateado do chão. Tinha uma textura estranha, parecia tecida com fios de água.

_ É uma capa de invisibilidade. _ disse George, com uma expressão de assombro. _ Tenho certeza de que é. Experimente.

Joguei a capa em volta dos ombros e Fred deu um berro.

_ É sim. Olhe para baixo!

Olhei para os pés, mas eles tinham desaparecido.

_ Tem um cartão... _ Chris comentou.

Tirei a capa e apanhei o cartão. Escritas em uma caligrafia fina e rebuscada que eu tinha certeza de que já vira antes, estavam as seguintes palavras:

Seu pai deixou isto comigo antes de morrer.

Esta na hora de devolve-la a você. Use-a bem.

Um natal muito feliz para você.

Não havia assinatura. Fiquei olhando o cartão por um momento. Senti que havia algo estranho.pensei em alguns encantos de diagnostico no caso de haver maldições.

Não havia nada.deixei pra lá a preocupação.

Chris havia ganho o clarinete profissional que seu pai prometera, um outro conjunto de livros de Flamel, uma flauta entalhada a mão de Hagrid e um suéter azul escuro dos Weasleys. Tiinha, também, um presente duplo entre as camas, um livro, velho e puído, de poções, todo riscado ao redor do texto e receitas, contudo com uma olhada melhor eram dicas e instruções para tornar poções melhores.

Na capa havia o nome “ O Príncipe Mestiço”.

Sorri levemente com o nome, tinha uma idéia de quem havia mandado esse livro.

O almoço de Natal não era nada como o que já tinha visto durante minha vida.

Quantidades devastadoras de comida, nunca que os alunos residentes conseguiriam comer toda aquela comida.

Com perus gordos assados, montanhas de batatas assadas e cozidas, travessas de salsichas, terrinas de ervilhas passadas na manteiga, molheiras com uva-do-monte em molho espesso e bem temperado – e a intervalos sobre a mesa, pilhas de bombinhas de bruxo. Essas bombinas fantásticas não se parecem nada com as bombinhas fracas que o Sr. Benedetti em geral comprava, cheias de brinquedos de plástico e chapéus de papel fino. Puxei a ponta de uma com Chris e ela não deu apenas um estalinho, ela explodiu com o ruído de um canhão e envolveu-nos em uma nuvem de fumaça azul, enquanto caiam de dentro um chapéu de almirante e vários camundongos brancos, vivos. Na mesa principal, Dumbledore tinha trocado o chapéu de bruxo por uma touca florida e ria alegremente de uma piada que o prof. Flitwick acabara de ler para ele.

Pudins de Natal flamejantes seguiram-se o peru. Chris encontrou um anel de prata em sua fatia. Mas mais ninguém no salão encontrou o par, a grande maioria dos garotos procurou desesperadamente após perceber que ela conseguira o anel.

Quando finalmente saímos da mesa, estávamos levando um monte de brinquedos Daas bombinhas, inclusive uma embalagem de balões luminosos e não-explosivos, um kit de cultivar capixinqui, a planta símbolo de Hogwarts, e um jogo de xadrez bruxo.

Prendemos alguns camundongos brancos para dar para Madame Nor-r-ra.

Chris, eu e os gêmeos passamos uma tarde muito alegre ocupados em uma furiosa guerra de bolas de neve. Depois, frios, molhados e ofegantes, voltamos para junto da lareira da sala comunal de Slytherin. Onde eu estreei meu novo jogo de xadrez bruxo perdendo espetacularmente para Chris. Suspeito que não teria levado uma surra tão grande se Fred não tivesse tentado me ajudar com tanto empenho. Fora o melhor Natal da minha vida. No entanto, no fundinho da cabeça alguma coisa ainda me incomodava o dia inteiro. Somente quando finalmente entrei no quarto é que dei importância para pensar nela: a capa de invisibilidade e a pessoa que a mandara.

Do meu pai... Aquilo fora do meu pai. Eu deixei o tecido escorregar pelas mãos, mais macio do que seda, leve como o ar. Use-a bem, dissera o cartão.

Tinha de experimentá-la agora. Sai da cama e me enrolei na capa.

_ Se você vai sair, pelo menos, avise. _ Chris comentou.

_ Vem comigo então. _ Falei abrindo espaço para ela entrar debaixo da capa.

Saímos sorrateiros do dormitório.

_Onde deveríamos ir?_ Perguntei.

_Biblioteca. _ Ela respondeu.

A biblioteca estava escura como breu e muito estranha. Acendi uma luz para enxergar o caminho entre as fileiras de livros. A lâmpada parecia estar flutuando no ar embora senti-se que meu braço a sustentava, aquela visão nos deu arrepios.

A sessão restrita era bem no fundo da biblioteca. Saltando com cautela a corda que separava esses livros do resto da biblioteca, ergui a lâmpada para ler os títulos.

Eles não nos informavam muita coisa. Suas letras descascadas e esmaecidas por vezes eram ilegíveis. Alguns sequer tinham titulo. Um livro tinha uma mancha escura que fazia lembrar horrivelmente de sangue. Os pelos da minha nuca ficaram em pé.

_ É minha imaginação ou os livros estão sussurrando?_ Perguntou, apenas alto o suficiente para mim ouvir.

Um grande volume, preto e prata, chamou nossa atenção. Puxei-o com esforço, porque era muito pesado, e equilibrando-o nos joelhos, deixai-o abrir ao acaso.

Um grito agudo de coalhar o sangue cortou o silencio – o livro está gritando! Chris fechou-o depressa, mas o grito não parou, uma nota alta e continua de furar os tímpanos. Ela tropeçou e bateu na lâmpada, que estava em seu lado esquerdo, que caiu e se apagou na hora.

Em pânico, ouvimos passos que vinham pelo corredor do lado de fora – enfiando o livro gritador de qualquer jeito no lugar nós corremos pra valer. Passamos por Filch quase à porta. Os olhos claros e arregalados de Filch atravessavam-nos, escorregamos por debaixo dos seus braços estendidos e saímos desabalados pelo corredor. Paramos.

_ O senhor me pediu para vir direto ao senhor, professor, se alguém estivesse perambulando a noite e alguém esteve na biblioteca, na sessão restrita.

Senti meu sangue se esvair o meu rosto. Onde quer que estivéssemos, Filch devia conhecer um atalho, por que sua voz baixa e untuosa estava se aproximando, e para nosso horror, foi Severus que respondeu:

_ A sessão restrita? Bom, eles não podem estar muito longe, vamos apanhá-los.

Ficamos imóveis no lugar em que estávamos quando Filch e Severus viraram o canto do corredor à frente. Eles não podiam nos ver, é claro, mas era um corredor estreito e se chegassem muito perto esbarrariam em nós – a capa não nos impedia de ser sólidos.

Recuamos o mais silenciosamente que pudemos. Havia uma porta entreaberta á nossa esquerda. Era nossa única esperança. Esgueiramo-nos por ela, prendendo a respiração, tentando não empurra-la e para meu alivio, conseguimos entrar no aposento sem que percebessem nada. Eles passaram direto. Passaram-se alguns segundos até eu reparar em alguma coisa nos aposentos em que nos escondemos.

Parecia uma sala de aula abandonada. Os vultos escuros das mesas e cadeiras se amontoavam contra as paredes e havia uma cesta de papeis virada – mas escorada na parede a nossa frente havia uma coisa que não parecia pertencer ao lugar.

Era um magnífico espelho da altura do teto, com uma moldura de talha dourada, aprumado sobre dois pés em garra. Havia uma inscrição entalhada no alto:

Oãça rocu esme ojesed osamo tso rueso ortso moãn.

_ Não mostro seu rosto, mas o desejo em seu coração._ Chris falou.

Aproximei-me do espelho. Não havia nada de anormal, parecia tanto eu como Chris, exatamente do jeito que estávamos.

_Esta vendo algo diferente no reflexo? _ Perguntei, mas só recebi uma negação.

Olhando o espelho me lembrei de uma conversa que tivemos com Flamel, ele nos avisou que somente nos ensinaria a fazer a pedra filosofal quando estivéssemos no 7º ano, mas nós queríamos estudá-la antes disso.

A imagem mudou. Um reflexo sorriu para mim e colocou a mão no bolso, tirando uma pedra, pouco menor do que a palma da mão e vermelho sangue, e piscando maroto colocou-a no bolso da calça.

Meus olhos se arregalaram quando senti o bolso pesar, mas não me atrevi a verificar.

_ O que você acha que ele faz?_ Perguntei para Chris.

_ Vocês querem que eu explique?_ Senti como se minhas tripas tivessem congelado. Olhei para trás. Sentado em uma das mesas junto à parede estava ninguém menos que Albus Dumbledore.

_Por favor, professor. _ Pediu Chris, um pouco mais composta que eu.

_ Esse é o espelho de Ojesed, ele mostra nada mais nada menos que o desejo mais desesperado de nossos corações. A pessoa mais feliz do mundo poderia usar esse espelho como um espelho normal, ou seja, ela olharia e se veria exatamente como é.

_Senhor, Prof. Dumbledore? Posso perguntar uma coisa?_ Chris pediu novamente.

_Claro._ Sorriu Dumbledore.

_ O que é que o senhor vê quando se olha no espelho?

_Eu? Até esse Halloween eu via minha irmã me perdoando por meus erros, agora... Eu me vejo segurando um par de grossas meias de lã. _ Arregalei meus olhos._ As meias nunca são suficientes, mas mais um Natal chegou e passou e não ganhei nem um par. As pessoas insistem em me dar livros.


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Notas finais do capítulo

Eu espero não demorar tanto para postar o próximo...